| PENSAMENTOS E REFLEXÕES |

Este espaço é destinado aos meus pensamentos e reflexões sobre diversos temas e assuntos da existência Humana. Cada travessão (abaixo) se constitui em um entendimento, talvez não  plenamente consolidado, certo ou errado, pois compreendo que a mente humana está em constante transformação, ou seja, sempre há uma porta aberta para novas possibilidades de entendimentos e compreensão de algo. E nisto, creio que cada indivíduo está em "liberdade" para administrar sua mente e seus pensamentos conforme desejar, dentro do espaço saudável e limitado da moral e ética.

—No início de um interesse ou relacionamento amoroso, ninguém é exatamente como diz ou aparenta ser.

— Entende-se que o cérebro é um órgão resolvedor de problemas, por isso, tende a focar no negativo.

— Engraçado esse papo judaico-cristão de " estou esperando em Deus a pessoa certa para mim". Papo furado. Papo que eu mesmo já discursei muitas vezes. Se uma pessoa aparece dizendo estar interessada em mim para um relacionamento, e não atrai o meu interesse ou o meu gosto físico, logo descarto sem querer saber se é a "vontade de Deus". Mas quando aparece alguém se encaixando nos meus padrões, então, já declaro que Deus é Bom, e é da sua "Vontade". Ou seja, quando me convém, é da vontade de Deus, quando não convém, vou orar. A verdade é que a "vontade de Deus" é simplesmente aquela que a gente quer que seja.

— O que eu sei sei para mim mesmo e somente. Quanta ilusão é achar que a comunicação de um pensamento alcança todas as pessoas que dizem que o entenderam. Talvez, de todas as pessoas que gostam do pensamento de alguém, 90% ou mais não tenham de fato compreendido ou dado um significado concreto em sua vida. E pouca porcentagem restante, quem sabe, sejam aqueles que já pensam da mesma forma ou estão inseridos no mesmo interesse.

—Essa é uma problemática do mundo atual: nos cansamos com muita rapidez. Cansamo-nos do trabalho, do namoro, do casamento, das amizades, das canções, dos poemas. Somos tomados por uma empolgação no início, colocamos muita energia no começo, mas rapidamente perdemos o fôlego. E de repente aquilo que queríamos tanto, gostávamos tanto, perde o interesse. Rapidamente precisamos de um "upgrade", necessitamos de uma atualização no sistema. Sentimos a necessidade de algo mais recente. Esperamos sempre uma atualização, ou melhor, somos forçados a nos atualizarmos, por isso, como reflexo dessa tecnologia, o nosso cérebro é moldado, e assim, tornamo-nos pessoas que não permanecem, que t~em grande dificuldade de permanência, seja em um objetivo, em um propósito, em um trabalho, em um relacionamento, enfim...

—Que possamos ter bons desejos, desejos que não sejam de imediato satisfeitos, mas que gerem prazer no caminho. Apreciar e se agradar das belezas da estrada  torna a chegada mais agradável, além de colocar em nós o desejo de voltar pela estrada, e novamente reavivar o desejo. Infelizmente, o imediatismo atual não nos permite apreciar a estrada até o cumprimento do desejo, e por isso, logo o desejo perde a graça. Reavivar um desejo é relembrar o prazer do caminho, as belezas da beira da estrada. É como ir até uma cidade e querer voltar a ela, simplesmente porque houve prazer durante a viagem, belas paisagens, risadas, reflexões...

— A "verdade" é que sofremos por não termos um motivo real para sofrermos. Na maioria das vezes sofremos por coisas banais fúteis, e isso é o que nos causa grande sofrimento. E quando realmente temos um motivo real , por incrível que pareça o sofrimento não é tão grande, porque no fundo sabemos que agora temos um real motivo para sofrermos.

— Na vida passamos por situações difíceis, e muitas vezes temos a tendência de querer controlá-las ou tentar acabar com elas. No entanto, isso pode aumentar o nosso sofrimento, pois não podemos mudar todas as situações adversas. Por isso, ao invés de tentarmos mudar a situação, bom é pensarmos no que pode ser mudado em nós frente a tal situação. Isto é, a possibilidade de mudança está em mim e não na situação. Um posicionamento diferente meu, pode também alterar a minha maneira de ver a situação e até mesmo a maneira como ela me afeta.

—Se você se sente desesperançoso e desesperado achando que não há mais nada o que esperar da vida, então, pense no que a vida está esperando de você ! Somos seres criativos, podemos criar um sentido, um caminho e imaginar um futuro que nos espera!

— A Sociedade atual deseja tanto ser Unissex e flex, que ultrapassa os limites!! Sociedade igualitária, cuja a pregação é "todos são iguais, todos tem os mesmos diretos, o amor é igual pra todos e válido em todas as formas...". Ok. Tudo bem, mas tem certas coisas que realmente agridem os meus olhos, minha alma e minha razão.

— Fomos educados que há uma VERDADE ABSOLUTA e que a nossa crença é essa verdade absoluta.
Logo, as demais pessoas parecem estar em uma mentira, e achamos que precisamos salvá-los. Mas se olharmos a história do homem e sua formação do pensamento, as crenças não são absolutas, não são respostas exatas, são apenas uma maneira que o homem achou para sobreviver diante das incógnitas da existência, para ter um pouco mais de esperança. Às vezes, eu posso tirar essa esperança de alguém,
esse chão, por achar que a minha crença (qualquer crença) é a única verdadeira, e nisso, precisamos ter cuidado.

— Quem muito vê, às vezes precisa se fazer de cego. Quem muito ouve, precisa se fazer de surdo, e quem muito tem palavras , às vezes precisa se fazer como mudo!

— Viver pode não ter sentido, enquanto objetivo. Tudo pode ser ilusão. No entanto, somos seres criativos, capazes de criar um sentido. E para mim, o sentido é criado quando sentimos.

—Ser poeta é um meio de ser filósofo e psicanalista sem precisar de diploma acadêmico..

— ALMA – Um fantasma dentro de nós ou o cérebro em atividade?

Como sabemos, o Homem é dotado de uma alma, ou pelo menos é o que sempre ouvimos. Ela foi um admirável ingrediente para os pensamentos dos filósofos da antiguidade e ainda é para os modernos e contemporâneos. Motivadora das poesias dos poetas e extremamente essencial para os sistemas teológicos (“religiosos”), os quais a tinham e a tem por imortal. Foi muito tratada com misticismo e esoterismo, e de certa forma ainda é. Muitas são as correntes filosóficas e teológicas que procuram definir a alma,  obviamente por serem observadoras da Natureza Humana.
Por meio de observações posso compreender que cada indivíduo segundo o seu histórico-social traduz a alma de uma maneira específica. Existem os tradicionalmente “religiosos- teológicos”, os quais aprenderam segundo a Bíblia, o cristianismo, o espiritismo, esoterismo[...]. Existem também os tradicionalmente familiares, os quais aprenderam segundo a tradição oral dos avós e pais, e há aqueles que adquiriram conhecimento dentro do contexto acadêmico científico, dentre outros contextos históricos.
A alma, desde a antiguidade, gerou fascínio no Homem, e ao mesmo tempo muito o assustou. Muitas crenças foram construídas em torno dela, e isso é claramente perceptível se observarmos as heranças dessas crenças nos dias atuais. De forma geral, a alma sempre foi compreendida como o centro das emoções e vontades do Homem, porém, foi pouco estudada, permanecendo muito misteriosa e por isso mesmo, muito fascinante e assustadora. Portanto, sabe-se que se trata das emoções e vontades, no entanto, ela sempre foi tida como algo abstrato, não palpável, intangível e invisível. As dúvidas perpetuam em torno da sua localização no Homem. Para os gregos antigos, por exemplo, a alma estava no estômago, local onde se sente os desconfortos de certas emoções fortes, chegando a gerar úlceras nervosas. Para outros místicos, a alma está na glândula Timo, local atrás do osso esterno próximo ao coração, e assim ,  outros determinam o seu local, segundo suas crenças.
Nas eras passadas, muitos foram considerados como endemoniados, possuídos por demônios, talvez, por não ter havido uma compreensão um pouco mais abrangente da Alma. Quem sabe, só estivessem sofrendo com alguns transtornos e distúrbios psíquicos, porém, foram excluídos, exorcizados e até queimados em fogueiras.
Alma no grego é “psique”, está relacionada a “mente, fôlego vital, emoções”. Esta palavra deu origem as muitas variações ocidentais como: “psiquiatria, psicologia, psicanálise, psicoterapia, ...” Correntes de estudos sobre o funcionamento da mente humana, e consequentemente os seus comportamentos. Essas práticas científicas de experimentos e observações com objetivo de aprofundar o conhecimento acerca da Alma (psique) humana e seu funcionamento, é algo muito recente, tão recente quanto a neurociência.
Certa vez disse um dos primeiros psicólogos experimentais Herrmann Ebbinghaus "A psicologia possui um longo passado, mas uma história curta". O estudo da psicologia, enquanto ciência, começou a se separar da filosofia no séc XIX, e o primeiro laboratório psicológico foi criado em 1879 na Alemanha, pelo fisiólogo alemão Wilhelm Wund. Desde então, várias foram as ramificações da psicologia, tal como a psicanálise de Freud, Jung, Lacan e a Logoterapia de Viktor Frankl . Surgiram as teorias do Ego, do Superego, do inconsciente, subconsciente, consciente. O inconsciente, por exemplo, é o esconderijo das imagens secretas, ou seja, imagens que estão em nossa mente, mas que não sabemos que estão. Elas revelam sentimentos, emoções, vontades, desejos[...] ocultados. A saudade, por exemplo, pode ser uma imagem secreta projetada pelo inconsciente da lembrança e despertada pelas imagens do cotidiano. O inconsciente é o lugar onde habita a sinceridade e as muitas veracidades do Homem. O consciente é a ponta do Iceberg, a qual fica na superfície, já o inconsciente é a grandeza sob as águas. O inconsciente seria o propulsor oculto das ações e comportamentos do Homem. Pois bem, na pós modernidade a neurociência também avança nos estudos do cérebro. Portanto, temos cento e poucos anos de estudos mais aprofundados de psicologia e neurociência, ou seja, muito pouco tempo.
Vivemos em  uma era onde novas patologias psíquicas (almáticas) estão sendo catalogados pela OMS(Organização Mundial da Saúde). Não que sejam “novas” necessariamente, e sim, mais percebidas e estudadas. Teorias surgiram com a psicanálise de Freud (séc XIX), Lacan (séc XX), dentre outros. Portanto, muitos diagnósticos e estudos ainda são recentes. Infelizmente, alguns desses diagnósticos estão sendo dados de forma precoce, e pessoas acabam tendo o que na verdade não têm. Na medicina “corporal”, vemos diagnósticos precoces e errôneos também. Alguém, pode ir a um médico com dor na perna, por exemplo, e ouvir que não tem nada, basta apenas repousar, mas outro médico pode dizer que a perna precisa ser amputada. Isto também pode ocorrer na área psicológica. Um sintoma ou mais não quer dizer necessariamente que haja alguma patologia. Escrevo isso, porque vejo pessoas ouvindo muitas coisas sobre doenças que estão na moda, como depressão e transtornos, e acabam achando que tem, pelo fato de se impressionarem. E de fato, acabam tendo, porque a frequente palavra que ouvem gera sintomas reais.Mas muitas patologias ainda estão em estudo, e sempre estarão.
Ken Robinson(1950), um educador inglês, contou a história de uma menina que não estava indo “bem” na escola, era agitada e tinha dificuldade de concentração. A diretora chamou sua mãe, e disse que sua filha estava com problema e sugeriu que a levasse ao psiquiatra. A mãe a levou e a menina foi colocada no divã e com as pernas balançando, demonstrando sua agitação, o psiquiatra saiu da sala para falar com a mãe. E disse que sua filha não tinha problema algum, e que ela apenas não tinha habilidade para matemática ou outras disciplinas, mas era uma artista. E ao olharem para dentro da sala ela estava dançando. E com o passar dos anos ela se tornou uma grande coreógrafa chamada Gillian Lynne (1926).
Ken Robinson diz que se esta criança estivesse indo à escola atualmente (60 anos depois), tudo seria da mesma forma, exceto que o psiquiatra diagnosticaria a sua doença, talvez como TDAH - Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade, a “encheria” de ritalina, ela voltaria para a escola, iria bem nas disciplinas, mas talvez, não teríamos uma grande coreógrafa. Este é um exemplo de que um diagnóstico precoce pode afetar em muito a vida de uma pessoa.
Enfim, com a evolução da ciência, a alma (psique ou mente) deixou de ser um tanto quanto abstrata, e passou a ser mais concreta e palpável. A psicologia e psicanálise estuda os comportamentos da natureza humana, porém, entende-se que a alma enquanto psique, mente, emoções e vontades está no cérebro, é uma composição química cerebral. Por isso, receita-se remédios farmacológicos para humor, depressão, ansiedade, por se tratar de elementos químicos. Lógico, que essa química pode ser produzida pelo próprio corpo, nem sempre é preciso remédios psicotrópicos, basta reeducar o cérebro por meio de algumas terapias.
A  dicotomia ou separação entre corpo, alma e espírito, como na antiguidade grega se via está se desfazendo, ou seja, a alma é o cérebro, portanto é o corpo mortal. Certamente, que por mais que haja tal conhecimento de que o nosso histórico social, familiar e genético compõe o nosso cérebro e que ele é um órgão, um músculo formado por elementos químicos, nos quais estão as nossas representações e imagens do mundo, constituindo nossos comportamentos, isto é, a nossa psique (alma),  o Homem nunca deixará de ter as suas crenças místicas, filosóficas e teológicas de imortalidade. 
Bom, não posso afirmar que o conhecimento científico da alma (psique) é melhor para alguém do que a crença mística ou teológica, pois depende da estrutura de cada indivíduo. Mas creio que grande parte do nosso sofrimento psiquico, ou medo do sofrimento da alma, seja pelo fato de a vermos de maneira ainda muito abstrata, como um fantasma. Não é toa que chama-se o fantasma de “alma penada”. Essa ainda é a ideia que temos da alma. UM FANTASMA assustador dentro de nós. Mas entendo que se a vermos como algo concreto, assim como o nosso “corpo físico”, ou seja, como sendo o próprio corpo (cérebro), não sofreríamos tanto, pois saberíamos lidar melhor com ela, assim como lidamos com o nosso estômago, por exemplo, onde sabemos que certos alimentos nos fazem mal, os quais não podemos comer, pois dá alergia ou má digestão. Da mesma forma, a alma pode ser conhecida como sendo física e palpável. Quem sabe, podemos administrá-la melhor se não vermos a tanto como um fantasma metafísico, e entendermos que podemos cuidá-la como qualquer parte do corpo, pois ela é o corpo, ela é física, e do cérebro somatiza, ou seja, gera sintomas em todo o corpo. Percebamos, que quando estamos mal humorados, o corpo é afetado, ou quando o corpo é afetado, o humor também pode ser alterado. Quando ouvimos música, a mente trabalha, enfim, se prestarmos atenção no nosso cotidiano, perceberemos a mente no físico e o físico na mente, porque é o mesmo, é o mesmo sujeito, é o mesmo Eu.
Bem, apesar de tantos estudos e informações, a alma não deixa de ser misteriosa, a mente ainda tem seus segredos e sempre terá.   

—O crescimento gradual de algo aumenta a chance de um ÊXITO permanente ou mais duradouro. Por outro lado, o SUCESSO é a fruto de uma ascensão rápida, tão rápida quanto a sua queda. Vivemos em  uma Sociedade de SUCESSOS, porém, de pouco ÊXITOS.

—Entendo que certos comportamentos jamais serão removidos, apenas serão controlados. Se tentamos removê-los vivemos em constante aflição.

—O Homem sempre desejou ser curado da sua existência. Sempre teve o anseio pela liberdade de si mesmo. E para isso procura os seus meios. Um meio muito procurado são os sistemas teológicos, como o cristianismo, por exemplo, no qual muito se ouve canções do tipo "cura-me e liberta-me"...

—O cristianismo, enquanto sistema teológico  tem uma origem imperial, e consequentemente sofreu manipulações de mãos que forjaram interesses próprios. Manipulação extremamente natural, pois é um sistema de homens que possuem mãos.

—O limite de um pode não ser o limite de outro. Três latas de cerveja, por exemplo, podem deixar alguém embriago, porém, outro pode precisar apenas de uma para perder a consciência. O meu muito pensar pode ser demais para alguém, ou vice versa. Por isso, entramos em um grau de dificuldade ao julgarmos o ponto de equilíbrio do outro baseando-se no nosso próprio equilíbrio. O limite de um pode não ser o limite de outro.

— Se até os nossos olhos captam as imagens invertidas, ou seja, fora da posição correta, as quais são pelo cérebro interpretadas. Por que defendemos tanto a nossa visão, se tudo o que temos é uma vida baseada em interpretações?!

— Se repararmos a vida é cheia de pequenos prazeres, mas não menos significantes. Há prazer nos olhos, no ouvir, no tocar, no cheirar, no sentir o gosto de uma fruta, de uma comida que se gosta, até mesmo há prazer nas coisas que consideramos mais sujas, como urinar e defecar. No entanto, buscamos os prazeres artificiais e mais complexos.

— Na minha perspectiva,   A MULHER É TÃO SEXUAL quanto o homem, no entanto, é menos visível nela esse desejo, pelo menos há alguns anos atrás. Mas enfim, entendo, que o fato do homem ser visto como mais sexual que a mulher, venha de uma cultura histórico-familiar, pois desde pequena a menina ouve quando de alguma forma tenta mostrar a sexualidade " tira a mão daí menina, você é mocinha, mocinha não faz isso!" , ela foi reprimida e lhe imposto vergonha. Já o menino é estimulado a mostrar sua virilidade. Com isso, cria-se uma cultura, mas para mim, a mulher é tão sexual quanto o homem.

— SEXUALIDADE – O Caminho ao Paraíso

Antes de iniciar o assunto, gostaria de deixar claro que esse texto não tem por intenção incentivar a sexualidade sem limites e promiscua irresponsável, apenas proponho um pensamento sobre o caminho ao tão desejado paraíso.
Pois bem, por vezes, tenho falado sobre o paraíso como sendo uma representação gerada em nossa psique (mente, alma), imagem criada a partir da nossa estadia no ventre, no útero materno, isto é, o ventre do qual viemos, segundo penso, nos é a imagem do paraíso. Fomos expulso dele por meio das contrações, tivemos o cordão umbilical rompido, e desde então buscamos esse retorno, essa religação, simbolicamente um retorno ao paraíso, o lugar de aconchego, acolhimento, provisão, segurança, tranquilidade, quietude, calor [...], tal como no útero tínhamos.
Pensando mais um pouco, percebo que há um caminho para chegar ao paraíso novamente ( ou pelo menos o mais próximo dele), caminho que está também gravado na psique do Homem. Qual seria esse caminho? Bom, deduzimos o caminho de volta, pelo caminho da saída. Por onde saímos do ventre? Saímos pela vagina, isso de forma natural e normal. Como chegamos ao ventre materno? Naturalmente pelo mesmo caminho, isto é, pela vagina. Qual o processo para a nossa chegada no útero? Chegamos por meio de um estímulo sexual prazeroso, o qual produziu o gozo, a ejaculação, orgasmo, o sêmen (semente). Surgimos do prazer e da satisfação. Fomos produzidos no saco escrotal de nosso pai, percorremos o pênis até chegarmos na vagina, para então encontrarmos o útero.
Creio que não é a toa que vivemos buscando a satisfação e o prazer. Desejamos algo que nos ESTIMULE ao GOZO na vida. Essa é a mentalidade de SEXUALIDADE, ou seja, uma busca pela estimulação ao gozo. Logicamente, que esta estimulação pode vir de muitos lugares, situações coisas ou pessoas. Ela nos conduz a sensação de retorno ao paraíso. Mas além do conceito de sexualidade simbólico, não descarto a sexualidade física, isto é, a relação sexual propriamente dita.
E creio que o sexo, enquanto ato sexual carnal e físico, seja a nossa principal busca por estimulação ao gozo e retorno ao paraíso, pois é o que está mais próximo da situação real vivida na gestação. Quem sabe, seja o objetivo de tudo o que fazemos na vida, mas um objetivo oculto, muitas vezes imperceptível, pois viemos de uma sociedade em que o sexo era considerado pecado e sujo, por isso, quanto menos expor esse desejo e menos se falar sobre ele melhor é. Melhor deixar escondido, mas ainda que escondamos ela aflora nos sonhos noturnos, como uma forma de mostrar o que está em nosso inconsciente. Quantos de nós (homem e mulher) já não tivemos sonhos eróticos? Na minha perspectiva,   A MULHER É TÃO SEXUAL quanto o homem, no entanto, é menos visível nela esse desejo, pelo menos há alguns anos atrás. Mas enfim, entendo, que o fato do homem ser visto como mais sexual que a mulher, venha de uma cultura histórico-familiar, pois desde pequena a menina ouve quando de alguma forma tenta mostrar a sexualidade " tira a mão daí menina, você é mocinha, mocinha não faz isso!" , ela foi reprimida e lhe imposto vergonha. Já o menino é estimulado a mostrar sua virilidade. Com isso, cria-se uma cultura, mas para mim, a mulher é tão sexual quanto o homem. E falando do masculino, o homem em certa época de sua vida, tem a polução noturna, que é uma ejaculação enquanto dorme movido por sonhos eróticos.
Não é a toa que temos a sensação de que quando encontrarmos a pessoa "certa", o amor ideal, seremos plenamente felizes, teremos o gozo que sempre desejamos. Para mim, essa busca do amor ideal, ou da pessoa ideal, seria a busca pelo caminho do paraíso(ventre), a busca não seria pela pessoa em si, mas inconscientemente pelo pênis ou vagina dela.
Enquanto Homens, buscamos esse caminho gravado em nosso inconsciente. O Homem sempre foi um ser voltado ao sexo, sempre buscou o sexo, e vemos isso na cultura dos povos em seus vários cultos a fertilidade. Porém, nas sociedades passadas, era menos visível, e hoje, está mais às claras. Hoje, percebe-se que ao encontrar alguém, busca-se saber se o potencial sexual é bom. Por que? Como disse, para mim, é a busca interna do Homem por saber se a união com o outro possibilitará a entrada no paraíso (ventre). Certamente, que constante é a nossa busca, pois ninguém enquanto ainda vivo pode permanecer no paraíso.

— Há momentos em que o silêncio é a melhor opção, pois a fala cabe a quem sabe ouvir...

— Para mim, todo Homem é politeísta por natureza. Tem vários deuses, muitos ídolos e totens, apenas não se dá conta que os tem. Acha que seu “deus” é somente aquele a quem ele assim chama, mas os que não são chamados desta forma, os que não recebem o título explícito de "Deus" são os mais presentes, cultuados e ativos na nossa vida como humanos.

—Os órgãos genitais do homem são externos enquanto da mulher são internos, talvez, por isso, a sexualidade do homem é mais atraída pelo externo, corporal, visual e físico, e a mulher pelo interno, ou seja, emoção, sentimento, afeto.... O homem é corpo (fora), a mulher alma(dentro), e dá união nasce o ESPÍRITO, palavra que etimologicamente é “sopro”, isto é, o fôlego de vida.

— O Homem é um Ser naturalmente rejeitado, envolvido no sentimento de rejeição. Vive em busca de uma aceitação. Pois o mesmo útero que o acolheu é o mesmo que o expulsa por meio das contrações

—FELICIDADE - O ANZOL DO SISTEMA

Inventamos essa tal de felicidade, ou melhor, demos esse nome ao sentimento que não conhecemos muito bem, mas para mim, é aquela sensação de ocultamento da existência sofrida e esquecimento de si mesmos que tínhamos na gestação.
Se repararmos as pessoas sentem essa sensação no momento em que conseguem esvaziar a mente, esquecer que existem.
Mas enfim, ela se transformou tomando formas e conceitos durante a história, e hoje se tornou o anzol publicitário para pescar os consumidores da Sociedade Capitalista.
E o que é o anzol, senão propaganda  enganosa que prende. A publicidade busca despertar o desejo inconsciente que há Homem.
Essa tal Felicidade nunca foi tão comentada quanto na pós modernidade. Infelizmente a busca por ela, é para muitos a infelicidade.
Pois o que seria a infelicidade, senão a ausência da Felicidade que não se encontra. Ou seja, a pessoa ao não encontrar a felicidade proposta, acha que tudo o que tem é a infelicidade.
Se não a buscássemos, talvez, seríamos de fato mais "felizes". Se não corrermos tanto atrás dela, talvez não a atropelemos, e sintamos as sutilezas alegres da vida.

— Engraçado como as pessoas têm pavor de pensar um pouco mais longo. Pensar é ver além do muro, e há quem não queira ver e permaneça com o pensamento curto. Tem pavor do que pode encontrar. Tem pavor do ateísmo e da loucura. Isso é um sofisma histórico, uma herança do imperialismo e inquisição. Pois pensar é a arma contra o império, por isso, não é nada vantajoso um povo que pensa estruturadamente, que percebe, que questiona, que vai além do dito. Da mesma forma para inquisição não é nada bom ter pessoas que pensam, é melhor deter o poder do conhecimento. Isto é o que ocorreu nos episódios dos Impérios e das Inquisições. O pensamento inibido é uma forma de manter o domínio. Desta forma, muito se diz para quem está começando a pensar longo " cuidado para não enlouquecer" "Cuidado para não virar um ateu", "CUIDADO!" Mas quem tem medo de pensar longo, para mim, já é um louco, já é um ateu, pois no fundo sabe que não pode sustentar seu conhecimento e sua crença. Já não crê, já não é são!

— A sensação de "felicidade" está no esquecimento de si mesmo, no ocultamento da vida, na negação da existência sofrida. Por isso, o mercado do entretenimento cresce a cada dia, pois o entretenimento promove a amnésia temporária  Ouvimos constantemente em algum lugar "relaxa, esquece!", seria o mesmo que dizer "seja feliz, esqueça!". O entretenimento pornográfico consideravelmente também cresce, pois o sexo é um bom meio de esquecimento de si mesmo. Segundo estudiosos, o momento do orgasmo, do clímax no sexo é o momento em que não se lembra do próprio nome, ou seja, não lembra-se de quem é, e por isso, a sensação de extrema felicidade. Os vícios geram tal ocultamento da existência, sendo, portanto, difíceis de serem deixados. A "Felicidade" está antes de nascermos para a vida, quando estávamos ocultados no ventre materno, sem lembranças. Livres de nossa consciência.                         

—Muitas informações geram a sensação de desorientação. Pois de tantos caminhos não se sabe por qual seguir. Talvez, por isso, hajam tantas pessoas desorientadas, pois vivemos na era da informação.

—Desde criança tomamos remédios para o corpo, e muitas vezes não gostamos de tomar, mas quando necessário precisamos do medicamento mesmo sem vontade e isso para melhorarmos. No aspecto emocional não é diferente. Quando estamos desanimados, angustiados, ansiosos [...] precisamos de um remédio (não farmacológico), o qual pode ser: sair, dar uma volta, ouvir uma música, conversar com alguém, ver uma paisagem... porém, quando se está emocionalmente abatido alguns não têm vontade de sair, ouvir música... principalmente, os mais melancólicos. Mas assim como o remédio para o corpo, o remédio emocional também precisa ser tomado sem estar com vontade. Geralmente, ouvimos “ ah não tô com vontade de sair, não quero conversar”, mas isso pode ser o remédio para melhorar.

—As pessoas que mais sofrem são aquelas que dependem emocionalmente do outro. Colocam a sua “felicidade” e “bem estar” nas mãos alheias. E o pensamento que há (inconsciente ou consciente) é que esse tem por obrigação fazer-lhe sentir-se bem. Tal tipo de pessoa tem dificuldade em aproveitar a vida quando o outro não lhe supre o desejo expectado, pois a sua vida emocional não está sob seu domínio. Geralmente ocorre uma manipulação emocional por parte do dependente para conseguir o que deseja.

—Tenho percebido o quanto mentimos sem a consciência de que mentimos. É um elogio, um cumprimento, no início de um relacionamento... Muitas são as formas de mentira ou falsidade. Mentimos para nós mesmos quando acreditamos estar falando a verdade.

TUDO GIRA EM TORNO DO NOSSO UMBIGO? Talvez haja uma verdade nisso, pois o nosso umbigo é literalmente o centro do nosso corpo. Se fizermos uma circunferência, como se os braços fossem um compasso, teremos o umbigo como centro. Com isso, tenho a minha teoria, que há algum tempo tenho pensado, a qual é que o Homem a partir do nascimento, quando tem o seu cordão umbilical cortado, passa a viver a vida em busca de RELIGAR esse cordão, ou seja, vive buscando algo que o faça retornar ao ventre, ao paraíso de aconchego, suprimento, alimento, calor, afeto... O buraco em nossa barriga acaba sendo o motivo da nossa existência.

— Hoje, vejo que a religião está muito além das nomenclaturas "cristianismo, islamismo, espiritismo...". Para mim, religião é tudo aquilo que faz o homem se sentir "religado", é a busca do Homem por religar o cordão umbilical ao paraíso (ventre), aquilo que foi cortado no nascimento. Essa religação pode ser expressa em muitos contextos, desde o trabalho, filosofia, faculdade, na igreja, terreiro, enfim, tudo o que traz a sensação de religação , aconchego, segurança provisão.. Hoje, não vejo isso tão ruim, vejo uma necessidade natural do Homem para aliviar a sua dor existencial. Mas a questão é essa: o EXTREMO, o FUNDAMENTALISMO, quando não se vive essa religação (religião) apenas para si , e entende-se que o outro também precisa dela, da mesma forma que "eu a tenho", mas não apenas desejando que o outro acredite no que "eu acredito" e sim VIOLENTANDO, INVADINDO O LIMITE DO OUTRO. Isso já é uma forma "desiquilíbrio psicológico", ocasionado por algum motivo, e eu compreendo que seja principalmente por uma situação de rejeição. Neste ponto, vejo o Cristianismo como muito fundamentalista, que tenta impor os seus fundamentos, tidos como única verdade, a qualquer custo. Percebendo-se a utilização do medo como mecanismo de domínio e controle, e isto vem desde muitos anos.Vejo que na idade média, a imagem do inferno e o diabo foi muito aprimorada, justamente para que as pessoas comprassem seus terrenos no céu e pagassem suas indulgências.  Infelizmente, grande é o número de órfãos nesta era, e isto gera pessoas violentas, que violam mais, desconhecem o seu próprio limite e consequentemente o do outro. Hoje, tenho percebido que quando se compreende que o Homem nunca teve verdades absolutas e somente meias verdades e interpretações do mundo, que na história não existem fatos plenamente concretos e sim reinterpretações, assim como fazemos na nossa história pessoal. Não há razão de ter a sensação de obrigação por impor algo que acho ser verdade ao outro, pois tudo o que tenho é apenas a minha INTERPRETAÇÃO do mundo a minha volta. Mas enfim... UM PONTO DE VISTA.

— Todos os seres vivos têm dentro de si uma semente.O Homem também tem e se chama "sêmen". Porém, se olharmos para além da fisiologia, podemos compreender que todos nós temos uma semente vital, é a qual é a nossa contribuição para sobrevivência do mundo e que por um tempo é cultivada em nossas vidas, para que no tempo oportuno venha a germinar para então dar seus frutos, e consequentemente gerar um ciclo de produtividade. É um processo natural, e nesse processo existem pessoas que entram na nossa caminhada, que ao mesmo tempo que se "alimentam" de nós também nos ajudam como a abelha que espalha o pólen, a gralha azul que carrega o pinhão, ou simplesmente como o vento que leva a nossa semente para lugares inimagináveis.

— Vivemos em  uma era onde novas patologias psíquicas estão sendo catalogados pela OMS(Organização Mundial da Saúde). Teorias  surgiram com a psicanálise de Freud (séc XIX), Lacan (séc XX), dentre outros. Portanto, muitos diagnósticos e estudos ainda são recentes. Infelizmente, alguns desses diagnósticos estão sendo dados de forma precoce, e pessoas acabam tendo o que na verdade não têm. Na medicina corporal, vemos diagnósticos precoces e errôneos também. Alguém, pode ir a um médico com dor na perna, por exemplo, e ouvir que não tem nada, basta apenas repousar, mas outro médico pode dizer que a perna precisa ser amputada. Isto também pode ocorrer na área psicológica. Um sintoma ou mais não quer dizer necessariamente que haja alguma patologia. Escrevo isso, porque vejo pessoas ouvindo muitas coisas sobre doenças que estão na moda, como depressão e transtornos, e acabam achando que tem, pelo fato de se impressionarem. E de fato, acabam tendo, porque a frequente palavra que ouvem gera sintomas reais.Mas muitas patologias ainda estão em estudo, e sempre estarão.

—Não adianta muito ter informações e conhecimento sobre um carro e seu funcionamento,se ao sentar atrás do volante não se sabe como fazê-lo andar.

— HUMOR NOS OLHOS

Em nossos olhos existem dois líquidos chamados HUMOR aquoso e HUMOR* vítreo. Isso compõe a nossa fisiologia e tecnicamente não diz respeito ao Humor enquanto estado emocional, porém, para mim, não é a toa que estas palavras estejam nos olhos, isso me mostra que há HUMOR EMOCIONAL nos nossos olhos, isto é, a maneira que vemos o mundo a nossa volta, a forma como captamos a imagem interfere em nosso HUMOR, em nosso estado emocional.
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*Humor vem da palavra latina "humóre", cujo significado é líquido, provém da medicina grega, a qual acredita que há no corpo quatro líquidos que promovem o equilíbrio (homeostase) do Homem. São esses o sangue, fleuma, bílis amarela e bílis negra. Quando há um desequilíbrio desses líquidos (humor), a pessoa se torna mais sanguínea (sangue), fleumática(fleuma), colérica (bilis amarela) ou melancólica (bílis negra).

— Todo Homem tem dentro de si desejos bons e maus, não prejudiciais e prejudiciais. Temos ódio, raiva, mágoa, vontade de bater no outro, vontade de ofender com palavras e até vontade de matar. Quando um desejo se vira contra nós, cabe a nós dominá-lo. Isso é o que nos diferencia dos outros animais, ou seja, não agimos somente pelo impulso do instinto, o leão que está com fome, por exemplo, vai e mata a zebra, mas não está preocupado com a imagem que vão ter dele, ou como isso pode afetar a moral do grupo. Ele não tem a ideia que matar a zebra é antiético. Nós temos a capacidade de racionalizarmos dentro de uma moral e ética, embora nem sempre usemos esta capacidade natural humana.

Gên 4:7 [...] o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo.

— As melhores aulas de psicologia e psicanálise que eu já tive foram nas convivências nas ruas, nas Casas de recuperação, Centros de Apoio, hospitais, e principalmente nas vivências dentro da minha própria casa e nas inquietas madrugadas. Os livros me deram informações, mas as experiências me deram sentido e conhecimento de causa.

—Projetamos e fazemos planos para o nosso dia que se inicia, porém, no final dele percemos que nem tudo saiu como planejamos. Isso nos mostra que a o curso da vida não está sob o nosso total controle, acontece sem o nosso consentimento, sem a nossa consciência. Assim como o nosso cérebro, cujo funcionamento, em sua grande parte, ocorre sem a nossa percepção.

—Temos a tendência de centralizar a nossa atenção à determinadas pessoas ou temas. Mas compreendo que durante a nossa caminhada se faz importante a descentralização dos olhos e ouvidos para lermos e ouvirmos palavras novas!! Desta forma, ampliamos a visão e o sentido do nosso mundo interno e externo.

— A SOCIEDADE COMPETITIVA GERA PESSOAS MAIS INFELIZES

As pessoas mais infelizes são aquelas que mais se comparam com as outras, pois pensam da seguinte forma: “Ele tem e eu não tenho!”, “O outro viajou e eu não!”, “O filho do vizinho se formou e o meu não!”, “O outro é feliz e eu não”, “A minha amiga tem dinheiro e eu não”, etc...
O momento em que esse tipo de pessoa se sente mais feliz, é quando na comparação com o outro ela sai ganhando, ou seja, é o momento da tristeza, da perda e do choro alheio. Ela se sente bem no mal do outro, pois ao se comparar há o pensamento inconsciente(ou consciente) : “ Eu estou melhor que ele”, “Eu tenho o carro e ele não”, “Agora eu tenho mais dinheiro que o vizinho”, etc...
Portanto, essa infelicidade é acompanhada da inveja e auto estima baixa, isto é, do desejo de ter o que o outro tem, o não contentamento consigo mesma e a vitimização. Geralmente, tais pessoas se colocam como menosprezadas e vítimas e para que se sintam com a auto estima mais elevada o outro precisa estar rebaixado, porque a condição do outro é como um medidor: "se o outro está bem, eu estou mal", "se o outro está mal, eu estou bem!".
A vida se torna uma competição, onde alguém precisa estar no lugar mais alto do pódio. Alguém precisa ganhar. A derrota de um é a vitória de outro. E por isso, há sempre uma comparação para ver quem está na frente. Infelizmente, a meu ver, a Sociedade competitiva atual não gera ganhadores e sim, pessoas mais infelizes.

—A  cultura dos povos da antiguidade se baseava nos deuses que tinham. E por isso a palavra “cultura” provém de “culto”, ou seja, a cultura de um povo de forma de acordo com o culto que ela presta. Quantos mais deuses melhor e mais poderoso o povo. Os povos disputavam quais deuses eram mais fortes. O povo hebreu, segundo consta na bíblia, era povo de um só deus, e isto despertava a ira dos outros povos.

—AS PÁSCOAS

Os "mundos" capitalista, judaico  e cristão estão em comemoração , baseado-se na Bíblia cristã ou Torah judaica.
Para o cristão, é tempo da Páscoa, cuja visão maior é a ressurreição de Jesus, mas esta visão subdivide-se entre os cristãos católicos, protestantes, ucranianos[...]. Para o judeu, comemora-se a Pessach, sendo o ponto alto a saída do Egito. Para o mundo capitalista é uma boa oportunidade de lucro, utilizando-se da imagem do coelho e do chocolate. Muitos outros povos celebram a Páscoa e cada povo tem a sua tradição, interpretação e crença e há quem tenha todas as tradições, ou seja, há quem faça uma junção entre todas as visões unindo Jesus, Egito, coelho e chocolates.
Páscoa vem do hebraico Pessach, cujo significado é "passar por cima". Interessante como os conceitos se transformam dentro da cultura de um povo. O que originalmente era para ser um momento amargo de memória, como descreve o texto que temos (Ex 12), ou seja, uma situação de dor, morte, sangue, lombos cingidos, sandálias nos pés e cajado na mão, comer às pressas, sacrifício, ervas amargas, pão sem fermento, entrada no deserto, início de um processo sofrido no lugar árido, vigília[...]. O Povo por causa do sangue nas portas não morreu no Egito, mas MORREU no deserto. Bom, resumindo, antes de ser vida era morte. Porém, esse momento amargo se tornou em uma comemoração DOCE com chocolates.
Não quero aqui dizer que tais costumes vem de uma religião do paganismo, ou que vem disso ou daquilo, ou ainda o que é certo ou errado, até porque creio que não há como fazer isso. Apenas estou trazendo como cada cultura tem a sua forma de crer e interpretar algo. A visão na história vai se transformando pelas tradições, tomando uma nova forma segundo as interações dos homens entre si.
Ninguém esteve com Moisés ou com o povo hebreu naquela época. Não há testemunhas oculares, logo, não se sabe exatamente o que aconteceu, ou quando aconteceu. Tudo o que temos são textos, os quais não são autorais, ou seja, não são originais. Textos que sofreram com a ação do tempo, passaram por mãos de tradutores durante milhares de anos, acrescentaram-se as tradições e as interpretações. E quanto a data, os calendários que hoje temos como o Gregoriano e Judaico não correspondem ao calendário do tempo descrito na Bíblia (ou Torah).
Portanto, que cada um faça a sua Páscoa segundo a sua maneira de ver e crer. E se nada vê que nada faça.

— Vejo que há uma diferença entre ter ESPERANÇA e ter EXPECTATIVA. Ambas estão ligadas a condição de ESPERA, porém uma espera o certo e a outra espera o incerto. Uma traz a ansiedade boa,e a outra gera a ansiedade nociva. Por exemplo, uma mulher está grávida esperando um filho. Ela não tem dúvida que o filho virá, isso lhe faz bem, ainda que possa ocorrer algo que interfira na ordem natural e cause um aborto, ela naturalmente acredita que o filho nascerá. Isso é a sua ESPERANÇA.
Já a EXPECTATIVA está na espera incerta, não se tem certeza. Vejamos novamente o caso da mulher grávida. Quando ela está grávida ela ESPERA o filho, mas fica na EXPECTATIVA quanto ao sexo da criança, ou se nascerá sem alguma anomalia. Esse tipo de pensamento duvidoso gera a ansiedade nociva.
A ANSIEDADE está presente nas duas formas de espera, pois é uma sensação de inquietação e insegurança que surge do tempo da espera, porém, na ESPERANÇA ela vem acompanhada dos hormônios adrenalina e dopamina(prazer) e na EXPECTATIVA o nível de ansiedade é maior e pode se tornar não saudável com o hormônio Cortisol. Talvez, seja por isso que nos dias atuais o nível de ansiedade das pessoas está elevado, pois há pouca certeza na vida e muitas dúvidas, e o aumento de opções para decidir por algo aumentou, isso favorece o aumento da ansiedade, pois ela se alimenta da dúvida.
A vida não é exata, e precisamos aprender a conviver com a incerteza dos caminhos que a vida nos propõe, porém, a dúvida que apresento aqui, é a dúvida gerada pelas imposições da forma de ser da Sociedade Capitalista, tal como esperar alcançar padrões ilusórios de status, beleza, riqueza e felicidade. Isso gera muita EXPECTATIVA e pouca ESPERANÇA.

— "Dominar" o inconsciente é ter consciência dele, pois o conhecimento de algo nos dá poder sobre esse algo. Do contrário, somos dominados.

—Os cinco sentidos do corpo (audição, olfato, tato, visão, paladar) são as portas da alma(psique). Eles permitem a entrada e a saída do inconsciente. Quantos de nós ao VER uma imagem de um chocolate na propaganda de televisão já não disse: "Humm, que vontade de comer chocolate!"? Este é um exemplo de que a imagem captada pela visão despertou o desejo inconsciente, o qual até então, não sabíamos que tínhamos, soubemos a partir do momento em que vimos a imagem. Outro exemplo é quando sentimos o cheiro de um perfume, e isso nos desperta a saudade de alguém, que até então estava inconsciente. Da mesma maneira que os sentidos permitem que o inconsciente da Alma (psique) aflorem e saiam, eles também permitem a entrada de novas informações à psique quando vemos algo novo, cheiramos algo novo, tocamos algo novo, ouvimos algo novo. Nisso, o inconsciente vai sendo preenchido com novidades.

—O belo da linguagem poética está na interrogação, na dúvida e na incerteza expressa nas palavras!

—Às vezes, tudo o que precisamos é de alguém que veja em nós a capacidade que não vemos. Que acredite em nós quando estamos céticos. Que sonhe por nós quando estamos acordados demais!!

—A arte nasce de mim ou eu nasço dela? Não sei! O que eu sei é que este processo de nascimento
ocorre pela necessidade que tenho em me comunicar.

—Estive pensando sobre o êxito de um livro ou um texto em qualquer outro formato.
Compreendi que existem três grupos de leitores: os leitores CONSUMIDORES, os consumidores LEITORES e CRIANÇAS leitoras.
O primeiro grupo é constituído pelos leitores apreciadores da leitura, os quais se alimentam das palavras e da vida do autor como um ritual antropofágico. São leitores antes de se colocarem como consumidores do Mercado Capitalista. Para esses, um livro (texto) para ter sucesso não requer um grande número de páginas. Não requer "mania de grandeza ou beleza estética". Basta que a tinta do livro seja o sangue do autor!
O segundo grupo é formado por aqueles que leem segundo a moda do consumo exposto no Mercado vigente. ANTES de serem leitores são CONSUMIDORES. São os leitores da VITRINE. Para esses, o sucesso de um livro (texto) exige fama, imagem e nome.
O terceiro grupo são leitores não exigentes quanto ao conte. São crianças antes de serem leitores. Na verdade, não gostam de ler e sim, de tocar, pegar e ver. São como as crianças que ainda não aprenderam o significado das palavras, mas se deliciam quando pegam um livro na mão, fazem disso uma grande alegria e brincadeira. Para esses, o êxito do livro (texto) não está nas suas palavras, mas na distração que ele produz.

—Quando éramos crianças a vida era latente em nós. A vida nos era interessante, pois nos despertava a curiosidade. Éramos curiosos. A curiosidade desperta a imaginação, a imaginação gera o interesse, o interesse faz nascer o desejo e o desejo motiva o movimento.

— Ninguém alcança o coração do outro sem ter antes alcançado o seu.

—Conviveríamos melhor com as pessoas, se não nos preocupássemos com as suas crenças teológicas e as víssemos além delas.

—Todos nós temos um lado avesso, amargo e azedo!

—Não leia apenas uma poesia, cante-a no seu ritmo e na sua melodia. Encontre a música nela contida. Mas saiba que só os poetas conhecem o caminho. Se você a encontrar, certamente és um(a) poeta da vida!

—Aquele que é muito doce esconde dentro de si um grande amargo.

—Tudo na vida tem dois lados, o lado que se vê e o lado que não se vê. O lado invisível das "coisas" mostra mais sobre elas do que o lado visível.

— Acho melhor expressar meus pensamentos de forma poética, pois assim eles são lidos apenas como poesias e saem do campo do texto dissertativo, o qual, muitas vezes, traz a impressão de que se está lendo "uma verdade absoluta". Até porque creio que não temos verdades inteiras, tudo o que temos são meias verdades e meias mentiras. O Homem desde a antiguidade trabalha com "verdades" incompletas.

— Remova o sexo, o amor e a paixão do mundo e ele será sem conflitos e guerras. Mas como não pode ser removido, a “paz mundial” se torna apenas em um ideal. Eu creio que a ambição, o poder e o brincar de ser deus são frutos do tripé "sexo, amor e paixão", porém, não penso nesse tripé como apenas dentro do conceito "relacionamento homem e mulher, mas como impulsos instintivos de desejos.

—A morte é o combustível das teologias, é o motivo da existência das leis. Se ela não existisse não existiriam as Divindades, as mitologias, filosofias e leis.

—Interessante as transformações ocorridas no que diz respeito ao luto e ao funeral na sociedade ocidental. Antigamente, morríamos em casa. Hoje, morremos no hospital. Antigamente, os nossos mortos eram velados em casa, em um caixão aberto no meio da sala, onde as crianças tinham o contato direto. Hoje, vela-se o morto em qualquer outro lugar, menos em casa, e as crianças são privadas de terem contato direto com o morto.

—Tem gente que é naturalmente muito comunicativo e isto gera uma imagem popular e carismática. Porém, outros se esforçam, acho que este é o meu caso.

—Muito ouvimos que as atitudes comunicam mais do que apenas palavras, e isso no sentido de que devemos praticar o que falamos. Mas FALAR também é uma atitude, é uma ação muito importante, assim como o silêncio e o ouvir podem ser a prática que precisamos exercitar.

—O Homem, de forma geral, tem medo da morte, mas será mesmo da morte? Eu penso que esse medo não é o medo da MORTE em si ou somente do desconhecido que há nela. Creio que o "DESCONHECIDO" nos assusta não pelo fato de não conhecemos como será o momento da morte e nem o pós morte e sim, por colocarmos e imaginarmos nele o CONHECIDO. Como assim? Temos em nosso  cérebro o primeiro registro de uma grande dor, gritos, esforço, sangue e choro. Essa dor que marcou nossa memória inicial é a dor do nascimento. A maneira que nós viemos ao mundo nos gera medo acerca da maneira que nós o deixaremos. Não temos medo da morte, temos medo de que a morte nos seja tão dolorosa quanto o nascimento.

— Alguém que lê os meus escritos pode dizer ou pensar "depende!". E eu digo "sim,depende! E o que não depende!?" Até o "depende" depende! Depende do que? Da posição em que nos encontramos na vida! Bom, depende!

—Muitos escondem, e não se apercebem que escondem os seus pensamentos que vão contra o pensamento comum da multidão, e isso fazem pelo medo de serem julgados e condenados.

— "Eu sou o caminho a VERDADE e a vida...." Declara o texto bíblico. E nisso, eu percebo que o que temos por VERDADE está ENTRE o caminho e a vida, ou seja, a nossa verdade, ou que achamos ser verdade, surge da união entre o caminho que trilhamos e a vida que decidimos viver.

— A palavra é vazia em si mesma. Nós a preenchemos com nossos conceitos históricos, familiares, teológicos [...] de acordo com o contexto no qual estamos. Uma palavra pode mudar o seu sentido se for transportada para outro contexto ou época. Por exemplo, a palavra "fé" dentro de um templo evangélico tem um conceito, dentro de uma sinagoga judaica tem outro conceito, e dentro de uma favela carioca entre os traficantes adquire outro significado...

—Até ontem queria converter o mundo às minhas verdades.Hoje, já não estou tão certo disso, até porque não tenho mais verdades tenho apenas testemunhos.

— Perguntas sem respostas só geram possibilidades. Por isso existem muitas teorias, muitos deuses, mitologias, teologias, filosofias, livros sagrados, poesias e tantas outras “logias” acerca da existência humana.

—Temos conhecimento de que muitas ações fazem mal a nós e ao planeta. Conhecimento não nos falta, pois temos muitas informações acessíveis, o que nos falta é a CONSCIÊNCIA.

—A vida do homem não é sustentada somente por aquilo que chega ao seu estômago, mas também pela palavra que chega aos seus ouvidos...
"Nem só de pão viverá o Homem, mas de toda a PALAVRA que procede da boca..." (Bíblia Dt 8.3 / Mt 4.4 )


—Percebo, por experiência e convivência, que no meio do cristianismo, principalmente, ( pois é com o qual eu tive contato pessoal) oferecem-se muitos jejuns à Deus, os quais estão ligados ao sofrimento e a dor, algo como penitência e renúncia do corpo. Abstém-se de coisas que se gosta e que dão prazer. Fica-se sem comer a comida favorita, deixa-se de entrar no facebook, enfim, muitas são as abstinências e os sacrifícios.E penso, que se formos sinceros, não acharemos muito prazer em ficarmos muitas horas em oração e leitura exaustiva da Bíblia. E justamente, porque se tem isso como uma penitência, na maioria dos casos para se sentir mais "bonzinho-santo", digno do Céu, e merecedor da atenção de "Deus". Imagem muito observada na idade média, nas escuridades  das Catedrais. Muitas horas de joelho, ganchos na virilha, sinto e voto de castidade[...]. Parece-me que Deus, segundo creem, está se alegrando com o sofrimento e a dor.  E nisto se percebe claramente o ascetismo* presente. Lembro do texto de Cl 2:16-23, pelo o que se sabe, escrito por Paulo, onde ele não é favorável as práticas ascéticas de alguns, os quais falavam "não toque nisso, não coma isso.. " . E diz para aqueles a quem ele estava escrevendo, para que não dessem atenção a esses ascéticos, os quais os julgavam por comer, e celebrar festas. E a pergunta que eu me fiz: " Por que não se oferece a Deus a não abstinência de coisas boas? Como comer a comida favorita por uma semana, fazer uma viagem ao lugar que sempre quis..." Parece que isto não tem valor, pois o Deus "ascético" pede sacrifício, dor, sofrimento, morte do eu, morte da carne, negação do prazer físico. O jejum se tornou uma forma de amenizar uma culpa e se sentir melhor perante deus e consigo mesmo, seria como uma autoflagelação. Não quero dizer com isso que as pessoas precisam parar com os seus jejuns. Cada um sabe o que lhe é importante e bom. Apenas estou colocando um pensamento meu a quem interessar.

—A aparência física existe para nos diferenciarmos uns dos outros e não para nos compararmos.

—A saudade é o que traz de volta...

— Não somos totalmente livres e nem podemos ser, assim como um pássaro que voa também não é. Existem a força da gravidade, do vento, do tempo, da chuva, da densidade do ar [...] que interferem no bater das asas e no curso do voo.

—Crescemos com um pensamento fragmentado sem muita continuidade, pois desde crianças ouvimos uma  campainha, tal como um sinal de uma fábrica, separando nossos pensamentos na escola. 

— Estava-me lembrando dos retiros da igreja com os amigos. Momentos prazerosos que me marcaram na adolescência e pós adolescência. Não importa se hoje eu penso de força diferente, não lembro com desdenho o que eu vivi, pelo contrário, recordo com alegria e gratidão, pois aquele momento era o meu real, era o que dava sentido à minha vida. Não importa se hoje mudamos a nossa maneira de pensar ou nossas crenças sobre algo, creio que não precisamos desdenhar o que vivemos, pois o momento em que vivemos nos era real, era o nosso sentido, a nossa verdade, o nosso certo.

—Entender que a vida segue seu curso naturalmente é essencial. Há momentos que exigem uma intervenção mais ativa, tal como em um parto quando ocorre situações adversas, mas NATURALMENTE, se tentarmos forçar o nascimento antes do tempo podemos causar um aborto.

—Por mais que a criatividade da criança tenha que ser preservada, a sua ação deve ser limitada. Um artista que aprendeu o limite de sua ação pode ser um grafiteiro, mas um artista sem limites pode se tornar um pichador ou vândalo.

—Se nós ampliarmos o conceito de Arte, podemos compreender que Arte é o resultado de um processo criativo. Portanto, tudo pode ser Arte. O mundo é Arte. O Homem é Arte. Todo trabalho realizado é Arte.

—“Ei menino tá fazendo ARTE?!! PARE já com isso!!
Crescemos associando arte com bagunça, desordem, sujeira, irresponsabilidade, algo inapropriado e perigoso, coisa de menino levado e “capetinha”. Infelizmente, muitas crianças são atrofiadas na sua criatividade por confundirmos Artista com Arteiro!

— Muitos têm dificuldade em saber o que querem fazer na vida. O que realmente gostam? O que querem fazer? Bom, além de uma auto análise e uma boa conversa consigo mesmo, vejo que o experimentar novas situações e oportunidades pode ser algo muito válido para se auto descobrir.

—O estresse vem pelo esforço em realizar algo que não se quer fazer e não se entende o motivo pelo qual se está fazendo. Na Sociedade capitalista regida pela expressão “Time is money” (Tempo é dinheiro), criou-se a aceleração, o avião a jato, o microondas e o  “fast food”, pois não há tempo a perder. Portanto, as pessoas estão cada vez mais aceleradas e apressadas, e acabam entrando em um ativismo, ou seja, muitos afazeres preenchem o tempo vazio,  e nisto, acaba-se fazendo o que não se quer e sem o entendimento necessário, justamente pela pressão do tempo. Isso causa o estresse e consequentemente a frustração, pois não se alcança resultados satisfatórios, e o fruto é uma mente irritada. 

—Tenho para mim que um relacionamento amoroso não gira em torno do sexo e do sentimento caloroso e apaixonado, tão embora, sejam importantes, mas gira em torno das PALAVRAS, LINGUAGEM e COMUNICAÇÃO. Uma boa CONVERSA, ou seja, saber usar as palavras mais cabíveis e aprender a compreender as palavras do outro pode ser vital para a união do casal. Isto não é sinal de uma união sem problemas, muito pelo contrário, a conversa agradável ameniza os problemas. Um relacionamento sem a troca de palavras saudáveis tem vida curta e sofrida.

—A VALORIZAÇÃO DO ARTISTA E SUA ARTE!

O Artista, enquanto alguém que trabalha com o processo criativo envolvendo as artes literária, cênica, plástica, enfim, os escritores, os poetas, os atores, os dançarinos, os escultores, e tantos outros, tiveram seu tempo de valorização na antiguidade, onde a intelectualidade e a criação artística eram a riqueza de um povo.
Mas infelizmente, atualmente na sociedade ocidental capitalista, ocorre uma desvalorização do artista e sua arte, a não ser quando esse já alcançou uma fama e conseguiu estabelecer uma imagem considerável na mídia.
Talvez, hoje, a maior parte da arte adquirida pela grande massa não seja pelo seu valor em si e sim pela imagem e nome do seu autor, ou seja, o produto consumido é o nome e a imagem do autor e não a sua arte. Isto falo de forma a causar uma provocação, pois certamente existem exceções, e elas estão nos meios alternativos, no submundo do mercado capitalista.
O trabalhador, sim,  O TRABALHADOR, pois muitos em pleno séc XXI ainda consideram o artista um vagabundo que não quer estudar e nem ter um emprego braçal, e por isso quer viver a vida numa boa. Por incrível que pareça, tem gente que pensa assim.
É claro, que há quem seja assim mesmo, mas quem sabe, seja um pequena parte de uma classe de pessoas trabalhadoras, que dão muito duro, que estudam muito, se dedicam, se esforçam, pensam, raciocinam, usam a mente, a intelectualidade. NÃO É SÓ DOM ! É TAMBÉM MUITO ESFORÇO! Não é só INSPIRAÇÃO! É também muita TRANSPIRAÇÃO! O artista transpira muito para gerar a sua arte e dar beleza ao mundo de dor e sofrimento.
Assim como os gregos antigos, os quais fizeram das tragédias da vida uma bela arte e um bom motivo de diversão e riso.
Noites sem dormir, escrevendo e pensando, criando, decorando textos, compondo canções, elaborando partituras, ensaiando, pintando, escolhendo cores, treinando, calos nos pés, dedos deformados pelas sapatilhas, calos nos dedos causados pelas cordas, dor nos pulsos de tanto escrever, dor nas costas, dor na alma [...]. Este é um modo de vida  que depende de um público, talvez não dependa de aplausos, mas sim de pessoas que tenham contato com a arte gerada. É uma estilo de vida que precisa da resposta, da correspondência e manifestação visível e emocional dos apreciadores. É triste para um escritor, por exemplo, escrever um texto em que se esmerou, e não receber nenhum sinal, nenhuma resposta de que foi lido ou degustado.
Aproveitando, gostaria de AGRADECER AQUELES QUE SE MANIFESTAM DE FORMA FAVORÁVEL NAS REDES SOCIAIS AO LEREM MEUS TEXTOS E POEMAS, E AO OUVIREM MINHAS MÚSICAS, é de grande valia para mim. Gosto de um dizer do grande poeta e dramaturgo Ariano Suassuna, o qual diz mais ou menos assim: “se vocês gostaram se manifestem, deem um sinal, mas se não gostaram, por favor não precisam dizer nada”, faço dessas as minhas palavras, ou seja, se gostaram digam, mas se não gostaram não precisam dizer nada (risos).
O artista se utiliza da arte para expressar seus sentimentos, sua contemplação, para se auto compreender, mas acima de tudo isso, não faz a arte para si mesmo a faz para o mundo, a faz para a Humanidade.
Um quadro entulhado em um porão não tem sentido, uma peça de teatro sem platéia não tem vida, uma música na gaveta não alcança seu objetivo, um livro empoeirado na estante são apenas palavras sem significados.
A fama pode ser uma prisão, mas também tem seu lado gratificante, e este lado é o que, creio eu, a maioria dos artistas desejam, ou seja, a gratificação por seu trabalho e contribuição ao mundo. Nem todos querem a fama global, mas a fama de ter um trabalho reconhecido, esta sim inspira mais o artista.
A arte deve ser gerada pelo simples prazer de gerá-la como um filho e poder segurá-la nos braços. Isto me remete a Michelangelo que, segundo consta nos relatos históricos, ao terminar a estátua de Moisés, declarou: "Parla! Perchè non parla?" (Fala! Porque não fala?). Era tão vivo que faltava FALAR.
Não é bom que o artista se torne escravo de um público ou da mídia, mas é natural querer que quando o filho nasce seja visto pelos amigos, e é natural também que os amigos se alegrem com o pai. Acho que esta é a palavra que corresponde ao artista " NATURALIDADE", nada é tão bom quando é muito forçado, até mesmo a busca por reconhecimento, pois esse forçar pode fazer com que o artista se venda e mude a sua identidade, mas entendo que o reconhecimento precisa existir, ainda que em pequena escala. Compreendendo que reconhecimento não são apenas elogios e palavras bonitas, é também expresso na honra financeira. E aqui gostaria de lembrar que a palavra “honra” em hebraico tem o sentido de “sustento”, e não apenas algo “verbal”.
Pois bem, nos dias atuais, tudo gira em torna da capitalização, do marketing, da publicidade, do criar uma imagem, pois como disse anteriormente, a imagem é que vende. Tenho para mim, que o artista não é muito bom na divulgação de sua arte, e por isso, surge a figura chamada de empresário, o qual se aproveita dessa dificuldade do artista.
Mas seja como for, o trabalhador da arte nunca precisou tanto divulgar a sua obra quanto nesta era. Precisa “disputar” ferrenhamente um espaço no mundo artístico sufocado pela Cultura de Massa. E neste quesito divulgação e ajuda, tenho que dizer que os "estranhos" são mais amigos que os próprios amigos. Os amigos de casa, de mesa, de longa data, os parentes, poucos são os que se interessam nesse tipo de ajuda. Infelizmente, só aparecem quando o artista já está mais conhecido e alcançou certa fama, daí dizem "Ele é meu amigo!", "Lembra daquele dia?!".
Outro agravante é que com a internet, a obra artística é muito acessível, e por conta disso, é adquirida sem que o autor receba pelo seu trabalho e esforço. Ele precisa se alimentar, se vestir, tem  necessidades como todas as pessoas normais, mas são poucos os que compreendem isso. Lemos um poema, ouvimos uma música, vemos uma peça de teatro ou dança, baixamos livros, mas tudo de forma gratuita, e o artista fica a ver navios, passando necessidades.
Bom, estas são as simples palavras ou apenas um breve desabafo respeitoso segundo o ponto de vista de um artista, de um escritor, de um poeta, de um músico, o qual deseja que sua arte alcance o seu objetivo, isto é, o HOMEM, e que também seja reconhecida em todos os sentidos da palavra: verbal e materialmente.

—A Vida nos propõe um enigma e caso não o decifremos somos punidos com a morte. Nunca conseguimos decifrar o enigma da Vida e por isso morremos.

—Escute o que as pessoas dizem a seu respeito, mas não acredite e nem aceite tudo o que dizem, pois o que dizem é segundo a verdade delas, portanto, nem sempre é uma verdade cabível a você.

—Não foi o tempo que encurtou e sim o ativismo que aumentou. Os muitos afazeres e a aceleração do ritmo dão a sensação de que falta o tempo.

— O mundo é bom. A vida é boa. Tem muita gente boa e interessante falando de assuntos interessantes e relevantes. Mas onde estão? Estão do lado de fora do nosso mundo mal. Fora da imagem da Mídia televisiva ou impressa. Fora dos nossos pré conceitos. Fora de nossos Sistemas exclusivos e exclusivistas. Fora de nossos objetivos teológicos e econômicos. Do lado de fora ...

—O poeta não tem por intenção parar o sofrimento da humanidade, pelo contrário, se utiliza dele, e busca dar a ele mais beleza.

—O poeta é como um profeta, mas não diretamente para o outro, e sim um profeta de si mesmo, que desvenda seu próprio interior, e indiretamente alcança o outro.

— O inconsciente é o lugar onde habita a sinceridade e as muitas verdades do Homem.

— Segundo o relato bíblico, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem.(Hb 11.1). Para mim, isto significa que a Fé é a capacidade de “dominar” o inconsciente.

— O sábio e forte é aquele que conseguiu desvendar o seu inconsciente e descobrir nele as suas fraquezas e forças.

—Vejo a saudade como uma imagem secreta projetada pelo inconsciente da lembrança e despertada pelas imagens do cotidiano.

—O inconsciente é o esconderijo das imagens secretas, ou seja, imagens que estão em nossa mente, mas que não sabemos que estão. Elas revelam sentimentos, emoções, vontades, desejos[...] ocultados. A saudade, por exemplo, pode ser uma imagem secreta projetada pelo inconsciente da lembrança e despertada pelas imagens do cotidiano. O inconsciente é o lugar onde habita a sinceridade e as muitas verdades do Homem. O consciente é a ponta do Iceberg, a qual fica na superfície, já o inconsciente é a grandeza sob as águas.





— ALCANÇANDO O INCONSCIENTE DO CONSUMIDOR
  
O Inconsciente trabalha com imagens, ou melhor, é constituído e despertado por imagens. Por exemplo, os sonhos noturnos são imagens do inconsciente liberadas quando o consciente se cala, e elas podem manifestar o escondido. Percebe-se que os meios publicitários se utilizam muito das imagens com a finalidade de alcançar o inconsciente do consumidor. Isto se vê em comerciais como o do cigarro, onde um Cowboy charmoso com o poder do laço na mão cavalga em um belo cavalo no campo aberto com lindas e leves paisagens, e no final é feito o convite "Venha para onde está o sabor, venha para o mundo de Marlboro". Desta forma, o inconsciente associa fumar o cigarro com um mundo de liberdade, leveza, charme, sabor e poder de dominação. Outro exemplo, é o comercial do carro onde três jovens dentro dele, voltando de uma festa, falam das mulheres que “pegaram” na festa, e o dono do carro fala ( mostrando a imagem) que “pegou” a mulher mais bonita (o dragão- uma bela atriz global), e isto alcança o inconsciente associando o ter o carro com o ter a mulher mais bonita. Enfim, praticamente todos os comerciais publicitários trabalham dessa forma, com o objetivo de colocar imagens  e despertar o inconsciente dos possíveis consumidores. Todo Homem tem em seu inconsciente o desejo pelo Perfeito, pelo mundo Ideal, pelo bem estar, pela satisfação, pelo paraíso, pela esperança, pela liberdade, isto está na mente do Homem. A Publicidade apenas busca despertar essas imagens secretas do inconsciente. Portanto, é bom que cuidemos do nosso inconsciente, prestando mais atenção nele, pois desta forma não nos tornaremos tão influenciáveis e consequentemente seremos menos enganados pelas imagens que nos cercam, e elas estão em muitas situações, e não apenas na publicidade. E desta forma, também seremos mais conscientes de nossas ações.


—Inspiração é inspirar. É inalar o ar. É trazer para dentro. É inchar. É ter energia. É sentir a vida. E assim como não sabemos de onde vem o ar e qual o caminho do vento que mantém nossa respiração, também, muitas vezes não sabemos de onde vem o que nos inspira na Vida. A inspiração da respiração é natural. É um ato involuntário. Simplesmente acontece sem a necessidade de muitas explicações. Mas é certo que quando o ar entra em nossos pulmões nós sentimos a vida fluir e sabemos que fomos inspirados. Outra observação é que a inspiração não é contínua, há momentos necessários de expiração, ou seja, em que o velho ar precisa ser lançado fora. Mas enfim, a inspiração está ao alcance de todos, pois o ar está para todos. Não há desculpa para não se inspirar. Só não tem inspiração aquele quem já desistiu de respirar ou desertou da vida.

— Ec 3.1,2 - Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu: 2 há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou;
 O importante não é APENAS saber que há tempo para todo propósito debaixo do céu, pois qualquer "tolo" sabe, porém, só o sábio discerne o tempo e o modo de cada propósito.Ou  seja, saber qual o tempo oportuno para cada propósito e o modo como realizá-lo é mais importante. Pois não adianta querer morrer quando é tempo de nascer, e nem adianta arrancar quando se é tempo de plantar, e nem ao menos saber como se planta. Talvez, por isso, o mesmo escritor de Eclesiastes disse: " Quem guarda o mandamento não experimenta nenhum mal; e o coração do sábio CONHECE o TEMPO e o MODO.  6 Porque para todo propósito há TEMPO e MODO; porquanto é grande o mal que pesa sobre o homem." Ec 8.5,6
Mas creio que não precisa haver o peso de um ÚNICO CERTO, de uma ÚNICA VERDADE. Entendo que saber o tempo e o modo, não tem haver com fazer o CERTO, na hora CERTA, da maneira CERTA", e sim, tem haver com discernir o tempo OPORTUNO (determinado) e o modo OPORTUNO(determinado) para cada ocasião. E OPORTUNO significa "apropriado, favorável, conveniente". Vejamos o texto de Ecl - Ele fala sobre nascer, morrer, plantar, colher, abraçar, aborrecer[...], porém, ele não diz que nascer é certo e morrer é errado e nem que plantar é certo e arrancar é errado, pelo contrário, ele coloca ambos os propósitos no mesmo nível, ou seja, são propósitos naturais em que ambos podem ser certo ou errado, é algo neutro, o que pode os tornar prejudiciais é a falta de atenção na realização no tempo oportuno, favorável. Há um tempo FAVORÁVEL para nascer, e também há um tempo FAVORÁVEL E CONVENIENTE para morrer, assim como há um TEMPO e MODO APROPRIADO para plantar e arrancar, abraçar e aborrecer, e assim por diante. Ter a ideia de fazer tudo certo, na hora certa e da maneira certa é muito angustiante para o homem, pois talvez, isto nunca ocorra. A vida simplesmente acontece do seu jeito, o que podemos fazer é prestar atenção nas CONDIÇÕES FAVORÁVEIS para entrar no curso que ela está trilhando e nos proporcionando.

—Por que digo que a Natureza é o meu Livro Sagrado? Porque toda lei sagrada está manifesta e evidenciada em toda obra criada.

—Gosto de ler com os ouvidos e ouvir com os olhos!

—Os felizes demais são os loucos, os quais desconhecem a realidade ou simplesmente a ignoram.

— Desde minha infância busquei o Sagrado, mas hoje descobri que Ele sempre esteve aqui, ali e lá. Sou eu, é você, é o outro. Se nós compreendêssemos que a terra em que pisamos, a vida do outro, a nossa própria vida, a árvore que nos dá o alimento, enfim, tudo a nossa volta é o Sagrado, então, tiraríamos as sandálias dos pés. Romperíamos com os sujos caminhos. Não deixaríamos marcas na terra. Removeríamos a sola da separação. Nos fundiríamos com o Santo que está abaixo de nós nos sustentando. Por isso, quando quiser entrar na minha vida, tire as sandálias dos seus pés, pois o lugar em que pisas é lugar SANTO, é terra  SAGRADA.

—Tudo o que nasce nasce na dor..

—O "ENDEUSAMENTO" DO INTOCÁVEL!

Um dos motivos que nos faz "endeusarmos" ou tornarmos alguém um ídolo, seja o fato desse alguém estar numa posição de intocável, ou seja, alguém colocado em um nível acima, inalcançável.
Qual é a ideia que há por trás de Deus? Um Ser elevado nas alturas, conhecido de forma limitada, imortal e jamais alcançado pelos mortais, ainda que seja buscado não se pode tocá-lo plenamente.
Essa imagem do intocável acerca da figura "deus", pode ser observada na famosa pintura "A Criação de Adão" de Michelangelo no teto da Capela Sistina(1508 - 1512), na qual Deus e o Homem estão de frente um para o outro com os braços estendidos, porém, as pontas dos dedos não se tocam.
O artista, o músico, a mulher da revista, o ator, o pastor, o padre, a figura pública, o rabino, a moça ou o moço no início do relacionamento [...], enfim, qualquer um nesta posição elevada de intocável desperta um "endeusamento" na maioria das pessoas. Outro ponto a se pensar, é que o céu é o lugar dos "deuses", e atualmente, esse céu pode ser a mídia, pois nela estão as "estrelas", e onde estão as estrelas? NO CÉU. Portanto, a mídia é um lugar propício para o "endeusamento" e morada de "deuses" inalcançáveis.
Bom, esse desejo de tocar o ídolo intocável é muito visível em shows musicais, por exemplo, onde o público estende as mãos para o palco desejando e almejando o contato mais íntimo. Ou ainda, quando nas ruas, os fãs atrás das grades de proteção se esticam para tentar apenas encostar o dedo na pessoa "endeusada".
Enquanto o artista estiver LÁ e o fã AQUI, ele permanecerá na condição de ídolo, mas quando passa a ser tocável e alcançável, em muitos casos, perde-se o encantamento e o "endeusamento", pois se percebe que se trata de um humano.
Essa perda de encantamento ao "ídolo" também é muito comum nos relacionamentos amorosos, quando o companheiro(a) passa a ser tocável e alcançável, isto é, quando a fase da paixão passa, a qual a meu ver, é a fase do "endeusamento" de alguém ainda intocável e de conhecimento limitado, e quando esse conhecimento se expande para além do limite, automaticamente o "endeusamento" vai sendo deixado, dando lugar aos conflitos naturais causados pelos questionamentos, ou seja, enquanto o outro está na posição de "deus- ídolo" não se pode questionar, pois não se questiona "deus", mas quando sai dessa condição sendo posto como homem, logo surgem os questionamentos, e o relacionamento começa a ser mais humanizado e menos endeusado.


—MULHER MACHO, SIM SENHOR!

Como a mulher pode se tornar mais masculina?
Bom, vamos observar a masculinidade sem a influência do conceito cultural na história e vê-la na composição do corpo do homem.
O que faz um homem ser masculino na sua naturalidade? A meu ver, temos cinco características: força física para medir com outros homens e para caçar, presença de um pênis para introduzir de forma ativa-dar (vagina é passiva- receber), presença de sêmen(semente) para semear e produzir, ausência de glândulas mamárias para amamentar e ausência de ventre para gerar.
Intelectualmente falando, os homens e as mulheres possuem a mesma capacidade, mas o cérebro não funciona da mesma forma. No meu ponto de vista, a mulher se torna menos mulher e mais masculina quando adquire em seu comportamento estas características naturais do homem, ou seja, quando ela quer medir forças e caçar, quando ela quer INTRODUZIR ativamente sua forma de ser e identidade ao homem, quando ela toma a posição de lançar a semente(sêmen) e produzir, quando ela se desfaz das glândulas mamárias e não quer mais amamentar sua cria, quando ela renuncia o ventre e não quer mais gerar.
Ela não se torna menos feminina ao adquirir conhecimento intelectual, mas quando força o seu cérebro a ter o mesmo funcionamento do homem, e isto,na minha maneira de ver, é uma violência a si mesma. Não é a toa que houveram tantas mulheres histéricas sofrendo com a histeria (doença psíquica  no séc XIX, em pleno movimento feminista na Revolução Industrial. E hoje, séc XXI, muitas sofrem com a depressão.

—FEMINICÍDIO! DIA INTERNACIONAL DO ORGULHO FEMINISTA !

Hoje temos a comemoração do Dia Internacional da Mulher ou seria o Dia Internacional do orgulho feminista?
Este dia nasceu das manifestações dos grupos feministas em busca de condições de vida e trabalho iguais aos dos homens no final do séc XIX e início do séc XX. Houveram outras datas para este dia, cujo objetivo era trazer debates públicos e discutir a presença da mulher na sociedade, buscando direitos iguais aos dos homens. Porém, a data 8 de março foi adotada pela ONU em 1977 em homenagem as 130 mulheres que morreram trancadas e carbonizadas em 1857 quando reivindicavam condições e salários iguais a classe masculina em uma fábrica em Nova Iorque.
O movimento feminista surge nesse período das revoluções industriais (séc. XIX / XX), onde ocorrem grande mudanças sociais e a procura da mulher por ocupar esses novos espaços na sociedade. A partir dos meados do séc XX, o feminismo tomou outros interesses além do mercado de trabalho.
As mulheres, ou grande parte delas, buscaram e buscam inverter e combater aquela imagem que comumente já vimos, ou seja, a imagem de um homem das cavernas puxando a mulher pelos cabelos. Hoje, são elas que buscam puxar os homens pelos cabelos. Na maioria das vezes o fazem inconscientemente, como um herança comportamental cultural histórica.
Exigem seus diretos, e um deles é contra a violência, porém, hoje se percebe que elas se tornaram também agressoras. Mulheres agridem fisicamente os maridos, e isto é cada vez mais corriqueiro. Pelo fato de serem feministas, criaram muitas regras rígidas para si mesmas e isto está trazendo grandes consequências sociais e para si mesmas. Prenderam-se em suas próprias redes.
Elas conseguiram os espaços que tanto desejaram, e estão conseguindo muito mais. Porém, a meu ver, estas mudanças possuem lados negativos para a ordem social. Muitas crises estão havendo por causa do extremismo feminista. A mulher pode ter seu espaço no mercado de trabalho e na Sociedade, mas o que me “preocupa” é o desejo de ser IGUAL ao Homem, pois isto afeta diretamente a estrutura da família, a criação dos filhos, e consequentemente traz muitos deslimites em uma sociedade em crise. 
Outro fato, é que pelo muito quererem ter os direitos igualitários aos homens afastaram-se da identidade feminina, causando um FEMINICÍDIO (para mim, morte do feminino), tornando-se cada vez menos mulheres e cada vez mais masculinas. Em consequência entraram em crise identitária e com isso, os homens também desaprenderam a serem homens e para afirmarem a identidade de que ainda são homens, acabam sendo machistas. Resumindo, é um confronto de ações extremas com o objetivo de se afirmarem em suas posições.
Talvez, esta situação não retroceda e tenda a somente aumentar, mas meu desejo neste dia é que as feministas sejam menos feministas e não queiram ser como os homens e passem a ser mais mulheres, mais femininas e se "orgulhem" por isso.

— Maria com Jesus no colo, esta é uma imagem comum no Ocidente, porém, esta imagem de Mãe e filho vem desde a antiguidade. Praticamente todos os sistemas teológicos (com a figura de um ser deus) trazem esta imagem. Isso, para mim, mostra a intenção e a busca existencial do Homem enquanto ser religioso, ou seja, a busca por voltar ao ventre materno. Entendo que todos nós buscamos religar(ato religioso) o cordão umbilical rompido no nascimento e conectá-lo novamente ao paraíso ( ventre materno).

—Viver é uma relação amorosa com a Vida. Ha momentos em que a relação esfria, cai na rotina, perde-se o interesse e o desejo. É preciso reavivar a paixão tentando algo diferente e radical, inovando e redespertando o prazer. Infelizmente, em uma era em que impera a rotina, muitos desesperados por esse redespertar o prazer, acabam radicalizando demais, inovando demais e vivendo uma vida sem limites em busca do prazer. Desta forma, prendem-se aos vícios nocivos.

—Há muitos José’s que foram rejeitados e jogados em um poço pelos mais próximos e ao sentirem essa dor foram motivados a serem poderosos e governadores em um Egito. A dor de uma rejeição pode motivar profundamente o desejo de ser “grande e poderoso”. Sentir-se importante alivia o “trauma” da rejeição, e ter poder econômico, intelectual ou qualquer outro tipo de poder, pode amenizar o sentimento de rejeição dando a sensação de aceitação.

— No contexto ocidental judaico-cristão, muitos de nós ouvimos quando crianças “Deus não gosta disso”, “papai do céu não gosta”, “Deus castiga”. O contexto teológico familiar gera em nós uma moral, ou seja, uma limitação no agir, e isto tem seus pontos positivos, porém, em grande parte essa moral é baseada no medo do castigo divino, e portanto, sem entendimento do motivo da moralidade. É uma moral focada no negativo e não no positivo. Entendo que boa é a moral exercitada não somente pelo medo do mal e sim com o entendimento do bem gerado. Por exemplo, eu não mato só porque vou preso e para o “inferno” e sim, porque a vida do próximo é importante e valorosa para minha própria existência. Não roubo porque não roubar mantém a ordem social. E assim por diante.

— Penso que existem dois tipos de rejeições sofridas por nós (humanidade). A rejeição cultural causada pelos cuidadores na infância, ou situações na vida, e esta nem todos sofrem. E há a rejeição natural de todos os Homens, ou seja, a rejeição de termos sido “expulsos” do ventre de nossa mãe. Entendo que esta segunda é comum a todos nós, é a qual nos faz viver em busca de aceitação, ainda que tenhamos tido uma boa família e bons pais.

—Tem gente que me julga sem nunca ter me olhado nos olhos. Tem gente que me julga por achar que me conhece. Tem gente que me julga pelo o que escrevo. Tem gente que me julga pela minha aparência. Tem gente que me julga ser quem pensa que sou. Tem gente que me juga ser sábio. Tem gente que me julga ser chato. Mas e daí?!! Vivemos em um tribunal a céu aberto mesmo! Cuja sentença é ser "escravo" do olhar alheio. O tempo todo estamos sob o julgamento do olhar alheio, e muitas vezes não temos conhecimento disso. Bom seria que julgássemos a nós mesmos, assim não nos importaríamos tanto com o julgamento do outro, pois saberíamos mais quem somos, e não ligaríamos para quem os outros acham que somos.

—Penso que o que nos angustia e pesa nas escolhas, é o fato de acharmos que há apenas uma escolha certa, apenas um caminho correto, apenas uma verdade. Vemos a vida como um cartão de vestibular ou das provas escolares, onde há apenas um “x” correto. Nossa mente se moldou sentada em uma cadeira escolar, onde aprendemos que uma prova só tem uma resposta certa. Mas na vida nunca poderemos saber o que nos acontecerá ao escolhermos uma opção. Nem poderemos saber como seria nossas vidas se tivéssemos escolhido outra opção. Por isso, se torna em ilusão, pois nunca saberemos se escolhemos a opção correta, sendo que não há como comparar com as opção não escolhidas. Entendo que não há apenas uma verdade, e isto, para mim, é libertador. O que há são possibilidades diferentes, as quais não podemos prever. Somos atormentados pela tentativa de prever um futuro inexistente. Os outros animais não são atormentados pela escolha, pois não têm noção de verdade.

—“Reclamamos” quando temos muito o que fazer, mas compreendo que essa reclamação pública traz consigo uma sensação “boa” de produtividade em uma sociedade movida por geração de produtos. A “reclamação” na verdade pode ser uma afirmação “ Olha, estou sendo produtivo!”. Gostamos de dizer que temos muita coisa pra fazer, o que nos incomoda mesmo é dizermos “ não tenho nada pra fazer”. A tranquilidade e ociosidade se tornam um peso psicológico para a maioria daqueles inseridos na sociedade ativista.

— Esta Sociedade é a sociedade da velocidade, da rapidez, do instantâneo, e isso, em muito influência a nossa maneira de viver, pois o nosso cérebro se molda ao meio externo. Por exemplo, nossa leitura acaba optando por textos breves e sintetizados. Em uma vida corrida e veloz tendemos a ler somente o que é curto e de rápida "compreensão". Um texto longo acaba se tornando uma leitura muito mais difícil, pesada e impaciente.

—O melhor é não interferir no curso natural da vida, pois mais cedo ou mais tarde essa interferência cobrará seu alto preço.

—Penso que "no fundo" já sabemos o que fazer quando ficamos em dúvida, apenas temos medo de errar.

—Não moldure os meus pensamentos, pois eles ainda estão sendo pintados, e esta pintura sempre estará em criação.

—Quando buscamos algum tipo de aceitação no outro a tendência é sermos menos verdadeiros e mais ilusionistas e impressionistas usando algum tipo de máscara.

—Desejo que minhas poesias sejam provocações poéticas.

— Não acredite absolutamente em meus pensamentos, pois hoje eles estão aqui, amanhã eles podem não estar. Até mesmo isso, porque hoje falo "não acredite", amanhã posso falar "acredite".

—Somos “seres capazes de criar”. Somos “deuses”.

—Penso que quando o Homem se acha um "deus", enquanto um ser soberano, altivo, poderoso, dono da verdade, ou melhor, a própria verdade, ele se desumaniza, ou seja, nega sua humanidade, suas dores, seus sofrimentos, suas fraquezas, suas ilusões.... E desta forma, também acaba desumanizando o outro. O DEUS HUMANO É DESUMANO!

—Em meio a uma sociedade em crise nascem muitos filósofos, poetas e pensadores, os quais serão lembrados nas gerações futuras.

—Cansaço se difere de estresse (stress). Cansaço é resultado de um esforço intenso, onde há a liberação de grande quantidade de energia. Estresse vem pelo esforço em realizar algo que não se quer fazer e não se entende o motivo pelo qual se está fazendo. Correr cansa, mas não estressa. Nadar cansa, mas não estressa. Ter um emprego que não quer e não sabe a razão pela qual realiza esse esforço, cansa e produz o estresse. O cansaço é curado com o descanso. O estresse é curado mudando o rumo da vida.

—O momento em que tentamos explicar algo é o momento em que queremos entender.

—Todos nós somos religiosos e morreremos religiosos. Talvez, a diferença seja que alguns têm uma religião mais dogmática e denominada e outros possuem uma religião menos declarada.

—O que conduz o Homem não são as respostas e sim as perguntas. O Homem na História foi guiado pelas perguntas: “quem sou?”, “de onde vim?”, “para onde vou?”, ou seja, pelas dúvidas existenciais. A dúvida é um motivador importante para a ampliação do entendimento do Homem. Ela nos convida à mudança de direção. Esses questionamentos geraram crenças e muitos conceitos. Fizeram o Homem se mover. Começamos a pensar o mundo e a formá-lo em nossa mente desde muito cedo, desde a nossa infância com a fase dos "por quês?". Quem não se questiona e não faz perguntas a si mesmo tende a permanecer parado no mesmo lugar. Porém, poucos ousam esse posicionamento crítico, pois questionar os pensamentos gera crise, mas essa crise abre novas oportunidades e amplia o entendimento. Por exemplo, se alguém se perguntar - o que raramente acontece - : “ Deus existe?”, “Quem é Deus?”, “Como o Homem pensou Deus na história?”, “Há alguma origem para esta palavra Deus, donde veio?”, “Há outros deuses?”, “O que pode significar Deus?”, “E se não Houver Deus (Ser) algum?” [...]. Bom, muitas podem ser as perguntas das mais diversas variantes e contextos, não somente sobre "deus", mas também sobre todos os aspectos que envolvem a si mesmo. Quem ousar fazê-las, certamente, entrará em uma crise, mas será conduzido à outro lugar em seu pensamento, à outras possibilidades de entendimento. Muitos conceitos internalizados nas palavras podem ser modificados e ampliados. Quem sabe, não diga respeito a certo ou errado, mas a um nível diferente de se ver e pensar o mundo. Ninguém precisa ficar se fazendo perguntas o tempo todo, mas às vezes se faz necessário para que haja um avanço e mais compreensão sobre si mesmo e o outro. Esta habilidade auto crítica é construída com exercício.

— Temos uma marca no ventre, um buraco na barriga, cujo nome é umbigo. Para mim, este é o sinal que evidencia o desejo do Homem por voltar para casa. É a marca da falta que o Homem possui. Vivemos a vida tentando nos reconectar e nos religar ao ventre do qual saímos, no qual tínhamos proteção, alimento e segurança. Caminhamos procurando pelo nosso CORDÃO UMBILICAL, o qual nos mantêm vivos, respirando, sustentados, e é único e particular de cada indivíduo. Uma das primeiras representações psíquicas (mentais) que temos é o CORTE, a SEPARAÇÃO. Essa é a nossa FALTA que precisa ser preenchida. Esta é a essência da nossa busca. A busca pelo Ventre, pela proteção, segurança e aconchego que lá tínhamos.

— Quando alguém tem a sua verdade como sendo absoluta, ela se torna menos tolerante para com a verdade do outro.

—Às vezes precisamos de um excesso para despertar o fôlego. Talvez, como um choque que faz o coração voltar a pulsar.

—Talvez, se pensarmos com sinceridade acerca de nossas "crendices", sejam sobre "deus", orações, e tantas outras, chegaremos a conclusão de que não há sentido nelas. E quem sabe por isso poucos ousem ser sinceros. Mas seria isto errado? Deveríamos deixá-las? Entendo que não, desde que não sejam prejudiciais a si mesmas e ao outro. Creio que isto faz parte da nossa essência como Seres Humanos, ou seja, acreditamos em "coisas" que não têm sentido para que justamente tenhamos algum sentido.

—Quando observamos a forma que o pensamento do Homem se estrutura na História percebemos o quanto muitas verdades são ilusórias.

—Para ser liberto o escravo precisa correr riscos.

—O que move o Homem é a busca pela liberdade. Tudo faz para se sentir liberto. E aquilo que o concede essa sensação se constitui para este como sendo a sua verdade. A verdade está na liberdade que se sente.

— ComPROMISSO é se unir ao outro pelo elo de uma PROMESSA. É do latim PROMISSUS. É se entrelaçar com o PROMETIDO!

— Entendo que a Memória é o compartimento onde estão os acontecimentos. A Lembrança e a recordação são o ato de pegar os acontecimentos da Memória.

— Não lembrar não é matar o peixe. Não lembrar é manter o peixe no mar sem trazê-lo à superfície.

— Penso que o sentimento de vingança está na recordação da COBRANÇA da dívida e não na lembrança do fato ocorrido.

— Nosso cérebro possui uma memória, como um computador, e nesse compartimento está tudo o que nos aconteceu. Há situações que esquecemos, que não temos a recordação, mas está na memória, apenas não recordamos. Há outras circunstâncias que nos marcaram profundamente, e permanecem mais latentes na memória, porém, o fato de estarem vivas na memória não significa sempre ter que relembrá-las. Eu posso não esquecer um acontecimento, mas não preciso ficar o tempo todo puxando no arquivo e trazer para a superfície.

—Aprender a habilidade de manter na memória sem trazer à lembrança a ofensa do outro com o sentimento de dívida a ser paga ameniza o desejo de vingança. Já aqueles que sempre trazem da memória o saldo devedor do outro acabam se tornando pessoas com mais impulsos vingativos.

—Querer justiça é se sujeitar a um processo de julgamento justo, desprovido da emoção fervorosa do momento. Já o desejar vingança é desejar pagar na mesma moeda com as próprias mãos, sem se sujeitar a um processo de julgamento justo, movido pelo desejo de cobrança. Vingança se faz pelas costas. Justiça se faz pela frente. Vingança é realizada na escuridade. Justiça é trazida na luz.

—Perdoar é se despir da vingança, e não da justiça. Perdoar é liberar o outro daquilo que ele não pode pagar. Perdão não diz repeito a toda a dívida, e sim a quantia que não se pode pagar. Perdoar não é esquecer o acontecimento. Perdoar é não cobrar o impagável.

—Ter algo ou alguém (visível ou invisível) em quem depositar confiança no momento de enfermidade produz saúde no corpo. A crença libera saúde psíquica e física.

— Creio que toda expressão artística está em um certo grau de liberdade quanto a criação. Entendo que quando se colocam muitas regras a arte deixa de ser arte. Escrever é uma arte. Mas esse tipo de processo criativo criação está sujeito a algumas normas linguísticas, principalmente na hora da publicação. Dentre essas normas para melhor compreender e ler um texto, talvez, a pontuação seja a que menos nós, escritores, saibamos, por isso, é tão importante o trabalho do Revisor de textos na publicação de uma obra. Imagino o quão desprovido de soberba esse profissional precisa ser ao se deparar a todo momento com textos de escritores que não sabem escrever e pontuar, e mesmo assim considerar um bom texto. Escrever bem não é o mesmo que escrever certo, mas achamos que escrevemos certo até conhecermos um revisor.

—E nada saiu como planejado, mas tudo deu certo. O certo pode estar naquilo que aparentemente deu errado.

— Segundo o filósofo e professor da PUC-Sp, Mário Sérgio Cortella, foi realizado um estudo por parte da Psicologia, no início do séc. XX, com o propósito de detectar quantos minutos uma criança conseguiria manter a atenção em algo.  Esse estudo para a área educacional, compreendeu que a criança tinha a concentração mantida por 50 min para o dia, e 45 min para a noite, e por esse motivo, é que as aulas nas escolas possuem a duração de 45 a 50 min. Porém, no início do séc. XXI foi realizado o mesmo estudo, mas agora, houve uma alteração considerável, o que era de 45 a 50 min, hoje, é de aproximadamente 6 min a concentração da criança em algo. Muitas foram as mudanças na psique. Grande foi a aceleração sofrida na Sociedade FAST.

—O sábio é aquele que reconhece não saber.

—Essa sanidade nos deixa doentes.

— Todos querem subir ao céu, construir uma torre para tocar o inalcançável, mas tudo o que se tem são línguas confusas, e ninguém se entende.

—O fundamentalista teológico, em grande parte é alguém que se sentiu rejeitado na infância, e para se sentir aceito na vida, ou no caso, por seu deus, busca ser o melhor servo, disposto a qualquer ato para agradá-lo, mesmo que isto signifique violentar e violar o outro.

—As formigas são trabalhadoras, não têm preguiça. Tudo o que querem é ter, mas no muito querer, e no muito trabalho, acabam sendo metidas e inconvenientes. Entram sem serem convidadas e importunam. Assim é aquele que muito quer a qualquer custo.

—Muitas vezes a falsidade tem por nome SIMPATIA. Na maioria dos casos a simpatia deixa de existir ao virar as costas. A máscara da simpatia é muito usada pelos covardes.

—Não carregar o peso da verdade e não se sentir obrigado a ter que convencer o outro é libertador e pacificador.

—Às vezes o forte é aquele que se sujeita e não aquele que se nega a se dobrar.

— Entendo que o Homem sempre foi o mesmo em qualquer época na História, apenas usou e usa roupas diferentes.

— Saqueamos a esperança do outro quando tiramos dele o que esperar.Da mesma forma, semeamos esperança no outro quando oferecemos o que esperar.

— Temos tanto medo do futuro, que acabamos vivendo tão intensamente e insanamente o presente, de forma a comprometer qualquer possibilidade de um bom futuro. Saqueamos a esperança da próxima geração.

—Penso, porque penso e nada mais.

—Entendo o Capitalismo como Religião, porque ele também oferece um Paraíso.

—A Religião de cada homem está onde ele busca o seu paraíso. Ali estará o seu deus e a sua religiosidade. " porque, onde está o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.”Lc 12.34

—Antes de ajudar alguém, faça a seguinte pergunta: " o que queres que eu te faça?". Pois tal pessoa pode não querer o que você acha que ela quer.

—Ajudar quem não pediu ajuda pode parecer chatice. Aconselhar quem não pediu conselhos pode soar como arrogância.

—Muitas vezes a sensação de felicidade e infelicidade nascem da comparação com o outro.

 —Penso nas possibilidades que muitos talvez não pensem ou tenham medo de pensar, mas isto não quer dizer que eu acredite em todos os meus pensamentos.

— Penso que todos nós cremos no NADA, pois o "objeto" da crença, pode ser apenas uma projeção da mente, uma ilusão que não existe, e só passa a existir para aquele que acredita em sua existência. A partir do momento em que cremos no NADA, o nada passa a ser TUDO.

—A palavra Religião pode estar ligada a palavra latina “religare” (religar). Compreendo que o Homem em sua essência está dividido entre a razão e emoção no que diz respeito aos questionamentos existenciais  Estamos divididos em partes, com a sensação de separação, desde o momento em que nos separamos do ventre de nossa mãe, e tudo o que nos RELIGA (UNE), desfazendo a divisão e trazendo um sentido para a existência, a meu ver, pode ser considerado uma religião. Todo Homem procura e busca (inconsciente ou consciente  essa RELIGAÇÃO (RELIGIÃO), e entendo, como que sendo uma muleta para dar segurança no caminhar. Alguns encontram nos sistemas como o Cristianismo, Judaísmo  Catolicismo, outros no Consumismo, no Trabalho, no Capitalismo, na Poesia, na Música, na Filosofia, enfim, muitos são os meios que promovem uma religação. Penso que o Homem em sua essência é um ser religioso e depende de um deus ou totem, seja tangível ou intangível, tenha forma ou não. Vejo isto como algo natural do Homem racional. Não é questão de certo ou errado, verdade ou mentira, é simplesmente assim. Os animais irracionais não têm esse tipo de busca, pois não têm noção da existência, ou seja, não compreendem que nasceram e que terão um fim. Não entendem esse espaço de tempo chamado existência. E compreendo que toda forma de Religião(religação) possui pontos negativos e pontos positivos, e talvez, um aspecto positivo seja a esperança proporcionada ao Homem.

—Talvez, no fundo as pessoas saibam que não encontrarão respostas exatas acerca de suas crenças teológicas, por isso têm medo de questioná-las. Querem evitar a crise que certamente enfrentariam.

—Somos os únicos seres com a consciência da morte. Os outros animais, segundo entende-se, não sabem que irão morrer. E nós, humanos, nesta consciência da morte, criamos as religiões teológicas para nos sentirmos mais seguros no existir. E por isso, os mundos ideais e os paraísos após a morte. Mas e se nada existir depois da morte? Se não houver céu, inferno, julgamento, purgatório, Reino, paraíso, virgens ou Jerusalém? Se houver apenas o silêncio da não existência?

—Sou áspero quando se trata de proselitismo cristão.

—Eu tenho para mim, que este mecanismo de auto sabotagem e aborto provocado, o qual é ativado quando nos aproximamos de uma situação que está indo tudo bem, e tem tudo para dar certo, surge no momento do nosso nascimento, ou seja, quando estávamos no ventre, em um lugar bom, de satisfação, realização e aconchego, de repente somos empurrados para fora desse paraíso, e vem a dor e o choro. Desde então, nossa mente acha que quando algo está indo muito bem, logo virá a dor e o choro, e é aí que ouvimos a voz que diz..."é melhor sair fora antes que isso aconteça, antes que a dor venha".....

—Muitas vezes gostamos só do doce, mas na vida também é preciso o amargo, pois o amargo nos cura da má digestão. Na vida, não há somente o sorriso ao se comer um brigadeiro, há também a “cara feia” na hora de tomar o remédio inteiro.

—Boas palavras ditas na hora certa são como as chuvas que refrescam as tardes de verão.

— O Mundo nunca mais foi o mesmo quando a Mulher descobriu que podia falar e se expressar dentro da sociedade.

—Pareço Bossa Nova, mas meu espírito é Rock’n Roll

—Penso que aprender a desestruturar um pensamento é tão importante quanto estruturá-lo, e talvez seja uma tarefa mais difícil.

— Não sou contra a virgindade e nem a favor da promiscuidade, mas sejamos sinceros: A Bíblia (ou torah) traz a virgindade como um mandamento obrigatório ou foi a tradição ascética cristã católica que comunicou dessa forma?

—Sou áspero quando se trata de proselitismo cristão.

—Eu tenho para mim, que este mecanismo de auto sabotagem e aborto provocado, o qual é ativado quando nos aproximamos de uma situação que está indo tudo bem, e tem tudo para dar certo, surge no momento do nosso nascimento, ou seja, quando estávamos no ventre, em um lugar bom, de satisfação, realização e aconchego, de repente somos empurrados para fora desse paraíso, e vem a dor e o choro. Desde então, nossa mente acha que quando algo está indo muito bem, logo virá a dor e o choro, e é aí que ouvimos a voz que diz..."é melhor sair fora antes que isso aconteça, antes que a dor venha".....

—Muitas vezes gostamos só do doce, mas na vida também é preciso o amargo, pois o amargo nos cura da má digestão. Na vida, não há somente o sorriso ao se comer um brigadeiro, há também a “cara feia” na hora de tomar o remédio inteiro.

—Boas palavras ditas na hora certa são como as chuvas que refrescam as tardes de verão.

— O Mundo nunca mais foi o mesmo quando a Mulher descobriu que podia falar e se expressar dentro da sociedade.

—Parece-me que sem a fama não há existência, ou seja, nada existe se não for famoso.

—Não tenho razão. Tenho apenas pensamentos.

— A depressão social, a qual muitas pessoas sofrem, pode ser consequência do não poder ter a felicidade vendida pela publicidade. O desejo daqueles que não possuem um pensamento reflexivo é manipulado pelas publicidades, propagandas, comerciais e todo tipo de apelo visual ou auditivo. É oferecido um estilo de vida (feliz), e muitos lutam para alcançá-lo, e quando não conseguem, sentem-se inferiores, incapazes, frustrados, excluídos da sociedade e do convívio social, ou seja, se não conseguem o estilo de vida "feliz", automaticamente se sentem infelizes. Há muito desejo, mas pouco poder para realizar o desejo. Há muitas vitrines no shopping, mas não se pode ter o quer.

— A ideia da Felicidade é a essência da publicidade.

—A vida do Homem se constrói em torno das suas necessidades e carências. A falta fez e faz com que o Homem busque caminhos para sanar essa falta, e desta forma, surgem ideias, pensamentos, conceitos, invenções, religiões, filosofias [...].

Dar o tempo todo sem receber nada em troca é tolice e insensatez, pois logo ficará sem nada, cansado e desmotivado.

—ASFIXIADAS PELO MODO DE "VIDA" SUFOCANTE

Temos percebido um aumento no índice de casos de crianças que morrem trancadas e esquecidas dentro do carro.
Os pais vão para os seus afazeres cotidianos e acabam por esquecerem os filhos dentro do carro fechado, ocasionando o óbito. E em grande parte o esquecimento é por parte do pai e não da mãe. Por que?
Não entendo esses fatos como uma negligência paterna maldosa ou falta de afeto, carinho ou amor, e sim, talvez seja um sintoma social da crise de papéis entre homens e mulheres.
A mulher por naturalidade possui um cérebro multifocal e periférico, ou seja, pode fazer várias coisas ao mesmo tempo sem se distrair.
E segundo consta nas teorias históricas, isso vem desde a antiguidade, quando o cérebro da mulher começou a se moldar a situação de ter que cuidar dos filhos na caverna, ter atenção a qualquer barulho suspeito, oferecer proteção a "cria", preparar o alimento, e isso até que o Homem voltasse da caça depois de longos dias, e assim ela desenvolveu uma percepção multifocal.
Já o Homem possui um cérebro com percepção focal, ou seja, não tem a habilidade de fazer várias coisas ao mesmo tempo. Mas nos dias atuais, esses papéis têm sofrido transformações.
A mulher sai para a caça, deixa o filho na creche ou com os avós, ou com o pai. E o Homem precisa se readaptar na nova percepção multifocal de ter que "caçar" e levar o filho para a "caça", mas como o cérebro não se adaptou ainda com o novo modelo de funcionamento, ocorrem tais acidentes.
Creio que em um futuro próximo o cérebro do homem já terá um funcionamento parecido com o da mulher, devido a necessidade existente do desdobramento mental. 
Esse sintoma da crise social, pode também ser visto metaforicamente, onde o carro constitui a imagem do caminhar da vida,  e sendo assim, poderíamos compreender que as crianças nessas transformações de papéis entre homens e mulheres, estão sendo esquecidas na vida.
Os pais as trancam (inconscientemente) na sua forma de viver. Enquanto eles saem correndo do lado de fora, as crianças são asfixiadas do lado de dentro desse modo de "vida" sufocante (carro).
  
— “Mais bem-aventurado é dar que receber?”,

Temos um relato bíblico que diz:

De ninguém cobicei prata, nem ouro, nem vestes; 34 vós mesmos sabeis que estas mãos serviram para o que me era necessário a mim e aos que estavam comigo. 35 Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é mister socorrer os necessitados e recordar as palavras do próprio Senhor Jesus: Mais bem-aventurado é dar que receber. At 20.33-35
Muitos generalizam a última parte desse versículo “Mais bem-aventurado é dar que receber”, assim compreendendo que em tudo na vida é sempre melhor dar, ainda que não receba nada em troca por isso.
Meu ponto de vista, é que este verso não é tão generalizado assim, mas fala de uma situação específica relatada pelo escritor, isto é, o contexto mostra alguém que trabalha e tem o que dar ao necessitado.
Bom, neste sentido poderíamos entender a finalização do texto como sendo “é melhor ter para dar, do que ser necessitado e sempre ter que receber”, "é melhor ser aquele quem dá, do que ser aquele quem recebe (necessitado)". Isto é muito diferente do que eu caminhar pela vida só dando e não recebendo nada, sendo conduzido por uma FALSA HUMILDADE.
“Eu sou bonzinho, cristão, sigo a Jesus, e portanto, te dou tudo o que tenho”, geralmente este é o pensamento inserido no meio do cristianismo, ou em outros meios “religiosos teológicos” com uma influência do ascetismo e gnosticismo (filosofia grega do desapego ao físico e material).
Entendo, que não é bom somente DAR, sem receber algo em troca, pois isto me tornará o necessitado da história. Até mesmo em outra passagem bíblica, veremos que diz que quando se tiver duas túnicas, se dá uma, ou seja, não se dá as duas (Lc 3.11).
E se analisarmos por este ponto de vista, acharemos outros versos que mostram um zelo e cuidado pela vida do outro, mas sem comprometer a sua própria vida. O dar tem a sua condição, não é incondicional.
Se trouxermos isso para um relacionamento amoroso, por exemplo, observaremos que nenhum relacionamento sobrevive quando apenas uma parte dá sem receber retribuição. O SIM deve existir de ambas as partes.
Sendo assim, penso que nas muitas situações da vida, é melhor DAR E TAMBÉM RECEBER, caso contrário isto se constitui em um trabalho escravo e um abuso.
E gostaria de expressar esse "dar e receber", essa "ida e volta", colocando uma das palavras no hebraico para DAR, a qual é "NATAN נתן", ou seja, essa palavra pode ser lida tanto como indo quanto voltando. A meu ver mostrando que o DAR precisa de um retorno.E isso também pode ser visto no funcionamento de toda a criação e principalmente em nosso Corpo, onde o pulmão dá e recebe ar, ele não só dá, como precisa receber também. Tudo em nosso corpo e na natureza é uma troca. Uma negociação. Um acordo que precisa ser respeitado por ambas as partes. O mundo se move sob aliança.

— Disse o Poeta em suas reflexões:
"Há três coisas que me maravilham, e a quarta não a conheço:
o caminho da águia no céu, o caminho da cobra na penha, o caminho do navio no meio do mar e o caminho do homem com uma virgem." Pv 30:18,19
Eu, acrescento a quinta difícil de se percorrer e entender:
"o caminho ao coração da mulher desejada"

—O bom mesmo é conseguir amar a si mesmo e ter um relacionamento profundo consigo antes de assumir um compromisso amoroso com outra pessoa.

—Não creio em amor à primeira vista, e sim em um interesse à primeira vista, e enquanto houver esperança desse interesse ser correspondido, ele permanece, mas quando a esperança se vai, o interesse também não se sustenta. A menos que a pessoa goste de um relacionamento platônico, ou seja, existente apenas na sua cabeça.

—Os povos da antiguidade cresceram em torno da mitologia, e assim as documentaram para as próximas gerações. Geralmente as mitologias são uma forma de resposta para as questões existenciais humanas. Temas como a luta entre o bem e o mal, a origem do Homem, a criação da Terra, a moral(legislação) do povo, deus ou deuses (seres) que regem as forças da natureza, espiritualidade, dentre outros são facilmente encontrados nas mitologias dos povos. Os egípcios têm a sua mitologia documentada, assim como os hebreus, os gregos, os sumérios, e muitas outras civilizações antigas. Talvez, as mais conhecidas no Ocidente atual sejam a dos hebreus e a dos gregos. A dos hebreus mais evidente por causa da Bíblia, e a dos gregos por ser a base da cultura ocidental e por causa da filosofia proveniente da Grécia.

—Somos ESTIGMATIZADOS, marcados, segundo o contexto no qual crescemos e vivemos. Por exemplo, um menino que nasceu, cresceu e viveu grande parte de sua vida na favela, e em um determinado momento sai da favela e vai morar em uma area nobre, terá um estigma sobre si. As pessoas que conheceram ele, na maioria das vezes, o verão como o menino da favela. Tais pessoas terão dificuldade para vê-lo de outra forma. E isto comumente ocorre em muitos outros contexto, como um dependente químico ou um homossexual, os quais que por mais que tenham revisto seus comportamentos, serão vistos pela visão do estigma adquirido, ou seja, na visão do outro continuarão sendo o “drogado” e o “viado”. O estigma também está no contexto "religioso", onde alguém que esteve em um determinado contexto religioso e muda sua forma de pensar, será visto segundo o estigma que lhe foi imputado ( crente, santo, profeta, bonzinho, espiritual...). Aqueles que o conheceram terão dificuldade para vê-lo em outro contexto ou de outra forma, o observarão segundo um estigma (marca).

—Deus, diabo, céu, inferno, fantasmas, demônios, tais crenças intangíveis e metafísicas existem? Para aquele que pensa que sim, existe, e tudo cooperará para comprovar essa existência. Para aquele que pensa que não, não existe, e tudo cooperará para comprovar a não existência. Quem está certo? Esse ou aquele? Quem está com a verdade? Certa vez disse o filósofo "Penso logo existo". Tendo a compreender que a existência de algo para nós é a projeção do que pensamos.

—Gostamos e precisamos da ilusão, principalmente da ilusão da verdade.

Aprender a converter a angústia em um grande projeto é um feito extraordinário nos dias onde o que se quer é negligenciá-la e enconde-la por meio de anestésicos psicotrópicos ou outros meios lícitos ou ilícitos, ou pela busca extrema da pseudo espiritualidade.Não sou contra o uso de psicotrópicos, desde que realmente haja a necessidade. Mas o que se percebe nos dias de hoje é o uso desnecessário como forma de prevenção. E o líder das listas de remédios mais vendidos nas farmácias é o analgésico, e isto já me diz que as pessoas estão buscando viver anestesiadas. Ninguém quer angústia, muito menos eu, mas o fato é que ela existe, faz parte de nossa existência humana, e pode ser uma grande impulsionadora.

—Os projetos mais extraordinários existentes na Humanidade não surgiram de uma alma quieta e tranquila, muito pelo contrário, nasceram como uma resposta e solução para a inquietude e angústia da alma. Portanto, se você deseja grandes projetos, é muito provável que você precise de uma grande inquietude e angústia para gerá-lo.

Há projetos e situações em nossas vidas em que pensamos serem “eternos”, mas são momentâneos e nos servem apenas como um trampolim para um salto maior, que nos fará ver a vida de uma maneira mais elevada.

— Todos os povos desde a antiguidade até os dias atuais possuem sua crença “teológica”, ou seja, acreditam e cultuam algum “deus”, enquanto ser superior habitante em uma esfera de perfeição. Creio que isto é natural do Homem, importante para a constituição da cultura(vem de culto) e moral de um povo. E tal crença é esperançosa e se faz essencial para muitos, pois o Homem tem alguém em quem colocar a responsabilidade no que diz respeito a falta de explicação, domínio e controle de sua própria existência. E isso pode ser visto em expressões atuais, tais como: "Deus está no controle", "entrega à Deus", "Deus sabe o que faz" [...]

—Não tenho problema com a crença(teológica) das pessoas, mas o que me incomoda é a falta de questionamento acerca do que acreditam.

—Não se desvalorize só porque alguém não reconhece o seu valor. Não se torne comum, não deixe de ser raro para se encaixar no valor do outro, pois talvez esse outro não seja um conhecedor(a) de tesouros. Um caçador de diamantes certamente te achará, por isso mantenha o seu valor e sua raridade. Continue sob as rochas, no escuro das cavernas, não queira ser apenas uma pedrinha encontrada facilmente na superfície.

—Se a árvore não dá fruto, corta e lança fora. Em nossa vida há muitas árvores que insistimos para dar fruto, mas não dão. Não adianta cultivá-la tem que ser lançada fora.

—A sociedade tem sofrido grandes transformações. E nessas mudanças também está a forma de educação dos filhos. Hoje, já não é somente os pais que educam os filhos, há outros meios que exercem essa influência exemplar sobre as crianças. Os amigos, os professores, a instituição religiosa e principalmente a tecnologia traz novas formas de educação, essencialmente a internet se tornou uma educadora de muita influência.

—A Televisão é um meio idiotizador, formador de opinião. Por esses olhos de vidro somos levados a acreditar que o Mundo é “Mal” e todos os Homens são ignorantes. E isto gera pessoas cômodas de pensamento curto. Mas há um mundo que é “bom” e neste mundo existem pessoas que não pensam curto. E esses são os poetas, os filósofos, os artistas, e muitos cidadãos pensadores do cotidiano.

—Entendo que a instituição denominada religiosa tem por essência o pensamento comercial, ou seja, sua lei régia é " oferta e procura". O que hoje o Homem procura? Um bom futuro, esperança de uma amanhã sem dores e sofrimento, paz interior, sucesso financeiro, identidade existencial. E tudo isto é o que a Instituição Religiosa oferece. E quando falo instituição religiosa, não falo somente das instituições evangélicas, católica ou espíritas, falo também das instituições que estão nesses contextos, mas que são instituições capitalistas. Bom, tudo isso nada mais é do um Comércio de Almas. E pelo o que eu me lembro, no livro bíblico do Apocalipse faz um relato sobre a Babilônia que comercializa as almas dos homens.

—Não posso imaginar a dor que é a para uma mãe ou um pai enterrar um filho. Dor terrível e incomensurável existente na inversão da ordem natural.

—Creio que as instituições “religiosas” tendem a crescer cada vez mais em número de pessoas “devotas”, pois nos tempos atuais da pós modernidade o futuro se tornou em uma imagem ruim, a humanidade não tem uma boa perspectiva do que se reserva no amanhã próximo ou distante.
O aquecimento global, os desmatamentos, as catástrofes naturais, as guerras, as “novas” enfermidades, o aumento da violência, fazem crescer a procura por um futuro bom, pois a maioria está desacreditada que isso seja possível, logo, o “Deus” das religiões ou as instituições religiosas se tornam o melhor caminho para se ter essa esperança, pois são esses que ofertam um futuro bom desejado, seja nesta terra ou após a morte.
Além do crescimento pela demanda de um futuro bom, outro fator que faz com que as instituições religiosas aumentem em número de adeptos, é a situação de grande orfandade existente, a qual gera pessoas com crise de identidade, e a instituição religiosa e o “deus” oferecido pelas instituições também se tornam um meio onde a maioria busca sua identidade.

—A Voz que nos limita para o bem passeia pelo Jardim da Vida,  basta se propor a ouvir.

—Estaremos “livres” de algo ou alguém quando estivermos na capacidade de nos abster desse algo ou alguém. Quando conseguimos ficar sem, então estamos livres para ter, caso contrário, entraremos em uma dependência não saudável.

—Penso que quando alguém é convidado à mudança, mas decide permanecer no mesmo lugar, seja física ou mentalmente falando, é porque na maioria das vezes não suporta a ideia da EXCLUSÃO de um grupo.


—A CRISE DO SUPER-HOMEM QUE NÃO CONSEGUE VOAR

Talvez a crise do Homem contemporâneo esteja em quando não consegue alcançar o padrão de "perfeição" pré estabelecido por uma era de super-heróis americanos, os quais considero readaptações dos semi-deuses da mitologia grega, com seus poderes de super visão , super força, super velocidade , poder de controle sobre a natureza, poder de controle sobre a mente alheia, poder de voar, poder de salvar a humanidade dos malfeitores e assim por diante.
Entendo que o alto índice de depressão seja nada mais do que a QUEDA (depressão) de uma alta expectativa colocada sobre si mesmo.A expectativa de ser o Pai perfeito, o Marido perfeito, o Empregado perfeito , o Servo de Deus perfeito , o membro da Igreja perfeita , possuidor da vida perfeita, possuidor da visão perfeita e do controle sobre tudo e todos. A expectativa de ser quem não pode ser, a expectativa de ser um Homem X.
Mas nos esquecemos que o super – homem também tem o seu ponto fraco , e que também possui uma vida comum, vai à escola, se apaixona , sofre , vai para o Planeta Diário.Talvez isto precisemos nos lembrar, ou seja, que todo o dia o Super Homem precisa se apresentar ao PLANETA DIARIAMENTE, dentro do qual há pessoas comuns e se fazer como tal.
Nem tudo é perfeito na imortalidade do herói, ou melhor, nem mesmo é imortal, pois há uma criptonita que o lembra sempre disto.Nem tudo é perfeito dentro do conceito grego, onde o perfeito é alguém ou algo sem falhas e defeitos, mas dentro do hebraico, podemos todos ser perfeitos e ter uma vida de perfeição, pois “tamim” é integro, inteiro, e está dentro do sentido de “cumprir a função”, ainda que haja falhas ou erros.Tal como uma porta que ainda que não esteja bem pintada ou possua defeitos, ainda assim fecha e abre uma passagem, portanto, é perfeita em sua função.
Talvez precisemos não nos preocupar tanto com nossos “erros e falhas” e com as expectativas elevadas, pois quem sempre está embaixo só poderá subir, mas quem sempre está encima só lhe resta cair.
Talvez precisemos remover a capa e colocar os pés no nosso chão , e não querer invalidar a lei da gravidade voando nas ilusões de um “super homem” . E se repararmos , o maior fascínio que encontramos nos “ heróis” está na capacidade de voar, ou estar assentados nos arranha-céus dos grandes prédios, ou seja, reflete a imposição de uma sociedade que sugere que o super homem é aquele que está em uma “ALTA POSIÇÃO” diante do mundo, onde os homens comuns não podem alcançar, e estes são os fracos , os quais precisam da ajuda do “super poderoso”.
Mas como nem todos nascemos de uma mutação genética, ou de outro planeta, então, vivemos em uma crise por nem sempre alcançarmos esse estado de elevação perante a sociedade, pois a mente foi sugestionada para ser “super-homem”, mas na realidade não conseguimos ser mais do que um simples Clark Kent.

—As vezes é bom que tenhamos consciência das nossas angústias existenciais, para que assim não venhamos substituí-las por comportamentos que podem ser prejudiciais.

—Quando se está no meio da multidão, as vozes se misturam, há muitos ruídos que confundem. É preciso se retirar e se afastar se quisermos ouvir com mais nitidez o que está sendo dito dentro de nós.

—Buscamos longe o que pode estar muito perto.
Buscamos respostas e direções o tempo todo, mas olhamos para longe a fim de encontrá-las, e de tão perto não conseguimos enxergá-las.Ela pode estar no pássaro que voa sobre nossas cabeças, pode estar na pedrinha que pisamos, pode estar no livro sobre a mesa, pode estar nas entrelinhas de uma conversa, ou ainda dentro do peito, no sentimento, na intuição, na mente. Basta ouvirmos a voz que passeia pelo Jardim da Vida.

— Para cada ocasião há um par de sapatos que calça os nossos pés. Assim também são as palavras que vestem os nossos lábios. Para cada ocasião existe uma maneira de falar oportuna. E a medida em que crescemos, alguns palavreados já não nos cabem, tal como os sapatos que ficam em meio ao caminho durante os anos, ou como aqueles que já estão gastos, furados, inadequados ou desconfortáveis.

— Faço poesia não só para expressar as ilusões que há na vida, mas também para mostrar um pouco da realidade oculta que há na vida, e que poucos percebem. Faço poesia para falar do Homem, para dar vida a voz dos que não conseguem falar.

— O que eu posso fazer com as ilusões que há na vida?Faço delas a minha poesia!

—Por que grande parte das pessoas estão desesperançosas ou desesperadas? Talvez, porque perderam a capacidade de ESPERAR. ESPERANÇA está naquilo que se ESPERA. Em um mundo do imediato, do já, do agora, do micro-ondas, do avião à jato, da transmissão ao vivo, do online, da internet, do tempo real, da curta distância, a capacidade de esperar tem sido removida da forma de pensar do Homem, e consequentemente a Esperança se esvai juntamente. Reaprender a esperar, ou buscar algo que se possa aguardar, pode reavivar a adormecida esperança.

—Quando eu falo "crença", falo de acreditar na existência de algo, segundo o "pistis" no grego. Já  A "fé" seria um pouco diferente, seria uma posição de fidelidade (Emunah em Hebraico), um nível um pouco mais profundo do que "crença", pois é um mover-se mesmo sem acreditar.
Muitos acreditam na existência de muitos "deuses" ou somente em  YHWH (Deus dos Hebreus), mas não têm fé , ou seja, não se movem naquilo que acreditam.
Nos dias atuais, muitos creem em muitas coisas, mas falta-lhes a fé (fidelidade).

—Creio que precisamos interagir com a nossa crença, ou seja, questioná-la, criticá-la, duvidar, caso contrário seremos dominados por ela e nos tornaremos seus prisioneiros.

—Ninguém sabe o rumo que uma palavra tomará. Quando liberada pela escrita ou pela fala, andará por um caminho desconhecido e possivelmente sofrerá transformação ao longo dessa estrada. Na verdade é um caminho sem fim. Ninguém pode conter a palavra. Talvez seja a mais destrutiva e construtiva de todas as armas. Ela tem o poder de se recriar em outras várias formas.

—Quando a Sociedade sofre mudanças, e isso devido aos avanços tecnológicos, os quais trazem uma nova maneira de agir das pessoas, a MORAL e a ÉTICA precisam ser reavaliadas.

—Não pensamos.Nós REPENSAMOS o que já foi pensado.

—É impressionante como nos enganamos e mentimos para nós mesmos com frequência.

—Não aprecio aquelas pessoas que o tempo todo se mostram sorridentes e felizes, pois há grande possibilidade de que sejam falsas. E tão pouco aquelas que sempre se mostram tristes e amarguradas, pois pode ser que não sejam sinceras. Não gosto nem do muito otimista e nem do extremo pessimista, pois tanto um quanto outro, podem ter um visão desfocada da realidade. Aprecio aquele que aprendeu a ser verdadeiro consigo mesmo e que sabe o tempo oportuno de rir e de chorar. Mas como saber quem é verdadeiro consigo? Não sei, ou melhor, quem sabe só haja um alguém tão próximo de mim para que eu possa saber, e este alguém sou eu mesmo.

—"Deus", em muitos casos, é a idealização do Bom Serve que trabalha para o Homem.

—A sanidade pesa sobre os ombros de quem a idolatra. Ter que estar lúcido o tempo todo, falar bem a todo momento, não dar algum deslize, enfim, toda esta sanidade é quase que uma tortura a si mesmo. Talvez um toque de insanidade saudável seja o que nos torna sãos de verdade.

—Desejo ser um provocador do desassossego saudável.

—A visão poética traz requinte à simples rotina do viver.

—Religiosidade não significa necessariamente teológico. Religiosidade é uma condição, um modo de ser, e que pode estar presente na vida de qualquer pessoa, mesmo que se diga “ateu”. Religiosidade não é algo exclusivo da teologia. É algo presente no Homem, seja este filósofo, poeta, teólogo, médico, músico, enfim, religiosidade é como o indivíduo observa a sua vida, é como ele se comporta perante as situações existenciais. Penso que religiosidade é uma estado de contemplação de algo que é colocado em um nível superior, talvez esse seja o lado bom da religiosidade, e nisso, posso ser considerado um religioso em meu modo de ver e contemplar a vida e a existência humana. 

—É nessa sensação de extrema "falta, vazio, fome" que o Homem se sacia no engano do amargo, achando que está comendo algo doce.

—A vida tem vários níveis naturais. O nível natural da alegria, da tristeza, da dor, do sofrimento, da satisfação, da inquietude, da tranquilidade [...], e a negligência de algum nível pode desnivelar a vida, tirá-la do esquadro, removê-la da régua, conduzí-la a injustiça, pois a justiça é como a balança nivelada.

—A formação de um psicanalista se dá na sua análise pessoal.

—Quando nascemos não temos a visão sobre nós mesmos. O nosso “eu” é nulo, ou melhor, tudo se torna “uma coisa só”, o outro somos nós e nós somos o outro. E a medida em que há uma interação, o nosso “eu” vai se distanciando e tomando forma própria.

—O outro na tentativa de sanar sua suposta culpa, compensará concedendo o desejo de quem lhe faz se sentir culpado.

—Alguém que age por meio da manipulação emocional, e isto de forma inconsciente, é alguém que busca fazer o outro se sentir culpado pela sua dor e sofrimento e se coloca na posição de vítima. Seria como a situação da criança que tenta manipular a mãe no mercado se jogando ao chão e chorando, como se estivesse dizendo “ olha como eu estou sofrendo, e estou assim porque você não me dá o que eu quero”. A criança tenta fazer com que a mãe se sinta culpada, e por meio da culpa ceda ao desejo da criança. Esta forma de manipulação(inconsciente ou consciente) também está muito presente na forma de agir do adulto, ou seja, fazer o outro se sentir culpado pelo meu sofrimento pode ser um bom método para conseguir o que eu quero. 

—A farmácia é o local onde a droga é chamada de remédio, a maconha se chama calmante, a dependência é colocada como um tratamento e o viciado é denominado consumidor.

—Podemos ouvir um longo discurso ou uma palestra por horas, mas apenas uma palavra é que nos inquietará para a reflexão. Uma palavra basta para nos desconcertar ou concertar. O importante não é o tempo do muito falar, pois cada sujeito ouve segundo o seu contexto, e quando uma palavra vai de encontro a esse contexto é que o sentido e a ampliação começa a surgir.

—A Sociedade contemporânea vive na utopia da beleza, o que na verdade não seria beleza e sim estética. E estética é o que se vê por fora.

—Os pensamentos não são originais de quem os teve. Os nossos pensamentos são inspirados e influenciados, ou seja, passam a existir a partir da memória e nesse compartimento do cérebro estão situações vivenciadas, fatos ocorridos, livros que foram lidos, palestras que foram assistidas, conversas experienciadas, filmes observados, músicas ouvidas, dentre outras informações adquiridas no contexto sócio-histórico-familiar. Portanto, toda essa mistura nos constitui como indivíduos pensantes, isto é, pessoas que contêm um pensamento individual, mas talvez, não original. E consequentemente somos fruto do que pensamos, ou melhor, somos fruto do que REPENSAMOS.

—Se for preciso, exponha suas ideias, mas não confunda exposição com imposição.

—Ao observarmos a forma do pensamento humano ao longo da história, perceberemos que o Homem idealiza o PERFEITO (sem falhas ou defeitos). E talvez, como uma forma de lidar com a sua imperfeição busca idealizar um mundo perfeito, o qual dentro dos movimentos “religiosos” podem ser vistos de várias maneiras, como no Céu, na Terra, no Paraíso além da morte, enfim, são muitas as formas de observar a idealização PERFEITA do Homem. O IDEAL, o qual se encontra nos planos das ideias, segundo a filosofia de Platão, está presente na maneira de pensar do Homem, e isto se reflete em todas as áreas. E muito se ouve a expressão “DEUS É PERFEITO” - não quero diminuir a crença de alguém, quero provocá-la- mas esta forma de expressão está dentro da idealização perfeita realizada na mente do Homem. Deus, segundo o Homem, é a imagem do IDEAL PERFEITO.

— VER/SÓ é o bom ingrediente na composição de um VERSO.

—Na minha maneira de pensar, o que faz um livro ser bom não é o seu número de páginas ou a quantidade de conteúdo, e sim, o quanto ele se torna perturbador para uma alma cômoda ou o quanto ele se torna confortante para uma alma perturbada.

Eu já li livros e ainda leio. Há livros que despertam a alma para outro horizonte, outra perspectiva, outra possibilidade de se perceber o mundo. Mas confesso que leio pouco, ou melhor, não me atenho muito a esse tipo de leitura. A minha leitura favorita é a leitura da vida, a qual se dá pela observação e exige mais do pensamento, pois nesta forma de leitura é preciso criar as palavras, dar sentido e organizá-las. É como ler um papel em branco, sem letras, sem palavras. Se eu como escritor, escrevo um livro, desejo que o leitor não seja apenas um leitor de livros, mas que avance para ser um leitor da vida e escritor de suas próprias palavras.

—Hoje, estar “tudo bem” significa não ter carência de dinheiro ou ser correspondido na vida amorosa. Estas duas situações fazem a vida parecer boa e amenizam os eventuais problemas que podem existir, mas talvez a segunda seja a que cause um maior estado de satisfação.

— Talvez o Mundo e o Homem não sejam maus e sim a maneira de olhar para eles, pois se olha segundo a imagem refletida pelo OLHO de VIDRO.

—Quando somos crianças, temos pouca informação, e por isso somos ingênuos diante de algumas crenças.
Algo natural na infância é acreditar em fantasias e monstros inexistentes, quer dizer, somente existem na imaginação da criança e geralmente há muito medo.
Mas quando há aquisição de informação,a criança vai perdendo o medo das suas imaginações e ilusões. Ela olha debaixo da cama e não vê nenhum monstro, e aos poucos vai deixando seus medos e crenças.
Esta é uma ordem NATURAL! Por isso, não me culpe se hoje não tenho alguns pensamentos de menino. Não me condene por não acreditar mais em bicho papão. Por não acreditar mais no coelhinho da páscoa, no monstro debaixo da cama ou nas religiões e nos seus deuses. Não me culpe por não ter mais medo das mentiras que me contaram quando ainda era uma criança.

—Quando as relações humanas se tornam um negócio, elas se desumanizam. Quando o conhecimento ou a saúde passa a ser visto como um produto de consumo, logo surge o jogo de interesses, e o menor interesse acaba sendo o próprio Homem.

—Detestamos muitas coisas, mas precisamos aprender a conviver com algumas.

—Acreditamos fielmente em algo até que alguma situação em nossas vidas nos provam o contrário.

O inesperado é mais impactante do que o esperado.

— Por muito tempo da minha vida fui guiado pelo misticismo das visões, palavras de conhecimento, dons espirituais, profecias, sinais, mas hoje decido andar de forma mais natural, ouvindo meus instintos, minha intuição e consciência. Sem o peso de ter que fazer a vontade de Deus ou o medo de não fazê-la.

—Compreendo que compaixão é sentir a dor do outro por identificação. A mente busca em seu registro uma dor sentida e vivenciada em experiências semelhantes a do outro e por isso se compadesse. Por exemplo, não posso me colocar no lugar de alguém que quebrou um braço e sentir o que ele sente, se eu nunca quebrei um braço, pois não há registro em minha mente desse tipo de dor. Mas se eu já quebrei um braço e senti essa dor, então minha alma poderá se identificar com quem já quebrou um braço.

—EDUCAR É REPRIMIR. Isto é um fato. Mas poucos na era atual da “felicidade e bem-estar” gostam da ideia de que educar é reprimir. Geralmente se tem a FELICIDADE separada da REPREENSÃO, e logo, para a felicidade da criança e dos cuidadores é melhor não haver repreensão, e isso gera uma criança mal-educada, ou seja, sem limites. A publicidade mostra em suas propagandas crianças felizes, e crianças felizes são crianças sorrindo. Esta é a imagem da família ideal segundo a sugestão da propaganda da margarina, do carro, do lava-roupas[...].A família feliz faz compras no Mercado, e a criança feliz coloca no carrinho o que quer sem que os pais digam "isso não meu filho!". Desta forma, constrói-se uma imagem da criança feliz, a qual é sorrindo, e não sendo repreendida e reprimida ao ser educada. 

Gostamos da sinceridade que há no outro, mas raramente somos sinceros e verdadeiros conosco mesmos. Com frequência, mentimos para nós mesmos acerca do que sentimos. Ser sincero consigo mesmo é mais difícil do que ao outro. Reconhecer o que se sente é um caminho profundo e muitas vezes desconfortável.

—Para muitos a compaixão é se colocar no lugar do outro e sentir o que o outro sente, mesmo sem nunca ter conhecido. Mas para mim, compaixão é se colocar no lugar do outro que está vivendo uma situação, pela qual eu também já vivi semelhantemente, ou seja, a minha alma não sente na verdade pelo outro desconhecido, mas pela recordação da dor e sofrimento que ela tem dentro de si e com isso se identifica com o outro. Portanto, para mim, compaixão é sentir por identificação, e não sentir por um desconhecido. A alma sente pelo outro(desconhecido) porque conheceu dor semelhante. Mas não vejo compaixão como sentir a dor do outro sem nunca ter vivenciado dor semelhante, pois nisto digo que seria "pseudo", pois não há registro na mente de tal dor, então, a alma inventa uma tristeza e dor. Nesse caso, creio que caberia melhor a palavra SOLIDARIEDADE, que seria o ato de ajudar quem nunca conheceu, do que COMPAIXÃO.

—Aquele que sofreu algum tipo de rejeição na infância tende a crescer com um sentimento de sempre estar sendo rejeitado, ou seja, se sente rejeitado mesmo quando não é. Por exemplo, quando o seu desejo não é cumprido pelo o outro, ele se sente rejeitado, quando o outro não quer sair com ele, não quer conversar naquele momento, não está disposto a lhe dar atenção, enfim, quando o que ele quer não é correspondido, então se sente rejeitado. Não que de fato esteja sendo rejeitado, mas é como se sente.

—A dúvida angustia a alma. A indecisão a inquieta. A incerteza lhe causa dores. A falta de direção traz o cansaço. A falta de diagnóstico faz o corpo adoecer. Talvez, o melhor seja não tentar decidir o tempo todo pelo melhor, pois a vida acontece naturalmente. Assim como o nascimento de uma criança, por exemplo, onde ninguém diz que ela precisa ficar no ventre por 9 meses, mas a ordem natural a empurra para fora no tempo oportuno.  

—Se não houvesse a palavra, creio que também não haveria mundo, nem homem e nem história. Pois a palavra, enquanto linguagem, é que cria o mundo, constitui o Homem e consequentemente lhe dá uma História.

—A nossa visão natural saudável se adapta e se acostuma com as condições do ambiente externo. Por exemplo, quando estamos em um ambiente iluminado e logo se apaga a luz, nossos olhos aos poucos vão se acostumando com a falta de luz, e assim começam a ver melhor no escuro, ou quando estamos em uma casa escura e saímos para o jardim ensolarado, nossos olhos estranham, mas também se adaptam. Assim, creio que é a nossa visão de mundo, ou seja, somos capazes de nos adaptarmos e nos acostumarmos com os ambientes externos. Quando entramos em um contexto diferente do qual estávamos acostumados, a princípio será desconfortável, mas aos poucos nossa visão se acostumará. Por isso, se alguém não deseja que sua visão se adapte a um novo contexto de vida ou pensamento, é melhor que não permaneça por tanto tempo nesse novo ambiente, pois certamente sua visão se acostumará e não mais achará estranho. Não creio que isto esteja no campo do "certo ou errado", mas simplesmente no campo do que cada um deseja para si.

—O que nos inspira é também o que nos expira. O que nos faz viver é também o que nos faz morrer.

—Posso não ter um título de psicanalista ou psicólogo, mas as minhas experiências na vida me ensinaram a observar a alma(psique) humana.

— Talvez um Homem só saiba ser Homem quando estiver do lado de uma Mulher que sabe ser Mulher, e vice-versa, pois entendo que a Mulher confirma a identidade masculina do Homem, e o Homem confirma a a identidade feminina da Mulher.

— O tempo não volta e nem a forma de ser da humanidade. E seria ilusão pensar que os tempos passados é que foram bons. Por que? Porque o discurso do Homem sempre foi o mesmo, isto é, o que passou é que foi bom, e há sempre uma lembrança da infância, mostrando que a mente do Homem se volta para o passado como sendo o bom, e há um certo pessimismo quanto ao presente. Por exemplo, quando alguém está casado, muitas vezes ouvimos dizer com suspiros " ah os meus tempos de solteiro!" , ou quando adultos dizemos "quando criança, eu era feliz e não sabia!", e certamente o Homem de hoje que diz lamúrias sobre o seu presente e dá elogios aos seu passado é o mesmo que exaltará o seu presente de Hoje, dizendo "ah bons tempos eram aqueles". Portanto é uma ilusão. O hoje que lamuriamos será o passado que amanhã exaltaremos. Temos a ideia do passado como sendo os "anos dourados". Mas a verdade é que o Homem não voltará a ser como era há 50 anos e nem a Mulher voltará a se comportar como a mulher do séc. passado. A sociedade não retornará a ser como foi. Precisamos nos reinventar em meio as transformações, talvez não concordar com todas as mudanças, mas caminhar em um individualismo, ou seja, em uma busca por nos encontrarmos como indivíduos no meio desse tempo e sociedade atual, pois a sociedade não voltará a ser como era.

—Como seria o mundo se não houvessem as palavras de Platão, Aristóteles, Agostinho, Freud, Nietzsche, e tantos outros filósofos, pensadores e poetas? Seria melhor ou pior? Não sei. Quem sabe nem pior ou melhor, mas apenas diferente, pois a palavra tem o poder de criar, e o mundo pela palavra é criado e recriado a todo momento. A palavra escrita ou falada conduz o Homem na construção de sua história.

—O problema de se ter apenas um motivador inspirador na vida, é que se esse motivo se for, a inspiração também se vai, e haverá um sentimento de expiração, ou seja, sentimento de vazio e morte. Ter a capacidade de se reinventar em situações e buscar outros possíveis fatores que inspiram, que dão fôlego e consequentemente energia para se movimentar na vida, pode aliviar a sensação de angustia. Ter uma visão maleável, podendo se transformar em multifocal quando necessária, tendo a habilidade de procurar outros possíveis focos quando assim for preciso, pode nos ajudar a termos menos sensação de expiração (falta de ar), pois sempre haverá algo que poderá nos inspirar (presença de ar) novamente.

—Nem sempre a teoria cabe na prática. Nem sempre o conhecimento adquirido por meio de uma experiência pessoal cabe na experiência do outro.

—Se acreditamos em algo esse algo passa a ter poder sobre nós.

—A humanidade se torna dependente e prisioneira do progresso.

—Infelizmente, o povo brasileiro ainda não deixou a cultura de COLÔNIA, e aquele que sabe EXPLORAR alcança sucesso neste país colonial. Basta olharmos para a quantidade de empresas e indústrias que se instalam no país e levam daqui as riquezas. E além disso o povo brasileiro ainda tem aquele olhar vislumbrado pelas coisas que vêm de fora, tal como os olhares dos índios (primeiros brasileiros) pelos utensílios portugueses. A cultura americana, o sotaque da língua estrangeira, as roupas, objetos e carros e os produtos importados facilmente cativam o brasileiro. E se percebermos, realmente parece haver muito orgulho pela aquisição do que é importado e uma desvalorização do nacional. E por isso, o brasileiro tem fama de ser hospitaleiro, mas que na verdade é alguém que ainda não aprendeu a se defender e se deixa facilmente ser explorado.

— É certo que as nossas idealizações amorosas de uma pessoa que corresponda perfeitamente as nossas expectativas não existem ou existem em raríssimas exceções. Mas enfim, tal pessoa é fruto da nossa imaginação ideal. Queremos que seja como imaginamos, sem contratempos ou falhas, mas precisamos aprender a lidar com aquilo que não idealizamos, pois é provável que venhamos a nos relacionar com alguém com atributos que não gostamos, porém, isto não significa que o relacionamento será ruim, muito pelo contrário, pode ser muito belo se houver consciência de ambas as partes em não querer transformar o outro na sua idealização "perfeita". Grande parte dos relacionamentos que findam, está no desejo do cônjuge em transformar o outro segundo a sua imagem ideal, segundo tudo aquilo que ele imaginou e idealizou. A perfeição não está naquilo que não tem falhas, mas está no bom cumprimento de sua função., tal como uma porta que abre e fecha ainda que não esteja bem pintada. Eu sou um poeta, e a poesia não tem compromisso com a veracidade, principalmente no que diz respeito ao amor. A musa inspiradora, para mim, não é alguém ideal que se encaixa em todos os meus gostos, tão embora possa parecer na ilusão da poesia, mas na veracidade ela simplesmente alguém que cumpre bem a sua função, a qual é : ME INSPIRAR, e isto é o verdadeiro perfeito.

Tenho percebido que pessoas que mal conhecemos, pouco vimos ou nunca vimos, muitos vezes se mostram mais amigas do que aquelas com quem convivemos a muito tempo e achamos que conhecemos. Amizade está na troca de favores, e talvez, seja esta uma interpretação possível do relato bíblico : "Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando"( João 15:14 ). O favor realizado ao outro constitui uma amizade e não apenas o tempo de convivência ou conversas. Mas logicamente que não é preciso fazer tudo o que o outro pede, pois para tudo existe um limite. Troca de favores não pode ser tratado como sendo um mecanismo de exploração.

—Hoje não penso que as pessoas estão certas ou erradas, mas simplesmente que algumas fazem mais mal a si mesmas do que outras. E isto vai além de declarar à alguém "você está certo ou errado".

— Por vezes nos sentimos culpados por falarmos ou fazermos algo com o qual o outro ficará ofendido ou terá algum tipo de sofrimento, mas precisamos compreender que nem sempre somos responsáveis por aquilo que o outro sente, ou como o outro recebe o que falamos ou fazemos. Muitas vezes temos a ideia de que tratar bem alguém é evitar qualquer tipo de "sofrimento" nesse alguém, mas nem sempre isto é verdade. O Bem também causa dor e choro. Por exemplo, cuidar bem de um filho não é protegê-lo ao ponto de evitar qualquer tipo de sofrimento, pois isto pode ser mal para ele futuramente.

—A maioria tem uma visão focal e não periférica, e por isso, não prestam atenção no que está aparentemente escondido nos lados. 

—Para falar aos homens precisamos nos fazer semelhantes aos homens. Reconhecer-se portador de uma alma com dores, sofrimentos, alegrias e sentimentos tanto quanto o outro que se colocada diamte, faz-nos compreender melhor como tratarmos o outro, o qual também é homem como nós.

—O dinheiro sempre teve sua importância como moeda de troca, porém, na era contemporânea capitalista, o dinheiro tornou-se muito mais importante, essencial e praticamente VITAL, e assim acabou por se tornar o FIM e não o MEIO, ou seja, tudo se faz tendo o dinheiro como finalidade ou objetivo final. Não sou hipócrita em dizer que ter dinheiro não é bom, é bom sim, pode nos proporcionar bons momentos de conforto. Mas simplesmente precisamos tomar cuidado para não fazer do dinheiro o FIM de tudo o que fazemos, planejamos, sonhamos e vivemos, pois o dinheiro é o MEIO para realizarmos certos projetos e quando se torna o FIM(FINALIDADE) deles, pode ser que já tenhamos perdido o objetivo da vida - "VIVER".

—SOLTA-NOS BARRABÁS! SOLTA-NOS O FILHO DO PAI !

Há um episódio bíblico muito conhecido(Lc 23.18), onde o povo grita diante de Pilatos para que SOLTE BARRABÁS e CRUCIFIQUE JESUS.
Não quero entrar em méritos linguísticos ou históricos do texto, ou seja, se o nome é Yeshua e não Jesus, se foi crucificação em uma cruz ou madeiro, enfim, não é este o meu propósito aqui.
Apenas quero compartilhar um “flash” que me veio, e creio que diz respeito a nossa condição como prisioneiros, escravos e servos de muitos “senhores”.
Bom, nesse episódio, o povo pede para soltar Barrabás, e Barrabás é uma expressão aramaica que significa “ Filho do Pai ( BAR ABBA)”, e Yeshua(Jesus) em hebraico é “YHWH é a salvação”.
Portanto, vejo que este ato do povo evidencia o desejo do Homem de ser livre como filho. Mostra-nos o desejo do Homem em soltar o Filho (barrabás) que está preso dentro de si.
Mas para isso precisa decidir-se por “matar” a salvação. A salvação precisa morrer para dar lugar a libertação do filho que há em nós.
Só será livre como um filho, o Homem que lançar mão de salvar-se a si mesmo, como assim também foi relatado: “Quem quiser salvar a sua vida, perde-lá-a”.
Barrabás (filho do pai) só é solto quando a salvação Yeshua(Jesus) é condenado, segundo o que está escrito na Bíblia.
Mas como assim "matar" a salvação(Yeshua) para que o filho(barrabás) seja livre?
Bem, se prestarmos atenção na história do Homem, o veremos sempre buscando meios para a salvação de suas angústias existenciais, e nisto acabou se prendendo mais ainda, se tornando escravo de muitos conceitos, valores, dogmas, sistemas, religiões, enfim, criou para si muitas prisões.
Talvez, quando decidirmos não mais nos salvarmos, então, quem sabe seremos livres, tal como um filho, e assim será solto o Filho do Pai (Barrabás) de dentro de nós, e no fim esta é a salvação que ressurge para dar vida.

—Muitas questões na vida são difíceis pelo simples fato de não haverem respostas exatas, absolutas e consequentemente satisfatórias. Quando não se tem resposta a questão se torna difícil, pois só há suposições e muitas possibilidades de entendimentos. Por exemplo, as questões relacionadas a Bíblia ou Deus são um tanto quanto difíceis para quem se propõe a questionar, pois não há nada exato, apenas interpretações e muitas maneiras de se entender. E tantas outras questões são difíceis para o homem, e estão presentes em todas as áreas, e por serem difíceis de responder, o Homem criou muitos meios para aliviar suas dúvidas angustiantes. Já a questão fácil é aquela que possui resposta exata e lógica, tal como 2 + 2 = 4 . Mas como a vida não é uma ciência exata, logo o viver é uma questão de crença.

Realmente há grande descaso com a saúde pública. Gente despreparada para lidar com pessoas. Gente sem tato. Sem instrução de como se portar em um estabelecimento onde se encontram pessoas enfermas. Gente sem condição e instrução psicológica, o que acho essencial para quem lida com pessoas debilitadas, pelo simples fato de saber falar e tratar alguém que sofre fisicamente e mentalmente. Certamente há exceções para bons profissionais de saúde, mas já vi e tenho visto muita gente que não sabe cuidar de gente. 

—Como sabemos, a sociedade atual está sofrendo grandes transformações. Estamos em uma mudança de era. E esta mudança visivelmente tem afetado a maneira de agir do homem e da mulher no quesito relacionamento. Algumas mulheres reclamam que não há mais romantismo ou cavalheirismo, mas elas , de forma generalizada, também estão diferentes em seus comportamentos. E hoje, já não sei se as jovens se encantam tanto com poesias, serenatas, romantismo ou cavalheirismo como antigamente. Claro que há exceções, mas tenho percebido que, em grande parte, o encantamento e admiração por parte das mulheres com relação aos homens está fora do "romantismo". E quando falo de "romantismo", não falo de um ser “perfeito” que apenas manda cartas, compõe canções, escreve poesias, convida para jantares românticos, mas também de alguém romântico, o qual vê o mundo de forma diferente, dando mais sentido aos detalhes que nos cercam. Talvez, as mulheres, principalmente as mais jovens, estejam desaprendendo a “lidar” com este tipo de homem.

—A arritmia, ou descompasso acelerado da pulsação, provém de uma descarga hormonal muito ligada a sensação de medo. Por isso, ao nos encontrarmos com a pessoa desejada com quem haja possibilidade de compromisso duradouro, o nosso coração bate forte e acelera, ou seja, acelera porque temos medo.

— Certo dia, um jovem poeta, perguntou ao poeta já com os olhos escurecidos pelo tempo:
—"Bom dia Poeta, o que ainda te inspira, depois de tanto observar a vida?"
Ele, sorrindo, respondeu ao aprendiz:
—"Meu jovem, muitos são os fatores que ainda me inspiram nesta vida: o céu, o mar, as flores, as aves, as questões sociais, as folhas que caem, as estrelas, enfim , tudo me é motivo de inspiração. E o momento em que mais me sinto inspirado, é quando minha alma mais se sente perto da expiração. Depois da expiração ela entra em um processo de inspiração. Quando a morte mais se aproxima, mais me sinto inspirado a viver. Mas de todos os motivos inspiradores existentes, talvez, o mais prazeroso seja contemplar a mulher amada, a qual corresponde a contemplação do poeta e desta forma, também se sente inspirada."

—Muito se pensa que aquilo que traz benefícios ao Homem é o que traz paz, um estado de tranquilidade e quietude. Eu penso que, em grande parte, o benefício vem daquilo que causa incômodo e inquietude. A pérola nasce do incômodo causado pela areia na ostra. O milho vira pipoca após um intenso calor. O ouro tem valor quando é refinado pelo fogo. A cura de uma doença vem por um processo sofrido de tratamento. O primeiro estágio do sentimento que se chama de amor é inquieto. Uma bela flor brota da morte da semente. A bela borboleta cria lindas asas após ficar reclusa em seu casulo [...]

—O silêncio pode falar muito.

Há momentos em que não tenho vontade de escrever poesia com belos adjetivos. Tenho mesmo é vontade de rasgar o verbo.

—A pouco ouvi a seguinte frase: “O mais importante não é ganhar dinheiro”, mas há quem discorda e  diga que sem dinheiro não se vive. E então, resolvi perguntar ao pulmão do que ele precisa? E para minha surpresa ele disse que precisa de ar. E para o coração fiz a mesma pergunta, e mais uma vez fiquei surpreso com a resposta, pois me disse que precisa de sangue. —“E para você cérebro?”, perguntei. Ele respondeu: —“Bom, preciso pensar!”

—Talvez, seja melhor a poesia do que a filosofia  Tão embora a poesia também seja uma filosofia, pois provém do pensar. E como bem disse uma amiga, todo poeta é um filósofo, mas nem todo filósofo é um poeta. Mas enfim, na maioria dos casos, o filósofo busca desvendar as ilusões da vida e se aflige quando as descobre. Já o poeta faz das ilusões da vida a sua alegria e matéria-prima para o seu consolo. O filósofo quer "desfazer" as ilusões, e o poeta precisa que elas existam. Bom é para o filósofo saber ser poeta e construir sua poesia, para conviver melhor com as ilusões da vida, as quais deixam sua alma aflita.

—Infelizmente ou felizmente o meu trabalho tem por matéria-prima os sentimentos, e isto me faz prestar atenção naquilo que eu sinto e no que o outro sente. Talvez, pelo fato de ser sentimental, sofro mais. Em certos momentos tenho vontade de gritar para expor os sentimentos, mas nisto posso estar perdendo a minha matéria-prima. Portanto, ao invés de gritar, as vezes entendo ser melhor moldar os sentimentos em silêncio e dar vida a arte.

—As propagandas televisivas ofendem o que resta da inteligência humana.

—Para que serve um vestibular?
Para mostrar o CONHECIMENTO PROVISÓRIO de alguém? Alguém que estudou durante alguns meses em um cursinho, adquiriu um conhecimento provisório de química, física, literatura, matemática, e logo depois já não lembra mais?
Para mim, o vestibular se torna em uma grande ilusão. Há uma festa quando se passa, por quê?  O que faz achar que uma pessoa que entra para uma faculdade por passar em um exame está apta só porquê decorou algumas coisas TEMPORARIAMENTE ? Talvez passar no vestibular valesse alguma coisa se as pessoas fossem proibidas de fazer cursinho ou decorar alguns assuntos que irão cair na prova. Rubem Alves, um grande educador, critica a forma de educação brasileira e também o vestibular, dizendo que se os professores e os reitores  fizessem vestibular, não passariam, pois o professor de português não saberia resolver um problema de física, e por que os jovens precisam saber? Eu tendo a concordar com ele.

—Diz-se que o nosso primeiro registro cerebral é a ruptura do momento harmonioso no ventre de nossa mãe, ou seja, quando estava tudo bem e tranquilo houve o nascimento, uma ruptura do aconchego. E este acontecimento pode ser a hipótese da existência do medo que temos quando tudo está indo bem, e o surgimento da impressão que logo tudo vai acabar e se romper. Este medo pode ser observado na expressão popular : “ alegria de pobre dura pouca”.

—O nosso medo do desconhecido, pode, na verdade, ser um medo de repetir as más experiências que vivenciamos  ou seja, que já conhecemos. Portanto, o medo não está naquilo que ainda não conhecemos, mas no que já conhecemos. Por exemplo, temos medo de entrar em um relacionamento amoroso ainda desconhecido, mas não porque é desconhecido, e sim porque na nossa mente criamos uma imagem do futuro baseada nas más experiências até então conhecidas por nossa alma, e desta forma, não queremos repeti-las. E isto se reflete em qualquer área humana.

—Fazer o bem também pode ser dizer “não” e causar uma dor momentânea, a qual trará benefícios futuros. Temos a tendência de pensar no “bem” como ausência de dor e sofrimento, e associado com a palavra “sim”. Mas negligenciar o “não” e sempre dizer “sim” pode ser “mal”. O “bem” que achamos que estamos fazendo hoje, pode ser o “mal” de amanhã. O que aparentemente soa como uma atitude de “bem”, por trás pode esconder uma consequência “má”. Por exemplo, há certos casos em que ajudar alguém pode parecer uma atitude “boa”, mas se for olhada mais de perto pode ser apenas um reforço à condição “má” desse alguém. Bom, o que quero dizer é que , algumas vezes o “bem” que devemos fazer, é o “mal” que achamos ser. As vezes o “bem” vai ser dizer “não”, impor limites em uma relação, sair de casa, não “ajudar”, enfim, cada caso precisa de uma analise específica.

—Muito se confunde “vaidade” com querer se vestir bem, ir em um bom restaurante, ter uma bela casa ou um bom carro, enfim, com tudo aquilo que se relaciona com a imagem, status, estereótipo ou posse material. Porém, Vaidade significa vão, vazio, destituído de vida e propósito, ilusão, ou seja, a vaidade pode estar tanto na casa do rico quanto na casa do pobre, tanto na mansão quanto na favela, tanto no mais favorecido socialmente quanto no menos favorecido. Pois vaidade é uma condição de vazio e falta de propósito.

—Ser alguém equilibrado não é ser “politicamente correto”, é simplesmente ter limites e caminhar em sobriedade.

| OBSERVANDO AS PALAVRAS DE SALOMÃO | Parte IV

NADA FAÇA ALÉM DA SUA FORÇA E CAPACIDADE! MANTENHA O LIMITE!

Muitas vezes somos tentados a fazer muito mais do que podemos, ou temos capacidade. Principalmente na era contemporânea se percebe tal comportamento, relacionando-se ao TER, ou seja, há uma ordem social para se fazer muito para se ter muito. E infelizmente, por conta desta falta de limites, colhe-se as muitas enfermidades que se apresentam em nosso cotidiano, tais como o stress e suas consequências. E nisto, compreendo que o conselho do autor de Eclesiastes pode ser de grande valia para nós. 
Ecl 9:10  Tudo quanto te vier à mão para fazer, FAZE-O CONFORME AS TUAS FORÇAS, porque no além, para onde tu vais, não há obra, nem projetos, nem conhecimento, nem sabedoria alguma. (SBB - Almeida revista e atualizada)

| OBSERVANDO AS PALAVRAS DE SALOMÃO | Parte III

O MAL ESTÁ EM TRABALHAR MUITO E NÃO DESFRUTAR DO FRUTO DO TRABALHO!

Outro ponto muito focado pelo autor do livro de Eclesiastes é a questão do trabalho do Homem debaixo do Sol. E neste contexto ele fala várias vezes sobre o dinheiro, sobre a busca pelas riquezas, o trabalhador, o preguiçoso. A ganância e a vareza também são abordadas.
Mas ele coloca algo bom e algo ruim dentro desse aspecto do "trabalho realizado debaixo do sol" . Ele não exclui o trabalho, e não rejeita a riqueza, muito pelo contrário, "condena a preguiça".
Mas enfim, ele viu algo BOM no trabalho, o qual é desfrutar do fruto do trabalho, isto para Salomão(tradicionalmente o autor do livro) é uma dádiva de Deus, ou seja, poder comer, beber e gozar do bem do seu trabalho e ter alegria no feito de suas mãos. 
Ecl 5:18  Eis o que eu vi: BOA E BELA COISA é comer e beber e gozar cada um do bem de todo o seu trabalho, com que se afadigou debaixo do sol, durante os poucos dias da vida que Deus lhe deu; porque esta é a sua porção.
Ecl 5:19  Quanto ao homem a quem Deus conferiu riquezas e bens e lhe deu poder para deles comer, e receber a sua porção, e gozar do seu trabalho, isto é dom de Deus. (SBB - Almeida revista e atualizada) 
E o lado MAL visto por Salomão, é o fato de se trabalhar muito sem poder desfrutar e gozar do fruto do seu trabalho. 
Ecl 6:1  Há um mal que vi debaixo do sol e que pesa sobre os homens:
Ecl 6:2  o homem a quem Deus conferiu riquezas, bens e honra, e nada lhe falta de tudo quanto a sua alma deseja, mas Deus não lhe concede que disso coma; antes, o estranho o come; também isto é vaidade e grave aflição. (SBB - Almeida revista e atualizada) 
E segundo vemos nos versos acima, este MAL é o que pesa sobre os homens, e isto é realmente o que se evidencia nos dias atuais, ou seja, MUITO TRABALHO E POUCO GOZO E ALEGRIA NO DESFRUTAR DOS FRUTOS DO TRABALHO. O resultado do trabalho não se vê, e vai para as mãos de outro.

| OBSERVANDO AS PALAVRAS DE SALOMÃO | Parte II

"SEJAM POUCAS AS PALAVRAS DIANTE DE DEUS E DOS HOMENS"

Observando mais um pouco as palavras do poeta Salomão filho do poeta David, ou pelo menos como assim se acredita tradicionalmente ser ele o autor do livro de Eclesiastes. Percebo que ele muito fala da sua visão do mundo, da vida cotidiana, do trabalho, a relação com o rei ou figuras de autoridade, a relação com Deus[...]
E ao tratar sobre como se portar diante do Rei ou de Deus, ele aconselha a não se precipitar em falar e sim que sejam poucas as palavras. 
Ecl 5:2  Não te precipites com a tua boca, nem o teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus; porque Deus está nos céus, e tu, na terra; portanto, sejam poucas as tuas palavras. (SBB - Almeida revista e atualizada) 
Na minha compreensão, este conselho tem sido pouco observado dentro do contexto daqueles que tem a Bíblia como um livro sagrado, pois muito se precipita em orações diante de Deus. Muitas são as palavras pronunciadas sem entendimento. E nisto eu lembro de outro sábio conhecido como Jesus para alguns e para outros como Yeshua, o qual disse, segundo consta nos textos que temos : 
Mat 6:7  E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque presumem que pelo seu muito falar serão ouvidos. (SBB - Almeida revista e atualizada) 
Creio que esta instrução, nos cabe em todas as áreas da vida, ou seja, o muito falar não garante o muito ouvir. As nossas muitas palavras no trabalho, na faculdade, no relacionamento amoroso [...] não nos dá garantia de que seremos ouvidos.

| OBSERVANDO AS PALAVRAS DE SALOMÃO | Parte I

SABER DEMAIS TAMBÉM TEM SEU LADO DE VAIDADE, AFLIÇÃO E ILUSÃO!

Estava relendo as palavras do Rei Salomão, um grande sábio, pensador, filósofo e poeta de Israel no séc X a.C. E como sabemos, no livro de Eclesiastes contido no conjunto de livros chamado Bíblia ou Tanach para o judeu, Salomão(Shlomo) chega a conclusão que grande parte da existência humana está envolta em VAIDADE. E vaidade significa VÃO, VAZIO, SEM PROPÓSITO, ILUSÃO! Até mesmo o fato de muito estudar, buscar respostas e aquirir sabedoria se constitui para ele em vaidade, ilusão e aflição de espírito. É certo que um texto pode ser interpretado de várias formas, levando em consideração vários fatores, mas segue a visão adquirida por ele em suas experiências, segundo consta nos textos que temos na versão Almeida Revista e Atualizada: 
Ec 1.17-18  Apliquei o coração a conhecer a sabedoria e a saber o que é loucura e o que é estultícia; e vim a saber que também isto é correr atrás do vento.  18 Porque na muita sabedoria há muito enfado; e quem aumenta ciência aumenta tristeza. (SBB - Almeida revista e atualizada) 
Ec 2.15  Pelo que disse eu comigo: como acontece ao estulto, assim me sucede a mim; por que, pois, busquei eu mais a sabedoria? Então, disse a mim mesmo que também isso era vaidade. (SBB - Almeida revista e atualizada)

Certamente, os mais extremistas ao lerem esse texto, pensarão que há uma negação por buscar sabedoria ou conhecimento, mas em nenhum momento o texto está fazendo essa negação. Há um equilíbrio em tudo. Talvez a vaidade se encontre fora do limite, no desiquilíbrio de tudo. Na muita sabedoria, na muita tolice, no muito trabalho, na muita preguiça. 
Ecl 2:13
 Então, vi que a sabedoria é mais proveitosa do que a estultícia, quanto a luz traz mais proveito do que as trevas.

— AMOR AO DINHEIRO

1Tm 6:6-10 –“De fato, grande fonte de lucro é a piedade com o contentamento. 7 Porque nada temos trazido para o mundo, nem coisa alguma podemos levar dele. 8 Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes. 9 Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. 10 Porque o AMOR AO DINHEIRO É A RAIZ DE TODOS OS MALES; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores.”
Esta instrução de Paulo à Timóteo nunca foi tão pertinente neste mundo capitalista. Mas algo precisa ficar claro, ou seja, não podemos ter esta instrução como um voto de pobreza e sim como um convite ao contentamento.
O dinheiro não é o problema, mas o AMOR ao dinheiro. O problema não é o desejo de ter posses, mas a avareza e a cobiça para cumprir esse desejo. Isto pode causar muitas dores desnecessárias.

—Não vemos com os olhos. Vemos com o cérebro. Literalmente o nosso cérebro decodifica e converte as imagens captadas pelos olhos, as quais são imagens invertidas. E nisto compreendo que precisamos educar nosso cérebro antes dos nossos olhos. E talvez, por isso muitos enxergam e poucos veem. Muitos avistam e poucos percebem. E quem sabe, na era atual, o nosso cérebro tenha desaprendido a converter as imagens captadas pelos olhos e com isso, a maioria continua, portanto, com uma visão invertida do mundo a sua volta.

Há pessoas que nos inspiram, e há quem nos expira...

—Desde a antiguidade o Homem sempre esteve envolto em questionamentos sobre a sua existência. Sempre buscou respostas para os seus sofrimentos e angustias existenciais, e principalmente sobre as questões: "para onde vamos, o que estamos fazendo aqui ?"
E desta forma, criou seus mundos ideais (plano das ideias) de felicidade, satisfação plena, sem sofrimentos ou dores. Mundo Ideal que se constitui em salvação e libertação. Talvez, só exista realmente no plano das ideias e se dê para aliviar nossas incógnitas.
A cultura egípcia , a cultura grega, enfim, todas as culturas do mundo possuem sua idealização da salvação e sua filosofia da existência humana. Os povos e grupos humanos têm suas explicações da origem e da finalidade do Homem.
O cristianismo, tem seu mundo Ideal de salvação em um mundo além da morte chamado Céu, tendo por influência a filosofia de Platão. O Mundo Ideal para o Islamismo está no paraíso com virgens que satisfazem sexualmente os homens.
Para o Judaísmo, a salvação se constitui no mundo ideal vindouro, o qual é a Jerusalém terrena restaurada sob o reinado justo do Messias. O hindu tem seu mundo ideal na evolução espiritual por meio da reencarnação, muito parecido com o pensamento do espiritismo, o qual também pensa na evolução do espírito por meio da reencarnação. E assim, temos as várias ideologias de salvação e mundo ideal.

—Se alguma pessoa me pedir para que ore por ela. Se alguém necessitar de oração. Orarei. Darei palavras que se constituem em torno de um verbo(ação), apresentarei o sujeito e evidenciarei o predicado. Essa é a oração que rezarei. Essa é a oração que formularei. Essa é a estrutura de oração que tenho para oferecer.

—Se os “grandes” nomes da música contemporânea, tais como Janis Joplin, Jim Morrison, Jimmy Hendrix, Michael Jackson, Kurt Cobain, Amy Winehouse, Cazuza, Raul Seixas, Cássia Eller, Robert Johnson[...], tivessem aprendido a usar a Música como um remédio e não apenas como uma forma de expressão, talvez ainda estivessem vivos.

—Geralmente ao se pensar em Deus, pensa-se em alguém com forma definida, de acordo com uma imagem apresentada. Hoje, minha mente vê o Sagrado como um “conceito-símbolo” sem forma definida, o qual não muda sua essência, mas se transforma a todo momento. Torna-se segundo a necessidade da minha alma. Não que seja servo da minha alma, mas na generosidade e nas muitas formas que o posso perceber veste a minh’alma com aconchego.



—Meus escritos são as minhas orações e intercessões à Humanidade. Não oro com as mãos levantadas para cima, mas oro com as mãos em movimento para baixo. Pois este é o propósito: “Cultivar a terra, trabalhar nela, guardar o Jardim, para que continue produzindo bons frutos!”


—Os poetas também são profetas, pois veem o oculto e dão sentido ao que para muitos seria apenas mais uma coisa no mundo.

—Belas são as borboletas. E nos ensinam que precisamos aproveitar os momentos de casulos de nossa vida. Temos vários casulos (pupas), o que em alguns momentos parecem como prisões, mas são necessários para uma etapa futura. É uma fase de libertação para se alcançar outra. São nos momentos de endurecimento e fechamento de nossa alma, tal como em um casulo, que as asas se formam, ainda que sejam para um voo de curta duração. Mas logo o ciclo recomeça! Entre a larva de forma estranha, casulo rígido e recluso, belas asas e voos leves, a Borboleta vive o seu ciclo.

—Minha mente não me deixa ler um livro com tranquilidade, e as vezes não me deixa terminar a leitura, pois o que ela gosta mesmo é de criar. Ela começa, mas logo lança mão do livro, entra no seu próprio mundo, e dá à luz as suas próprias palavras.



—No Jardim de Delícias (Éden), Deus passeava e declamava seu poema sobre a Criação: “É muito bom! Muito Bom!”.
A Santidade está no Jardim dentro do Homem e também fora, o qual se chama Terra. Na verdade, só há um Jardim, pois o Homem é feito da Terra, e a Terra dá a luz ao Homem.

O Sagrado passeia, caminha, com olhares de admiração e gratificação, contempla a beleza de tudo o que fora criado.

Assim eu o encontro e sou encontrado. Passeio pelo Jardim, contemplo a beleza que há em mim, nas aves, na chuva, no mar, nas teias das aranhas, na engenharia dos moluscos, nas formas das montanhas e o ouço dizendo:“É muito Bom!”



—Nossa psique é constituída por representações. Aquilo que vivenciamos em nossa história gera as imagens que teremos do mundo a nossa volta. Alguns terão imagens desfocadas e outros mais nítidas, mas seja como for, são apenas imagens refletidas que podem ser melhoradas e vistas por diferentes ângulos.



—Temos a impressão que os extremos estão distantes um do outro, e estão, mas se repararmos, os extremos podem se encontrar facilmente como as pontas de uma corda. Estão longe, mas muito próximas ao mesmo tempo. Assim são os sentimentos extremos como o ódio e amor, coragem e covardia, sinceridade e grosseria, e assim por diante. Encontram-se facilmente.

—Quando uma casa está pegando fogo, é melhor sair o mais rápido possível, e não tentar carregar para fora quem não quer ou está impossibilitado de sair. Caso contrário, ambos morrerão carbonizados. Creio que a preservação da vida(individual) precede a falsa coragem, ou o falso ato de bondade em ajudar quem não quer ajuda ou não se reconhece necessitado de ajuda. Certamente este posicionamento de decidir-se por si mesmo é doloroso e sofrido no início, mas depois pode gerar leveza.

—O amor e o ódio, enquanto sentimentos, são irmãos muito próximos, gerados no mesmo ventre.

—Minha fábrica e usina são a mente. Minha matéria-prima é o mar, o céu, o Sol, o Homem, a criação. Meu produto é o pensamento em forma de canção, poesia, escrita, arte. Meu público-alvo é a Humanidade. Meu salário é a incomensurável consciência.

—Por que as vezes as pessoas que são consideradas inteligentes (não cultas) são as que mais parecem “bobas” e espontâneas demais”? Talvez, porque aprenderam que as coisas bobas são as que fazem a vida valer a pena.


Eu até posso ser “estranho, esquisito ou diferente” segundo o conceito de alguns”, mas prefiro ser “diferente” e “sofrer” sozinho, do que ser um “idiota global” mal acompanhado! Diferença é a beleza que poucos querem.



“Dura coisa é recalcitrares contra os aguilhões!¹”
Muitas vezes estamos dando “murro em ponta de faca” quando queremos que uma “verdade” fuja de nós, ou seja, quando não queremos aceitar algo que nos está sendo proposto como uma verdade no momento, seja por um sábio² ou por uma percepção interior, estamos ferindo a nós mesmos.
Na maioria das vezes achamos que alguém está nos causando dor ou sofrimento, mas talvez não se trate do outro, mas da nossa própria negligência em não aceitarmos algo que está em nós “martelando”, ou em nos  fazermos de desentendidos em determinadas situações. Como se soubéssemos “no fundo” o que  temos que fazer e não fazemos, isto causa um incomodo interior.
Seja uma atitude que precisa ser tomada, um comportamento que necessita ser melhorado, algo que precisamos reconhecer ou ver, enfim, isso cada um sabe de si.
__________
¹Sociedade Bíblica do Brasil: Almeida Revista E Atualizada. Sociedade Bíblica do Brasil, 1993; 2005, S. At 26:15
²"As palavras dos sábios são como aguilhões". Sociedade Bíblica do Brasil: Almeida Revista E Atualizada. Sociedade Bíblica do Brasil, 1993; 2005, S. Ec 12:11

—Talvez, ninguém de fato mude os seus comportamentos considerados maus, no sentido de não tê-los mais. Quem sabe apenas os perceba mais, tenha consciência e consequentemente os controle mais.

—Por muito tempo tive verdades em que acreditei, e enquanto acreditei me foram importantes, mas hoje se tornaram disformes e indefinidas, pois para mim, Deus como sendo Eterno não tem forma e nem definição.

A palavra falada veio a existência, se fundiu na minha carne e habitou dentro de mim, me encheu de favor e verdade e pude ver com mais clareza a essência de quem sou. (Minha versão do verso "bíblico"- Jo 1.14)

—O êxito gradativo é duradouro e pode ser construtivo, mas o sucesso imediato é momentâneo e tem grande chance de se tornar destrutivo como uma avalanche.

—A falta de SENTIDO na vida do Homem atual expressa a falta de vivência dos sentimentos, pois SENTIDO vem de SENTIR.


—A opinião e a visão do outro sobre mim tem alguma importância? Creio que sim, até que eu crie a minha própria opinião e visão sobre mim mesmo, ela terá uma relevância considerável, mas depois a visão do outro sobre mim não afetará muito.



—O criativo é alguém que se adapta melhor as novas situações ou lugares, pois tem mais facilidade para se inventar e criar “novos” caminhos em meio as mudanças.
Por isso se faz importante, a criança ser incentivada em sua criatividade desde a infância, mas infelizmente e inegavelmente a era contemporânea está matando os talentos, pois os sentimentos estão sendo sufocados.
As pessoas sentem, mas a maioria não sabe como lidar com os sentimentos, não sabe vivenciá-los, e por isso se torna melhor anestesiá-los. A criatividade está muito ligada a vivência do sentimento, logo, sem essa vivência a criatividade é inibida.
Certa vez, Ken Robinson(1950), um educador inglês, contou a história de uma menina que não estava indo “bem” na escola, era agitada e tinha dificuldade de concentração. A diretora chamou sua mãe, e disse que sua filha estava com problema e sugeriu que a levasse ao psiquiatra. A mãe a levou e a menina foi colocada no divã e com as pernas balançando, demonstrando sua agitação, o psiquiatra saiu da sala para falar com a mãe. E disse que sua filha não tinha problema algum, e que ela apenas não tinha habilidade para matemática ou outras disciplinas, mas era uma artista. E ao olharem para dentro da sala ela estava dançando. E com o passar dos anos ela se tornou uma grande coreógrafa chamada Gillian Lynne (1926)
Ken Robinson diz que se esta criança estivesse indo à escola atualmente (60 anos depois), tudo seria da mesma forma, exceto que o psiquiatra diagnosticaria a sua doença, talvez como TDAH - Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade, a encheria de ritalina, ela voltaria para a escola, iria bem nas disciplinas, mas não teríamos uma grande coreógrafa.

—Muitas são as visões sobre o mundo. A minha é apenas mais uma, a qual pode sofrer transformação a qualquer momento.


—A caminhada da vida é como caminhar na areia da praia a noite. As pegadas que ficam, pela manhã não existirão mais, será preciso um novo caminho e novas pegadas ao amanhecer. E cada pessoa tem a sua pegada que lhe é própria na vida.


—Nem tudo está perdido, pois enquanto houver a possibilidade de achar, nada se perdeu definitivamente.

—A alma sensível é como um papel fino, o qual pode ser rasgado quando nele se escreve com força, mas também pode facilmente flutuar e ser levado pelo vento aos lugares inesperados e insondáveis. De qualquer modo, uma folha de fina espessura pode ser usada para que se aprenda a leveza e a doçura necessárias em um mundo de curvas. Assim é o poeta, trabalha e escreve no papel fino da sua alma.


—O poeta coloca palavras nos sentimentos.


—Se repararmos no mecanismo do vício, o perceberemos atuante no contexto religioso. Não quero trazer com isso que seja algo bom ou ruim, apenas quero expor um entendimento.

Percebo que muitos dependentes químicos são tidos por “libertos” ao entrarem em um contexto “religioso denominacional” como em alguma “igreja” por exemplo.
O que na verdade vejo é que o vício apenas foi substituído por outro, ou seja, o mecanismo continua em funcionamento, só que agora não é mais químico, mas está ligado a religiosidade. 
A mesma forma como a “droga química” era usada, agora a “religiosidade” é absorvida, por meios dos cultos, das orações, dos jejuns, dos costumes, das tradições, dos sermões, dos trabalhos na instituição[..].
E nisto, compreendo que todos têm um vício que alivia as tensões. Alguns mais visíveis, outros mais nocivos, outros mais escondidos e menos prejudiciais. 
E quem sabe um vício nunca acabe, mas apenas mude de forma em alguns momentos de nossa vida.

Quando estamos deprimidos ou em um momento de angústia, de sofrimento ou de tristeza, faz bem que eduquemos a nossa mente aos pensamentos bons, pois são como um alivio para que se possa trabalhar na remoção do causador da angústia, sem que haja um sofrimento extremo.
Certamente já ouvimos conselho do tipo: “pense em coisas boas, tenha pensamento positivo”, mas geralmente esses pensamentos “bons” não se encontram no passado, o que talvez seja onde a maioria procura, ou seja, nas lembranças.
Mas percebo que os bons pensamentos não estão naquilo que já foi e não é mais, mas em nossas projeções do futuro, ou seja, o que nos dá esperança é aquilo que esperamos no futuro, aquilo que poderia dar certo.
Pois se estamos angustiados no momento, é porque algo “agora-passado” não deu certo, isto é, pensar no “agora” não dá esperança e quando pensamos nos acontecimentos do passado, muitas vezes nossa mente procura o que mais a marcou, e na maioria das vezes são acontecimentos “ruins”, e portanto, o passado em grande parte não traz bons pensamentos ou esperança.E como a própria palavra “esperança” já diz, é algo que se ESPERA, ou seja, está no futuro.
E assim, certa vezes, o profeta cansado, declarou angustiado : “Quero trazer a memória o que pode me dar esperança"Lm 3.21.
Ele projetou algo no futuro em que pudesse esperar, e desta forma trouxesse alivio para a sua alma angustiada. E sobre isto o percebemos dizer nos versos seguintes: Bom é o Senhor para os que ESPERAM  por ele, para a alma que o busca. Bom é ESPERAR  a salvação do Senhor, e isso, em silêncio.” Lm 3.25,26.
Este era o seu contexto, esta foi a sua projeção do futuro e portanto foi isto que lhe deu esperança.
Cada Homem tem a sua idealização própria do futuro que lhe traz conforto, seja por sugestão da religião, familiar ou social, ou simplesmente seus projetos pessoais e quando se perde esta capacidade de IMAGINAR o que poderia ser bom no futuro (ilusório), a vida se tornará muito depressiva, pesada e angustiante.
Sendo assim, os pensamentos bons em tempo de angustia, são as projeções do futuro, as quais trazem esperança, ou seja, algo em que se possa esperar.
E ao falarmos de esperança, não tratamos de uma ansiedade pelo amanhã, ou expectativas totalmente infundadas, detalhadas e sem possibilidades de concretização, e muito menos de em uma dependência desequilibrada de um futuro ainda inexistente, mas apenas falamos de uma projeção em que pode haver ALGUMA POSSIBILIDADE de se realizar, constituindo-se como um motivador para se continuar caminhando, mesmo que nunca chegue o que se espera.
E como certa vez disse o poeta, esta é a utopia que se revela no horizonte, onde caminhamos, caminhamos, mas nunca alcançamos o horizonte, mas o sentimento de alcançar, nos mantém caminhando.


—Os pensamentos “bons”, enquanto projeções (ilusórias) do futuro (sonhos, projetos...), servem como um alivio para um momento de angústia, e não como uma anestesia geral, a qual gera um estado de INCONSCIÊNCIA.
Seria apenas como uma DORMÊNCIA para que se possa pensar e vivenciar a angústia ao ponto de “remover” o que está causando a dor sem que haja um sofrimento extremo.
Assim como um anestésico local aplicado pelo dentista, ou seja, ele serve somente para não haver muita dor na hora de extrair um dente, por exemplo. É momentâneo.

—Penso no ato de “REFLETIR” como sendo um ato de FLETIR constante, ou seja, dobrar-se, levantar, e novamente se dobrar diante de alguma questão, por isso RE/FLETIR – RE/FLEXÃO.

—A falta de luz, o escuro e a solidão convidam a reflexão.

—A alma humana se satisfaz com pouco. Sacia-se com um olhar, com um abraço, um beijo da pessoa amada, uma caminhada sob a luz da Lua, um banho quente em um dia frio, uma palavra bem dita.

Deleita-se em um dia ensolarado, em um banho de chuva, em uma comida saborosa, em uma simples canção, em um momento de contemplação da natureza, em um elogio oportuno, na compreensão de suas falhas, no andar de bicicleta na beira da praia, em uma boa conversa, até mesmo em um “não” na hora certa, no silêncio, na bagunça com os amigos, em um filme, no cheiro de um perfume, na lembrança de um dia bom, na carta recebida, no piquenique, na piada sem graça, na água da mangueira, na brincadeira com o cachorro, na leitura de um livro[...].
Nascemos com a alma simples, alegrando-se na mamadeira, na chupeta sem gosto, no colo, no “gut-gut”, nos barulhos dos chocalhos  nas vozes “bobas” de nossos cuidadores, nas brincadeiras infantis, mas crescemos e adquirimos os gostos peculiares e mais apurados.
As experiências familiares e sociais tornam nossa alma "madura demais", complicada e insatisfeita, mas na sua essência continua “infantil” desejando os momentos de simplicidade, ou seja, carece daquilo que não é artificial, é de fácil acesso e está muito perto.

— Não tenho uma visão otimista ou pessimista do mundo, da vida ou de mim mesmo, apenas tenho visão. Ora gosto do que vejo, ora não gosto.


Pessoas são como as mais variadas espécies de flores, as quais crescem nos mais diversos terrenos. Algumas são mais coloridas, outras mais visíveis e expressivas, outras mais acanhadas, outras venenosas, algumas raras [...]. Algumas com textura mais suave, outras mais ásperas. Algumas nascem de terrenos arenosos, outras sobrevivem em campos abertos, outras não suportam o asfalto, outras se alimentam entre os prédios das grandes cidades, outras nascem do mangue, e algumas flutuam sobre as águas dos rios [...]. Cada flor tem o seu terreno e suas condições apropriadas e favoráveis para melhor sobreviver, e fora desse terreno e condições existem aquelas que se adaptam, morrem ou apenas enfraquecem.

—Compreendo que o Homem está na “liberdade (entre aspas)” de poder escolher seu caminho, suas crenças, seus valores e conceitos relacionados a todas as áreas de sua existência, sejam sexual, religiosa, social, familiar, profissão [...], porém, existe um limitador para que não se ultrapasse o limite do outro, e isto se chama ÉTICA e MORAL.
A moral está ligada as ações do indivíduo dentro de uma coletividade, e a ética diz respeito a utilização dessa moral em casos adversos. Por exemplo, “Não matar” faz parte da MORAL exercida dentro da coletividade, mas pode haver uma situação chamada “ eutanásia (do grego ευθανασία - ευ "bom", θάνατος "morte")”, ou seja, situação onde por algum motivo maior se induz a morte, e dentro desta situação entra a ÉTICA para se analisar a moral do “não matar”, e se for achado por bem, abrir uma exceção realizando a “eutanásia”.
Portanto, as minhas ações e escolhas precisam estar dentro da “moralidade” e “ética”, pois minhas atitudes e decisões podem afetar consideravelmente o TODO, e muitas pessoas a minha volta.
Por exemplo, alguém pode decidir beber bebida alcoólica e dirigir, essa é uma escolha, mas esta escolha pode afetar outras pessoas. Se esse alguém bebesse e dirigisse em uma estrada deserta sem alguém por perto, esse tal pode sofrer as consequências sozinho, mas a partir do momento em que ele dirige em uma estrada onde trafegam outros carros, entra a Moral e a Ética.

—Ninguém ao dormir diz "hoje vou sonhar com uma árvore verde", simplesmente a alma projeta o sonho conforme aquilo que está nela, conforme o seu desejo, mas não nos permitimos ou nos proibimos, simplesmente acontece. Sonho é como sombra que caminha com a realidade, ao acender a luz ela está lá, não se pode removê-la, a menos que apague a luz. Deixamos de sonhar quando morremos, quando não temos mais luz. Sonho saudável deixa a vida mais leve sim, desde que se saiba que é um sonho e que nem sempre será alcançado, caso contrário o peso surgirá.

—Se pensarmos um pouco, perceberemos que os “nossos sonhos”, não são exatamente nossos, ou seja, não é o que realmente queremos, mas sim um “querer” sugestionado pelo Sistema econômico ou religioso no qual estamos “participando” ainda que de forma passiva e não ativa. A viagem dos sonhos, o carro dos sonhos, a casa dos sonhos, o cônjuge dos sonhos, o casamento dos sonhos, emprego dos sonhos[...], são ideais sugestionados, e que ACHAMOS que precisamos para sermos mais felizes. O que a nossa alma precisa e deseja, na verdade é algo muito mais simples e acessível, e com essa simplicidade ela se satisfaz. Mas a sugestão da mídia capitalista, deseduca a nossa alma gerando a insatisfação para que haja cada vez mais a aquisição dos bens de consumo.

—O amanhã não existe. O futuro só existe na imaginação. O agora é um instante incomensurável que se torna passado. E o passado existe, mas é reinterpretado a cada momento.

—Desejamos muito a felicidade e o perfeito, mas quando nos deparamos ou estamos próximos destas sensações de felicidade e perfeição, ficamos com medo e damos um jeito de sabotar aquilo que desejamos tanto. Começamos a achar defeitos infundados para termos alguma razão para “sairmos fora”. Isto se percebe muito nos relacionamentos amorosos, ou seja, quando tudo está parecendo perfeito demais com a pessoa que sempre idealizamos e dentro da felicidade que almejamos, então algo dentro de nós começa a sabotar a “felicidade”. Achamos defeitos na pessoa e na relação, porque na verdade a sensação de “tudo perfeito” nos assusta, então, antes que algo dê errado e tudo caia, é melhor que eu mesmo faça dar errado para sair da relação ou mesmo nem entrar nela. Na maioria das vezes é assim que agimos de forma inconsciente.

— Hoje , nessa sociedade imediatista, a espera é um tormento. O desejo deve ser saciado no agora e já, pois amanhã ou depois é muito tempo.
Há pouca noção de tempo, ou melhor, do passar do tempo. Isso pode estar muito ligado a infantilidade e imaturidade, assim como uma criança por exemplo, que ao ouvir :"amanhã você vai brincar, agora não”. Ela sem noção do funcionamento do tempo, por ainda não ter vivenciado experiências com o tempo, o “amanhã ou o depois” soa como "nunca". Ela ainda não viveu o tempo suficiente para compreender o que significa "amanhã e depois".
Muitos hoje estão como crianças, sem noção de espera. Muito se vê pessoas angustiadas, porque para esses “esperar” por um relacionamento é como se fosse “nunca” se relacionar com alguém, e isso se observar  em tantas outras áreas da vida contemporânea.
Sem experiências com o tempo, tudo é “agora”, e quando não se desenvolve essas vivências, continua-se sofrendo como uma criança mimada. Vive-se angustiado, porque esperar se tornou aos ouvidos internos sendo "NUNCA".
E quem sabe só com a maturidade do tempo, do viver, das experiências com o “depois” é que se compreenderá que o ESPERAR nem sempre é NUNCA.


—A beleza do relacionamento entre duas pessoas está nos ruídos que se harmonizam, nas notas que se afinam, na diferença que forma os acordes e não no som uníssono.


—Por vezes, em certas situações de comportamentos humanos extremos, considerados maus, ouvimos de contextos religiosos a expressão “Isto é espiritual”, trazendo a ideia de que tal comportamento ou situação tem inspiração demoníaca, ou seja, é algo metafísico, ou um espírito(ser) mal que ocasionou tal acontecimento.
Bom, esta é a interpretação mais comum sobre a questão “isto é espiritual”, ou seja, o mal está fora do próprio homem, de sua alma ou sua mente, é simplesmente um ser metafísico que fez acontecer.
Mas gostaria de trazer outra maneira de ver esta expressão. Pois bem , “espiritual” é uma palavra que vem do latim “spiritus”, tendo origem no grego(pneuma) e hebraico(ruach), onde as palavras simplesmente indicam “ar, fôlego, sopro”, ou seja, não se referem a seres.
E dentro da ideologia, “espírito” também indica “propósito, intenção, inspiração”, e assim podemos observar a nossa própria respiração, quando o ar entra, nos inspira dando movimento ao nosso corpo, ou seja, o nosso espírito é o ar que nos impulsiona, que nos inspira ao movimento, é o propósito unido ao corpo.
Podemos também observar isso quando dizemos “ eles tiveram o mesmo espírito”, em outras palavras “eles tiveram a mesma intenção e propósito”
Quando falamos por exemplo, “homem espiritual(latim) ou pneumático (no grego) ”, dentro do sentido das palavras e ideologia fora do contexto “religioso”, estamos falando de um homem que possui um propósito que o inspira a se mover, de alguém que possui fôlego, ar, sopro.
Então, quanto a expressão “isto é espiritual”, poderíamos compreender que, tal situação ou comportamento considerado mau foi inspirado e impulsionado por um ar, ou um propósito e intenção não bons, os quais podem ter vindo de veículos externos, assim como o ar que ENTRA no pulmão, vem de fora para dentro, mas nessa maneira de ver, não seria um ser dissociado do homem e suas ações.
Uma situação externa pode gerar na vida do Homem uma má intenção. Um trauma, uma rejeição e tantos outros aspectos de interação histórico, familiar e social podem inspirar o homem ao mal, ou seja, o Homem de alguma forma absorve esse “ar pesado”, é afetado por tais situações, e acaba em sua mente e alma dando vazão a comportamentos também pesados, mesmo que de forma inconsciente.
E talvez por isso é que diz no relato bíblico: “Porque de dentro, do coração(mente) dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, 22 a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. 23 Ora, todos estes males vêm de dentro e contaminam o homem.” (Mc 7.21-23)
Portanto, uma possibilidade de vermos é que o homem gera seu ciclo de males. São suas intenções, o ar (espírito), a motivação dentro dele que o inspira. Isto seria um sentido para a expressão “isto é espiritual”, ou seja, não é um ser metafísico que ocasionou, mas o que reside na mente do Homem.

—O homem e a mulher, nesta era contemporânea estão se misturando nos comportamentos. O Homem e a Mulher estão tendo comportamentos UNISSEX .O mundo caminha para o UNISSEX, para o FLEX.

—O sistema Capitalista nos força a consumirmos o que não queremos, não gostamos e não precisamos no momento, e isto porque o estoque da loja precisa ser liquidado para receber novas mercadorias. E muitas vezes acabamos aceitando as sugestões e achamos que realmente, o produto oferecido é o que precisamos.


—A sociedade contemporânea corre tanto que constantemente temos a sensação de estarmos atrasados.


Atrasados profissionalmente, atrasados emocionalmente, atrasados no propósito de Deus (p/ os "religiosos") , enfim, atrasados na vida. Há a sensação de que poderíamos estar um pouco mais a frente.
Como que estivéssemos sempre levando um choque para estarmos sempre em movimento, como um touro na arena.
As propagandas estão sempre convidando ao futuro com frases do tipo " venha para o futuro, não fique no passado", e neste futuro se encontra a felicidade, ou seja, essa sensação de atrasado gera também um sentimento de infelicidade.

—Creio que ninguém é ateu, todos têm o seu ídolo e o seu deus. Todos criam seus ídolos, ainda que digam que não.



— Sonhos, sejam inconscientes(noturnos) ou “conscientes”(diurnos), são idealizações e projeções da alma, e projeção é sombra. Sonhar faz bem, ainda que seja uma ilusão de quem dorme, é um ato que alivia a dureza da realidade.
Na verdade, creio que ilusão e realidade se fundem, assim como a sombra que caminha com a realidade e são inseparáveis. Uma vida de clareza e luz perceberá com mais definição as ilusões que se misturam com a realidade.
Afinal, a luz projeta e expõe a sombra. Quando se tem clareza no entendimento(luz) se percebe as ilusões (sombras) na vida (realidade), e a única maneira de remover as ilusões (sombras, sonhos) é apagar a luz, ou seja, ficar no escuro.
Quem está no escuro nada vê, mas quem está na luz da consciência vê as sombras, mas não consegue e não tem poder para removê-las, ou seja, é preciso aprender a conviver com as ilusões da vida.
Enfim, sonhar é bom, a ilusão saudável faz parte da nossa existência. Os sonhos enquanto projeções(ilusórias) saudáveis da alma, podem trazer conforto, refúgio e descanso, assim como uma sombra em um dia de muito calor.
Fazer projeções (sonhos ilusórios) futuras podem ser a sombra que dá descanso para a realidade sofrida do presente, desde que se tenha entendimento(luz) de que esses sonhos podem ser apenas projeções intocáveis.
O Homem como indivíduo está constantemente fazendo projeções pessoais de um futuro ideal. E percebemos também muitas projeções sociais e religiosas ao longo da história, tais como o sonho de um mundo ou pais sem miséria, um mundo perfeito além da morte na representação de um céu, e tantas outras.
Essas sombras, projeções ou sonhos ideais servem para aliviar a agonia das muitas incógnitas que envolvem a existência humana.

—A escola institucional forma pessoas para o mercado de trabalho e não para a vida.

—Vejo que as lembranças mostram que alguém está vivo dentro de nós. Ainda que por poucos momentos, a vida do outro penetra em nós e ali fica, até ser ressuscitada por uma lembrança.

—Vejo as pessoas como árvores, as quais vemos apenas superficialmente, ou seja, não entendemos sua raiz, mas somente aquilo que está visível na superfície. Este é um entendimento superficial que temos do outro. Mas como assim existem aqueles que se propõe a estudarem as profundezas da raiz de uma árvore, também existem aqueles que se dedicam ou possuem uma habilidade para entenderem um pouco mais a raiz no interior do Homem.Seriam os psicólogos, filósofos, poetas, psicanalistas, ou um simples pensador sobre si mesmo e sua própria condição. Mas penso que se uma raiz está oculta sob o solo, seja para que realmente não seja vista o tempo todo, pois é o coração da árvore, e por isso precisa estar protegida. E quem sabe por isso, a maioria das pessoas entendem apenas a superfície do outro.
Há diversidades de linguagens (línguas) que confundem os Homens, talvez como expressa os escritos hebraicos acerca da origem da civilização humana na Terra, mais especificamente no episódio da Torre de Bavel, onde é dito: “Eia, desçamos e CONFUNDAMOS ali a sua língua, para que NÃO ENTENDA um a língua (linguagem, modo de falar) do outro” Gn 11.7
Frequentemente dizemos ou ouvimos “eu te entendo”, mas talvez a verdade é que apenas achamos que entendemos ou como foi dito, entendemos apenas superficialmente, pois o que está dentro do outro, a sua raiz, a intenção de uma palavra dita, a motivação de uma ação, só quem realiza a conhece, mas nem sempre, por vezes nem esse mesmo entende o motivo da realização de certas ações, e nisto entram aqueles que conhecem um pouco mais do funcionamento da raiz, e isto para auxiliar na compreensão, mas somente se for necessário. Pois muitas vezes somos incompreensíveis para nós mesmos.

—Aqueles que se tornam COVARDES diante do DESAPRENDER, são aqueles que não avançam no aprender. Se agarram tanto no que aprenderam, que não há espaço para o novo.
Todos tem medo, e isso é bom, pois faz refletir, mas a questão é a covardia, a qual paralisa e faz retroceder.
Esses envolvidos na covardia têm fobia de se perder, mas aquele que pára por covardia diante da possibilidade de se perder na verdade já está perdido, pois ninguém que conhece o caminho ficará temeroso em se perder. São aqueles que dão dois passos a frente mais voltam três.
São pessoas que geralmente não suportam a desaprovação do outro e por isso preferem ficar para sempre no lugar confortável onde estão, mesmo que haja uma guerra interior, uma auto cobrança uma culpa constante, pois o que importa para esses é ficarem bem com o outro e não consigo mesmos. Mas talvez quem não está bem consigo mesmo na verdade não pode estar bem com o outro, apenas faz de conta.
Pois o meu relacionamento com o outro está baseado no relacionamento que tenho comigo mesmo. E quem sabe seja isto o que diz " ama o teu próximo como a ti mesmo", ou seja, antes é o "a ti mesmo" e depois o "próximo". O Eu vem antes do Tu, do Ele, do Nós, do Vós e do Eles.

—Ao falar sobre Religião, não compreendo que esteja apenas relacionada aos sistemas das instituições e denominações, como “cristianismo, espiritismo, judaísmo, catolicismo, islamismo...”.
Religião pode ser tudo aquilo em que haja um ídolo, o qual é servido dentro dos moldes de aprisionamento, institucionalização,  e tantos outros aspectos, e nisto, o Capitalismo também pode ser considerado uma Religião, onde há um ídolo chamado Capital, o qual controla a vida daqueles que o servem, há uma instituição de valores, conceitos e dogmas, há uma liderança, e assim por diante.
Portanto, muitos que hoje dizem não estarem em Religião alguma, podem sim estarem em uma – O CAPITALISMO.
Mas entendo que usar o capital é uma coisa, mas ser usado por ele é outra, e o que mais se percebe nos dias atuais são pessoas sendo usadas, ou seja, são os sócios de uma sociedade que sustenta a Religião do Capitalismo.
E interessante que a Cultura de um povo está intimamente ligada ao culto prestado.
A própria palavra Cultura provém de Culto, ou seja, se um povo presta culto, cultua, serve o Capitalismo por exemplo, a cultura nisso será baseada, e teremos a cultura do consumismo, da utopia da beleza gerada pelas industrias de cosméticos, teremos uma cultura depressiva, imediatista, de ansiedade, isto é, uma cultura que gira em torno do culto ao Capital.
E isto se percebe na cultura de qualquer povo, ocidental ou oriental, onde a cultura social é regida pela crença no sentido de cultuar, servir e ser fiel algo ou alguém.

—Penso que o inteligente não é aquele que somente tem muitas informações sobre vários assuntos, mas é aquele que sabe raciocinar e pensar. Um computador, por exemplo, está cheio de informações e conhecimentos, mas isto não faz dele inteligente, pois precisa de um comando externo, não sabe pensar e raciocinar, ainda que a tecnologia seja muito avançada, ainda assim precisa de um comando externo. Da mesma forma alguém cheio de informações, mas que precisa de um comando externo não se constitui em inteligente, mas somente alguém com boa memória.


—Podemos compreender que o desejo sexual(atração física) e AFETIVIDADE podem caminhar em vias diferentes, ou seja, pode-se ter interesse sexual pelo outro, mas sem afetividade.
A palavra AFETIVIDADE vem de AFETO, AFETAR. Tenho afetividade com alguém quando me deixo ser afetado e quando tenho a abertura para também afetar a vida do outro, e de preferência saudavelmente. Pois bem, nos dias atuais se percebe que o interesse físico é muito vigente, porém, fica apenas no prazer do momento, pois não há uma abertura ou um interesse por ser AFETADO pelo outro, na verdade poucos são os que querem ser afetados, e isto, porque talvez ja tenham SOFRIDO AFETOS que lhes causaram muitas dores. Mas compreendo que todo AFETAR traz consigo algum tipo de dor, mas também pode trazer a sensação de alegria. E como a Sociedade atual busca fugir de sofrimentos, automaticamente foge de um relacionamento AFETIVO, onde ambos são afetados de algum modo. Compreendo que é preciso enfrentar esses medos, para poder ultrapassar a barreira e ir além da atração sexual, e evoluir para a AFETIVIDADE.

— Um relacionamento está intimamente ligado a afinidade, e afinidade vem de AFINAR. Mas afinar não é necessariamente um som igual. Vejo isto ao afinar um violão, por exemplo, há afinidade entre as cordas, mas cada corda tem o seu som, porém soa harmoniosamente. Assim vejo em um relacionamento, ou seja, duas pessoas que ainda que sejam diferentes podem estar afinados soando sons diferentes em harmonia, e nisto está a beleza do som.

Dentro da perspectiva histórica, vamos passear por mais uma possibilidade de interpretação da história que envolve o surgimento do dia conhecido como Natal e as imagens embutidas na pessoa de Jesus, o qual é uma dos personagens do Natal.
Não tenho a pretensão de entrar em questões de crença pessoal religiosa, se é que isto é possível, pois essa crença religiosa está muito ligada aos fatos ocorridos na História, mas deixo claro que não é a minha intenção, tão embora alguém possa se sentir afetado nessa área  meu propósito é trazer algo histórico, segundo aquilo que se interpreta nos livros das mitologias desenvolvidas pelos homens em várias épocas.
Pois bem, começamos com um relato babilônico muito conhecido pelos historiadores e estudiosos, o qual é o episódio de Semíramis, Tamuz e Ninrode, o fundador da Babilônia.
Semíramis era casada com Ninrode(fundador de Babilônia) e após a morte dele, estando ela grávida, deu à luz a Tamuz. Semíramis reivindicou que este filho era a reencarnação de Ninrode. E reivindicou que seu filho fora concebido de maneira sobrenatural; Semíramis reivindicou que Tamuz era a semente prometida, o "Salvador".
Quando Tamuz era moço e sai para uma caçada na mata, é morto por um porco selvagem. Então, esta é a lenda que os babilônicos criam, Semíramis reúne as mulheres de Babilônia e vão jejuar e chorar por Tamuz. Depois de 40 dias de jejum e clamores, Tamuz volta à vida e Semíramis passa a ser adorada como a doadora da vida(Rainha dos céus).
Ela declarou que, em cada aniversário de seu natal (nascimento), Tamuz desejaria presentes em uma árvore. A data de seu nascimento era 25 de dezembro, no solstício de inverno.
Desenvolveu-se então em Babilônia uma religião do culto chamado "culto à mãe com a criança", em que a mãe era adorada pois trouxe o filho à vida novamente; o poder era dela. Rapidamente essa religião espalhou-se pelo mundo.
Foi levada pelos fenícios (grandes navegadores) e esse culto instalou-se em várias partes do mundo. Os nomes de Semíramis e Tamuz mudavam de acordo com a língua do local:
Nesse sincretismo, a Vênus e o Cupido de Roma, que eram Semíramis e Tamuz na Babilônia, passaram a ser chamados de "Maria e o menino Jesus". 
Agora, gostaria de citar um trecho do livro de Georges Hacquard. A citação diz respeito ao Hélios, um ídolo solar grego. 
“Hélio, o astro solar, é filho dos Titãs Hiperíon e Teia e irmão do astro lunar, Selene, e da Aurora, Eos.
Todas as manhãs ele percorria os céus, montado no seu carro de fogo, atrelado a cavalos alados de uma brancura estrondosa. Quando lá chegava, enquanto os seus cavalos cansados se banhavam, Hélio repousava no seu palácio de ouro para depois alcançar, de barca, o Oriente.
O culto do astro solar perdeu a sua importância na época clássica em benefício, sobretudo, de Apolo, o deus do Sol, voltando a recuperar toda a sua força durante o Império, graças à influência das religiões orientais (Mitra, chamado Sol ffivictus). A partir de então tenderá, cada vez mais, para um monoteísmo, onde o cristianismo colherá as suas tradições. As datas do Natal e da Páscoa foram, na origem, determinadas pelas datas do calendário solar.
Hélio é representado com os traços de um homem jovem e belo, com longa cabeleira encaracolada, de olhos abertos, a cabeça aureolada por raios e vestido com umas roupagens que ondulavam ao vento.”(Dicionário de Mitologia Grega e Romana [Georges Hacquard] grifo meu) 
Observemos as semelhanças nas imagens.Na primeira imagem temos Jesus pintado na basílica de São Pedro com o título de "Christ Helios"(sec IV d.C), e na segunda imagem abaixo temos Hélio no templo de Atena( sec III a.C) e a terceira imagem temos o deus sol invicto(soli invictus), que se assemelha com todas as imagens e da onde surge os raios solares na cabeça.


—Vamos passear mais um pouco pela História, ou pelo menos por um pouco daquilo que se possibilita interpretá-la.
Veremos algo sobre o Ano Novo, e antes de tudo gostaria de deixar claro que a intenção desse texto é puramente histórica, e não partidarista religiosa.
Pois bem, como sabemos, os países cujo calendário é o Gregoriano, possuem uma festa comum chamada de “Ano Novo”, ou passagem de um ano para o outro, fim do mês de Dezembro e início do mês de Janeiro.
E o que é o calendário Gregoriano? 
Bom, o Calendário gregoriano com 12 meses e 365 dias é um calendário Católico promulgado pelo Papa Gregório XIII no séc XVI ( 1582) .Mas antes do Calendário Gregoriano havia o calendário Juliano adaptado pelo imperador Romano Julio Cesar, o qual fez uma homenagem ao seu nome colocando o mês Julho, e este também acrescentou o mês Januario(janeiro) em homenagem ao ídolo JANUS, e com a entrada do Calendário Gregoriano no séc XVI, O MÊS DE JANUARIO(JANEIRO) em homenagem ao ídolo JANUS passou a ser o 1º mês do ano.Por que?
Porque JANUS é o ídolo romano com duas faces , uma para a frente e outra virada para trás.O mês que
"olha" para os dois anos, o que passou e o novo ano.
É o ídolo considerado o porteiro celestial, e em suas imagens possui uma chave em suas mãos, e interessante que este Janus se tornou o São Pedro sincretizado , o guardião do céu .(veja as imagens).
Bom, Janus também é o ídolo das ORIGENS, dos términos e dos começos, do passado e do futuro.Conhecido como o "deus das portas".E por isso (de uma forma resumida) se fez o mês de JANUARIO(JANEIRO) como sendo o 1º mês do Ano, celebrando-se ao JANUS, pois ele neste mês abre as portas dos céus, e assim ele é cultuado e se fazem pedidos a ele, pois ele é o ídolo da Origem, do começo, do início de um novo ano. Janus é colocado no começo do ano, pois ele tem duas faces, uma virada para o ano que passou e outra para o que está começando, responsável por abrir as portas para o ano que se iniciava.

—Vamos ver mais um pouco de História? Ou melhor, um pouco da história da figura do Papai Noel, ou daquilo que se interpreta dessa imagem tão difundida e popular nesta época do ano?
Não tenho por intuído trazer uma demonização ou um fundamentalismo religioso, tal como é muito comum no período natalino, apenas desejo contar um pouco de história, ou uma possibilidade de se contar a história, pois muitas são as maneiras de se observar os acontecimentos, portanto, a seguir transmito uma possibilidade sobre a imagem do Papai Noel.
A figura do Papai Noel, ou como também é conhecido em alguns lugares “Santa Claus”, nasce baseada em um homem do mediterrâneo chamado São Nicolau, um bispo cristão que viveu entre o séc III e IV d.C, e foi considerado um santo da Igreja Cristã Universal (católica) .
Segundo a interpretação de alguém sobre a pessoa Nicolau, ele era um homem piedoso e caridoso para com as pessoas, e em certa ocasião quando soube que um homem teria que entregar suas três filhas para a prostituição, Nicolau por três dias na escuridão da noite jogou sacos com dinheiro pela janela do homem, para que ele pudesse pagar o dote por suas filhas e elas não serem entregues à prostituição.
Esta ação de Nicolau inspirou a prática de freiras séculos depois, e estas então colocavam frutas e alimentos dentro de meias e a noite colocavam nas portas dos pobres.
Bom, com o Protestantismo o dia 6 de dezembro , dia em que "São" Nicolau era cultuado e celebrado, passou a ser celebrado junto com o dia 25 de dezembro, data esta que foi colocada pela Igreja Cristã católica como sendo o nascimento daquele a quem chamam de Jesus, porém esta data pelo o que se encontra nos livros históricos das mitologias, diz respeito ao dia de celebração de alguns ídolos solares da antiguidade, tais como Hélios e Mitra.
Mas voltando a figura do Papai Noel, durante o protestantismo no séc XVI d.C, a imagem de "São" Nicolau se tornou um Elfo, mas no séc XIX d.C, o Papai Noel(Santa Claus) começou a sofrer transformações consideráveis em sua imagem.
Isto ocorreu por meio de algumas publicações como o poema “The Night Before Christmas”1823, onde surgem os elfos fabricantes de brinquedos, a casa no Polo Norte, o trenó, mas em 1863 na edição de Natal da Harper's Weekly, o cartunista Thomas Nast dá um esboço do que se tornaria o bom velhinho de barbas brancas e roupas vermelhas, e em 1866 em outra edição de natal da Harper's Weekly se consolida a imagem do Noel.
A opinião que tenho é que as roupas vermelhas estejam ligadas a um nacionalismo americano, como podemos observar no cartoon de 1863.(ver imagens)
Ao observarmos as datas dos cartoons de Thomas, eles datam de antes da campanha da Coca-Cola na década de 30 no séc XX. Portanto, a Coca-Cola não criou a imagem que conhecemos, como se pensava, mas apenas utilizou popularizou em suas campanhas de marketing. E este é o Papai Noel (Noel é natal em francês) que se conhece na festa do Natal.


—Penso que a desconstrução sem a construção se torna vã. A construção é mais trabalhosa do que desconstruir algo. Apenas desconstruir deixa um terreno vazio, e terreno vazio serve somente para juntar lixo, ser refúgio de animais peçonhentos e esconderijo de “foras da lei”. Desconstruir um pensamento ou comportamento é difícil, mas mesmo assim é mais fácil do que construir outro.

—Embora compreenda que a existência humana não tenha um sentido lógico e exato, o viver pode ter algum SENTIDO, quando SENTIMOS a vida e quando a deixamos nos SENTIR. Em outras palavras, quando não fugimos das dúvidas, quando vivenciamos as fases, quando experienciamos as mudanças, quando não negamos as incertezas, quando abraçamos o sorriso, quando não negligenciamos a dor, quando aceitamos os processos sofridos, quando aproveitamos as alegrias do acaso, quando enfrentamos os medos, quando vemos oportunidades nas crises, ou seja, quando não lutamos contra a vida, ela pode nos fazer algum SENTIDO, ainda que não seja exato ou duradouro, é um sentido momentâneo de “compreensão”, pois cada momento em nosso viver pede um sentido, um sentir específico.

—Quer fazer um bem a Humanidade? Então saiba o tempo de se calar, pois muitos dos males causados na Humanidade vieram de palavras malditas, ou seja, ditas na hora em que se pedia o silêncio.

—Ao observar a forma das canções, percebo que em cada época a música possui um timbre específico, há uma cor para cada som. Por exemplo, quando ouvimos uma música dos anos 80, podemos ouvir um timbre dos instrumentos característico daquela época, assim como há um timbre que caracteriza as composições dos anos 70, 30 ou do séc XVI d.C.
Historicamente há uma classificação de períodos musicais. Há o período da música Medieval (800 – 1400 d.C), Renascentista (1400-1600 d.C), Barroca (1600-1700 d. C) , Clássica (1700-1800 d.C), Romântica (1800-1900 d.C), Música do séc XX. E dentro desses períodos existem harmonias, melodias, timbres, ritmos, instrumentos e formas características.
Da mesma forma, vejo as composições dos pensamentos do Homem em cada época da história, ou seja, em cada era o pensamento humano foi caracterizado por um timbre específico. Para aqueles que se propõem a educar os ouvidos, perceberão com facilidade os timbres nos pensamentos.
Por exemplo, ao observar um pensamento decorrente no meio religioso nos dias atuais, eu posso perceber que o pensamento possui um timbre medieval, e que por sua vez o pensamento medieval herdou o timbre do pensamento platônico do séc V a.C. Ou podemos ver outro exemplo no pensamento vigente entre a classe feminina atual, em que se percebe um timbre característico do séc XIX das revoluções industriais e feminista. Poderemos perceber o timbre do pensamento da Grécia antiga nas muitas formas de pensar no séc XXI. E assim são muitos os timbres característicos de uma época específica, e que ainda ressoam na forma de pensar do Homem contemporâneo.

—A lâmpada não existe para que olhemos para ela, mas para que vejamos o que ela evidencia e expõe ao seu redor. Ainda que a lâmpada também tenha por nome “foco”, entendo que ela não é o foco do nosso olhar, pois se for, teremos a visão prejudicada. Se olharmos diretamente para ela, perderemos o objetivo pelo qual ela existe.
Luz pode ter várias interpretações, ou seja, podemos ver a Luz como representação de muitas coisas. E cada um pode refletir e meditar conforme melhor lhe convier. Mas gostaria de trazer uma possibilidade de pensar sobre isto.
Luz pode ser o nosso consciente, entendimento, aquilo que “sabemos”, temos ciência, o nosso saber. E nisto posso compreender que o que eu entendo saber não é o foco, a luz que eu tenho sobre algo não é o objetivo final,  mas somente existe para mostrar e expor o que ainda está oculto no meu inconsciente. O consciente existe para revelar o inconsciente. Se eu apenas olhar para a luz que eu já tenho, minha visão poderá ficar prejudicada e não verei o que ela está me mostrando.

—O que há no escuro é o mesmo que há no claro. Se estamos em um quarto com a luz acesa veremos seus objetos, mas se apagamos a luz deixamos de vê-los, porém os objetos continuam ali. Temos a tendência de em meio ao escuro pensarmos que nada há ali, mas poderia ser bom pensarmos que ainda que estejamos em um momento de “escuridão” tudo ainda está ali, apenas não vemos, mas estão ali. A cama para descansar, as roupas para se proteger do frio ou do calor, os objetos necessários para a realização de algo, tudo está no quarto, ainda que escuro.

—Os sonhos são para os que dormem. Todos sonham e por isso todos de algum modo estão dormindo.

— Algo que "não deu certo" abre novas janelas para se observar e compreender a vida. Portanto, o que "não saiu como planejado" pode ser o meio que fará a vida "dar certo".

— Certa vez alguém me fez a seguinte pergunta, e talvez seja um questionamento comum no interior de alguns: “por que o fôlego de vida também se chama espírito, qual a diferença?”. Bom, creio que seja uma questão linguística e ideológica, ou seja, em hebraico é "Ruach" que significa "folego, sopro", no grego é "pneuma" que também significa "sopro, fôlego, ar", e desta palavra grega temos muitas transliterações adaptadas no português, tais como "pneumático, pneu, pneumonia..." . Já a palavra "espírito" tem sua raiz etimológica do Latim "spiritus", significando "respiração" ou "sopro", ou seja, o mesmo que "ruach" e "pneuma". E nisto, no decorrer da história, e pelas traduções da Bíblia no Latim, traduziu-se "Ruach hb" e "Pneuma gr" por "spiritus lt", e assim, no português, uma língua latina ficou transliterado adaptado como "Espírito". Enquanto palavras, podem significar o mesmo, ou seja,  "sopro, fôlego", mas concernente a ideologia, a palavra "espírito" tornou-se muito ampla, sendo usada em muitos contextos religiosos de várias formas, como por exemplo para indicar um fantasma, um demônio, uma pessoa da trindade, enfim, a palavra "Espírito" deixou de ser apenas "ar, sopro e fôlego" e passou a ter forma, como um Ser, uma Pessoa.

—Um poeta, psicanalista, filósofo, percebe com mais facilidade o que está por trás das palavras na fala de alguém, mas o "ruim" é que nem sempre se tem o direito de expor o que se percebe. E quando falo "nem sempre se tem o direito de expor o que se percebe", falo de expor para aquele que fala, ou seja, nem sempre tenho o direito de falar algo àquele com quem estou falando. As vezes o que vejo, não é para ser exposto ao outro de forma direta, mas posso falar de forma não direta e generalizada, sem afetar diretamente o outro.Talvez o “mal” em ver demais seja ter que se fazer como cego as vezes.

— ALMA E CORPO (PSICOSSOMÁTICO)

Muitas foram as discussões sobre alma e corpo entre os filósofos  na história, tais como Platão (séc V a.C) , o qual defendia a ideia de separação entre mente e corpo, tendo a mente como superior ao corpo. Temos também o filosofo Descartes na era do Iluminismo, onde constrói a ideia de uma união entre alma e corpo, e assim dentre tantos outros.
A dicotomia ou divisão da alma e corpo está mais presente no pensamento grego influenciado por Platão, mas dentro da filosofia hebraica alma e corpo caminham juntos.Como por exemplo, temos o relato do Rei David, um grande poeta, e que constantemente expressa suas dores e alegrias:
Sl 16.9 Alegra-se, pois, o meu coração, e o meu espírito exulta; até o meu corpo repousará seguro.
Sl 31.9,10 Compadece-te de mim, Senhor, porque me sinto atribulado; de tristeza os meus olhos se consomem, e a minha alma e o meu corpo.10 Gasta-se a minha vida na tristeza, e os meus anos, em gemidos; debilita-se a minha força, por causa da minha iniquidade, e os meus ossos se consomem.
Nestes versos dos salmos hebraicos de David, podemos perceber que David relaciona a sua alma ao corpo, ou seja, a sua tristeza consome os ossos, e seu estado de alegria faz seu corpo repousar, isto é, percebemos o psicossomático(psique + soma-corpo em grego) nas palavras de David.
A meu ver, nada se separa no Homem ou no mundo, tudo está interligado entre si. Entendo que a alma, enquanto mente, razão, pensamentos, vontades, emoções, sentimentos, imaginação, representações, ideias [...] , está intimamente ligada ao corpo, ou melhor, compreende a ideia do psicossomático no sentido de não haver uma separação entre psique e corpo, onde o corpo está na alma e a alma no corpo, o corpo É a alma, e a alma É o corpo.
Por exemplo, uma dor no corpo pode ser resultado de muitas preocupações na mente, uma tontura pode ser consequência de um momento de crise, onde não se sabe qual direção seguir, ou ainda a sensação de bem estar no corpo quando se está apaixonado, enfim, muitos podem ser os sintomas psíquicos(mente) expressos no físico, pois tudo no SER é como uma rede interligada.
Muitas vezes, a alma para muitos soa como algo abstrato (invisível), porém, se olharmos para a fisiologia veremos que a alma está no cérebro e em todo o físico do Homem, ou seja, são enzimas, neurônios, nervos, eletricidade  hormônios, substâncias, elementos químicos que se movem no corpo humano e que agem no cérebro gerando as emoções, sentimentos, representações, vontades, e assim por diante.
Entendo que esta química se desfaz com o corpo, pois existe no corpo e é o próprio corpo. Logo, não havendo corpo, ela se desfaz. E além disso, compreendo que estes elementos químicos com os quais nascemos já carregam em si uma pré disposição genética para agirem, mas isto não significa que agirão como foram pré dispostos, podem ser preenchidos de forma diferente de acordo com o ambiente histórico familiar e social. Como um copo vazio que vai sendo preenchido com a interação com o mundo a volta.  

—Na primeira etapa de vida de uma criança ( dentro de uma família funcional), ela está sempre amparada pela mãe ou cuidador, não há a negação, ou seja, ela até então não ouve o “não” de limitação de suas ações.Ela assim não conhece ainda o negativo, mas a partir do momento em que ela passa a se locomover, dando os primeiros passos, ela então começa a ouvir o que nunca antes tinha ouvido, ou seja, ela passa a ouvir o “NÃO” de sua mãe ou cuidador, e o cuidador (pai/mãe) passa a ser um "agressor". E é nesta etapa em que aprendemos o valor do “Não” , da proibição, dos gestos negativos de balançar a cabeça, ou sinalizar com o dedo, e por consequência conhecemos a frustração do desejo não realizado.Os primeiros passos trazem consigo momentos de conflitos, pois a criança ao mesmo tempo que caminha em direção à um objeto o desejando, também se sente atraído por sua mãe.Ao mesmo tempo que houve o seu desejo de continuar, também ouve um não.E neste estágio a criança usa um mecanismo de "identificação com o agressor", neste momento a identificação com o cuidador começa a imergir.
Nisto, eu aprendo que em todas as etapas de nossa vida em que decidimos dar passos novos, nos locomovermos em um caminho até então desconhecido, temos que estar cientes de que haverá “não”, haverá gestos proibitivos, limitações, e frustrações, até conhecer o terreno em que se pisa.

—Irar-se, ter raiva, faz parte do Homem, mas muitas vezes para os mais “BONZINHOS”, ou seja, os que de algum modo sofreram rejeição em suas vidas e por consequência passaram a criar um mecanismo de defesa, o qual seria uma imagem de “bonzinho”, “não faço mal pra ninguém, e assim ninguém mais me rejeita”, porém isso pode ser a imagem de uma falsa humildade. Enfim, há muita culpa por parte desses quando se iram ou têm raiva de alguém ou alguma situação, mas vejo que podemos nos irar sem pecarmos. Podemos ter raiva, mas sem sermos vingativos, podemos ficar irados, mas sem transgredirmos(pecar) o limite do outro. Podemos ter ira de alguém que nos fere a face, mas podemos dar a outra, e isto significa que se encontrarmos quem nos feriu em necessidade, poderemos dar a outra face dando-lhe o que  precisa, sem sermos vingativos. Porém, isto não significa ter um compromisso com tal pessoa, ou seja, pode-se manter um limite considerável de proteção.

—O “mal estar” da Sociedade contemporânea gera a cultura do “Bem estar”, para camuflar os sintomas desse mal estar.


—A UTOPIA E DITADURA DA "BELEZA" 

De início, não desejo transmitir com este texto algum tipo de pensamento ascético de desligamento total de tudo aquilo que consideramos carnal, material ou terreno, mas simplesmente proponho uma reflexão, principalmente às mulheres,  sobre um posicionamento de desligamento de um  sofrimento e um grande fardo desnecessários ,  manipulados  pela  UTOPIA  e  DITADURA da " beleza" imposta por uma sociedade corrompida e consumista.
Da Terra fomos criados, e por isto faz parte de nossa essência o  contado com a "carnalidade" lícita e o "materialismo" saudável, pois o que faz o " carnal e o material " serem maus, é a maneira que o Homem se utiliza deles. Podemos utilizá-los de maneira saudável , a mulher pode usar um batom, pintar o cabelo, posso comprar um carro, mas tudo de maneira saudável dentro de uma motivação e intenção saudável e não por uma imposição "capitalista" , dentro da qual proponho a reflexão a seguir.Não precisamos ser extremistas.
Pois bem, vivemos em dias onde a sociedade é essencialmente consumista , industrial, comercial e capitalista, na qual há um capital que precisa girar, e dentro disto surge a chamada " lei da oferta e da procura", a qual resumidamente está na oferta de serviços e produtos , e para satisfazer esta oferta se faz necessário a procura por tais serviços e produtos, fazendo assim girar o capital, e desta forma, fazendo a empresa, o comércio, a indústria, ou toda a sociedade continuarem existindo. Sem a PROCURA não há sentido na  existência da OFERTA.Portanto, tudo se torna um ciclo vicioso.
E neste contexto social do consumismo, surgem os males consequentes deste ciclo vicioso, ou seja, se as indústrias oferecem remédios , como sobreviveria se as pessoas não se sentissem doentes ? Portanto, a indústria farmacêutica, mesmo que de forma não tão clara e evidente, gera sugestões para que as pessoas acabem por se sentirem doentes , ou com uma simples dor de cabeça, achando que um analgésico resolverá o seu  problema, e como ela faz isto ? Faz por meio dos meios de comunicação, da mídia em geral, com propagandas que sugestionam a mente das pessoas a sentirem uma dor de cabeça , por exemplo, e assim consumirem um analgésico.
Não estou dizendo com isto, que se trata de uma conspiração, mas que simplesmente este é o funcionamento do consumismo e do capitalismo.
Bom , de uma forma geral, a mídia na sociedade contemporânea é usada para gerar um desejo daquilo que NÃO É NECESSÁRIO, daquilo que NÃO É ESSENCIAL E VITAL , mas ordinário, fútil, desnecessário.
Por exemplo, em sua grande maioria as pessoas não compram um carro só por necessidade, mas porque querem, ou melhor porque foram sugestionadas a quererem , porque ACHAM que precisam. Pois o CONSUMIR não diz respeito ao que realmente se precisa, mas sim ao prazer de adquirir algo, TER e desta forma ter a falsa sensação de "bem estar". As pessoas ACHAM que precisam sem de fato precisarem.
O pensamento por de trás da publicidade, é gerar a mentalidade de que ainda FALTA ALGO para se sentir bem, e logicamente o que falta é adquirir o tal produto ou serviço apresentado pela "propaganda".Por exemplo, ao nos depararmos com uma propaganda automotiva, somos "forçados" a acreditar que nossa vida será muito melhor ao adquirirmos o tal automóvel.
Em todo esse emaranhado de sugestões psicológicas tendo por base a "lei da oferta e da procura", as mulheres talvez sejam as mais afetadas e aprisionadas pela UTOPIA DA BELEZA gerada pelas indústrias de cosméticos e "beleza" em geral,  ou seja, cria-se um padrão ilusório de beleza físcia, na qual as mulheres são sugestionadas a se enquadrarem.
Mas para que as tais indústrias de cosméticos, academias, clínicas de estética funcionem e tenham seu capital girando, se faz necessário o que ? Logicamente se faz necessário que as mulheres não se sintam bonitas , ou bem com seu próprio corpo, pois neste desconforto e mal estar consigo mesma, irão procurar produtos e serviços que assim as façam se sentir melhor.
Tudo isto é uma ilusão de ótica, e é muito triste ver tantas mulheres aprisionadas nessa DITADURA DA "BELEZA" , se achando gordas demais, magras de mais , envolvidas em uma insatisfação crônica de si mesmas.
Mas tudo isto não passa de uma grande UTOPIA em meio a uma sociedade que procura gerar pessoas cada vez mais INSATISFEITAS, para que assim consumam sempre algo que trará uma FALSA SENSAÇÃO DE SATISFAÇÃO. Uma sensação de prazer , e prazer diz respeito a algo momentâneo, que por um momento existe, mas que logo passará, deixando o pensamento de que precisa haver outro momento  para assim ter novamente o prazer, ou seja, o foco é o PRAZER ligado ao momento e não a ALEGRIA que é algo contínuo.
O conselho que fica às mulheres é : " se olhem no espelho e não se vejam com os olhos implantados por uma sociedade consumista e capitalista, não se vejam como querem que vocês se vejam, mas  se vejam como as belas mulheres que são, independente de um padrão imposto. Sejam vocês e não a mulher deseja nos Outdoors, novelas, filmes, revistas e propagandas. Zelem e cuidem dos vossos corpos, mas dentro de um equilíbrio saudável , sem culpa e aprisionamento. "

—INSPIRAÇÃO 

"Inspiração" provém do verbo "INSPIRAR", o que basicamente seria  trazer para dentro algo que está do lado de fora, assim como na respiração onde INSPIRAMOS o Oxigênio , trazendo-o para os pulmões, mais especificamente nos alvéolos, onde ocorre a troca de gases, e desta forma gera energia para o corpo fazendo-o assim se movimentar.
Portanto, quando falamos de INSPIRAÇÃO, falamos de algo que é EXTERNO e que traz MOTIVAÇÃO, ou seja, algo externo que MOTIVA uma AÇÃO.
Na nossa vida precisa existir fatores externos que nos motivem e nos inspirem, ou seja, nos dê energia para se movimentar em direção de algo, ou para funcionar em algo.Estes fatores podem ser um relacionamento, família, um filho que nasceu, um trabalho novo.
Uma pessoa sem Inspiração, seria uma pessoa que perdeu o contato com o EXTERIOR, ou seja, não há nada que a INSPIRE, a encha de AR e FOLEGO.
E dentro disso, gostaria de colocar um parecer sobre a figura da Mulher, a qual para o Homem, talvez seja o principal fator externo que o motiva e o inspira, que dá energia e movimentação. E isto tanto para bem quanto para mal.
E talvez seja por isto, que a mulher foi colocada do lado de Adão após ele ter recebido um trabalho, ou seja, para o motivá-lo, e também percebemos na mitologia grega nas personagens " musas de Apollo" , donde surge a expressão atual " MUSA INSPIRADORA ".
Mas o conselho que fica é : " se você se sente sem INSPIRAÇÃO, talvez seja o momento de buscar algo externo (saudável) que que seja um fator motivador , talvez um objetivo, uma meta , algo que complemente sua identidade, enfim...cada um sabe de si "

—O pior pecado segundo o inferno retratado por Dante

Talvez todo esse medo de desobedecer alguém "superior", principalmente alguém de cargo eclesiástico ou próprio "DEUS", tenha vindo do início do séc XIV (idade média) com a Divina Comédia de Dante Aleghieri, onde ele retrata, segundo a crença grega-cristã, um lugar denominado de inferno, e esse inferno se divide em vários patamares ou círculos, e nesses patamares se encontram pessoas que cometeram os 7 pecados capitais, assim catalogados pela "Igreja" Universal Católica.
Cada patamar corresponde a um nível de pecado cometido, e curiosamente , o último patamar, onde se encontra a figura do Diabo ou Lúcifer, sendo a pior parte do inferno , estão aqueles que desobedeceram os "superiores", os considerados traidores, rebeldes e revoltosos.
Esse Nono e último Círculo , segundo Dante, é o lago Cocite, que está congelado, o lago das lamentações que fica no centro da Terra e é formado pelas lágrimas dos condenados e pelos rios do inferno que nele deságuam seu sangue. No Cocite estão imersos os traidores, representados por Lúcifer, o traidor de Deus, que aqui reside.
E ao meu ver esta visão de Dante Aleghieri na Divina Comédia, nada mais é do que uma interpretação aperfeiçoada da mitologia grega acerca do Hades (lugar dos mortos), a qual foi readaptada pelo "Cristianismo" e percorre até os dias de hoje.
Talvez, muitos estejam presos nestas visões mitológicas acerca do INFERNO e Lúcifer , segundo as visões de Dante e da mitologia grega, assim disseminadas pelo "cristianismo", quanto sistema religioso.As quais não são necessariamente aquelas relatadas no livro conhecido como Bíblia, mas o que neste livro está foi relido da forma apresentada na história medieval.
E em ambas visões, a desobediência aos superiores é considerada o pior dos pecados.

—A Tirania de uma sociedade FELIZ 

Na Sociedade contemporânea a obrigação é ser feliz. Estar bem é a meta a ser alcançada diariamente.Em um encontro a pergunta que surge automaticamente é " está tudo bem?" e a resposta mais automática ainda é " está tudo bem" mesmo que não esteja.
Será que temos que estar o tempo com uma máscara sorrindo e feliz para com todos? Será que realmente precisamos carregar o peso da felicidade? O que seria um tanto contraditório, pois a felicidade era para ser leve, mas no final das contas se tornou um fardo, pois ninguém está 100% "perfeito" em seu estado emocional, psicológico, familiar ou social.
Será que não podemos mais chorar? Será que não podemos mais nos irritarmos? Será que não podemos mais ter um dia mal? Fazendo com que as palavras " basta a cada dia o seu mal" já não façam mais sentido. Será que não podemos mais ser Humanos em uma época das invenções robóticas e cibernéticas? Estaria o Homem se tornando um ciborgue sem se dar conta disso? Estaria o Homem esquecendo-se que possui sentimentos e emoções , perdendo o valor deste "bem" que habita em si?
Talvez precisemos, como ciborgues* escondidos, nos tornarmos como a estória do filme " O Homem bicentenário **", na qual encontra-se um Androide ***, atuado por Patch Adams, e esse não deseja mais ser um organismo cibernético, pois se fascina com as emoções humanas tais como o choro , a dor, o sentir o gosto de um alimento, e desta forma deseja ser Homem.
Na contemporaneidade, a situação tem sido inversa, ou seja, o Homem  está cansado de ser Homem, e quer perder os sentidos, vivendo anestesiado, em busca de uma Felicidade utópica, e deseja expressar isto à todos, pois se o outro "me ver triste" isto seria minha exclusão de uma sociedade do "bem estar".
O Lema é " SORRIA VOCÊ ESTÁ SENDO FILMADO" . E isto se tornou a verdade para a atualidade, ou seja, sorria o tempo todo, o mundo está te filmando, e o teu sorriso pode se tornar a  remuneração do teu salário, um emprego bom, uma indicação , um contrato fechado, mais dinheiro, enfim [...]
E para o mais "religioso", o mandamento " ama o teu próximo como a ti mesmo", acabou por se tornar na mesma imagem do " SORRIA VOCÊ ESTÁ SENDO FILMADO", ou seja, "amar o próximo" se tornou sorrir sempre para o outro ou fazer o outro sempre sorrir.
O que era para ser natural, se tornou a tirania do Séc XXI, ou seja,  A TIRANIA de uma Sociedade FELIZ , onde ficar triste e expressar esta tristeza de modo saudável, significa tornar o Mundo Pior.
O sofrimento se tornou doença, a timidez se tornou problema, como à pouco passou em um programa de TV. E assim, a angústia se instalou na existência humana, pois nunca se é quem poderia ser, sempre há algo mais para se alcançar, e sempre se pode ser melhor e mais feliz.
A busca pela Felicidade se tornou a INFELICIDADE de muitos.
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* Ciborgue: abreviatura para “cybernetic organism”. Esta designação significa uma reconstrução informática, genética e/ou biotécnica do Homem, que implica a sua adaptação a novos meios ambientes. 
** Filme :Homem Bicentenário :Inspirado na obra do escritor ficcionista Isac Asimov surge o androide Andrew, interpretado por Robin Wiliams que vai 'humanizando-se' ao longo do tempo, vivendo por 200 anos, tendo um cérebro implantado ao seu 'corpo' além de outros órgãos que o tornam tão próximo dos humanos...então se apaixona e casa com uma mulher que era neta da “menininha”/"Filhinha", sua mais querida dona(filha caçula do seu dono). Andrew sobrevive há três gerações de uma família. Também fica no imaginário a convivência conjugal dele com uma mulher... 
***  Androides: Robôs com características humanas, programados detalhadamente para imitar manias e reproduzir os traços de uma pessoa

— Psique(Alma) e Eros(Desejo) – a alma se une ao desejo para gerar o prazer e a imortalidade

Compreendo que a estória a seguir reflete a condição do Homem contemporâneo em relação a sua Psique (alma.
Bom, segundo a fábula grega, Psique era uma bela mortal e a chamavam de Vênus(Afrodite), nome este que pertence a deusa do Amor.
Essa deusa não gostou do fato de darem o seu status à uma mortal e mandou seu filho Eros( Cúpido / deus do desejo) ir até Psique e lançar uma de suas flechas para que ela se apaixonasse pelo homem mais feio que existia.
Eros faz o que sua mãe pede, mas quando está para executar a missão, ele se apaixona por Psique e sem querer se fere com sua própria flecha.
E apesar de Psique ser muito bela, ela não conseguia achar alguém quem se apaixonasse por ela, então seus pais consultam Apollo, e ele diz que era para ela ir no alto da montanha onde encontraria seu marido, um monstro.
Enquanto Psique está nesta montanha, Eros o cúpido, aparece a ela na escuridão, mas em uma dessas aparições, Eros adormece e Psique pega uma lâmpada para ver o rosto de seu marido, o qual lhe falaram que era um monstro, porém, Eros acorda enquanto psique está com a lâmpada para vê-lo. Ele fica muito triste por ela ter desconfiado e querer ver o seu rosto, então ele voa tristemente.
Mais tarde Psique vai ao encontro de Eros - o qual está ferido em conseqüência do óleo quente da lâmpada que caiu sobre ele - no templo de sua mãe Afrodite, mas Afrodite a recebe rispidamente, e ainda dá a psique quatro tarefas a serem executadas para que ela possa encontrar Eros.
Então, psique cumpre estas tarefas, mas na ultima quando tem que ir ao Hades para pegar uma caixa com a beleza de sua esposa, ela é tentada a abrir a caixa , mas ao abriu cai em um profundo sono.
Então, Cupido Eros já recuperado acorda Psique, e a adverte a respeito de sua curiosidade.Após isto, eles foram até Apolo , o qual tornou Psique imortal, eles casaram, e tiveram um filho chamado Prazer
Esta é a história sintetizada de Psique, a qual surgiu no séc II d.C. .
Vejo neste conto grego, um pensamento que percorre em nossos dias, ou seja, além das semelhanças com os contos da Bela Adormecida dentre outras fábulas, percebo a mentalidade atual, onde a Psique, quanto representação da ALMA HUMANA busca constantemente o deus(desejo- EROS) perfeito e imortal, e em algum momento nesta busca a curiosidade faz a alma adormecer, e só será despertada quando encontrar o desejo(eros).
A alma busca a satisfação e a imortalidade no desejo( Eros) gerando assim o prazer ( filho gerado da união entre a alma- psique e o desejo- Eros).
Este é um pensamento em que a maioria do mundo ocidental vive, isto é, os Homens querem saciar as almas buscando seus desejos, e estes desejos podem se enquadrar em muitas coisas como: uma pessoa, bens, fama, ministério[...]. E ao buscarem satisfazer estes desejos geram o prazer e a sensação de ser imortal.
A problemática que vejo neste pensamento é que o "prazer" se constitui na realização de um desejo momentâneo, ou seja, a sensação de insatisfação será constante, pois sempre terá que haver uma busca por saciar outro desejo, e depois outro e depois outro, para sempre gerar o prazer.
O problema não está em satisfazer um desejo lícito e saudável, mas talvez esteja em uma Psique dependente da sensação do prazer, pois isto gera o vício.A Felicidade está em algo contínuo, enquanto o prazer está no momento.

—SEXUALIDADE - o centro da vida psíquica e social do Homem

Neste breve texto, abordamos o tema “sexualidade, o qual está correlacionado à busca por saciar o prazer e desejo, e não apenas a consumação do ato sexual entre duas pessoas, ou seja, fala da busca por saciar o desejo em qualquer área da vida. Por isto, ao pensarmos em sexualidade, não pensemos apenas no ato sexual entre duas pessoas, mas ampliemos a visão para tudo aquilo relacionado ao DESEJO.
A seguir, estaremos ora falando do ato sexual, ora falando de desejos de forma geral, que você ,caro leitor, esteja atento a estas mudanças contextuais, mas compreendendo de uma forma ampla, que  tudo está dentro do “desejo”. Também falaremos algo sobre a sexualidade dentro do contexto histórico do “cristianismo”, contexto este que muito se vê nos dias atuais dentro da Religião mais voltado na interpretação “grega” do chamado “novo testamento”, e também veremos um pouco dos escritos hebraicos do chamado “velho testamento” ou Tanach para o judeu, tudo isto de forma bem resumida.
Pois bem, a sexualidade dentro da história da Religião "cristã", desde seu início católico romano, foi marcada por um pensamento ascético, isto é, um conceito filosófico grego, que propõe a repreensão de prazeres físicos a fim de se alcançar uma espiritualidade maior. E desta forma, a sexualidade em qualquer forma e contexto,  foi castrada, sendo considerada um prazer ilícito, tendo a prática  condenada, e fazendo surgir o celibato.Uma proibição teórica, pois nas escuridades dos templos, ainda a luz de velas, o ato sexual continuava existindo nos confessionários .
A imagem do homem espiritual, era / é aquela que não expressava nenhum tipo de reação aos desejos do corpo físico, e quando se deparava com tais pensamentos, buscava-se inibir tais desejos com uma série de auto flagelações, com a finalidade de mortificar o desejo do corpo, de forma literal. Esta é a leitura que o "cristão" segundo a religião, deu às palavras de Paulo em seus escritos, principalmente no que tange aos desejos físicos do Corpo, e tudo aquilo que de alguma forma representa o mundo material e terreno.
Esta mentalidade ascética (privação do terreno para alcançar maior espiritualidade) a cerca da sexualidade humana, percorreu a história da religião, e chegou até os nossos dias contemporâneos, onde o "religioso", se culpa por seus desejos físicos, buscando a todo instante calá-los. A sexualidade é vista como algo repulsivo, apenas para procriação, tal como em tempos passados, onde a relação sexual era apenas realizada por um buraco no lençol na região genital da mulher, sem poder ver todo o seu corpo.
Na Idade Média, surge a pessoa denominada " amante", relacionada a relação extra conjugal, e isto porque o casamento era considerado pela "Igreja" o "sagrado matrimônio", onde não poderia ser corrompido pelo sexo, o qual era realizado de forma fria, sem sentimentos, e sendo assim, surge a figura do " amante", ou seja, o "amante" era a pessoa que satisfazia todos os desejos sexuais e "amorosos", os quais não podiam ser feitos dentro do casamento.
Segundo Freud, considerado pai da psicanálise , judeu austríaco (1856 // 1939) , o Líbido (latim – “desejo”) é a energia vital que impulsiona o Homem na construção da auto preservação psicossocial. Para Freud  este libido está dentro da energia sexual, ou seja, a sexualidade está no centro da vida psíquica e social do homem.
E para Freud, as fases do desenvolvimento sexual  estão compreendidas em  :
-Fase oral (0 a 2 anos) - A erotização está na boca, ou seja, o prazer está na introdução de objetos na cavidade bucal.
-Fase anal (entre 2 a 4 anos aproximadamente) - A erotização, o prazer , está  no controle dos esfíncteres (anal e uretral)
-Fase fálica - A erotização , o prazer, está na descoberta dos órgãos genitais.
-Fase Genital - Fase onde a erotização, o prazer e desejo, estão para fora do indivíduo, e não somente em seus próprios órgãos.
De certa forma, a busca pelo PRAZER (sexualidade em todas as áreas) é o que rege a vida do Homem, ou seja, o Homem faz o que faz por querer sentir prazer.
E quanto a sexualidade, como sendo o desejo de unir-se ao outro corporalmente, realmente é uma energia que move o homem psíquica e socialmente, o direcionando a realizar certas ações que sem tal atração não realizaria.
Quantos de nós, por vezes não nos encontrávamos em um estado de inércia, e quando nos deparamos com alguém por quem sentimos atração, aflorando o desejo, passamos a nos movimentar tanto na área intelectual, fazendo cursos, se desenvolvendo socialmente, buscando um novo trabalho, e assim por diante, e isto ocorre tanto para bem, quanto para mal.E assim, creio que a mulher foi colocada ao  lado do homem, com um poder de motivação muito grande, podendo motivá-lo tanto para o desvio, quanto para o acerto.E esta movimentação, como vimos, não está apenas impulsionada pela atração sexual por alguém, mas por um desejo por algo, e não necessariamente por alguém, isto também é sexualidade.
E se nós olharmos para relatos dos Escritos hebraicos, veremos a caminhada histórica regida pela sexualidade, onde o Povo, muitas vezes foi conduzido pelos seus desejos sexuais para com as mulheres de povos estranhos, trazendo grandes conseqüências para todo o povo, tal como os exílios e  a Divisão do Reino em Salomão. David, o maior Rei de Israel, sobre cujo trono o Messias se assentará, também foi conduzido por sua energia sexual ao desejar Batsheba , a qual se banhava. David foi tão consumido por seu desejo sexual, que acabou cometendo um assassinato e foi impedido pelo Eterno Deus de construir o Templo.
Ainda neste contexto, a Constituição dada ao Povo Hebreu não mostra a castração do desejo como assim é transmitido pelo ascetismo ou pela Religião “cristã”, mas percebe-se uma valorização da sexualidade humana.
Embora esta Constituição do Povo Hebreu não castre a sexualidade, ela a limita. Como temos, por exemplo, as limitações nas relações incestuosas, intra familiares; nas relações com animais, nas relações homossexuais; relações de bigamia, para que não cause problemas de ciúmes entre o Povo; não desejar o que está sob “posse” do próximo; na higienização das relações sexuais, enfim, há uma limitação, e limitação é proteção e não castração.
E comparando com a teoria de Freud, sobre as fases de desenvolvimento da sexualidade, eu percebo que no relato de Gênesis  mais especificamente na Origem da sexualidade humana no Éden, segundo ali colocada, quando a mulher DESEJOU comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, ela  ainda estava em um estado de imaturidade, talvez, analogicamente entre os 0 e 2 anos, pois seu prazer e desejo se evidenciaram na “boca”, mais precisamente no desejo de introduzir o fruto na cavidade bucal, e além disto, desejou algo que estava fora do limite estabelecido, e vejamos que o Criador não proibiu o desejo do Homem, pois disse “ de todas as árvores podereis COMER”, mas limitou dizendo “ mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, e da árvore da vida não”. Houve uma liberdade considerável, pois de todas as árvores do Jardim, apenas duas foram restritas.
Poderemos observar também o livro chamado “Cantares de Salomão”, um livro de cunho erótico, ou seja, de uma homem e uma mulher, que se relacionam, se amam, estão comprometidos, se desejam, e se entregam uma ao outro consumando o ato sexual. Os vários versos então repletos de detalhes da sexualidade de Salomão e Sulamite, onde o umbigo se torna a taça de vinho, os seios são como as palmeiras, isto é, eles estão descrevendo o ato sexual, de forma poética e sem recriminação alguma.
Bem, sabe-se, que na atual Sociedade Contemporânea, fora do contexto religioso, a sexualidade atingiu um estado de libertinagem, onde não há limites para os desejos, restrições ou proibições, ou seja, nós temos os dois extremos, um extremo de proibição e castração da sexualidade por parte da Religião, e um extremo de libertinagem, sem castração alguma na Sociedade Contemporânea.
Hoje , muitos jovens em comunidades religiosas “cristãs”, ao se depararem com situações envolvendo a vida sexual, como masturbação, desejos, polução noturna,  não sabem como agir, e nem sabem muito bem o que isto tudo significa, só sabem que lhes foi dito que é “pecado” e “mal”, e em sua maioria vivem uma existência envolvida em culpa. Talvez isto seja um reflexo dos cintos de castidade colocados pelo  cristianismo e da sociedade medieval, e isto desperta cada vez mais o desejo pelo prazer proibido.

O Sistema da Sociedade atual promove o entretenimento, ou seja, uma variedade enorme de meios de diversão. Estes meios têm por função anestesiar a mente do Homem das suas dores existências. A diversão é o momento onde a mente se desliga da reflexão, por isso, hoje a indústria da diversão e o entretenimento é tão desejada e cresce a cada dia. E isto gera pessoas menos reflexivas, que buscam apenas divertimento. Não vejo nada de mal em se divertir, mas coloco aqui apenas a consequência psicossocial que isto pode gerar na sociedade, isto é, uma Sociedade menos reflexiva, menos pensante e mais anestesiada, viciada no entretenimento.

Creio que as pessoas com uma IDENTIDADE bem firmada, não são aquelas que sabem tudo sobre si, quem são plenamente, mas que conhecem algo em si que as IDENTIFICAM perante o mundo. Por exemplo, uma carteira de identidade é algo que eu apresento e que traz uma identificação ao outro de que sou eu mesmo, ou seja, me dá legitimidade para realizar algo que só eu posso fazer.

Uma pessoa com identidade formada talvez não seja alguém que diz “ EU SEI QUEM SOU”, pois naturalmente o Homem carrega sempre uma interrogação sobre quem de fato é, mas quem sabe seja alguém que possui conhecimento de que tem algo para apresentar ao mundo a sua volta que a identifica como sendo ela, e esta identificação está muito relacionada a um DIFERENCIAL, ou seja, identidade está muito ligada a algo diferente, pois ninguém possui uma carteira de identidade igual a do outro, isto seria um crime de falsa identidade. 
Ninguém possui uma impressão digital igual a do outro. Identidade é algo diferente, algo que é só meu, e isto é o que me identifica como sendo eu, enquanto sujeito perante o mundo.
Nas muitas crises do contemporâneo, onde muitas crianças nascem em meio a disfunções familiares, sofrendo todo tipo de rejeição, é gerada uma crise de identidade, ou seja, tais crianças nascem sem saber qual o seu DIFERENCIAL, isto é, aquilo que elas podem apresentar ao mundo. Elas perdem a legitimidade de serem elas mesmas. Elas estão em um nível de modelação e padronização social.
Identidade pode ser um conjunto de fatores como a personalidade, o caráter, o histórico familiar e social, donde surge o DIFERENCIAL, e esta diferença está na maneira de pensar, de agir, de ver o mundo, nas habilidades naturais[...].
Portanto, se eu sou alguém com Identidade firmada, mas ainda em movimento, como uma árvore com raiz e que mesmo assim balança com o vento, eu direi “ eu sei qual o meu diferencial perante o mundo a minha volta, sei o que posso apresentar para me identificar como sendo eu”. Talvez não saiba quem sou em sua plenitude, mas sei das minhas diferenças em relação ao outro.

Geralmente no meio religioso há um certo medo por estudar ou obter conhecimento, pois foi gerada a ideia de que o ATEU é alguém que estudou muito, ou seja, o conhecimento, para a religião, produz um ATEU (sem theos-sem deus).

De certa forma isto pode ser verdade, pois na maioria das vezes quem se propõe a adquirir conhecimentos sobre muitos assuntos, principalmente ligados a psicologia humana, história, religião, sociedade, deixará de CRER em "deuses bobos" ou no “deus apresentado pela religião”, mas talvez se tornará um verdadeiro crente em um Deus que não é tão bobo quanto disseram que era.
Isto é, o adquirir conhecimento pode gerar um DESCRENTE na Religião, e este é o medo da religião ou dos grupos religiosos, mas também pode gerar um CRENTE no Sagrado, pois quanto mais se estuda, mais se percebe que não há muita lógica na vida, e muito menos respostas absolutas, há possibilidades e acontecimentos que muitas vezes parece impossível apenas terem sido realizados pelo Homem.
Mas este CRER no Sagrado, as vezes não se evidencia tão explicitamente como na religião, é um Sagrado mais amplo, menos fechado em apenas um título de "deus" ou um livro tido como sagrado.

—Tenho compreendido que algumas vezes tentar se aproximar de alguém, ou começa
r um relacionamento amoroso ou amizade pela internet, mais especificamente pelas redes sociais, exige uma reciprocidade muito mais visível, pois não se sabe exatamente o que está ocorrendo por de trás de uma tela. E assim compreendo que pela internet pode-
se gerar uma imagem de inconveniente ou chato para quem deseja se aproximar, pois não se sabe ao certo se a outra pessoa além da tela também quer se aproximar, e isto acaba se tornando chatice e inconveniência para alguns.


—"...o ser humano é a própria arte...a arte é o resultado de um processo criativo"

—Quando o Homem não se organiza em seu espaço, o seu espaço fica desorganizado. O que podemos entender por ORGANIZAR? Podemos perceber que a palavra indica "ORGÂNICO" , ou seja, quando o Homem não se torna orgânico no seu espaço terra, se fundindo com ela, sendo parte do mesmo ORGANISMO,  o próprio espaço se DESORGANIZA, ou seja, não há uma ORGANIZAÇÃO entre HOMEM E TERRA. A Terra caminha para um lado enquanto o Homem vai para outra direção.

—Talvez, teríamos momentos mais felizes se aceitássemos que a vida não tem “sentido”, e que nem tudo tem um significado ou resposta satisfatória. Não buscar “sentido” em tudo pode ser muito saudável. Quem sabe o grande Rei Salomão, no final de sua vida, tenha compreendido isto ao dizer “tudo é vaidade”, ou seja, “tudo é vão, vazio, sem sentido, sem propósito”. Mas compreendendo que mesmo que algo seja vão e vazio, pode ser bom viver.

—A interpretação judaico-cristã com base platônica é de inferiorização do homem, de vitimização, auto-depreciação. Por exemplo, alguém dizer “eu sou bom no que faço, faço bem isto ou aquilo”, traz uma ideia de “ruim”, “pretensão”, “alguém soberbo”, ou algo do tipo “está se achanado”. O bom dentro dessa interpretação judaico-cristã seria dizer “ah não sou bom, sou pecador, fraco, pobre, nu, não mereço, sou humilde, sou faminto, sedento, necessitado”, afinal , esses herdarão o Reino Ideal dos Céus.

—A Religião é uma instituição humana politica e social, e dentro disto, podemos conhecer muito da religião judaica-cristã ao observarmos e estudarmos a filosofia de Platão, pois como disse o filósofo alemão Nietzsche certa vez " o cristianismo é platonismo para o povo", ou seja, o cristianismo é uma forma de tornar conhecida a filosofia de Platão ao Povo. A origem do Cristianismo se funde na origem da filosofia grega de Platão.
Platão viveu no séc V a.C, e em seu período é que se constitui a forma de pensar do Homem, a qual percorre nos dias atuais.
Não só o Cristianismo, mas o Judaísmo também possui sua influência grega no modo de pensar, e talvez pela influência do período do Helenismo no séc IV a.C, justamente no nascimento da filosofia grega. 
Esse período é conhecido como a "Primeira Globalização mundial", onde a cultura grega foi imposta ao mundo, e também na Judeia entre os judeus, e interessante é que durante esses acontecimentos helênicos é que surgem os Piedosos do Judaísmo, donde nasce o Farisaísmo.

—O conceito de "verdade" pode ser um mecanismo psíquico gerado pela mente humana para lidar com a "ilusão" que envolve a vida. A "verdade" está na sua maioria na idealização da perfeição, em um mundo ideal, em uma vida ideal. 
E este IDEAL DE VERDADE, se modifica na história social do Homem. Por exemplo, na idade média, a verdade ideal estava na salvação para um mundo ideal após a morte, na idade moderna, a verdade ideal se voltou para um mundo ideal no futuro, e assim a Verdade vai se constituindo em um mundo ideal de acordo com seu contexto social, político, religioso, histórico.

—Por que são chamadas de "modelos" ou "Top Model" as moças que desfilam , fazem books, dentre outros trabalhos envolvendo a imagem? Pelo simples fato de realmente serem MODELOS, ou seja, formatos, padrões a serem seguidos pela classe feminina da Sociedade.

—Muito se fala sobre os cuidados com a natureza no mundo atual, porém , entendo que a visão do Homem ainda é muito externa, ou seja, vê a natureza como fora de si. 
Talvez precisemos nos ver como sendo a própria natureza, somos parte do mar, somos parte dos rios, somos parte do sol, somos parte da terra. 
Eu creio muito no relato bíblico que diz que o Homem nasceu da terra e por isso é parte dela, é terra também.
E isto pode muito bem ser evidenciado pela ciência, pois a composição do nosso próprio corpo está intimamente ligada aquilo que compõe a terra. Além de que somos aproximadamente 70 % água.
Se houver a consciência de que o rio corre dentro de nós, quem sabe cuidemos mais dos rios que estão fora de nós.

—Constantemente lidamos com incertezas, na verdade nossa existência está firmada em muitas incertezas e dúvidas. A Fé, como sendo a confiança no desconhecido é uma ferramenta essencial em nossa caminhada terrena.E quando falo fé não falo necessariamente dentro do contexto religioso, mas algo presente em tudo, e em todos os nossos relacionamentos, pois relacionar-se com o outro exige Fé.Viver exige Fé. Acordar pela manhã e levantar da cama, exige fé, exige confiança e ação em direção a algo desconhecido.
Essa incertezas e desconhecidos estão em todas as esferas da vida, e muito se apresenta na crença religiosa também. Deus? Ninguém tem plena certeza, por isso é crença. Bíblia? Não há plena certeza de seus escritos, por isso é crença. Jesus? Não há certezas plenas, por isso é crença. Yeshua? Não há certezas, por isso é crença.
Textos e palavras mudam durante a história, e tudo se interpreta segundo os contextos sociais. O que poderia ser certeza para uma época, para a outra se torna em dúvida.
Quem de fato pode dizer o que de fato aconteceu no Monte Sinai, quando Moisés desceu do monte? Quem pode ter certeza absoluta, o que houve há séculos atrás na experiência de Abraão com Deus? Ou o que aconteceu no Egito? Ou ainda o que aconteceu realmente no 1º séc? Creio que ninguém, até porque foram muitas as manipulações dos textos e traduções seja do hebraico aramaico ou grego. E nisto, é certo, que em cada tradução acompanha a interpretação pessoal ou de um certo grupo.
Ainda que hajam relatos, não se sabe ao certo o que ocorreu durante todos esses séculos, o que há apenas são INTERPRETAÇÕES dos fatos ocorridos. 
Até mesmo, se repararmos em nos fatos ocorridos em nossa própria vida, notaremos que a partir do momento em que aconteceram, nós os reinterpretamos em nossa mente dentro do contexto no qual estamos “agora”, ou seja, estamos sempre reinterpretando nossa própria história. E assim é em toda história humana, ou seja, os fatos são reinterpretados segundo aquilo que vivemos no momento.
Alguém me perguntou recentemente sobre o relato Bíblico em que diz que Jesus nasceu de uma virgem, seria isto possível segundo o relato dos livros profético acerca do Messias, os profetas falam de um nascimento não natural?
Bom, a questão é que todo mundo vê o que quer ver. Eu posso olhar para os textos do livro de Mateus, pesquisar cada palavra, e de alguma forma achar um meio de ver que o texto não diz que houve um nascimento de uma virgem, e isto é muito possível, ou seja, posso ver que Jesus ou Yeshua não nasceu de uma virgem segundo o próprio texto de Mateus. 
Posso olhar o texto de Is 9 , o qual fala de uma virgem que dá a luz a um menino, e ver que não fala em nenhum momento de virgem, olhando a palavra no Hebraico, e isto também é muito possível. Mas até que ponto isto seria plenamente certo, se eu estou vendo segundo uma perspectiva interpretativa pessoal, ou porque simplesmente ouvi de alguém, ou de algum grupo influente? 
Por isso, não vejo razão para tantas discussões sobre crenças, principalmente religiosas.

—Sabe porque não se sabe amar? porque só se fala de paixão. Há muito discurso e conhecimento sobre o fervor da paixão, sobre o prazer momentâneo e impulsivo da paixão, mas pouco se fala sobre amar. Talvez por isso pouco se conhece sobre amar, e muito sobre paixão. Sabe-se entrar em uma paixão, mas não se sabe evoluir para uma relação duradoura de amor. Precisamos reaprender na sociedade do imediatismo e do momentâneo a construirmos uma relação duradoura.

—A Religião não é de toda “ruim”, mas um dos pontos que considero maléfico para o Homem, é o fato da Religião gerar um certo medo em seus adeptos, pois o medo é um mecanismo de controle. 
Por exemplo, coloca-se a “vontade de deus” como sendo a boa e absoluta, e tudo fora dessa vontade é mal e catastrófico, e logicamente gera-se uma mentalidade de que dentro da Religião há proteção, pois dentro da Religião há supostamente a “vontade de deus”. 
Portanto, esse medo faz com que a Religião tenha um controle sobre seus adeptos. E outra consequência fruto desse modo, pode ser a angústia frequente de sempre buscar estar na “vontade de deus”, o que na verdade pode não ser necessariamente a vontade de deus, mas sim uma vontade que a religião disse ser de deus, mas enfim, há uma frequente angústia e apreensão sobre tudo o que se faz, ou seja, sempre se busca pesar os pós e os contras, há sempre uma análise minuciosa sobre todas as ações, e isto gera um peso na vida, a qual muitas vezes corre naturalmente como um rio e simplesmente acontece.

—Ser poeta não se constitui em rimar palavras e sim pintá-las no quadro da vida. É dar movimento e significado às letras. É ver o mundo por uma ótica diferente. Muitos conseguem rimar, mas poucos são os que veem. Muitos sabe "RIMAR", mas poucos observam o "RIso do MAR", do "MAR que RI". Poucos se assentam diante dele e dizem "RI-MAR" pois desejo lhe ouvir.

—Os versos de uma poesia são mais livres em sua expressão, ou seja, não há tanta regra de formatação, por isso me identifico com a poesia, e aprecio escrever e comunicar pelas estrofes do poema. Talvez, porque eu não seja tão convencional me caiba uma linguagem menos habitual.

—Se olharmos à nossa volta, veremos muitas "coisas". E coisas não têm alma, não têm vida, não têm valor em si, coisas são coisas inanimadas. 
A alma está no Homem, em nós está a capacidade de dar “SENTIDO”, pois o Homem SENTE, e nisso é encarregado de dar valor , sentido,  significado e alma às “coisas” a nossa volta. 
Talvez como o relato nas escrituras hebraicas, onde o primeiro homem chamado Adão, recebeu o propósito de dar nome (identidade) aos animais e à tudo aquilo que o cercava. E nisso, compreendo que somos responsáveis por nomear o mundo a nossa volta. 
E creio que nessa nomeação não precisamos ter tanto medo de sairmos dos sentidos e significados comuns que uma palavra ou "coisa" tomaram na sociedade ou contexto histórico.
Podemos dar um “nome” incomum e extraordinário, segundo nossa maneira de ver.

—Penso que seria bom se apreciássemos mais poesias e poemas, assim apreciaríamos mais a incompreensão que há em nós e no mundo a nossa volta. Pois a poesia, muitas vezes é bela em sua incompreensão.

—Falo ao vento e o vento se encarrega de carregar minhas palavras e quem quiser escutar, escutará, e quem sabe o vento soprando na janela faça alguém levantar.

—Muitas vezes o bonito não precisa ser entendido para ser bonito, tal como uma poesia que se desconhece o significado, no entanto pode haver sentido para alguém que apenas sente sem saber porquê sente, mas somente sente. Só um olhar sensível reconhece a beleza de uma poesia. Somente a sensibilidade de quem SENTE  pode dar SENTIDO às palavras de um poema.

—Uma pergunta conduz a outra, e talvez a resposta que alcançaremos será que de nada temos plena certeza. E por isso os muitos questionamentos cercam a vida humana. 
E quem sabe as únicas certezas e verdades que temos são aquelas em que acreditamos ser e a morte. 

—Não desejo influenciar, mas convidar ao despertar, tal como alguém que dá um “cutucão” naquele está dormindo ou como um despertador que convida a levantar, e há quem fique irritado e mal humorado com isso.

 —É muito bom se sentir a vontade para dizer “não sei”, sentimo-nos em liberdade.

—O fato de eu querer me aproximar de alguém, não quer dizer que a outra pessoa tenha a obrigação de querer também se aproximar de mim. Ou se alguém deseja uma aproximação comigo, isto não me faz obrigado a também querer me aproximar.

—A maneira que eu penso e interpreto a vida, é uma crença que tenho, ou seja, eu creio que a vida e o mundo a minha volta são de tal forma. Isto não quer dizer que seja verdade ou mentira, simplesmente é como eu vejo e testemunho todo dia, e muitas vezes minhas palavras são provocativas, não violentas, mas quem sabe agressivas, e para alguns ofensivas. Há quem discorda e quem concorda, quem se identifica e quem se esquiva, há quem gosta e quem desgosta, há quem opina e quem ignora, mas nem sempre estou disposto a ouvir as críticas construtivas ou "desconstrutivas" sobre os meus pensamentos.Seria isso orgulho? Creio que não!  Seria um direito.

—SANTA IGNORÂNCIA !!!! 
Hoje, dou o nome de Santa Ignorância para me referir a Santa Inquisição que acontece na atualidade. Pessoas discutindo sobre suas crenças “espirituais/religiosas), sobre suas interpretações.
O que você pensa? Crê em Jesus? Crê em Yeshua? Como interpreta? Não crê no Messias? Apostatou da fé? 
Tem-se ouvido : " Tal grupo apostatou, aquele outro nega isso, e o outro aceita aquilo" 
SANTA IGNORÂNCIA !!!!
Na inquisição medieval, os inquisidores não torturavam ou matavam os assassinos, os ladrões, mas sim aqueles que pensavam diferente. 
Este é o mal que ofende a Religião, o religioso, ou qualquer grupo de tal contexto. Ou seja, PENSAR DIFERENTE !! 
SANTA IGNORÂNCIA !!!
E se eu não concordar com você? E se eu não crer no seu Livro Sagrado? E se eu não crer no seu messias? E se eu não participar de seu grupo? E se eu não interpretar como você? E se eu não entender como você? E se eu não aceitar seus dogmas ?
Me considerará um apóstata, um herege , segundo a sua interpretação?!!
Me queimará na sua fogueira santa?!! Se fará Juiz sobre mim, me lançando para fora do teu paraíso?
SANTA IGNORÂNCIA !!!
Crença também é descrer, por um acaso muitos os que hoje creem em algo diferente, não é por quê um dia creram em algo igual, e sofreram mudanças?
SANTA IGNORÂNCIA !!!
Eu tenho a minha crença, tenho a minha fidelidade, e está em constante transformação, e quem sabe a satisfação que devo dar seja apenas a mim mesmo, e aquele a quem confio a minha "crença" e fidelidade.
E quem sabe seja por isso que por um tempo deixei de entrar em tais questões explícitas de espiritualidade. Me reservo ao encontro no Deserto, e se alguém me perguntar em quem eu Creio, talvez diga :
"CREIO NA VIDA", pois o seu nome não sei pronunciar. 
Só sei que pode ser tudo o que eu puder imaginar 
e muito mais do que a minha mente se atrever a pensar. 
A vejo até onde meus olhos puderem alcançar. 
Suas leis me regem e se apresentam no meu observar.
Pode estar aqui ou pode estar lá.
No meu quarto entro e fecho a porta para lhe encontrar.04/12/2012

—Observando a página do Facebook, vejo muitas palavras, muitos pensamentos, e com isso entendo que as palavras e os pensamentos tendem a perderem o valor, pois se tornam comuns e ordinários. As palavras se desgastam, os pensamentos se vulgarizam. Assim como todo avanço tecnológico possui o seu "bem" também possui o seu "mal".

—As invenções, geralmente são extensões do corpo humano, o carro, por exemplo, é uma extensão dos pés, o computador é a extensão do cérebro, dentro do qual há pensamento e memória. A internet coloca o cérebro a mostra.

—Que o meu interior seja um poço de águas que se movem e da minha boca jorre a vida para os que têm sede.

—Hoje, ainda são poucos os que de alguma forma prestam atenção no que falo, mas quem sabe quando eu estiver morto, as minhas palavras frutificarão e muitos desejarão comer desses frutos.

—Atualmente o “bem-sucedido” pode ser considerado aquele que não tem tempo para a vida.O qual ao ser questionado sobre algo diz :” não tenho tempo”.

—É certo que na era atual a mulher e o homem estão em crise com relação aos seus papéis dentro de um relacionamento, pois muita coisa mudou. Desde a revolução industrial, a revolução feminista, e tantas outras revoluções.
O homem já não sabe muito bem como agir e nem a mulher sabe, e por isso surgem os extremos, ou seja, aparece o machismo do Homem para tentar reaver e manter sua posição, como que tentando provar para si mesmo que ainda tem o "controle" na família, e por outro lado surge o FEMINISMO da mulher, tentando provar para si mesma que tem independência e não está sob o "controle" do Homem. 
E com isso temos uma "queda de braço" sem fim, para medir forças. Mas é preciso compreender que SUBMISSÃO não é sinônimo de ANULAÇÃO de si mesma, de seu direito de ir e vir, de seus gostos, de talentos e habilidades.
Essa palavra agride os ouvidos das mulheres atuais, talvez pela ideologia que se criou sobre ela, ou seja, ao ouvir SUBMISSÃO, entende-se "preciso me sujeitar, me calar, ser capacho, ser inferior, ser ninguém", em geral há esse pensamento de ANULAÇÃO, de ser inferior.
Se nós observarmos a palavras em si, nós veremos a partícula "SUB", e compreendo que "sub" não é o mesmo que "sob". "Sob" tem a ideia de estar abaixo, ou de baixo", já "sub" pode nos indicar algo que está por de trás, oculto, que precisa ser revelado", como assim vemos na palavra " subentendido", por exemplo, onde há um entendimento que está de forma oculta, nas entre linhas.
A mulher nunca foi inferior ao Homem, até mesmo nos relatos bíblicos. Quem gerou essa inferioridade foram as interpretações machistas das religiões e das sociedades. Mas nas Escrituras hebraicas, no episódio da criação, a mulher sai da costela do Homem e é trazida para o seu lado. A palavra "costela" no hebraico, significa "LADO", ou seja, NÃO É ABAIXO , ACIMA , INFERIOR OU SUPERIOR.
Portanto, voltando para a partícula "sub", podemos entender que a Mulher está de forma "oculta", por DE TRÁS ( não atrás), mas por de trás da missão e propósito do Homem, não quer dizer que ela não tenha seu propósito também, certamente tem, mas por si só ela é dotada de um grande poder influenciador para edificar ou destruir um Homem ou um lar, isto é inegável. E como diz o Provérbio " a mulher sábia edifica o lar e a tola a destrói".
Sendo assim, bom seria se a Mulher compreendesse e utilizasse esse poder natural, para estar por de trás da missão de seu marido (sub-missão), para que bem caminhe a família.
Não um poder de manipulação para que o Homem faça o que ela quer, ou seja, para o Homem coma do fruto que ela gostou, mas um poder que auxilia o Homem a permanecer em seu propósito, seja qual for, e isto não é necessariamente um propósito de cunho "religioso" ou um cargo religioso, mas sim o propósito de conduzir bem a sua família de forma saudável e funcional.
Observando a ordem natural do ser humano, creio que podemos aprender algo mais sobre a função da Mulher. Todo Homem nasce da Mulher, ou seja, ela carrega o Homem dentro de si, compartilha de seus nutrientes, lhe dá seu o corpo como morada, e esse corpo se modifica e sofre para produzir um lugar de aconchego, onde ele se nutre, e se fortalece para poder enfrentar a luz que está prestes a se apresentar.E pelo o que eu sei, de relatos, a mulher se alegra em meio a esse belo trabalho, ainda que seja sofrido e não "reconhecido".
Assim, vejo o papel da Mulher na existência do Homem, isto é, o Homem encontra na mulher nutrientes que lhes são necessários, encontra em seu corpo o aconchego, o lugar de descanso e de força para enfrentar a luz que nasce todos os dias. 
E em meio a tudo isso, o Homem é um ser inteiro e a Mulher também, mas os dois caminham em um propósito, onde a mulher tem um papel fundamental e essencial para o bom andamento desta missão familiar.
Mas na era contemporânea de crises de papéis , cada um quer ter poder e razão, e se tornam intolerantes. 
E essa visão distorcida dos papéis, tem grande influência da desestruturação familiar da qual vieram, ou seja, se torna um ciclo, onde não houve na própria casa um referencial saudável de relacionamento, logo, na maioria dos casos , se repetirá o ciclo.
Pessoas que nascem de contextos familiares em que a relação não tem nada de saudável, automaticamente gerará uma mente nada saudável sobre relacionamento e funções, a não ser que busquem rever certos valores que se perderam em meio a essa crise identitária social.

—Tenho percebido que a questão essencial não está na qualidade de um produto ou serviço, mas nos dias atuais está no status ou “nome” que o autor do produto possui, ou seja, mesmo que algum produto seja considerado de má qualidade , mas se a pessoa do produto for famosa, o produto será visto e a maioria gostará. Por exemplo, eu já vi vídeos de má qualidade de artistas de renome nacional, porém são vídeos muito vistos e curtidos,  logo  se percebe que a importância está na fama do autor e não na produção em si. Da mesma forma que já vi vídeos de ótima qualidade e conteúdo, porém sem fama,  e por isso pouco "recomendado". Nesta sociedade a fama qualifica o produto, ainda que seja ruim ou de má qualidade.

—A Palavra em si é vazia e cada indivíduo lhe dá o sentido segundo as suas experiências e contextos de vida, como um saco vazio pronto a ser preenchido.E dependendo dessas internalizações e significados pessoais as Palavras curam ou fazem adoecer.

—Pensar é uma ferramenta que se aprende a usar. E se não aprendermos a usá-la, se torna inútil, e assim, continuamos agindo como animais irracionais, pois o que difere o Homem dos outros animais é a capacidade de pensar e expressar esse pensamento. O animal irracional pensa, mas não elabora o pensamento ao ponto de expressá-lo de forma inteligível. Já o Homem tem essa capacidade "racional" DE ELABORAR O PENSAMENTO E EXPRESSÁ-LO. Enquanto que para os outros animais precisamos usar um método de decifração para “acharmos” o que eles estão pensando, para o Homem precisamos usar o ouvir, pois o Homem pode dizer: “eu penso que...”, mas quando o Homem ignora essa capacidade, se faz necessário o uso do mesmo método usado para os outros animais, ou seja, o método de DECIFRAÇÃO, análise e observação. Portanto, aprender a pensar é aprender a se comunicar de forma inteligível com o mundo a nossa volta. E quando não há esse aprendizado, entra em cena os ofícios da psicologia e psicanálise para que de alguma forma possa haver a DECIFRAÇÃO do que está no interior do Homem, já que esse Homem e não consegue ser “racional” e expressar o que pensa ou sente.

—Compreendo que o pensamento deve caminhar junto com a vida e não apenas de forma abstrata sem dar sentido a vida. Por exemplo, melhor é pensar vendo, cheirando e pegando uma flor nas mãos, do que apenas pensar sobre a flor.

—O pensamento mais inteligente, segundo alguns estudiosos no assunto, é aquele que se processa de maneira rápida, próximo da intuição e por isso não se consegue explicar muito, é tão rápido que não se consegue detalhar as etapas que foram necessárias para se chegar em tal entendimento, por isso, se torna mais difícil a compreensão para algumas pessoas, pois não está tão explícito as etapas e o processo do pensamento. A pessoa precisa buscar as etapas por si mesma.

—Até que ponto o meu entendimento é meu somente? Não seria tudo uma repetição na história? O que na verdade PENSO hoje, entendo que alguém já pensou, e por isso penso também, portanto, não seria uma forma de pensar exclusiva, mas inclusiva, pois agrega várias formas de pensar em um único pensamento, a saber – o meu.

—Perdoe-me se não chamo de “amigo” ou não digo “eu te amo” à todos, pois para mim tais palavras não foram banalizadas.

—Temos a tendência de querer controlar situações futuras usando o pensamento.Por exemplo, no dia de hoje programamos o dia de amanhã, o elaboramos em nossos pensamentos: “amanhã farei isso, farei aquilo, irei em tal lugar...”, e isto nos dá uma sensação de controle sobre o amanhã, ou quando iremos para alguma entrevista de trabalho ou outra qualquer, dias antes da entrevista pensamos em tudo o que vamos dizer, pois nos dá a sensação de controle sobre a situação que ainda não aconteceu. Mas essa ansiedade de controlar pelo pensamento, se torna em ilusão, pois geralmente nada do que pensamos “paranoicamente” acontece em tais situações, e ainda acaba gerando certa frustração e pesar, pois nada saiu como pensamos, pois em nossos pensamentos tudo é IDEAL E PERFEITO. Talvez fosse “melhor” se não tentássemos controlar pelo pensamento “ paranoico” improdutivo e agir mais pela intuição. Sabendo que intuição, não é agir pelo impulso, mas intuição é também pensar, mas é um pensamento que nem sempre se sabe explicar.

—Como dizer nesse mundo capitalista, envolvido no ativismo, que eu estou trabalhando quando sento e olho o mar, quando dedilho o meu violão, quando observo o céu, quando dou vida às palavras, e assim penso e estruturo o pensamento sobre mim mesmo e sobre o mundo a minha volta? Talvez a "solução" seja não me sentir obrigado a dizer, mas simplesmente exercer o trabalho.

—Certamente os tradutores da chamada “Bíblia” sabiam o grego, o hebraico ou o aramaico, mas toda tradução por si só é tendenciosa, ou seja, tende para o pensamento e entendimento do tradutor.  
Por exemplo, de 10 palavras que se podem traduzir uma, o tradutor, na maioria das vezes colocará aquilo que mais está dentro do seu contexto, o que no caso da Bíblia colocaram no contexto de um pensamento grego, gnóstico, platônico, romano, pois este era o contexto em que os tradutores da Bíblia estavam, tal como Jerônimo, o qual em seu livro declara que por imposição do Império Romano fez algumas mudanças na tradução. 
Outros acréscimos foram colocados pela Igreja Católica para justificarem algumas doutrinas. E como agir acerca disso tudo? Eu creio que a dificuldade está em termos aceitado as imposições de certos sistemas religiosos, os quais nos colocaram pesos de culpa, se caso questionássemos alguma coisa, e isto percorre desde a Idade média, quando a Igreja detinha o conhecimento e quem questionasse era considerado herege. Então, eu vejo dois caminhos, ou continua-se inserido nas mesmas crenças sem questionar nada, vivendo a vida do mesmo modo, ou desconfia ,questiona e busca nossas possibilidades e maneiras de pensar sobre a Bíblia. 
E Isto falo do conjunto de livros chamado de Bíblia, porque acerca de Deus , entendo que é algo muito particular e peculiar, e que é encontrado do "lado de dentro" de cada indivíduo ou em toda obra criada, muito além do hebraico, do grego ou do aramaico, muito além dos escritos. É intraduzível, e nenhum tradutor o pode fazer.
E desta forma, compreendo que o vemos da maneira que Ele se mostra a nós, seja como uma sarça ardente que não se consome, seja como um vento suave, seja como a voz na consciência, seja como a dor, seja como o sorriso, seja como uma luz no meio da estrada, enfim, de múltiplas formas e maneiras.

—Muita luz traz desconforto e incomoda os olhos, e pode causar perda de visão, pois o extremo da luz é cegueira, é escuridão.

—Para ver é necessário perder a visão.

—O Dia é o recomeço da vida, é o momento em que surge a luz, é a clareza que se torna visível.
E interessante que o Dia ressurge do movimento de rotação da Terra, o qual é um movimento realizado em torno do seu próprio eixo, no sentido anti-horário.
Isso me leva a crer que a luz surge dentro de nós, e o dia recomeça em nós, quando nos voltamos em torno de nós mesmos, ou seja, passamos a nos olhar, e a nos vermos no sentido anti-horário, na contramão do que está perceptível e direito, como que fazendo um movimento de Rotação, nos percebendo do lado de fora para dentro, como se houvesse um outro de nós fora de nós nos rodeando e observando. 
E isto pode indicar um olhar para o inconsciente, para o lado avesso, e assim, nessa percepção de si mesmo em torno do nosso próprio eixo, em um olhar subjetivo(interno) o Dia começa a ressurgir. Pois a luz começa a ser vista quando deixamos de ser cegos e passamos a VER.

—Frequentemente tenho falado sobre mudanças, e mais uma vez gostaria de colocar algo sobre esse tema. Mais especificamente sobre dois aspectos ou motivadores de mudanças.Um aspecto natural e outro social (religioso, cultural, familiar).
Dentro do campo natural, a mudança não é algo que apenas se "escolhe", mas está presente na vida de qualquer Homem ou Ser Vivo. É algo inevitável.
As árvores passam por mudanças, as flores, os animais, o tempo, a terra, o mar e o Homem também. Todos somos convidados a mudar, seja de território, de comportamento, pensamentos, ações, crenças, enfim, vários são os convites.
Desde o nosso nascimento sofremos a mudança. Mudamos do útero agradável da mãe para um lugar desconhecido e doloroso. Depois, mudamos do colo para o chão, e assim por diante. 
Diariamente sofremos mudanças, já ao acordarmos pela manhã, por exemplo, estamos mudando do estado de dormência para o estado de lucidez. Nosso corpo todos os dias está se transformando, está tomando uma nova forma, ainda que imperceptível.
E tais mudanças são ciclos de readaptações em determinadas fases específicas, ou seja, fases que necessitam de um comportamento específico, de uma forma de pensar específica, e isto não quer dizer que antes o pensamento era imperfeito ou tudo era defeituoso e desta forma precisa melhorar.
Mas vejo que esta é uma mudança natural que trazem dores, e sofrimentos naturais, e que não tem por causa ou motivação um estado anteriormente imperfeito, ou seja, essa mudança não é resultado de uma busca pela perfeição ideal sem falhas e erros, tal como os gregos pensaram na história. 
Talvez essas mudanças naturais apenas visem ensinar o Homem a viver, a alcançar um estado de sabedoria, e sabedoria é saber viver, mas não apenas saber viver e sim SABER QUE  VIVE. Alguém sábio é alguém que sabe que vive. 
Enfim, esses processos naturais empurram o Homem à um aperfeiçoamento no sentido de se reencontrar em si mesmo e nesse reencontro encontrar seu papel, função e lugar no mundo que o cerca. Ao contrário do pensamento "ideal de perfeição" do grego, essas mudanças nos ensinam a reconhecer que somos Seres falhos e que erramos, e de maneira saudável nos amadurecem para convivermos com a  "imperfeição".
No entanto, podemos ter outra motivação que conduz às mudanças, a qual seria uma motivação social, que no caso é uma Sociedade ocidental capitalista juntamente com a Religião, principalmente o Cristianismo, o qual carrega a filosofia de Platão acerca do IDEAL, trazendo a ideia do perfeccionismo, da busca pelo "mundo ideal" ou "ser ideal", e por isso o Homem se vê sempre imperfeito, cheio de falhas, erros e defeitos (no sentido grego de imperfeição), e nisso procura sempre uma atualização, um update, tal como observamos na mentalidade tecnológica contemporânea, isto é, há sempre atualizações oferecidas para remover as imperfeições e falhas e assim se alcançar um nível superior, e um ideal de perfeição, um mundo ideal virtual. 
E interessante que na idade média, o mundo ideal estava no mundo após a morte, na modernidade, a ciência aprimorou este mundo para torná-lo ideal, e no contemporâneo, talvez essas muitas atualizações cibernéticas, mostrem que o Mundo Ideal atual é o "virtual". Portanto, esse tipo de mudança é consequência de um olhar focado nos erros e defeitos. 
E abrindo um parêntese, compreendo que esse perfeccionismo que conduz a sempre buscar uma mudança em direção ao "perfeito", além do contexto capitalista e religioso, seja também motivado pelo histórico familiar de rejeição, onde a rejeição gera um pesamento de que a "perfeição"( sem falhas, defeitos e erros) trará algum tipo de aceitação. 
A mudança que considero saudável é a natural e que não visa o ideal perfeito de Platão, pelo contrário, visa o "desperfeccionar" e essa não traz muito peso e culpa sobre o Homem, já a mudança imposta pela Sociedade (religião, cultura, familiar) traz peso de "perfeição", busca o ideal, o que torna uma mudança constante, e consequentemente uma crise crônica, pois o ideal é ilusório, ou seja, não será alcançado.

—Penso que o ofício da psicologia, psicanálise ou terapia não seja o de remover o sofrimento do Homem e sim torná-lo útil, dando-lhe um sentido e um significado, encontrando o seu propósito e objetivo no crescimento do Homem. 

—Certamente tenho muito o que aprender, mas se amanhã eu não viver, hoje o muito eu já aprendi.30/11/2012

—Porque sofrer é o processo de dilatação da alma para se expandir e crescer.

—Entendo que a vida é  AGRESSIVA em sua essência natural, mas não é VIOLENTA. 
A natureza é agressiva em seu curso natural, os animais na selva são agressivos ao matarem outro animal para se alimentarem, o mar é agressivo em suas marés, as tempestades são agressivas, a gestação e o nascimento de uma criança agride o corpo da mãe. 
Mas por que isso não é violento? Por que Violência, ao meu ver, é violar um limite estabelecido, é ausência de lei e limitação, é ir além do que lhe é de direito, é ferir fora do natural. A natureza e a vida não ultrapassam seus limites, ainda que o Leão coma o filhote de zebra isto não é violento, pois está dentro do limite dado ao animal selvagem. 
Portanto, compreendo que a vida não é violenta, e sim AGRESSIVA , pois agressividade é causar dor e sofrimento dentro do direito estabelecido. A criança que nasce causa dor na mãe, isso é agressividade, mas é natural dentro do direito, porém, essa agressividade pode se tornar em VIOLÊNCIA quando há a intervenção do Homem, ou seja, quando sai do parto normal para a cesariana ocorre uma VIOLÊNCIA, pois está ultrapassando um limite do corpo da mãe, ou seja, faz-se uma incisão para forçar a saída da criança. 
A agressividade de um tubarão, por exemplo, dentro do seu habitat é natural, mas se torna violência quando ultrapassa o limite e busca alimento na beira da praia, e mais uma vez por intervenção do Homem em si mesmo, pois o Homem é a natureza, ele veio da terra e é parte da Terra, parte da natureza.Logo, ao intervir na natureza intervém em si mesmo.
Sendo assim, vejo que a vida deixa de ser AGRESSIVA e naturalmente causadora de dor e sofrimentos necessários para o crescimento do Homem, quando o Homem intervém no curso natural.
E dentro desse pensamento, creio que não precisamos fugir da agressividade da vida, pois faz parte do curso natural para amadurecimento e para o sentido da vida, e infelizmente a sociedade atual está fugindo dessa agressão, dessa dor e sofrimento, e nessa fuga está intervindo no curso natural da alma do Homem, e automaticamente a agressividade da vida está se tornando em violência, ou seja, ao pensar que está havendo benefício para Homem ao poupá-lo das agressividades e sofrimentos naturais, o Homem na verdade está se violentando e gerando violências contra si mesmo, e uma das evidências dessa violência são os estados depressivos e psíquicos da atualidade, isto é, dores e sofrimentos que não são naturais, mas mas foram construídos e que estão invadindo e ultrapassando os limites da alma e da mente das pessoas.

—Ao observar a concha de um molusco marinho, percebi como sua concha é perfeitamente geométrica, e que embora o molusco não saiba geometria, o seu corpo produz algo extremamente geométrico mesmo sem saber. 
“A concha é importante para proteger esses animais e evitar a perda de água. Ela é produzida por glândulas localizadas sob a pele, uma região chamada de manto. Ela não é uma parte viva do corpo do molusco; conforme o animal aumenta de tamanho, novo material é acrescentado à concha, que pode variar de forma e tamanho e ser formada por uma ou mais peças.”(acesso > http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos2/moluscos.php )
Nesta observação, pude confirmar que cada ser vivo possui dentro de si uma habilidade natural, a qual é realizada mesmo sem o conhecimento técnico, ou seja, coisas que ao serem questionadas não sabemos responder como fazemos. Na minha própria vida experimento isto na escrita, pensamentos ou nas composições musicais. Tem “coisas” que não sei como faço e nem como surgiram, apenas faço.
Entendo que precisamos prestar mais atenção nessas habilidades, pois foram colocadas dentro de nós para um propósito, como por exemplo a concha do molusco, a qual o protege e evita perda de água. Essas habilidades ou talentos naturais, são realizados de forma natural, e fazem parte da nossa identidade.
Os pais deveriam prestar mais atenção nas habilidades de seus filhos , aceitá-las e os instruírem nesses talentos, e não só colocando em escolinhas, mas incentivando e dando atenção, mostrando que esse dom tem valor e não apenas pelos resultado  financeiro que pode trazer, mas simplesmente porque é importante para o futuro do filho, pois quando adultos não ficarão perdidos na identidade profissional.

—Penso que elogiar não é o mesmo que encorajar, e que é ilusão basear algum trabalho nos elogios que se recebe, pois sempre haverão os que não gostam e os que gostam, os que acham bonito e os que acham feio, enfim, se o trabalho for baseado nas palavras dos outros, será um trabalho oscilante.

—Dar à quem não quer receber? Dar palavras à quem não quer ouvir? Dar ouvidos à quem nada tem para falar? Dar a mão para quem não queer levantar? Dar amizade à quem não se interessa por você? Dar afetividade para quem te rejeita? 
Talvez alguns dirão: “devemos ser bons e fazer o bem sem esperar algo em troca”, eu diria: “dar para alguém que não sabe receber o que eu tenho de valor, é como dar pérolas aos porcos, sem proveito algum, é desvalorizar quem sou, é me colocar junto com os porcos e não reconhecer o meu valor, é estar carente de aceitação a qualquer custo, mesmo que esse preço seja anular quem sou”. 

—Precisamos compreender algo: “ negar-se a si mesmo” não é se anular. Negar-se, é subtrair-se mantendo a identidade, e se anular é tornar a identidade nula. Vejamos um exemplo simplista, se eu estou na casa de alguém que admiro e busco sua aceitação, e esse coloca na mesa uma jarra de suco de laranja, mas eu não gosto de suco de laranja, e por querer aceitação eu me ANULO dizendo: “eu gosto de suco de laranja”, mesmo não gostando, ou seja, adquire a identidade do outro e anula a sua, já alguém que se nega dirá :” Eu não gosto de suco de laranja”, mas toma, ou seja, ele não anulou seu gosto, o manteve, mas devido a situação tomou o suco. 

—Compreendo que DEUS, o Sagrado, quanto Aquele a quem as Escrituras hebraicas se referem, não pode ser definido ou limitado com expressões do tipo “DEUS É”, pois quando dizemos “É” , automaticamente colocamos uma forma para DEUS. 
E entendo que nem Ele mesmo se auto definiu, nem mesmo quando Moisés, no relato no livro de Êxodo 3.14, perguntou qual era o Seu Nome, Ele não se definiu, mas disse “ehie asher ehie”, o que é “SEREI O QUE SEREI” ”, dando a ideia de alguém que está livre para se tornar o que for preciso e não como muitos traduziram:“EU SOU O QUE SOU”, pois EU SOU é se auto definir, e desta forma entendo que nem mesmo DEUS se auto define, e por quê o queremos definir? 
A Religião quer definir e colocar uma imagem em Deus, o Homem da religião acostumado com a visão egípcia quer ver uma imagem definida, e por isso constrói um bezerro de ouro e diz “ foi este quem vos tirou da terra do Egito”, tal como quando Moisés subiu ao monte e ao "demorar" o Povo construiu uma imagem de Deus na forma de um Bezerro (Ex 32). 
A Religião aprisiona a Palavra de Deus nas páginas de um Livro tido como sagrado e diz: “esta É a Palavra de Deus”. Mas Dele é dito “ eu sou o alef(alfa) e o tav(ômega), o princípio e o fim”, e no hebraico a junção das letras Alef e Tav, podem ser “ET” , A QUAL É UMA PARTÍCULA INTRADUZÍVEL, ou seja, entendo que Deus (YHWH), como sendo o Alef e o Tav, não se pode TRADUZIR, não se pode dar um sentido entendível. 
Aqueles que muito o quiseram traduzir acabaram criando muitas imagens definidas , muitas interpretações, o que na verdade se tornaram muitos deuses com imagens(identidades) próprias.

—O difícil trabalho dos psicólogos, psicanalistas ou pensadores atualmente é o de DES-INFORMAR, tanto no auxílio do “sair da fôrma” quanto auxiliar o indivíduo a se desprender das muitas “informações”. Na Sociedade do séc XXI são muitas as FORMAs, as inFORMAções e as FORMAturas, mas na maioria das vezes não se aprende o que fazer com isso ou como usá-las, e assim, apenas se acumula sem proveito, ou seja, apenas ocupa espaço desnecessário na mente.

—Se continuarmos com as velhas perguntas, teremos sempre as velhas respostas. Novas perguntas conduzem à novos pensamentos e novas respostas. Novas perguntas reformulam a nossa vida. 

—Não basta pensar, pois todos pensam, é preciso aprender a pensar da forma “correta”.Pensar bem vicia, mas poucos querem este vicio.28/11/2012

—Por que o conteúdo escolar se chama “disciplina”? Por que esse conjunto de disciplinas se chama “GRADE curricular”? A educação institucionalizada coloca GRADES no pensar e torna o aprendizado uma consequência da disciplina. Coloca-se hora para estudar e aprender, limita-se o aprender em qualquer hora e em qualquer lugar.

—Observando o comportamento de alguns, compreendi que quando jovens, buscamos uma postura acadêmica, pose, eloquência diante do público, mas quando velhos, não buscamos nada além de sermos nós mesmos. Parece que a importância de se manter uma postura intelectual e eloquente perde o sentido para o velho. O jovem dá importância à imagem, e talvez por ainda não Ser  quer parecer Ser alguém, já o velho se tornou e talvez por isso não se preocupa tanto com parecer ser alguém diante das pessoas, pois já É. 

—Um processo criativo, na maioria das vezes, tem por base a dor e o sofrimento. 

—Geralmente algo é criado ou inventado devido a necessidade gerada por algum problema que surgiu, e assim também é o artista, cria a partir de sua dor e “problema”, e esta é a boa arte.Talvez o próprio Homem, tenha sido criado a partir da “dor e tristeza” do Criador ao ver a terra sem forma e vazia, perdida no caos, segundo os escritos hebraicos, e desta forma criou o Homem, moldado e esculpido como uma arte e dentro de um processo criativo tornou o Homem a solução para seu “sofrimento”, a razão da sua alegria. A arte concebida remove a tristeza e a dor que a motivou, quem sabe como uma mãe que dá a luz, onde a dor e a tristeza são necessárias para que a vida nasça de dentro dela, e a dor da contração empurra a criança para fora, mas quando nasce remove a dor da mãe. 

—Ontem, havia tristeza por morrer, não medo, mas tristeza e pena por deixar a vida para trás, Hoje, se tem medo da morte e ao mesmo tempo uma sensação de alívio por deixar a vida.

—Infelizmente, cada vez mais as crianças estão sendo programadas para serem produtoras de capital. A entrada na escola está cada vez mais cedo. A criança está deixando de ser criança solta e criativa para estar presa em muitas atividades. Entendendo que “criança” provém de “criar”, mas a criação está dando lugar a reprodução de produtos prontos, ou seja, não se cria a própria boneca, ou o próprio carrinho, mas se compra o modelo pronto, porque o amiguinho também tem. A brincadeira não está tanto no relacionamento como coleguinhas, mas está no mostrar os novos brinquedos. O prazer não está tanto no brincar com o brinquedo, mas no ir na loja para comprá-lo. A própria palavra “brincar” vem de “brinco”, a qual na sua origem está ligada a “relacionamento”, ou seja, o “brinco” era usado” para indicar uma ligação com outra pessoa, mas me parece que o brincar tem perdido este sentido de se relacionar com o outro, e tem apenas tomado um sentido de “brinco” como estética e aparência, isto é, mostrar o brinquedo, a roupa, ou o tênis novo.

—Entendo que o principal em um bom músico não é a sua técnica e sua virtuosidade, mas sua sensibilidade e bom gosto.

—Precisamos aprender a desaprender, caso contrário ficamos presos no que aprendemos.

—Ninguém está 100% “bem” em seu estado psíquico ou emocional, apenas fazemos de conta que estamos.   

—Compreendo que se olharmos a chamada Bíblia, sem algum tipo de interpretação "religiosa" , apenas olhando seu contexto textual, veremos a formação de um Povo de nome Israel e composto por várias etnias, ou seja, não é racialmente exclusivo e sim INCLUSIVO, sendo um Povo com uma constituição e não uma Religião com um livro sagrado. E este tipo de visão não tem a ver com “crença”, tem a ver apenas com um leitura dentro de  uma interpretação textual histórica e não religiosa.

—Um dos discursos dessa Sociedade contemporânea é a busca pela felicidade, mas o que na verdade promove não é um estado de felicidade e sim um estado momentâneo de alegria e prazer.
Felicidade está para além de um momento e circunstância, enquanto a alegria e o prazer estão para um instante em alguma situação ou circunstância específica.
E tais momentos de prazer e alegria geram um ciclo viciante de dependência, assim como uma dependência química, porém no campo emocional. Por exemplo, comprar algo dá uma sensação de alegria e prazer, mas logo passa, e surge novamente a necessidade de comprar mais para se ter a alegria momentânea, o que pelo Sistema social ou mídia é vendido como felicidade. 
E entendo que este “vício” não se encaixa apenas na imagem PATOLOGICA de um consumista compulsivo, mas também está presente na sociedade de forma geral. Seria um “vício social” pela sensação de prazer e alegria, levando em consideração que este é o mecanismo de um “vício”: aliviar uma tensão – tensionar – e novamente aliviar.
Este ciclo viciante social também pode gerar pessoas viciadas em sempre criar algum tipo de problema e isto para poder ter uma sensação de alegria e alívio ao “resolver” o problema criado, ou seja, a sensação de estar bem consigo mesmo ou com a vida, não dura por muito tempo, logo se cria um problema, pois a mente automaticamente e inconscientemente entra em um ciclo entre “MAL ESTAR E BEM ESTAR – MAL ESTAR E BEM ESTAR”

—Entendo o relato do Jardim de Gênesis como a expressão do próprio interior do Homem em caos e que constantemente está sendo RECRIADO e REORGANIZADO pela palavra que dentro dele DIZ : “ HAYAH (hb)” , que nada mais é do que “SEJA” e não apenas como é traduzido comumente “HAJA”(haja luz), ou seja, em alguém no caos e perdido na escuridão de si mesmo está constantemente ressoando a Palavra: “SEJA!” “SEJA LUZ”.

—Dentro do meu ponto de vista, sabemos que um bom relacionamento está sendo construído quando deixamos de ter “vergonha” por expormos nossas “idiotices” e quando nos sentimos a vontade para sair do protocolo diplomático e cerimonial, ou simplesmente por sermos quem somos: sérios, intelectuais,  brincalhões ou “sem noção”. 

—Algumas vezes nos sentimos sujos por aquilo que se enconde dentro de nós, mas algo aprendo observando a fisiologia do corpo humano, ou seja, diariamente o corpo elimina de forma natural o que não serve mais por meio das fezes e da urina, e isto me mostra que cada dia podemos eliminar o que não serve mais e que cada dia precisamos de novos nutrientes que nutrem nossa vida. Cada dia adquire as suas impurezas, mas também proporciona a sua pureza.

— A sensação saudável de medo, é aquela sensação que nos faz refletir, pensar e analisar antes de agirmos em uma determinada situação. 
Esse medo mede a nossa ação e reação diante da vida, e sem ele certamente cometemos muitos erros graves e prejudicamos a nós mesmos e ao outro que está a nossa volta. Alguém que perdeu esse limitador pode ser alguém que aparentemente se tornou muito corajoso. 
O “corajoso” coloca constantemente sua vida e a vida do outro em risco, e talvez esse que muito deseja aparentar uma coragem, seja alguém que teve os medos saudáveis transformados em “fobias”, e a manifestação expressa de coragem seja para provar para si mesmo que não tem fobias, ou seja, que não foge do desafio. 
O medo natural é por si só protetor, mas atualmente esse medo natural tem se tornado uma fobia, ou seja, há fobia por se ter medo, e fobia é uma ação invasiva realizada sem a contribuição da razão e do pensamento, é uma ação impensada, uma fuga que é feita no fervor da emoção. 
A sociedade atual está formando pessoas aparentemente “corajosas”, mas também perigosas, pois se acham capazes de tudo, “eu posso , eu faço”. E quem sabe a mentalidade da “auto-ajuda” muito proliferada nos dias atuais contribua para a formação de tais pessoas que se “acham corajosas”, mas que na verdade não são e de certa forma não sabem lidar com a coragem.
E talvez por essa “falsa coragem” se cresce o índice de violência social, pois violência é uma ação que viola o direito e o limite do outro, e também pode ser o resultado de alguém que se acha muito corajoso.
Entendo que os desafios que se apresentam podem ser bons, mas não precisamos ser extremamente “corajosos” diante da vida, e que manter o medo natural nos preserva, pois nos faz meditar e refletir sobre algo, porém não podemos confundir o medo natural, o qual traz uma reflexão, com a covardia que paralisa. O medo natural não paralisa perante a situação apenas concede um tempo para a análise.
Portanto, podemos ter duas situações extremas diante do “medo natural”, o qual mantém o equilíbrio dentro de cada Homem, uma extremidade é a “falsa coragem”, quando se acha que pode fazer tudo e a outra é a “covardia”, quando se acha que nada pode fazer. A primeira torna a pessoa perigosa, e a segunda torna a pessoa uma presa fácil ao se deparar com o perigo. (“corajosa”).  

—Tenho medo, mas não de que o mundo acabe em uma catástrofe, e sim da catástrofe que já está acabando com o mundo de muitos.

—Alguém generoso em suas palavras, que elogia e favorece o trabalho de um colega, ou é alguém seguro de si, confiante em sua posição e identidade, e assim não se sente ameaçado pelo sucesso do outro, ou é alguém que se sente intimidado e age em falsidade, ou é alguém que se auto deprecia se menosprezando e que não se acha capaz de realizar algo com qualidade e por isso procura elevar a qualidade do trabalho do outro para que de alguma forma possa tirar o foco de que ele poderia realizar algo “bom” também, mas prefere ficar acoado apenas apreciando o trabalho do colega, auxilia sempre no sucesso do outro, mas tem dificuldade em trabalhar para o seu próprio “sucesso”. Dentre essas opções, desejo que estejamos enquadrados na primeira.

—Uma das palavras mais usadas na sociedade contemporânea é a “CONQUISTA”. Comumente ouvimos “conquista” em contextos como a compra da casa própria, na conclusão de uma faculdade ou aprovação no vestibular, na compra do carro, na promoção do emprego, enfim, sempre se relacionando a aquisição de algo, seja material ou status. 
“Conquista” seria o resultado de uma situação em que houve um esforço, uma luta, um conflito, para desta forma adquirir o domínio de um determinado território. 
Porém, o antônimo de “conquista” é “fracasso, derrota”, ou seja, atualmente muito se ouve a palavra “conquista” , mas não ligada a um território geográfico como na antiguidade e sim a uma posição na Sociedade adquirindo um bem ou um status, até porquê ninguém deseja ser considerado um “fracassado” e “derrotado” ao não ter a casa própria, o carro, a faculdade, o status, a gerência, a diretoria da empresa[...]. 
A Sociedade do Consumismo tem consumido (extraído, gasto) a vida das pessoas em prol de uma “conquista” de posição, e por isso vemos pessoas desgastadas, jovens cansados e adultos sem forças.
Entendo que o CONSUMO, quanto gasto ou extração de recursos para aquilo que é vital para a sobrevivência é algo natural em qualquer sociedade, tanto antiga quanto moderna, e não vejo mal nisso, porém, o CONSUMISMO, está em se ter o que não é necessário e muito menos vital.
Vejo que o mal está em se deixar ser consumido por um consumismo de uma Sociedade que faz da vida do Homem sua matéria-prima de extração e seu recurso principal para fazer girar a produção.
Se percebermos, enquanto o Homem pensa que precisa do carro, da casa ou da faculdade para sobreviver, ou seja, como sendo algo vital, mas não necessitando verdadeiramente, esse desejo da “conquista” gerado por vários meios de comunicação, se torna o combustível para a sobrevivência da Sociedade ocidental capitalista, em outras palavras, grande parte da humanidade está sendo usada achando que está usando, está sendo o bem de consumo achando que está adquirindo um bem ou um status. 26/11/2012

—As vezes na boa intenção de querermos ajudar acabamos por invadir o limite e a privacidade do outro, dando bons conselhos que na verdade se tornam ordenanças de como o outro deve viver e conduzir a sua vida. Mas tenho compreendido que o conselho e a ajuda são dados quando solicitados, caso contrário, podem se tornar um abuso e invasão do limite e individualidade do outro. Pois nem todos querem conselhos ou ajuda ainda que achemos que precisem, e por isso, entendo que a célebre pergunta feita ao cego de Jericó, segundo o relato “bíblico”(Mc 10.51), sempre será oportuna : —“O que queres que eu te faça?” 

O bom psicanalista é aquele que não se atém no que está sendo falado e expressado visivelmente, ou seja, de forma consciente e perceptiva, e isto tanto no âmbito clínico pessoal quanto no campo social. Ele vê o que está por trás, imperceptível e invisível, no campo do INCONSCIENTE. Segundo Freud, o psicanalista tem uma “atenção flutuante” que não valoriza o que está do lado direito e aparente, mas olha para o lado avesso, não se atendo ao que está sendo falado e comunicado e sim ao que não está sendo falado e comunicado pelo “paciente” ou no campo social – pela sociedade.

—Infelizmente, quando tudo parece ruim, o Homem(maioria) tem o dom de fazer parecer pior do que realmente é e tornar mais difícil.

—De nada se tem plena certeza, até mesmo isso.

—O Homem culpa o demônio, mas não reconhece que esse demônio pode ser o mal que habita em sua própria alma. Transmite a responsabilidade para algo exterior, mas não compreende o mal que está em sua mente e que os males provêm do seu próprio coração.

—Talvez o “agora e o presente” não existam para o Homem, pois neste instante, em uma fração incomensurável já se tornaram “Passado”. Talvez o que realmente exista concretamente para o Mortal seja apenas o “passado”, pois no “futuro” há suposições, surpresas e incertezas, e que também em uma fração que não se pode medir logo se tornam “passado”. 
Compreendo isto ao observar o caminhar do Homem, onde os passos estão em movimento, ou seja, um pé está à frente(futuro) e outro atrás (passado) e se encontram no meio (agora/presente), sendo que o momento do encontro(agora-meio-presente) é em um tempo incomensurável(não se pode medir) de apenas transição, e o pé à frente logo se torna o pé que está atrás. 
Em tal observação, entendo que o Homem não precisa se prender no “futuro”, pois não existe de fato, e nem no “presente”, pois já se tornou “passado” e muito menos no “passado”, pois neste instante está sendo recriado.
O que constitui o Homem é sua História, é a sua Memória (passado), e que em uma fração incomensurável do “agora” está sendo reconstruída.
E quem sabe seja isto o que o Rei Salomão quis transmitir ao dizer no relato “bíblico”: “O que É já FOI, e o que HÁ DE SER também já FOI; Deus requererá o que se passou.”Em outras palavras : O agora já se tornou passado, e o que futuro já se tornou passado, e Deus requererá o que passou” Ec 3.15

—Talvez não tenha passado por alguma FORMAtura até o momento, por não me encaixar em alguma FORMA de alguma FÔRMA coletiva.

—Cada pessoa tem um lado direito que aparenta ser bonito, mas também tem o lado AVESSO que não é tão bonito e por isso fica escondido, o qual muitos o deixam despercebido. 

—Entendo que o passo essencial ou primordial para a realização de uma mudança de comportamento pessoal ou social não seja a apresentação de SOLUÇÕES, mas sim o TRABALHO DE CONSCIENTIZAÇÃO, isto é, trazer a ação que até o momento está sendo feita dentro do INCONSCIENTE (sem percepção) para a luz do CONSCIENTE (percepção), pois uma mudança começa quando se adquire a consciência da ação, e infelizmente alguns só tomam consciência quando estão em um estado extremo, em meio a um problema, sendo forçados à mudança. Mas um trabalho de conscientização pode em muito auxiliar aqueles que são mais introspectivos e subjetivos a evitarem situações extremas e problemáticas em suas vidas, pois estes possuem uma maior facilidade para perceberem o seu inconsciente e trazerem o oculto para a luz do consciente, para a partir do consciente caminharem na contramão de alguns comportamentos “disfuncionais” ou que podem acarretar dificuldades futuras.
—Como sabemos, a “crise” ocorre quando nos encontramos em um estado de mudança, ou melhor, ocorre quando RELUTAMOS em meio à mudança, ou seja, quando há um conflito interno entre dois caminhos, e assim surgem dúvidas, muitos questionamentos, muitos “serás?”, e uma relutância quanto a nova direção, e isto , geralmente por haver conceitos anteriormente estabelecidos. A crise, na maioria das vezes, está nas incertezas da mudança, e isto por medo de perder algo, por medo de não ser aceito, medo de errar, enfim, por “n” motivos.
E dentro dessa perspectiva, pode-se entender que a “crise” será aliviada ou cessará quando houver uma uma pesquisa de campo ou uma busca por informações concretas acerca desses “dois caminhos” ou bifurcação que se apresenta no meio da estrada, ou seja, uma busca por se conhecer mais essas direções ou possibilidades de mudanças que se apresentaram, sabendo que logicamente não se poderá conhecer tudo, pois uma decisão envolve o futuro e o futuro sempre reservas surpresas, mas este conhecimento pode aliviar a crise, pois o medo que temos, muitas vezes é o medo do desconhecido. 
E quando não houver a possibilidade de uma pesquisa de campo ou busca concreta de informações para sanar as dúvidas, resta apenas o POSICIONAMENTO em ACEITAR ou NÃO ACEITAR a nova direção. A angústia da crise cessa quando ocorre um posicionamento, seja para SIM ou para NÃO, pois a angústia está na dúvida e na espera do diagnóstico, logo ao dar o diagnóstico cessa a angústia. 
Quando há o POSICIONAMENTO, ou seja, quando se decide por aceitar ou não aceitar a mudança, a crise tende a acabar, pois a crise está na RELUTÂNCIA interior, geralmente expressa em questões como: “ mudo ou não mudo? Aceito ou não aceito? Será que vou ou não vou?..”. 
Quando nos desarmamos, lançando mão de conceitos anteriormente estabelecidos, tudo se torna mais fácil e dá mais nitidez na visão, pois a nossa resistência interior está em deixar algo que já conhecemos e nos dá segurança. 
Pessoas mais inseguras, que são dependentes afetivos de coisas ou pessoas, ou que se apegam muito ao passado, sofrem e permanecem mais tempo no meio da “crise”, justamente pela resistência em soltar o que já é conhecido e que traz uma sensação de segurança e proteção. E tais pessoas, as quais provavelmente possuem um histórico de rejeição, ao se posicionarem por NÃO ACEITAR uma mudança , na mairoria dos casos se sentirão covardes e conviverão com um peso de culpa por não terem tentado ou ariscado. 

—O relato no livro de Gênesis  pode ser considerado uma estória ou uma Aggadah*, a qual  não trata de como ocorreu a CRIAÇÃO DO MUNDO, mas sim de como um Mundo já existente e que estava em CAOS foi ORDENADO e RECRIADO, ou seja, fala da ORDENAÇÃO de um mundo em caos e não da criação ou do início de tudo. Portanto , ao meu ver, o livro de Gênesis é o relato da RECRIAÇÃO e não da CRIAÇÃO do Mundo.
* Fábula judaica que não se atém na literalidade , mas na transmissão de um princípio.

—O "diferente" atrai a atenção. E dentro do "diferente" nós temos o incomum e a falha, onde o incomum desperta o desejo; e o Belo ou o Charme, muitas vezes, são o que consideramos como "falha corporal ou imperfeição física".
Mas infelizmente, em uma Sociedade que tem por ideal uma padronização, acabamos rejeitando o "diferente", o "incomum" e a "falha corporal" e assim os consideramos como algo esquisito e estranho, mas a verdade é que nos sentimos atraídos e achamos o "diferente" BELO, porém, temos vergonha de aceitar isto diante de uma Sociedade "exclusiva", ou seja, que por um discurso de "inclusão", acaba excluindo cada vez mais o "diferente", o "incomum" e a "imperfeição ou falha física".
Reparemos que na maioria das vezes aquilo que consideramos bonito, é aquilo que é diferente e incomum dentro do contexto no qual convivemos e estamos acostumados. 
Por exemplo, se uma criança branca de olhos azuis desembarca em um país africano, onde só há crianças negras de olhos escuros, a tal criança branca despertará um fascínio, será considerado BELO pela maioria. Este é apenas um exemplo dentre muitos que envolvem o "BELO E BONITO" em nosso cotidiano.
O "diferente" se destaca no meio de um padrão, e muitas vezes acabamos negando o nosso próprio diferencial por medo de sermos estigmatizados como estranhos e esquisitos, ou por sermos excluídos de algum grupo ou contexto social, e assim nos tornamos como "camaleões", ou seja, nos confundimos com um certo ambiente, deixando a nossa cor para adquirir a cor de tal contexto.
Porém, o nosso DIFERENCIAL é o que nos faz sermos quem somos. O meu DIFERENCIAL é o que me constitui como indivíduo. O meu DIFERENCIAL é a minha beleza. O diferencial, o incomum ou a "imperfeição" física do outro é o seu charme, é a sua beleza, é a sua identidade.

—A verdade é que poucos são nossos amigos e nós amigos de poucos. Escolhemos nossos amigos e bom é se também formos escolhidos.

—Para alguns, a ciência caminha na contramão da religião, e talvez isto seja verdade, mas para mim, a ciência apenas prova e comprova a existência Daquele que está evidente em toda a obra criada, pois Deus não é sinônimo de Religião. 

—A vida do Homem é constituída por saídas e entradas, por fases e etapas que desde o nascimento se evidenciam, trazendo consigo um novo papel, uma nova função, uma nova adaptação. 
Desde o sair da amamentação no seio da mãe para segurar uma madeira, até o sair do ensino médio para a faculdade. Desde o sair do colo dos pais para caminhar por si mesmo, até o sair da condição de pedestre para entrar na condição de motorista. Desde o sair de um grupo religioso para fazer parte de outro. Desde o deixar de acreditar em algo para acreditar em outros "algos", e assim por diante.
Mas compreendo que algo precisa ficar claro, ou seja, uma mudança de fase nem sempre anula a fase anterior, apenas toma uma outra dimensão, pois cada etapa ou fase possui a sua verdade, uma verdade que lhe foi necessária para aquele momento específico.E talvez , nisto, não possa considerar a fase anterior como sendo uma mentira, mas quem sabe uma verdade que acrescentou para a aquisição de outras verdades. 
A infância, por exemplo, ainda que tenha sido vivenciada com muitas adversidades, a adolescência não existiria sem ela. E se caso a adolescência seja vivenciada tendo a infância sido castrada por algum motivo, em algum momento a vida pedirá a fase da infância, ainda que seja na velhice. 
E nisto eu entendo que toda fase é necessária, seja de qual for a ordem, ainda que se pule, um dia será haverá a confrontação para se voltar e vivenciá-la.  

—É verdade que muitos se encontram em "crise" com relação as suas crenças, e quando digo "crise" não digo de forma pejorativa ou ruim, mas simplesmente um momento onde muitos questionamentos têm surgido, conduzindo à mudanças, novas perspectivas, novas direções, novos prismas, fazendo ampliar a visão do que até então se "acreditava". 
Talvez, isto também se note no relato acerca de Paulo na estrada de Damasco(At 9), quando ele se depara com algo inesperado no meio do caminho - uma LUZ - fazendo com que ele perca a visão do que anteriormente via, e se percebe cego, e algum tempo depois recupera a visão, mas agora de forma um pouco diferente. Ele esteve em um momento de "crise", de repentina falta de luz, onde algo mudou, e ficou como que perdido. 
Assim muitos se encontram hoje, e não só com relação as suas crenças "religiosas", mas em todas as áreas da vida, pois a sociedade atual é uma Sociedade que gera pessoas em "crise existencial" crônica, e isto afeta também a "espiritualidade", pois esta crise existencial gerada pelo contexto social, conduz o Homem a buscar sua identidade nos contextos "religiosos". Por isso a religiosidade tende a crescer cada vez mais em suas muitas esferas, denominações e instituições.
E na maioria dos casos, tais pessoas sem identidade formada, e isto por "n" motivos de disfunções históricos-familiares, tornam-se pessoas mais influenciáveis, que aceitam facilmente o pensamento e a crença do outro, negando sua liberdade de pensar de forma diferente e ter a sua própria maneira de pensar sobre "deus".
Quem se propõe a pensar e analisar estará em constante mudança em sua mentalidade. E assim, entendo que um entendimento nunca estará fechado, mas muito pelo contrário, o entendimento está sempre aberto, no qual há liberdade para novas possibilidades e ampliações.
A religião, em toda a sua história, tem conduzido o homem dentro de um medo e culpa, onde não se pode pensar de forma diferente do "credo" de tal religião ou grupo, seja qual for, mas não precisamos andar presos nesses medos e culpas. Estamos em liberdade, ou pelos menos, podemos estar em liberdade, mas compreendendo que liberdade não é falta de limitações.
Mas enfim, entendo que a "crença" é algo individual e peculiar adquirida por vários motivos, mas na história social do Homem a "crença" passou de pessoal para ser algo muito mais coletivo, ou seja, um grupo crê de tal forma, nisso ou naquilo, então crê-se também. Há um "manipulação" de interesses pela crença do outro, passivamente ou ativamente.

—O Homem do séc XXI, na maioria das vezes, sente-se culpado quando o seu tempo não está totalmente preenchido, há uma sensação de inutilidade e desproveito. Mesmo no momento de folga, alguma atividade precisa estar sendo realizada, para não se sentir um inútil, este é o ativismo atual. E como certa vez ouvi, quando alguém está em um momento de diversão, precisa fotografar e registrar a alegria e a descontração na lanchonete , na balada, na praia, e isto para mostrar para si mesmo que está se divertindo e não trabalhando, pois esse Homem precisa acreditar que está de folga.

—Entendo que cada indivíduo possui uma história própria e automaticamente contém um TESTEMUNHO próprio e pessoal. E nisso, creio que quando o texto diz “ser-me-eis minhas testemunhas”, fala do testemunho próprio daqueles homens referentes no texto em questão, ou seja, dos discípulos de Yeshua. Eles foram convidados a comunicarem o que viram e ouviram na história deles. Compreendo que eu não posso testemunhar do que eles viram e ouviram, mas posso testemunhar do que vivi e vivo em minha própria história, e não precisa necessariamente ter uma conotação “bíblica”, pois a vida tem várias esferas que podem ser testemunhadas.

—Não peço que os eleves para fora do 'mundo', e sim que tome conta deles quando estiverem dentro da dor, aborrecimentos, fadigas, trabalhos árduos[...]. Jo 17:15 (leitura com base nos significados de algumas palavras no grego)
Esta declaração fala de alguns males que alcançam aqueles que procuram viver de forma separada e não aliançada com alguns conceitos e valores do mundo no qual se encontram. (geração, sociedade, família, faculdade...).
Esses males não se tratam daqueles provenientes de uma vida coerente com o valores de tal sociedade, como o stress, obesidade, sedentarismo, depressão, e tantos outros, mas são males por NÃO se viver em conformidade, são pesos carregados por tal pessoa que busca viver de forma inconformada com o meio no qual está “inserida”. 
Percebemos que a declaração não promete que tais pesos e males sobre os “inconformados (sem forma)” serão evitados. O “mundo” afetará e odiará sem piedade todo aquele que não deseja se aliançar com seus valores ilícitos. O pedido está para que haja cuidado durante a dor, mas não para que não haja dor.

—O fundamentalista, seja religioso ou de qualquer outra ordem, é aquele que se propõe a impor seu fundamento ao outro de forma agressiva ou de forma mais ativista. 
Geralmente, a mente do fundamentalista deseja causar uma provocação no “oponente”, deseja provocar a ira de alguém que pensa de forma diferente.
O fundamentalista, na maioria das vezes, se esconde por detrás do discurso "estou do lado da verdade, e tudo o que faço faço pela verdade".
O fundamentalismo, na maioria dos casos, tem por objetivo ainda que inconsciente gerar uma resposta agressiva no outro, despertar o ódio e a irritação.
Por isso, quando alguém procura impor seu fundamento e sua crença e dentro desse fundamentalismo questiona a crença diferente do outro, a resposta agressiva ou irritada será um combustível para o fundamentalista, pois grande parte dos fundamentalistas são pessoas que tiveram dificuldades paternas ou “sofreram” rejeição e por isso quererm ser notadas, não querem passar despercebidas, palavras contra elas lhes dão a sensação de bem estar. 
O silêncio e o ignorar do outro incomoda muito mais o fundamentalista do que alguma palavra contrária a sua atitude.

—Grande parte das pessoas que passaram por sofrimentos consideráveis na vida, tendem a serem pessoas ressentidas, ou seja, pessoas que sentem pena de si mesmas, tendem a buscarem sempre o mérito ou esperarem sempre uma recompensa ou uma compensação da parte do outro por todo o sofrimento vivido.
Tais pessoas incorporam a fala do Baby da Família dinossauros: “Oi, eu sou o Baby, você tem que me amar!”. 
E quando não se sentem compensadas, amadas ou recompensadas pelo outro, sentem-se vitimizadas, isto é, estão sempre na posição de vítima, de alguém “menosprezado”, pois todo o valor é colocado na valorização do sofrimento, e por isso se relacionam mais com pessoas que reforçam a vitimização.
Na maioria dos casos são pessoas que não lidam bem com o “não” recebido, pois isto lhes parece uma negação da sua dor. São pessoas que se acham merecedoras de todo o “bem” que o outro pode lhes oferecer.
São pessoas mimadas que choram quando não recebem o que querem, permanecem com uma mentalidade infantil e que geralmente buscam um “deus” ou um grupo que lhes diga: “nossa , como realmente você sofre, você sofreu tanto, coitada”
Não digo com isto que o sofrimento do outro deve ser negligenciado, mas também não precisa ser super valorizado, pois isso é o que alimenta um possível comportamento vitimizado de alguém que sofreu consideravelmente em sua vida.

—Creio que não existem RELACIONAMENTOS INCONDICIONAIS, sejam amorosos, amizades, entre pais e filhos ou até mesmo entre Deus e a humanidade. 
Talvez alguns acharão estranho tal afirmativa, mas a palavra em foco neste texto é "relacionamento" e não "amor" quanto sentimento ou compromisso. E RELACIONAMENTO exige um CONTRATO, e em um contrato, há deveres e direitos que ambas as partes precisam cumprir, como assim já diz o provérbio “andarão dois juntos se não houver entre eles uma acordo?” 
E quanto ao “amor”, alguém que ama sozinho, ama de forma platônica, somente no plano das idéias, mas não conhece um relacionamento verdadeiro.O “Amor” para virar um relacionamento precisa de duas partes que se encontram dentro de um interesse comum e condições favoráveis.
Não sou pai, mas compreendo por observância que um pai pode "amar" e ter um compromisso para com seu filho, independente de seu comportamento, mas se o o filho for rebelde, não pode haver um RELACIONAMENTO. 
Da mesma forma em um casamento, ou qualquer outro relacionamento. Podem haver sentimentos, emoções, mas um compromisso de uma parte não é o suficiente para compor um RELACIONAMENTO. 
Por isso entendo que não existe um relacionamento incondicional e sem interesses. Para mim, alguém que diz que se relaciona sem interesses ou sem condições, engana-se a si mesmo e está em falsidade, com um discurso mentiroso e platônico. 
Não vejo a possibilidade de um relacionamento durar muito tempo quando alguém dá carícias, beijos e abraços, mas pensa consigo acerca do outro: “você não precisa retribuir os beijos, as carícias, os abraços”.
Não há sentido semear em um campo sem o interesse de ter uma boa colheita. Esta é uma ordem e um interesse natural. Se eu, sem interesse algum, não esperar algum tipo de retribuição, poderei me relacionar com uma árvore ao invés de algum humano, mas até uma árvore retribui os meus cuidados dando as folhas para a sombra e os frutos para alimento, isto não é esperar uma recompensa, mas é simplesmente uma ordem natural.
Se não houver algum tipo de condição não pode haver um relacionamento saudável. Uma árvore, por exemplo, para frutificar e dar bons frutos precisa de condições favoráveis. O mundo todo, quanto criação, está sob condições e interesses.
Entendo que a condição está relacionada a um interesse, como podemos observar na árvore, onde a mesma se relaciona com a terra e para com a ela tem um interesse, ou seja, há um interesse de que a terra lhe forneça os nutrientes necessários. 
A verdade é que todos somos “interesseiros” e "condicionais". Nos relacionamos com o outro, seja em amizade ou amorosamente, porque de alguma forma algo atraiu nosso interesse. Houve algo interessante, algo que nos interessa, algo que queremos para nós, algo que nos favorece.
Eu posso ajudar alguém que conheci hoje, e isto de forma incondicional e sem interesse algum, mas um relacionamento sem interesse se torna DESINTERESSANTE.

—Alguém que constantemente se sente ofendido, pode ser alguém que possui um nível de orgulho muito elevado, ou seja, é alguém que criou uma imagem muito elevada de si mesmo, alguém que se vê além do que realmente é.

—Até que ponto a minha INdignação está ligada a um egoísmo e isto pelo fato de me achar muito DIGNO ? 
Ao meu ver alguém que se acha muito digno e íntegro em suas ações, é alguém que vive indignado com situações ou ações que outro pode lhe causar."Afinal de contas sou muito DIGNO, NÃO MEREÇO ! 
E por isso, na maioria das vezes se sentirá INDIGNADO por alguma palavra proferida ou não proferida, por um elogio que não aconteceu, por um convite que não apareceu, por um "não" que lhe foi dado, por uma ajuda que lhe foi negada, por uma conversa que não foi correspondida, enfim, são muitas as circunstâncias que lhe podem TIRAR a "suposta" DIGNIDADE, ou seja, que podem lhe deixar IN/DIGNADO.

—Toda forma de arte não é exata, ou seja, há liberdade para se criar e obter novas possibilidades, e quando esta liberdade é removida a arte perde seu sentido. Assim também é o VIVER , tal como a arte não é exato e tem sua liberdade para a criação, mas sem a liberdade para se obter novas possibilidades, o viver perde seu sentido.
A vida é uma arte, uma ciência não exata, onde se pode criar, recriar e testar novas possibilidades.

—Entendo que um "erro" pode não ser sempre ou necessariamente um "erro", mas pode ser apenas outra maneira de ver e realizar algo ou simplesmente uma outra possibilidade.
Vejo isso ao compor uma canção, por exemplo, onde uma harmonia está sendo construída sobre certo campo harmônico ou tonalidade, e de repente ocorre um "erro", ou seja, uma nota fora da tonalidade em questão é tocada, mas percebo que esse "erro" não foi exatamente um "erro", mas uma nova possibilidade, pois abriu um leque para outras harmonias, e quem sabe mais belas.

—Como é bom saber que outro alguém também comete falhas.Como é bom saber que outro alguém também tem medo, assim não me sinto o único "imperfeito" e "medroso".

—Um homem sem memória é um homem sem identidade, é alguém que não sabe quem é.

—Tenho compreendido que nos dias atuais a Amizade tem sido construída com as afinidades entre duas pessoas, comportamentos, assuntos e contextos em comum, ou seja, duas pessoas serão amigas por causa de coisas em comum, enquanto um relacionamento “amoroso” tem sido construído muito mais na “inimizade”, isto é, dificilmente alguém se apaixona pelo “melhor amigo”, pois não há uma atração.
O interesse amoroso é despertado pela diferença do outro, pela agressividade, pela “canalhice”, pela “vulgaridade”[...]. E em alguns casos quando um casal tem um grau de amizade muito grande, ocorre a perda de interesse físico e sexual.
Um dos fatores motivadores desse tipo de comportamento que separa a amizade do relacionamento amoroso, pode ser o crescente número de pessoas que tiveram famílias desestruturadas, onde de alguma forma foram agredidas passiva ou ativamente pelo pai ou pela mãe.
E na maioria dos casos buscará um parceiro que de algum modo se pareça com a mãe ou o pai agressor, e isto para “inconscientemente” transferir a situação para o cônjuge e assim tentar mudá-lo já que não pôde mudar a mãe ou o pai.
Talvez por isso a “inimizade” é um combustível para um relacionamento amoroso. Não digo que esta seja a única causa, pois com certeza há muitas outras. E certamente há exceções, ou seja, nem sempre alguém que foi agredido verbalmente, fisicamente, passiva ou ativamente pelos pais buscará alguém semelhante, poderá buscar alguém no outro extremo, isto é, que em nada tem haver com o pai ou a mãe, mas isto é menos comum, e pode ser que quem assim fará seja alguém que teve algum entendimento sobre este assunto e se moverá na contramão do seu inconsciente.

—Amizade é um relacionamento profundo, onde se há o sentimento de liberdade para ser quem realmente é, sem vergonha de falar besteira, bobagem, sem medo de ser rejeitado pelas falhas. Onde há liberdade para expor a intimidade. 
Não precisamos ser amigos de todo mundo e nem todo mundo precisa ser nosso amigo, pois nem sempre nos sentimos a vontade em compartilhar a nossa vida com alguém. 
As vezes não me sinto em liberdade para expor minha intimidade, assim como alguém pode não se sentir a vontade para expor sua intimidade à mim. 
Creio que não precisamos nos sentir rejeitados, pois alguém pode me achar um chato, mas outro pode me achar o máximo, assim como eu mesmo posso achar alguém inconveniente, mas posso achar outra pessoa muito simpática. Sempre haverá quem rejeita, mas também quem aceita. E por isso me reservo no direito de não ser amigo de todos os que me dão “oi”, e da mesma forma, dou o direito de o outro não querer ser meu amigo quando eu lhe der “oi”.

—Vejo que o que torna um relacionamento pesado é querer que o outro sempre me complete e seja o meu reflexo, tenhas os mesmos gostos, mesmos desejos, fale como eu, isto é , seja a minha metade.
Da mitologia grega surge o pensamento da "metade da laranja" e "tampa da panela".Mais especificamente surge da estória da divisão dos andróginos ( seres com 4 pernas , 4 braços e dois rostos), estes seres se rebelaram contra Zeus, e Zeus os dividiu ao meio para diminuir o seu poder, e desde então cada metade busca a sua metade para ser novamente um ser completo e com poder.
Esta é a ideia do amor de Platão, o Amor ideal. O amor para Platão é falta, ou seja, busca no outro o que lhe falta, tendo a ideia de dois seres incompletos que se unem para serem completos.
Não creio nesse pensamento, pois traz uma mentalidade de que a minha "felicidade" ou "sensação de satisfação" está sempre no outro, isto é, eu tenho a responsabilidade de suprir o outro e o outro tem a responsabilidade de me fazer um ser completo.
Mas entendo que somos pessoas INTEIRAS e COMPLETAS, DUAS pessoas que se unem para serem UMA em um PROPÓSITO.
Compreendo que se houver o entendimento de que somos inteiros e completos, não cobraremos tanto do outro aquilo que é de responsabilidade nossa.
Não nego a sensação de satisfação ao estar ao lado de alguém, mas quando duas pessoas INTEIRAS E COMPLETAS se unem há menos cobrança para que o outro seja cada vez mais parecido comigo, ou se torne na pessoa que eu IDEALIZEI, o que para Platão seria o Amor Ideal, ou seja, a pessoa IDEALIZADA em perfeição e que só existe no plano das idéias.

—Ao meu ver, a forma de como se crê em Deus em grande parte é influenciada pelo histórico familiar e social, onde alguém que teve problemas paternos por exemplo,  crerá em Deus de uma forma diferente daquele que não teve "problemas".
A condição familiar e social podem conduzir a um tipo de crença, sendo que os mais "pobres", em muitos casos, creem de forma diferente dos mais "ricos" financeiramente.
Aquele que sofreu rejeição familiar tende a ser mais extremo na obediência em sua crença( seja qual for), ou em outros casos tende a ser extremo na DESOBEDIÊNCIA e agressividade.E deste contexto surgem os fundamentalistas , os "radicais", ou os liberais , ou os legalistas.
A condição familiar mais rígida é um outro caso que pode gerar uma religiosidade envolvida em muita culpa e auto-cobrança.Por outro lado, uma família mais funcional, talvez conduza á uma espiritualidade mais amena e livre, sem muita culpa.
Por isso, entendo que a Crença (seja qual for), talvez esteja muito mais relacionada a uma questão histórica familiar e social do que "espiritual ou metafísico".
Pois muitas vezes as experiências tidas como espirituais são consequências de "ensinos" ou envolvimento em algum grupo de crença específica, e quando se muda de grupo ou de "ensinos" automaticamente se mudarão as experiências.
 E desta forma, Deus toma uma imagem diferente para cada indivíduo segundo seu contexto cultural, social ou familiar.E se percebermos, a própria Bíblia, conhecida como um livro sagrado, tem suas interpretações segundo os vários contextos sociais e religiosos em várias épocas diferentes.A mesma palavra escrita carrega uma ideologia diferente para cada Grupo ou Época.
Isto não me faz ser um ecumênico, ou acreditar em todas as formas de se crer em Deus, ou acreditar que o mesmo Deus que se chama no cristianismo é o mesmo do judeu, ou da umbanda, muito pelo contrário, eu tenho a minha crença, a qual se diferencia de muitos outros e tenho alguém a quem chamo de Deus, o qual também pode ser diferente de outros. Mas apenas vejo que cada indivíduo é particular e peculiar em sua crença.

—" andarão dois juntos se não estiverem de ACORDO ?". Creio que precisamos compreender algo sobre este provérbio, pois muitas vezes se confunde "ACORDO" com "ser igual, ou fazer tudo igual", porém "ACORDO" não lida necessariamente com o "IGUAL", mas sim com o "DIFERENTE", ou seja, para duas pessoas andarem juntas elas não precisam ser IGUAIS, mas ter um acordo, um contrato para lidar com as DIFERENÇAS. Se faz importante um ACORDO para se respeitar a DIFERENÇA e o LIMITE do outro.

—Nos dias atuais, uma das grandes, para não dizer maior pesquisa da ciência, foi a questão da genética, mais especificamente questões a respeito da influência dos genes e DNA na vida do Homem.
Segundo se tem relato, o primeiro a se propor a pesquisar sobre a genética, foi o monge Mendel no séc XIX, o qual fez experimentos com ervilhas e flores.E em outra ocasião,em 1950 houve a descoberta da estrutura do DNA, e em 2000 foi apresentando um grande trabalho sobre o Genoma humano, o qual procura identificar o conjunto de todos os genes que formam os seres humanos.
Dentro dessas conquistas da ciência, pode-se concluir que algumas doenças são causas de genes defeituosos, e desta forma colaborou-se para amenizar alguns sofrimentos da humanidade.Mas por outro lado também foi gerado um pensamento na sociedade de que tudo é de causa genética , ou herança genética, ou seja, todas as doenças que meus pais tiveram estou propenso a ter.
Isto gera um peso emocional e psíquico grande sobre alguns, por exemplo, se meu pai morreu com problemas cardíacos, eu acabo carregando um peso, e acabo até tendo problemas no coração, pela muita “pregação” de que tudo é uma herança genética. 
Este entusiasmo em determinados discursos tidos como verdadeiro, são de certa forma natural em uma sociedade quando se está no auge de tais descobertas.Mas tudo ainda está em fase de estudos e pesquisas, nem tudo é 100 % comprovado, e nem tudo na vida humana se explica pelos genes ou DNA.Muitas questões ainda estão em aberto.
Assim como muito se percebe na história social, ou seja, em determinadas épocas havia o foco em algo, devido alguma descoberta, mas nas épocas posteriores compreende-se outros fatores, e até mesmo o que se tinha por verdadeiro em uma, em outra é desmistificado ou desacreditado.
Eu particularmente não creio que tudo se explique pela herança genética, ou que herdo todas características de meus pais, pode haver características físicas, mas entendo que há muitos fatores que constituem um Sujeito no mundo, tais como a interação sócio-histórica , ou seja, muitos comportamentos e doenças podem ser provenientes de ações sociais e de como eu me envolvo com a sociedade a minha volta.
A diabetes , por exemplo, pode ter um fator genético , mas ao meu ver é algo muito mais social ocidental capitalista , onde a alimentação é mais gordurosa, enlatada e com muito açúcar.A pressão alta também pode ser muito mais social do que genética, assim como a depressão patológica também, não quer dizer que sempre seja herança genética, mas em uma sociedade em transição e em crise , a depressão pode ser muito mais de causa social, tal como o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) na crianças do séc XXI.
Compreendo que cada era social traz consigo uma condição, por exemplo, na época de Freud (1856 -1939) a Histeria nas mulheres era a patologia psíquica mais evidente , pois era um momento social de muito mais crise para as mulheres, pois era a época da expansão da revolução industrial, juntamente com o surgimento do movimento feminista.E desta forma, a mulher sofreu com tais mudanças, fazendo surgir a Histeria, donde vem a expressão que as vezes se ouve “ você está histérica”.Bom, entendo que muitas são as pesquisas genéticas que servem para o benefício humano, mas compreendo que nem tudo é genético, e que precisamos aliviar nossos ombros desse peso de que “tudo o que sou ou serei está programado nos genes do DNA”, eu também posso decidir meu caminho, pois cada indivíduo possui uma impressão digital única, talvez mostrando que cada um pode ser um SER diferente de seus pais, , talvez mostrando que cada indivíduo pode ser um SER diferente de seus pais, ainda que possua características físicas semelhantes.

—Compreendo que pelo fato da pregação dessa sociedade ser a "inclusão" em todos os sentidos, se torna comum o pensamento contrário ou pejorativo do "isolar-se". Mas entendo que de alguma forma precisamos nos "isolar". Como uma fita isolante, que isola a eletricidade, e isto para que haja uma proteção. Mas a própria palavra "isolar" se tornou quase no sentido de "depressão". E de fato, na sociedade da "inclusão", isolar-se para muitos se tornará em uma depressão. Mas creio que este entendimento seja apenas uma influência cultural.

—Entendo que o 2 surge do 1,  e não o contrário, assim como o Homem foi criado sozinho, segundo o relato "bíblico", foi criado inteiro e completo, e depois disso é que houve a mullher. Creio que um bom relacionamento a dois parte de um entendimento de se ser um SER INTEIRO E COMPLETO que se une a outro SER INTEIRO E COMPLETO, e não segundo o pensamento de Platão, ou do pensamento mitológico grego do ser um andrógino dividido ao meio sempre buscando sua metade em outro. O contexto social atual está quase que como que formado, na sua maioria,  por pessoas "sanguessugas" que buscam na vida do outro algo vital para si mesmo.

—Muitas vezes se confunde INDIVIDUALISMO com EGOÍSMO, mas podem ser condições diferentes.O individualismo se constitui em ter um olhar subjetivo, ou seja, ter um olhar para dentro de si mesmo sem negar a existência do outro.O individualismo busca a compreenssão de si mesmo como um indíviduo no mundo.
Já o egoísmo está dentro do egocentrismo, foca no EU negando a existência do outro, ou seja, “o mundo gira em torno do meu umbigo”. O egoísmo não está na compreensão de si mesmo, mas está na compreensão de ser alguém utilizando a vida do outro para isto, como que na figura de alguém que pisa sobre as costas do outro para se sobressair seja na sociedade ou em qualquer outro meio.O egoísmo está quando há um desejo de evidenciar o EU dentro de uma coletividade.

—Entendo que estar SOZINHO não é necessariamente estar SOLITÁRIO. Ao meu ver SOLITÁRIO é aquele que ainda que esteja em meio a muitas pessoas não consegue ficar a sós consigo mesmo, e SOZINHO é aquele que ainda que não esteja cercado de pessoas convive bem consigo mesmo, compreendendo ser uma pessoa INTEIRA e COMPLETA, sem depender da intervenção do outro para estar o tempo todo bem.
Muitos podem estar no meio de multidões, no entanto estão SOLITÁRIOS, isto é, o fato de sempre quererem estar em meio a muitas pessoas se torna  uma maneira de esconderem uma condição SOLITÁRIA, uma condição de alguém que não convive bem consigo mesmo e não quer ficar sozinha consigo mesmo.
O SOLITÁRIO talvez seja aquele que tem pavor de se ver , de se encontrar, de se relacionar consigo mesmo, e desta forma buscará sempre um escape na vida do outro, sendo uma pessoa que se relaciona bem com os outros, e gosta de lugares com muita gente.

—Deseja permanecer com a sua crença intacta, então não se proponha a estudá-la ou averiguá-la, pois caso contrário a sua crença estará sujeita à mudanças.

—O criativo está em constante recriação.

—Sentir-se importante e valorizado é um remédio para a alma do rejeitado.Talvez por isto o Status , a posição, a imagem é tão evidenciada nessa sociedade, a qual é formada por pessoas que sofreram algum tido de rejeição, principalmente relacionada a paterna ou materna.

—A culpa está quando transgredimos alguma lei, nisto somos culpados.A FALSA culpa está em quando transgredimos uma FALSA lei estabelecida por nós mesmos ou imposta por outros,tais como pela sociedade e a religião.

—Creio que o verdadeiro artista é aquele que acorda todos dias e faz da sua vida um espetáculo, não de falsidade, mas de verdade , e faz dos seus passos o compasso , sua voz a melodia, e os pensamentos a harmonia que se harmoniza com o mundo a sua volta, e cada manhã diz " respeitável público a vida vai recomeçar" e assim, sendo um ser completo, completa e ocupa seu lugar na Criação .

—Um dos grandes vilões da nossa vida emocional é a culpa ou a falsa culpa que sentimos por fazer ou por não fazer algo.A falsa culpa por não cumprir certos propósitos que estabelecemos dentro de nós.A falsa culpa por não alcançarmos a imagem que nós estabelecemos de nós mesmos, ou aquela imagem que os outros formaram de nós.Falsa culpa por não sermos tão perfeitos assim.Falsa culpa por não cumprir a meta do dia. Falsa culpa por se sentir inútil por deixar para mais tarde uma responsabilidade imposta por nós mesmos.Falsa culpa por não ser tão legal e simpático com alguém. Falsa culpa por não aproveitar o momento. Falsas culpas religiosas ,tais como não orar não ler a bíblia e não ir á igreja.Falsa culpa por assistir Tv ao invés de ler um livro. Falsa culpa por não sair de casa em um lindo dia de sol. Dentre tantas outras falsas culpas que perturbam nossa vida emocional.

—Sim, sou um crítico do sistema educacional da sociedade atual tal como o próprio Sistema que a compõe.Criticar não é somente falar mal, mas simplesmente expor o que para alguns está oculto.Não apresento a solução, proponho a visão , e a visão amplia a direção.A solução cada um encontrará por si só e para si só, pois ao meu ver a solução se constitui na individualidade e não na coletividade social.Talvez a sociedade como um todo não mudará , mas o indivíduo é capaz de se transformar. 

—Vejo o Jardim do Éden como a própria expressão do interior e da consciência do Homem.
O qual é recriado do caos, dividido entre as trevas e a Luz, entre o dia e a noite, tendo dentro de si DUAS VOZES que se apresentam diariamente, uma é a que limita a ação e protege dando o mandamento " não comerás , pois morrerás", e a outra é a que induz a ultrapassar o limite dizendo " certamente não morrerás".
Quando o Homem saiu do Jardim, saiu de si mesmo, e as vozes se confundiram dentro de si.Voltar ao Jardim é retornar a si mesmo, ao lugar dentro de si onde as vozes do bem e o mal não se misturam, é voltar a reconhecer a Voz da consciência, a qual para mim é a Voz do Criador que limita e protege.
E quando falo de voz da consciência não falo do "PESO DA CONSCIÊNCIA", o qual geralmente ocorre por ensinos da Religião que geram culpa. 
Voz da consciência é uma voz que está além do Peso da Culpa, está além do achar certo e do achar errado, está em um lugar que cada um precisa aprender a descobrir por si mesmo

—Ao meu ver, Deus (yhwh) não fala hebraico, mas fala a língua do Homem, ou seja, fala da maneira que cada um o entenderá.Fala grego para o grego, fala hebraico para o hebreu, fala português para o brasileiro.Tal como o relato no livro de Atos , onde as grandezas de Deus foram expressas nas  várias línguas das nações, de maneira que cada homem pode compreender em seu próprio idioma. 
Mas quanto a Bíblia, ou Escrituras, um conjunto de livros com relatos históricos, esta Bíblia sim é um livro hebreu , escritos por hebreus, logo sua linguagem e pensamento é hebraico ( não judaico), e sob esta ótica precisa ser lido.
E compreendo que por mais que a Bíblia ou Escrituras sejam livros dentro do contexto histórico hebraico, são APENAS livros e o Deus nela relatado não é Hebreu ,não fala só hebraico.Livros são livros e Deus (YHWH) está acima dos livros.

—Tem coisas que apenas fazemos de forma natural, e se nos questionarmos como fazemos talvez não façamos mais. Tal como uma estória que ouvi, onde havia uma centopeia que dançava belamente com seus vários pés até que alguém lhe perguntou " como você faz isto?" , e desde aquele dia nunca mais dançou. 

—Cada indivíduo possui uma história que o constitui quanto sujeito no mundo.

—O bem mais precioso para o poeta é a Palavra.E não há ninguém que possa ser poeta sem antes aprender o sentido e o valor de cada letra e expressão, e o significado de cada palavra adquirido pela sua vivência no mundo, pois o poeta é uma testemunha ocular daquilo que o cerca, e nisto as palavras se tornam vivas na boca e nas mãos do poeta. 

—A Porta é um limitador de qualquer ação de violência contra minha pessoa, e nem Deus viola tal limite, por isto diz " eis que estou a porta e bato, e quem abrir eu entrarei...." 

—Cada um tem a sua escola particular na vida, e as provas são individuais.

—Levar a vida NÃO TÃO a sério, talvez não seja sorrir e brincar o tempo todo, mas seja apenas remover o TÃO, e  SER o que cada IDADE lhe pede para ser, pois para cada IDADE existe um SER específico, para em cada IDADE existe SER/IEDADE.    

—O indivíduo olha o mundo a sua volta segundo suas experiências sócio-históricas, religiosas e familiares.

—Tão pobre pode ser quem tem uma bela cama para dormir, e quão rico pode ser quem dorme debaixo de uma marquise.Muitos que dizem não estar envolvidos em uma “teologia da prosperidade”, se mostram dentro dela ao aceitarem os rótulos de classes sociais.À quem tem fome dê de comer, se este alguém pedir alimento compartilhe, mas não faça isto somente porque você o considera pobre e necessitado segundo a imagem da mídia.

—Receber um SIM quando não se espera é muito mais saboroso, e talvez por isto a felicidade não seja um prêmio alcançado pelo mérito ou pelo esforço, mas se algo que acontece no acaso, quando não se espera.

—O nascimento, quanto momento da saída do útero da mãe, segundo a psicanálise, é o maior trauma do Homem , e justamente fazendo referência a "expulsão do paraíso".Quando alguém nasce, ocorre a lembrança de que o Homem um dia esteve no conforto do Éden, e por isso disse " com dor darás a luz" .

—Talvez o "problema" de ter influenciado alguém com atitudes ou palavras é que nem sempre o "influenciado" mudará ou te "seguirá" nas possíveis mudanças de palavras ou atitudes, ou seja, se falei ou fiz algo no passado que hoje não considero tão "verdadeiro", o "influenciado" em sua maioria permanecerá neste lugar no passado sem acompanhar as mudanças.

—Muitas vezes sou sábio em minha boca e algumas outras ignorante em minhas mãos .

—Sempre haverá quem gosta e quem desgosta .  

—Até gosto de falar ou "explicar" algo quando tenho algo para falar, e não quando sou pressionado a ter que dizer algo, pois melhor são as palavras que deslizam pela boca ou pelas mãos do que aquelas arrancadas a força.

—Quer saber onde "Deus- o Pai" está e onde é achado ? Está do lado de dentro do teu quarto, está do lado de dentro da tua alma e de teus pensamentos, pois assim foi dito " ao orardes ao Pai, ENTRA no teu quarto e fecha a porta e ali fala com o Pai". Mas nos dias corridos da atualidade, onde o que menos ocorre é ficar só consigo mesmo ou ter um olhar para dentro de si, pois os meios externos como internet, celulares, entretenimentos [...] estão constantemente chamando a atenção do Homem o distanciando de um encontro a sós consigo mesmo,o distraindo para que não olhe para aquele que está dentro de si, e logo, o distanciando de "Deus- o Pai" , pois quem não entra dentro de si mesmo e não fecha a porta para o externo, também não encontra o Pai que ali está .Não falo exatamente de apenas um momento em específico onde se desliga o computador  ou o celular e se fecha a porta do quarto literalmente, mas falo de um andar constante dentro de um olhar subjetivo ( interno) .

—As vezes algo parece não dar certo pelo simples fato de se estar no lugar errado.A voz muitas vezes não é ouvida pelo simples fato do público ser o público " errado" .

—Com a expansão das redes sociais e a frequente pergunta “ no que você está pensando” , tem sido gerado no Homem atual um senso de obrigação em sempre ter que compartilhar seus pensamentos, em expor o que há de mais íntimo e secreto.Ocorre uma desvalorização da intimidade dos pensamentos.

—Um profeta é aquele que expõe o que está oculto na alma do outro, seja  por um poema ou uma canção.O poeta também é um profeta em sua geração _ Carlos Coléct

—Certa vez disse um poeta : se me faltam palavras, ainda tenho as lágrimas, se me faltam lágrimas ainda tenho o murmúrio , e se me falta o murmúrio ainda tenho o silêncio, o qual é apenas uma pausa para a próxima nota a ser tocada .

—Está descrito no livro do relato de Matheus , um momento em que Yeshua ao  falar sobre ansiedade diz para se observar os pássaros que não semeiam, mas o Pai os alimentam.Talvez este conselho se modifique um pouco nos dias atuais, pois até os pássaros andam ansiosos à procura de alimento, devida a ação do Homem no curso natural da natureza , se quiser viver esta instrução é melhor que observe um pássaro dentro de seu habitat natural .

—Querem ter clareza acerca das Escrituras, as quais alguns chamam de Bíblia e outros de Tanach ? A vejam e leiam além dos ensinos e interpretações de "grupos religiosos".Não se limitem aquilo que ouviram de outros. Vocês irão se surpreender na profundidade e simplicidade que há em uma leitura apenas contextual e histórica, sem mistificar com as crenças e interpretações que sobre elas foram colocadas.O desejo pelo "profundo" pode inibir a beleza que há na "superfície" .A busca pela "raiz" pode fazer com que a beleza contida na "superfície", tais como os frutos, as flores, e as folhas passe despercebida. 

—A "crença religiosa" , quanto conjunto de pessoas que professam a mesma "fé", independente de qual seja, sempre foi na história a forma mais eficaz de consolo para o Homem aflito, falando dentro do contexto cerebral e psíquico. Mas nos tempos atuais, esta forma de consolo tem caminhado juntamente com outras formas de "consolo" da aflição, a qual é a química dos produtos farmacológicos anti-depressivos. Creio que em um futuro próximo, a crença religiosa continuará eficaz no consolo, mas em menor proporção diante dos anti-depressivos, os quais são usados como forma de prevenir a aflição e não necessariamente para  algum tipo de patologia( enfermidade).Percebemos isto em algumas cenas das telenovelas, onde uma situação de aflição é convidativa para consumir algum tipo de calmante.Outro exemplo comum, quando alguém falece, aos poucos a oração e a crença religiosa como consolo está sendo substituída por algum anestésico emocional, pois o sentir “não é bom”, logo, gera-se pessoas sem “sentido”

—Na atual sociedade , alguém que possui habilidade de decisão sem se preocupar tanto com as consequências futuras de suas escolhas, se torna alguém menos angustiado, pois uma das situações que torna o Homem mais angustiado atualmente é ter que decidir e escolher pela melhor opção dentre muitas opções, ou seja, são várias as opções de emprego, de trabalho, ofício, de faculdade, de casamento.E isto aflige principalmente pessoas que não se auto-conhecem, pessoas que desconhecem suas habilidades naturais.São muitas as propostas que angustiam o Homem pós moderno, o qual é movido por um motivo que geralmente não é o seu próprio, mas é conduzido por opiniões alheias , sempre visando o CAPITAL. Esta é uma angústia peculiar da contemporaneidade,  talvez o Homem nos séculos passados não possuísse esse tipo de angústia, pois não eram muitas as propostas e opções para se decidir. Não haviam várias faculdades, vários ofícios, várias opções de casamento, ainda porque já se tinham um caminho pré estipulado, e geralmente pela família ou pelo Pai, o qual decidia o casamento, e o ofício era dar continuidade aos negócios da família, e com a revolução industrial esse formato acabou por entrar em crise.

—Nessa sociedade contemporânea de ativismo, se faz tanto, se realiza muito , mas ao mesmo tempo a sensação de inutilidade paira sobre os corações, pois o muito que se faz se faz sem propósito, e o resultado não é visto ou tido por quem faz, mas é para um Sistema .Ou seja, a maioria não alcança o resultado e o propósito do seu trabalho, mas trabalha para o resultado e propósito de outro, e nisto a sensação de "não se chegar a lugar algum" continua. 

—Alguém considerado normal no séc XIII d.C se fosse transportado para o atual Séc XXI , e vivesse da mesma forma que no séc XIII, certamente seria considerado anormal , e da mesma forma se alguém que nos dias atuais é considerado normal, se fosse conduzido para o séc XIII, e assim vivesse, seria um anormal em tal sociedade.Nisto penso que o Homem considerado anormal socialmente pode ser aquele que vive fora do seu tempo, ou seja, está "atrasado" ou "adiantado".

—Creio que todos nós somos “endemoniados”, pois cada um de nós carrega em si um "demônio" em sua alma e em seu pensamento, e todo dia se apresenta para atormentar .

—O sujeito rege a terminação verbal.Com isto percebo que o Sujeito quanto pessoa e ser, rege a ação (verbo), ou seja, quem eu sou determina a minha ação e como a realizarei.A ação mostra o sujeito que está por trás, por isto diz que pelos frutos se conhece a árvore. 

—Na primeira etapa de vida de uma criança ( dentro de uma família funcional), ela está sempre amparada pela mãe ou cuidador, não há a negação, ou seja, ela até então não ouve o “não” de limitação de suas ações.Ela assim não conhece ainda o negativo, mas a partir do momento em que ela passa a se locomover, dando os primeiros passos, ela então começa a ouvir o que nunca antes tinha ouvido, ou seja, ela passa a ouvir o “NÃO” de sua mãe ou cuidador, e o cuidador (pai/mãe) passa a ser um "agressor". E é nesta etapa em que aprendemos o valor do “Não” , da proibição, dos gestos negativos de balançar a cabeça, ou sinalizar com o dedo, e por consequência conhecemos a frustração do desejo não realizado.Os primeiros passos trazem consigo momentos de conflitos, pois a criança ao mesmo tempo que caminha em direção à um objeto o desejando, também se sente atraído por sua mãe.Ao mesmo tempo que houve o seu desejo de continuar, também ouve um não.E neste estágio a criança usa um mecanismo de "identificação com o agressor", neste momento a identificação com o cuidador começa a imergir. 
Nisto, eu aprendo que em todas as etapas de nossa vida em que decidimos dar passos novos, nos locomovermos em um caminho até então desconhecido, temos que estar cientes de que haverá “não”, haverá gestos proibitivos, limitações, e frustrações, até conhecer o terreno em que se pisa.

—O louco sempre foi aquele que caminha na contra-mão da realidade que o cerca , e a vê por perspectivas diferentes.

—Quem pode saber o que é o "certo" para o seu final? o certo pode não ser o certo que pensávamos ou o que esperávamos, por isso " seja qual for este certo", se revela no final de cada dia....pois cada dia a vida tem seu início e seu fim...eu vejo que o "certo" pode ser o simples fato de ter chego ao final e ter visto o Sol se pôr .

—Uma boa respiração se faz importante no dias atuais.Nós desaprendemos a respirar do modo correto e consequentemente perdemos os benefícios para um bom equilíbrio(homeostase) do Corpo.
Todos , ao nascermos respiramos de modo diafragmático, ou seja, respiramos profundamente com a parte inferior dos Pulmões, parte esta onde se localiza os alvéolos, os quais são os responsáveis pela troca de gases ( hematose - co2 - O2). Esta forma original de respiração nos traz benefícios e tem um papel importante para viabilizar o Oxigênio no corpo, trazendo um bom funcionamento para os órgãos.
Mas com o passar do tempo  e a correria da vida contemporânea , aos poucos desaprendemos a respirar desta forma diafragmática (abdominal), e passamos a respirar somente com a parte superior dos Pulmões, e de forma mais curta,  e por consequência ocorre menos troca de gases e menos oxigênio   é viabilizado para o corpo.Havendo desta forma uma vida mais ansiosa e acelerada, pois a respiração profunda ajuda a equilibrar os batimentos cardíacos.

—Certa vez me perguntaram: “daonde vem ou saiu ensinos sobre: inferno dentro do Planeta Terra e imortalidade da alma ou espírito (sendo esse dois como fantasmas) ?”
E de forma histórica respondi :“Bom, o Homem em sua história sempre foi fascinado pelo desconhecido e o mistério do pós morte, e nisto criou-se muitos pensamentos e a maioria das religiões existentes nas civilizações da humanidade possuem tais crenças,e desta forma vão se modificando e se incorporando na história social dos povos e pessoas.Mas no que tange essas crenças dentro do "cristianismo", pode -se perceber que foram acrescidas da mitologia grega e da filosofia ascética e gnóstica, pois esta é a base das interpretações do "cristianismo" quanto à Bíblia.A interpretação do INFERNO provém da mitologia grega do Hades, o lugar dos mortos para o grego,e também pode ter a influência da representação da Divina comédia de Dante Aleghiere, onde ele traz uma imagem do Inferno, o qual se assemelha com a mitologia grega , e é bem aceita pela "Igreja" na idade média.E quanto aos espíritos como fantasmas podem ser influências das filosofias ascéticas e gnósticas, as quais buscam uma perfeição metafísica, declarando que o corpo , a carne e o terreno são imperfeitos e maus.Estas correntes podem ser percebidas no 1º séc em declarações de Paulo e João acerca de tais filosofias gregas.Mas enfim, estas são possibilidades de surgimento de tais pensamentos adquiridos e modificados durante a história da sociedade.

—Se eu não vivo o que falo, ainda assim continuo falando, para que alguém mais capacitado possa viver o que eu ainda não consigo, se assim for preciso .

—Desejo ser um referencial saudável para esta e para as futuras gerações, desejo ser alguém que comunica algo relevante, mas não desejo ser um referencial, o qual as pessoas precisem entrar em uma "igreja", templo ou sinagoga para ouvirem ou verem.Não desejo ser um referencial que se encontra somente em um show gospel , evangelístico ou evento de denominação "cristã" ou "judaica" .Desejo ser encontrado ao "ar livre" , desejo estar acessível em "campo aberto", tal como os mandamentos foram revelados ao "ar livre" no monte Sinai, e desta forma, acessíveis a todos .

—Segundo pesquisas , nos dias atuais, cresce o número de crianças que são criadas somente com o pai ou somente com a mãe.E isto evidencia uma disfunção na formação da identidade da criança , considerando que sempre há exceções, mas de modo geral ocorre algum disfunção comportamental devido ao sentimento de rejeição. E isto me leva a crer que daqui há 20 anos, a sociedade será formada mais intensamente por homens e mulheres com um sentimento de orfandade , haverá mais problemas com limites, mais pessoas violentas, pois Violência vem da palavra "violar", ou seja , ultrapassar um limite estabelecido ou uma lei fixada.Desta forma, o violento é alguém que não conhece os seus limites e os limites do outro.Será uma sociedade com mais características EXTREMAS de bondade ou de ódio, ou seja, será uma sociedade mais BIPOLAR do que já apresenta ser.

—O que seria da humanidade se não houvesse som, musica e canção ? Não sei você , mas acho que eu não sobreviveria.

—Na criação se pode ver “Deus” e seus atributos, mas Ele é SANTO e por isto não se mistura com a criação. 

—Quer ter uma vida leve e tranquila? Então não estude, não pense, não questione, apenas aceite, pois o muito pensar e o muito estudar trazem peso e desconforto para "carne", convidando-a a transformação constantemente.

—Dizem : “ Água mole em pedra dura tanto bate até que fura”, só esqueceram de dizer que isto dura milhares de anos .

—Quando de alguma forma nos sentimos rejeitados, automaticamente achamos que há algo de errado conosco, e surgem pensamentos do tipo “ eu não sou tão bom assim” , “ eu não sou tão bonito assim “, eu não sou tão educado assim”, “ eu não sou tão inteligente assim”, “eu não sou tão”, “eu não sou tão” [...], ou seja, “eu não sou digno de se comparar ao padrão de perfeição”, “há algum problema em mim”.Mas isto é uma ilusão de uma psique traumatizada pela rejeição, pois não quer que dizer que há algum problema consigo, e também em alguns casos não quer dizer que realmente houve rejeição, mas apenas houve um SENTIMENTO ilusório de rejeição.

—Se não houver uma dose de ilusão, imaginação e fantasia, não poderá também haver poesia.

—O que se torna inacessível se torna desejado.O mistério desperta o desejo.

—Por que nos preocupamos tanto em não parecermos tão tolos se a “vida” é tão breve ?

—Muito e nada ao mesmo tempo.Tantos acontecimentos, tantas sensações, tantos olhares, tantas pessoas, tantos contatos, tantos sentimentos e no final do dia nada a dizer.Com o Sol se põe a memória e o tempo continua sufocando a lembrança ao ponto de ao entardecer, na resposta à comum pergunta " como foi o seu dia?" , o MUITO se torna em " NADA DEMAIS, ou NADA DE IMPORTANTE".

—O título "Deus" , dentro do senso comum , se tornou Universal quando se trata de um Ser Criador de todas as coisas.Cada cultura no Mundo possui um Criador, o qual recebe o título de Deus.O Islamismo tem seu criador, o Judaísmo também tem o seu Criador, o Cristianismo, o Budismo, e assim por diante, e todos são considerados por Deus .Mas no 1º séc não havia esse título "Deus", esse título provém de um ídolo chamado Dyeus, sofrendo adaptações até chegar a forma grega de Theos e Zeus , e  até ao português como "Deus".Enfim, no 1º séc, esse título "Deus" não era conhecido, apenas se conhecia o Theos, e desta forma não tinha um conceito tão universalizado, ou seja, se diferenciava com mais clareza o Criador para o grego, e o Criador para o judeu.Para o grego o Criador é Zeus , e para o judeu crente na Torah, o Criador é Aquele que se revela à Abraão, Isaque e Jacó.Mas infelizmente, esta diferenciação se perdeu na história, tornando-se todos os "criadores" segundo as culturas existentes em apenas um Criador com o título de Deus.Por isso , hoje, se torna difícil saber de quem se trata quando alguém fala por exemplo : " Deus te abençoe" ou "Graças à Deus" ou ainda "eu amo Deus", somente se poderá saber de forma superficial, se houver uma aproximação na convivência diária, e assim, quem sabe o Deus falado se mostrará como Aquele que se revelou a Abrão , Isaque e Jacó, ou se como o Zeus lançador de Raios, ou se como a força cósmica do Universo, ou se como o Alá do Islã, ou se como o Consumismo do capitalismo, ou se como tantos outros .

—A inspiração vem após a expiração, ou seja, a vida sempre vem após a morte.Algo precisa sair para que outro algo ou alguém precise entrar, pois dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço ao mesmo tempo.O velho precisa dar lugar ao novo.Todo dia, uma nova canção surge, mas só poderá ser cantada quando a velha melodia sair de cena.

—Pois é, esqueci de plantar e quis colher .

—Se eu to demais parece que você tá de menos ,e quando eu to de menos parece que você tá demais .

—Tenho me questionado sobre as amizades virtuais, se é que se pode chamar de amigo alguém que nunca se olhou nos olhos.Ao meu ver, as palavras escritas no mundo virtual não constituem uma amizade ou um relacionamento, mas apenas estabelece um contato que poderá (futuramente) se tornar uma amizade real. Adicionar um “amigo” desconhecido no Livro da Face não significa ter um amigo de face à face. Posso chamar de “amigo” alguém desconhecido, ou melhor, pode haver um amigo desconhecido?No séc XXI, mais precisamente a partir dos anos 80, quando a internet ainda não era tão popular, as palavras que expressam sentimentos profundos como “saudade”, “amizade” ou “amor” , acabaram por se tornarem comuns e desvalorizadas.O senso comum, a internalização e contexto histórico social de tais palavras transformaram-se e se generalizaram, onde todos se tornam amigos e a todos amo. 

—O Homem contemporâneo está envolto em uma sensação de constante vazio de eterna insatisfação.Em uma Sociedade onde tudo é à distância, ou seja, ensino á distância, amigos , relacionamentos, compras, vendas, comercialização, enfim [...] até a própria vida se torna distante, pois tudo o que está perto de alguma maneira adquire a imagem de desconfortável e difícil.

—Deus? Bem, eu ouço sua voz na canção dos pássaros, na voz que ressoa em minha consciência, no pulsar do meu coração, no bramir das ondas[...] 

—Se meu coração parar que pelo menos seja por excesso de vida e não por falta de ar .

—Quantos de nós já dissemos a seguinte expressão quando algo não sai como planejamos : “ Se eu soubesse !”.Pois é, se nós soubesses tudo o que poderia dar “errado”, certamente não sairíamos do lugar, ou seja, não viveríamos.Portanto, melhor que continuemos sem saber de tudo, e assim, continuando a dizer “ Ah se eu soubesse !” 

O ser romântico pode ser considerado alguém que observa e dá sentido ao mundo que o cerca. Mas trazendo para o âmbito mais específico do universo feminino, o romantismo, enquanto forma de expressar o desejo ou a afetividade por alguma mulher, permanece comum em todas as épocas, porém, se diferenciam em cada contexto social. Hoje, por exemplo, de uma forma geral, considerando que há exceções, não basta apenas ser romântico e expressar o desejo, este romantismo precisa vir acompanhado de algo que mostre uma aquisição financeira elevada. Por exemplo, o que antes, para ser romântico bastava pegar uma flor na rua e entregar, hoje, não basta apenas uma flor, é preciso vários arranjos de flores, e se for possível a floricultura inteira, ou seja, algo que mostre que foi CARO, pois na sociedade capitalista o valor está na quantidade de DINHEIRO e não na quantidade de SENTIMENTO, INTENÇÃO OU COMPROMISSO. Isto se evidencia muito na expressão popular “ ninguém vive de amor”. Outro exemplo, o que antes, bastava um convite para caminhar na beira do mar, hoje se faz necessário não só o convite para caminhar na beira do mar, mas é preciso que este mar seja no Caribe ou nas Ilhas Canárias.E nisto, o Homem contemporãneo em crise em sua masculinidade, percebe-se mais confuso ainda, não sabendo se apenas uma simples flor colhida ao ar livre ou uma simples poesia ainda serão aceitas como forma de conquista pela mulher “feminista independente” pós moderna.

—Violência vem da palavra "violar", ou seja , ultrapassar um limite estabelecido ou uma lei fixada.Desta forma, o violento é alguém que não conhece os seus limites e os limites do outro.

—O ponteiro do relógio acelerou e não não percebi e o que eu perdi não volta mais , mas ainda há tempo pra viver.Contarei os minutos e os segundos pra não mais perder a chance de olhar pra dentro e pra fora o bem que ainda há .

—Um amor que preenche mais do que se sente. Amor dentre os amores mais do que algo que se invente.Vida que me dá vida e faz o frio virar quente, mais do que se pense .

—Infelizmente, o que podemos observar em alguns movimentos de Restauração, Teshuvá, ou grupos “religiosos” com a ideologia de retornar a “igreja” relatada no livro de Atos, no chamado Novo Testamento da Bíblia, ou ainda em sua origem hebraica, é que em sua maioria se tratam de movimentos “fundamentalistas”. O que seria o “Fundamentalismo”? No sentido literal da palavra significa um retorno ao FUNDAMENTO, e o fundamentalista, portanto, seria alguém que se propõe a ir ao fundamento ou origem de algo. E nisto nada há de errado ou mal, porém , o valor agregado a esta expressão é que se tornou um tanto quanto sectário e agressivo. Hoje quando pensamos em “fundamentalismo religioso” , logo pensamos no terrorismo islâmico, mas também podemos evidenciar esse fundamentalismo no Cristianismo em episódios como as cruzadas, inquisição, movimento do IRA na Irlanda.Ou seja, o “Fundamentalismo (contemporâneo)” se foca em uma visão, em retornar à uma origem ou fundamento a todo custo, matando em nome dessa ideologia de RETORNO, e que no caso envolve o nome de “Deus”, onde a “minha visão” de “Deus” ou do “livro sagrado” ( Bíblia , Alcorão ou Torah) deve ser imposta. O Fundamentalista, é aquele que de forma forçada busca colocar o seu fundamento, e em sua maioria se posiciona CONTRA, e agride tudo o que se contrapõe ao que se entende por fundamento ( origem).Dificilmente ele age apenas em FAVOR da sua posição, mas se posiciona CONTRA ao pensamento contrário, buscando aniquilar, colocando em uma fogueira, explodindo um carro, atirando contra alunos de uma faculdade, como assim vemos nos casos mais extremos, ou apenas verbalmente nos casos mais amenos, o que caberia mais nos movimentos atuais de “restauração e Teshuvá”

—Espiritualidade , Deus e religião podem caminhar em vias diferentes, pois posso estar inserido em uma religião, e não ser espiritual e nem ao menos caminhar com Deus, assim como posso não estar em religião alguma, e mesmo assim ser espiritual e caminhar com Deus.

—Se alguém me perguntar “ sobre o que vc gosta de conversar?” , eu diria “ silêncio”.

—A violência no mundo seria pela falta de "Deus" ? Eu responderia com outra pergunta : " Todos os que hoje morrem,morrem por quê falta oxigênio no mundo ou por quê apenas o deixam de inspirar ? 

—Quem disse que eu tenho que ser como Paulo, João, Pedro, Moisés, Isaías, ou até mesmo Yeshua ou Jesus ? Será que posso ser eu ?

—Talvez muitos estejam tentando achar uma interpretação verdadeira da Bíblia , ou uma interpretação original, e creio muito difícil tal busca, ou melhor, vejo dificuldade em achar essa tal interpretação. E sinceramente não creio que precisemos nos enredar em tal busca, mas que simplesmente seria bom que compreendêssemos seu contexto HISTÓRICO original. Não podemos confundir voltar a originalidade das Escrituras , com voltar a "INTERPRETAÇÃO ORIGINAL", pois "interpretação " cada um tem a sua, e deve ficar com ela para si sem buscar fazer da SUA revelação uma doutrina ou impô-la ao outro, mas o contexto "HISTÓRICO ORIGINAL" , este é só UM, e comum a todos .E quando falo contexto "histórico original", não me refiro a cultura regional e épica, mas ao contexto de " quem e para quem foi escrito" 

—Se todas as pétalas caírem, que pelo menos a última seja "bem-me-quer" 

—Muitos são os “deuses” desta geração, o meu é Aquele a quem chamo de PAI, e este só eu conheço.

—Aprendi a dizer “não”, porque aprendi a ouvir “não”.

—Tem gente que acha que sabe alguma coisa da vida alheia, mas desconhece sua própria vida .

—O que ontem eu falei ,hoje talvez não falaria , e o que amanhã falarei, quem sabe depois de amanhã não tornarei mais a dizer , pois penso logo mudo.

—Estive pensando sobre interpretação, mais especificamente sobre a interpretação do conjunto de livros chamado “Bíblia”, o qual é usado por várias vertentes religiosas, e desta forma, proponho uma comparação com a interpretação de uma partitura musical.Pois bem, suponhamos que eu como compositor tenha feito uma canção e escrito em uma partitura, e repasse esta partitura à dez músicos, sem que tenham ouvido eu tocá-la, ou seja, nenhum dos músicos ouviu a versão ou interpretação original.Será muito provável que cada interpretação tenha a sua particularidade, peculiaridade e diferencial, pois não foi conhecida a  versão original, ninguém me viu ou ouviu tocar a partitura.Portanto, penso que ninguém de fato conheceu a versão e a interpretação original da Bíblia, pois ninguém esteve com Moisés, Abraão, David, Salomão, Yeshua, Pedro, Paulo[...], e sendo assim, toda interpretação de certa forma está afastada de sua originalidade, até mesmo a judaica.Nenhuma interpretação e versão é totalmente exata, mas cada um tem para si o que lhe considera verdadeiro.Mas deixo claro que estou falando no âmbito interpretativo religioso, moral e ético , e não cultural, social ou histórico, e por isto compreendo que Yeshua não enviou seus discípulos para falarem de questões INTERPRETATIVAS, mas sim daquilo que está relatado HISTORICAMENTE pelos profetas a respeito da restauração do Reino de Israel.

—O que há no futuro se não apenas a morte ? Não seria o resto somente as nossas fantasias e imaginações, as quais colocamos nele ? Seria isto ruim ? De maneira alguma, pois em uma sociedade onde a maioria vive em um estado depressivo, e isto por diversos motivos, o uso da IMAGINAÇÃO pode ser um bom remédio.

—Me perguntaram “ como você está” ? E eu respondi : “ estou caminho , se movendo para algum lugar onde o fim será melhor que o começo “ 

—E os piores anos da minha vida foram os melhores.

—Em uma sociedade onde a maioria vive em um estado depressivo, e isto por diversos motivos, o uso da IMAGINAÇÃO pode ser um bom remédio.

—Não estou interessado no discurso "salve o planeta", pois o Planeta ou Mundo verdadeiramente esquecido é aquele que está dentro de cada um de nós.

—Aquilo que considero falha , erro ou defeito no outro, podem não ser exatamente falhas ou erros, mas simplesmente diferenças, ou seja, aquilo que o faz ser quem é dentro da sua personalidade e história.

—Ao meu ver , o “Amor” não é cego, muito pelo contrário, “ tudo vê”, mas apenas SE FAZ como cego.E talvez isto seja um bom mecanismo, pois se formos agir com plena consciência daquilo que consideramos erros, falhas e defeitos do outro, certamente não agiríamos.

—Não é necessário serem muitas as palavras para “machucarem”, basta apenas serem verdadeiras, pois o verdadeiro muitas vezes é amargo na consciência do Homem.

—Preciso mostrar ”Deus”(Eterno, Elohim, Pai) colocando tais palavras em cada texto ou palavra que transmito? Certa vez disse o Filho ao lhe pedirem para que mostrasse o Pai : “ por que diz mostra o Pai? Quem VÊ a mim VÊ o Pai”. Ou seja, mostrar o Pai do qual sou filho está muito mais nos olhos de quem me VÊ e nos ouvidos de quem me OUVE , do que no colocar a palavra “deus” , “elohim” ou "Eterno" em tudo o que escrevo ou falo .

—Devido as mudanças sociais e ao movimento feminista, nos dias atuais o homem entrou em crise com sua masculinidade, e se tornou como um menino assustado diante da mulher desejada , a qual já não precisa de alguém para ter segurança, para ter proteção e sustento, mas é uma mulher emancipada. O homem, mesmo que as mulheres não percebam ou não se deem conta disto, foi removido de seu papel e função, e logo entrou em uma crise de identidade, e desta forma,  muitas vezes já não sabe mais como expressar seu interesse diante da mulher do séc XXI.

—Pensar que amanhã pode ser melhor que o hoje, é um tanto quanto ilusão, pois não sabemos exatamente o que nos espera amanhã, mas um pouco de ilusão faz bem a vida, para incentivar a continuar na esperança de sempre alcançar o amanhã que pode ser melhor .

—Talvez , hoje, compreenda um pouco mais o porquê tantos pensadores na história fizeram tantas críticas à Religião.Dentre alguns temos Nietzsche , Freud e Albert Einstein, pensadores que criticaram de alguma forma a religião, tão embora Nietzsche tenha sido um filho de Pastor, Freud e Einstein nascidos em seio judaico, eles se viveram afastados do cristianismo e do judaismo.E assim criticaram , porque simplesmente se propuseram a pensar.E essa critica e intolerância a religião os tornaram ATEUS ? Não , porque acreditar na Religião e suas formas não é necessariamente acreditar em DEUS.REJEITAR o Cristianismo ou o Judaísmo e o "deus" por esses apresentado, não é rejeitar o DEUS ÚNICO. E muito pelo contrário, talvez isto signifique "conhecer" Deus dentro de uma perspectiva muito mais particular, peculiar , pessoal e sincera.Os religiosos olham para as palavras desses homens e os veem como ateus , descrentes em "deus", eu particularmente não os vejo assim , ou melhor, os vejo como ateus, e descrentes quanto as imposições e as imagens que as religiões apresentaram DEUS, mas não descrentes de DEUS.

—Talvez nunca tenhamos plena clareza daquilo que nos cerca, seja sobre "deus", seja sobre a "verdade", sobre a existência, enfim.,a menos que aceitemos tudo sem ao menos refletir em nada, mas ainda que na estrada não haja plena clareza na visão, Tua Palavra é lâmpada para os meus pés, e pelo menos eles(meus pés) posso ver nesse caminho estreito de pouca luminosidade.

—O princípio da vivência da liberdade, em sua maioria, vem acompanhado de medo, insegurança e incertezas.Alguém que esteve preso por muito tempo e adquire a liberdade tenderá a ficar tímido diante das possibilidades que surgem em seu caminho, e e desta forma tem receio de fazer algo que possa lhe trazer novamente a um estado de aprisionamento, e talvez neste receio acaba por causar outros tipos de aprisionamentos, para gerar uma falsa sensação de segurança.Assim podemos observar em Israel na saída do Egito e em Judá após voltar do cativeiro Babilônio, e particularmente, observo em minha própria caminhada.

—Um Homem que vive e age sem antes pensar ,apenas movido por seu instinto e desejo, em nada se difere de um cachorro ou de um cavalo , pois se torna como um animal irracional. 

—Geralmente aquele que está mais envolvido em um sistema religioso, tende a se sentir culpado quando faz algo que lhe gera prazer ou um estado de alegria momentânea, e isto além de poder ser motivado por uma condição distorcida ligada ao relacionamento paterno, também pode ser um reflexo da filosofia ascética implantada dentro do "cristianismo", filosofia esta que tem por intuito privar todo prazer lícito em prol de uma espiritualidade maior, ou seja, todo o prazer terreno se torna mal e ruim, e isto se evidencia em uma expressão muita usada no seio da "igreja" medieval em momento de confissão : " MINHA CULPA , MINHA MÁXIMA CULPA ".

—Pensei sobre as ilusões que cercam a existência humana ,e me propus a refletir sobre o que NÃO SERIA ILUSÃO, então compreendi que talvez seja : "o momento do HOJE e AGORA, no qual estou sujeito a sentir dor" , tal como alguém que está em um estado de extrema alegria, como que sonhando e diz " me belisque", e para que? Porque a dor mostrará que algo não é um sonho ou ilusão, e sim real, pois a ilusão é uma espécie de fuga da dor. Por isto a sociedade atual se torna ilusória, pois busca com que as pessoas fujam da dor, ou seja, vivam em ilusão.E nisto a maioria perde a capacidade de discernir sua própria condição de vida, pensar sobre si mesmo e se reavaliar, e desta forma se terceiriza esta função, fazendo surgir especializações como Psicologia, Psicanalista, analistas, terapeutas, onde se busca no outro alguém que tenha a capacidade de mostrar o que há em mim mesmo.

—Se há esperança não há plena "liberdade", pois quando se espera algo se está preso a este algo ou alguém. 

—Neste "mundo", aquilo que se torna comum e ordinário, se torna também desvalorizado, ou seja, perde o seu valor de atração. Seja incomum e extraordinário e você permanecerá valorizado, pois o valor de atração está no diferencial que algo ou alguém possui e não na igualdade .

—As coisas e estórias só terão "poder", ou "vida", se alguém lhes der.O homem durante a história deu "vida" e "poder"às inúmeras estórias, fábulas, coisas e objetos, e desta forma o ilusório passa a ser real, mas ser REAL não significa ser VERDADEIRO. Principalmente o sistema religioso deu "vida" e "poder" à vários mitos, seres, estórias, objetos, se tornando reais para uma multidão. 

—Em determinadas frases e expressões como " Deus me abençoe, Deus te abençoe, Deus te conceda isto, Deus faça aquilo outro", se percebe o pensamento que a maioria tem sobre o "Deus" a quem servem, ou melhor, do " Deus" por quem são servidos, pois estas expressões indicam um pensamento de UTILITARISMO,e passividade, onde o ser a quem chama-se de "Deus" deve se enquadrar nos desejos daqueles a quem por Ele chama, e assim tem por obrigação suprir tudo o que se quer e se deseja.Não há uma ação CONJUNTA , mas há um "Senhor" que de fato não é o "Senhor", mas o "servo" da relação.

—O fato de o outro existir, seja , talvez, simplesmente para me comunicar que não posso fazer tudo sozinho.Cada um tem a sua parte de contribuição e interferência saudável na existência humana, bem como no propósito Eterno, e esta contribuição talvez esteja no somente VIVER o que lhe foi dado viver, e não viver o que o outro quer que se viva, pois se eu viver a "vida do outro", estarei me anulando, não contribuindo com minha parte e deixando apenas o "você" e não o "nós", mas como foi dito anteriormente " o outro existe para me comunicar que não podemos fazer tudo sozinhos", ou seja, não é somente "eu" ou "você", mas sim "nós".Porém este " nós" não quer dizer que se encontre necessariamente dentro do mesmo local físico, mas quer dizer " EU TENHO A MINHA VIDA PARA VIVER, E O OUTRO TEM A VIDA DELE PARA VIVER , VIVAMOS". 

—O "nós" está na individualidade diferenciada de cada um, e não na coletividade uniformizada.

—Minha ação para com o outro deve ser a continuação da minha ação para comigo mesmo, e por isso é dito " ama o teu próximo como a ti mesmo", ou seja, o parâmetro da minha ação ao outro está em mim mesmo.Em outra palavras, antes de alcançar o outro preciso alcançar a mim mesmo, para que desta forma tenha o que oferecer para aquele que está além de mim .

—Poderá alguém que está do lado de FORA entender com exatidão a alma que está DENTRO do outro ? Poderia fazê-la plenamente compreendida para quem está do lado de fora? A compreensão da Alma(nefesh em hebraico), quanto fonte de vontades, sentimentos, emoções, desejos, anseios, intenções, motivações, fôlego, pertence àquele que a possui, e só este sabe o que ela deseja transmitir.  

—DEIXEMOS AS PESSOAS ACREDITAREM NO QUE ELAS QUISEREM, se temos algo para testemunhar daquilo que vivemos , façamos assim, mas por favor, deixemos as pessoas livres em suas crenças.Não precisamos ser apelativos e forçar alguém a mudar.
A sociedade hoje está impregnada por um vírus chamado "apelação".Vemos que hoje somos cercados por "apelação", ou seja, quando saímos na rua, ouvimos pessoas dizendo " promoção, compre, entre aqui", vemos placas, enfim, há uma apelação visual , auditiva, corporal, psicológica, para mudamos os nossos gostos e aquilo que de fato queremos. 
Desta forma, a religião, em sua história quanto sistema, se torna uma das maiores detentoras desta " apelação", onde se busca o tempo todo mudar a crença do outro, para fazer desse um adepto ou um prosélito da crença então oferecida, e quando não há a aceitação, há desta forma uma intolerância aguda. 
Não precisamos agir de tal forma! Podemos deixar as pessoas livres para acreditarem no que quiserem, podemos até falar daquilo que nós vivemos, mas não precisamos ser apelativos, e buscar fazermos adeptos.Esta nunca foi a orientação para Israel quanto Povo do Eterno, nunca foi a instrução para se fazer prosélitos ou adeptos, e forçar as outros povos a deixarem suas crenças para entrarem em Israel.E Yeshua não mudou isto ao enviar seus discípulos.
Neste tipo de comportamento de apelação, podemos perceber um caráter religioso de intolerância a crença do outro.E isto nada tem a ver com O DISCURSO " EU O AMO E POR ISTO O FORÇO ".O amor está em deixar o outro livre para se assim desejar, possa se aproximar, como assim Yeshua disse " quem quiser vir após mim"

—Podemos estar em Liberdade, mas não em total liberdade, pois a liberdade existe dentro de um território delimitado. Na liberdade há limites, assim como nos limites se mantém a liberdade, fora da limitação há prisão ,morte e loucura.
O “Sistema humano” não coloca limites para manter a Liberdade ou a Sanidade, pelo contrário, remove todos os limites, ou seja, conduz aos extremos do “ tudo pode “ ou “ nada pode” , já o limite é o equilíbrio que protege.
Não há LIBERDADE total de atitudes, ações ou movimentos.A LIBERDADE se encontra nas restrições expressas nos limites saudáveis , os quais mantém o EQUILÍBRIO, dentro do “ eu posso, mas nem tudo”. Enquanto a PRISÃO se encontra fora das limitações e restrições , ou seja, no desiquilíbrio do “TUDO posso e do NADA posso “

—Educar os ouvidos é desorganizar os sentidos, pois quando reeduco os meus ouvidos isto de alguma forma trará desordem aos sentidos que antes eu tinha . Se não houver uma nova maneira de ouvir e de ver não haverá uma abertura para o NOVO. Quem deseja o Novo precisa estar disposto a ser desorganizado em seus sentidos e pensamentos. 

—Talvez, o que falta nestes dias não sejam muitas orações para se alcançar uma grande REVELAÇÃO SOBRENATURAL acerca das Escrituras, mas simplesmente uma HABILIDADE NATURAL de INTERPRETAÇÃO DE TEXTO , pois o SOBRE/NATURAL se alcança a partir do NATURAL, por isto é SOBRE/natural(sobrenatural), ou seja , é algo que está ACIMA(sobre) do natural, e nisto percebemos que o Natural está por base (debaixo).Em outras palavras, NÃO HAVERÁ SOBRE/NATURAL SE NÃO HOUVER O NATURAL .
Muitos estão preocupados com o Sobrenatural, mas esquecem da NATURALIDADE de se interpretar um texto corretamente, mas desta forma nunca se alcançará o que está acima do natural(sobrenatural), pois naõ há o natural ... 
O SOBRENATURAL ESTÁ NA NATURALIDADE E SIMPLICIDADE DA INTERPRETAÇÃO CORRETA DO TEXTO , levando em consideração o tempo, a época, o escritor, o contexto histórico-social, o contexto linguístico, para quem foi escrito, por quem foi escrito, qual o objetivo e propósito da escrita, quais outros textos o escritor escreveu, e assim por diante, e ao se propor interpretar um texto se faz necessário que haja um desligamento temporário daquilo que se acredita e dos pensamentos já estabelecidos sobre o texto, para que assim haja margem para uma nova leitura.
Ninguém pode chegar ao PROFUNDO se não passar pela SUPERFÍCIE. 

—A tentativa de IMPRESSIONAR alguém, é quando eleva-se as qualidades à um nível ilusório, gerando uma IMPRESSÃO a fim de causar um impacto no outro.Porém, com o passar do tempo, se torna difícil sustentar o IMPRESSIONISMO, e logo se descobre que tudo não passa de ilusão, uma tentativa de encobrir os defeitos e falhas para melhor ser aceito .Por isto, o conselho que fica é : " não busque IMPRESSIONAR, seja apenas você , pois esta é a verdade que não se desfará com o tempo, e não gerará frustração no outro e em si mesmo " 

—O conhecimento sem a experiência se torna em apenas um discurso, e aquele que o tem , breve está de perdê-lo, pois a experiência sustenta o conhecimento.

—Canto ao Eterno não porque Ele precisa da minha canção, mas porque minha alma precisa cantar;

—Não determine como uma pessoa será amanhã baseando-se naquilo que você conhece dela hoje, pois assim como não podemos deduzir o caminho do vento, o qual está aqui e logo muda a direção, assim também não podemos deduzir o caminho de alguém.

—Não se case com alguém somente por esse alguém TER posses, pois não sabe o que o amanhã lhe reserva, e não deixe de se casar com alguém por esse alguém NÃO TER posses ou riquezas materiais, pois  amanhã , um tesouro pode lhe chegar as mãos.Case-se com alguém, pelo simples fato deste alguém SER ALGUÉM.

—Entendo que não posso transformar o Mundo, quanto sistema, o qual tem a tendência de caminhar em corrupção e declínio, mas compreendo que posso dar ferramentas para estimular o pensamento de alguns dentro do Mundo, a fim de que sejam transformados pela renovação do entendimento.

—Tivemos várias etapas na história da humanidade, tais como a Idade média, a era da renascença , a Idade Moderna, e cada fase com seu pensamento e mentalidade, por exemplo, a Idade média é caracterizada pela desvalorização da Razão e intelecto, e uma valorização do espiritual, talvez a Era contemporânea esteja caminhando sobre a mesma base, sendo caracterizada pela virtualização do pensamento e também pela espiritualização do mundo, onde o plano metafisico tem mais valor do que o terreno,  tornando o intelecto novamente desvalorizado, ou seja, a Era contemporânea, ao meu ver, é a ERA DE MENTES VIRTUALIZADAS E ESPIRITUALISTAS,  desconectadas do mundo Real dos pensamentos, razão e intelecto.

—Realmente, a falta de identidade se evidencia nessa geração, onde muitos balançam a cabeça para tudo o que ouvem de outros, tornando-se mais influenciáveis e manipuláveis, pois quem não tem a sua identidade firmada em seu interior, aceitará a identidade proposta por aquele que está do lado de fora.

—Não preciso mostrar minha espiritualidade aos homens, mas o fruto dela.Não preciso expôr minha intimidade, minhas orações, meus jejuns, meus louvores espontâneos , meu tsisit, ou meu kipá aos homens, mas sim manifestar o que isto gera e produz.

—Aquele que deseja muito falar, seja o primeiro a aprender a ouvir, pois quando aprender a ouvir, saberá o valor das palavras, e assim será o primeiro a se calar.

—O problema em postar textos nas redes sociais, é que alguns têm dificuldades no quesito "interpretação de textos".Poucos são aqueles que não tiram o texto do seu contexto real, e poucos são os que dão valor ao sentido e significado de cada palavra.

—Aquele que deseja aprender por meio do debate, mostra que o desejo está no falar e não no ouvir, mas para aprender é preciso aprender antes a debater consigo mesmo, porque o aprendizado não vem pela boca, mas pelos ouvidos externos e internos.

—Aquele que deseja aprender, precisa começar aprendendo a ouvir em silêncio.

—Cada um dará conta de si mesmo, e daquilo que fala ou faz. Não daremos conta do que o outro fala, ou faz. Deixe o outro que fale, me deixe falar.Não se preocupe se eu estiver errado, você não prestará conta do que eu falo.Se preocupe com o que você fala ou faz, porque é disto que você prestará contas.
Não perca seu tempo tentando me provar que estou errado, ganhe seu tempo provando por si mesmo do certo.
Aquele que não tem propósito no seu falar, tentará calar aquele que com propósito está falando. 

—Nunca alguém entenderá o que o outro está falando, se não andar junto e trilhar o mesmo caminho, só de ouvir falar não pode haver compreensão.Desta forma as palavras do outro se tornam estranhas e distorcidas. Ninguém pode dizer entender alguém que quebrou um braço, por exemplo, sem que antes tenha também tenha quebrado o braço, caso contrário, falará apenas de boca, mas sem o entendimento de causa.

—O Criador nos deu uma vida simples para vivermos, sem a necessidade de muitas perguntas ou de várias respostas, tudo está em nós, e em nossa volta , basta apenas VERMOS, OUVIRMOS E OBSERVARMOS

—Se não houve o choro , é muito provável que uma nova vida não tenha surgido, ou que alguém tenha morrido.Pois o choro e a dor fazem parte do nascimento, onde o primeiro fôlego descola os pulmões, trazendo uma nova fase na existência. Por isto, compreendo que aquele que diz ter nascido de novo, mas não chorou e não sentir a dor, provavelmente ainda não tenha nascido de novo.E aquele que não chorou o luto do seu EU no Egito, é porque o seu EU ainda permanece vivo dentro do Egito.O choro no luto e no nascimento é necessário para confirmar a morte e a vida.

—Quando alguém se deparar com "minha" mensagem, e disser que foi terrível para sua alma, que algo não pára de martelar em sua mente, que algo foi desconstruído e houve uma desordem, então saberei que a mensagem cumpriu seu propósito.Porque quando algo é edificado sobre entulhos, perto está de cair.

—Assim é declarado: " conhecereis a verdade e ela vos libertará ". A condição primária nesta oração está em " CONHECEREIS", isto é , a Verdade por si só não é capaz de libertar alguém, se antes não houver o conhecimento pessoal do indivíduo em relação a verdade.Logo, o CONHECIMENTO é o fator mediador e desencadeador para se alcançar a LIBERDADE.
Pelo conhecimento do falso se adquire pensamentos sofismáticos e pelo conhecimento do verdadeiro se remove pensamentos sofismáticos.
Quando há falta de conhecimento , o Homem se torna perecível.

—Alguém que se esqueceu da dor de sua história é alguém que não sabe o valor de seu futuro, mas não se esquecer da dor não é o mesmo esquecer-se na dor. 

—A voz do Criador Eterno está ressoando a todo momento e em todo lugar, e não precisa de um homem para isto. A Sua Voz está exposta em toda obra criada, e sua pessoa se vê em toda a criação, e nisto os homens se tornam indesculpáveis, ainda que nenhum homem vos fale coisa alguma.

—Irar-se com os atos do outro, no sentido de NÃO TOLERAR e ESTABELECER UM LIMITE, NÃO É SINÔNIMO DE PECADO, é sinônimo de IDENTIDADE ESTABELECIDA. Se alguém CONSTANTEMENTE vive cometendo os mesmos erros para COMIGO, não preciso manter a convivência e tolerar, POSSO PERDOAR A DIVÍDA E ME AFASTAR. Isto é ser PACIENTE para consigo mesmo, compreendendo o seu próprio limite.

—Toda obra criada está em movimento, foi criada para estar em movimento . O Sol, a Lua, o Ar, o Mar, as Plantas, os animais, o Homem . Tudo se Move, e se expande. A Vida está em movimento, e quando pára se torna em Morte.
Por isto, uma mente que deixou de pensar e expandir, é uma mente morta.Uma alma que deixou de sentir é uma alma sem vida.Um corpo que deixou de se movimentar é um corpo que atrofiou.Um espírito que não se move em direção aos Céus, é um espírito sem propósito.
No entanto, movimento em atividade não é ativismo.

—O Homem liberto é aquele que teve coragem para SAIR do lugar que lhe oferecia segurança, conforto, alimento e sustento, para ENTRAR em uma terra até então desconhecida.

—O entendimento do que se vê ou se lê não pode ser dado a si mesmo, se do Alto não lhe for concedido este poder (autoridade).Ninguém pode dar entendimento ao outro ou a si mesmo, pode apenas testemunhar, e ao Juiz caberá o exercício do Juízo.

—O Homem com a mente livre não se deixa aprisionar.

—A sociedade contemporânea capitalista é uma sociedade de" oportunidades de Mercado", e este pensamento percorre em todas as áreas humanas, onde se vive instavelmente sempre em busca de novas oportunidades mais vantajosas oferecidas pelo Mercado. Uma dessas áreas afetadas por este tipo de mentalidade é a área dos relacionamentos conjugais , na qual , em sua maioria, se inicia um relacionamento com o olhar nas novas oportunidades do Mercado, por isto o relacionamento se torna instável. Aquele que oferecer mais vantagens, é o que será aceito, e futuramente se uma oportunidade melhor aparecer, o serviço atual será cancelado para a aquisição da oportunidade atualizada no Mercado.O acordo é fechado com aquele que oferece mais vantagens e resultados, e assim se caminha sempre esperando uma atualização, e novas oportunidades de mercado, mas a vida humana não pode ser tratada como um Mercado empresarial e de negócios , a qual é trocada sempre que surge uma nova oportunidade.Se precisar haver uma troca, o motivo deve ser muito mais do que apenas a aquisição de uma nova vantagem pessoal.

—Quando alguém recebe uma carta por meio do carteiro, e essa pessoa não gostar do conteúdo da carta, com quem ela irá argumentar ou reclamar ? Com o Carteiro, ou com o autor da carta? Por isto , se você não gostou de alguma mensagem que eu entreguei, não reclame e nem argumente comigo. Não é comigo que você tem que falar, mas fale com o autor da mensagem, fale com aquele que remeteu a carta, pois sou apenas o CARTEIRO.Se você quiser rasgar, queimar ou jogar fora a carta, isto não é problema meu, e não é amim que você deve satisfação.Apenas faço o meu trabalho como MENSAGEIRO. E se alguém não quiser me receber , ou não abrir a porta para receber a correspondência, simplesmente, bato os pés, tiro o pó, e parto para outra casa. 

—Quando um vaso é quebrado, se reformado colando os pedaços, jamais será como antes, mas se for refeito , como que feito um vaso novo, então poderá ser como antes. Assim é um relacionamento, que quando quebrado, precisa ser refeito como do início.Precisa começar de novo e não reformado.

—Não é a Religião que prende o Homem, mas o desejo que nele habita...o aprisionamento pela Religião se torna apenas a consequência da carência em sua alma . A escravidão de Israel no Egito se iniciou pela falta de alimento em sua terra ( alma ), e assim se dirigiu ao Egito para saciar sua carência . A escravidão em qualquer instância começa pela necessidade em suprir a carência e o desejo. 

—Não desencoraje aquele que está tentando ir onde você não teve coragem de ir .Não prive aquele que está tentando fazer aquilo que você não teve coragem de fazer.Se você não foi, não impeça o outro de ir.

—Não julgue o outro de acordo com a sua maneira de ser. Não meça o outro tendo a si mesmo como o padrão de medida exata .Não considere o outro um louco, baseando-se em sua sanidade. Não declare o outro como um pobre, baseando-se em sua riqueza. Não considere o outro um tolo, sustentando-se em sua sabedoria.Não considere o outro mal, firmando-se no seu bem.

—A crítica, no ponto de vista pejorativo,  é resultado de um pensamento que se "ofendeu" por algum motivo, logo a critica se torna um ataque de defesa, e desta forma, é de responsabilidade de quem critica e não do criticado.

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