| VERSOS E POEMAS II |


Certamente as pedras clamam
Não nos enganemos
Pois se não falamos
Há quem fale por nós!
E não digo das pedras personificadas
E sim, das petrificadas
As quais estão abaixo de nossos pés
Falando e comunicando
Para onde e como
Estamos caminhando!

(Carlos Coléct)


Haja o que houver
A vida se verá
Haverá!

(Carlos Coléct)


EXPERIÊNCIA- Não é doutrina para todos!

Comumente, olhamos para o outro
Enxergando a nós mesmos
Ou seja, vemos apenas um corpo
E nele colocamos
As condições nas quais nos encontramos
As nossas forças e fraquezas
No outro encaixamos!

Fazemos da nossa experiência uma doutrina
E achamos que todos reagem
Da mesma forma nas situações da vida
Mas nossa doutrina
Nem sempre no outro se confirma!

Por isso, é bom que não digamos:
“Por que você não faz?! É tão simples!”
Pois o que para você é simplicidade
Para o outro pode ser dificuldade!

A realização pode ser possível
Mas o que para mim é fácil
Para o outro pode ser muito difícil!
Pois não estamos todos no mesmo nível!

(Carlos Coléct)


Olhando para as estrelas
Algo me passou pela cabeça
Quão insignificantes
São os meus pensamentos
Abaixo de tanta grandeza!

Não que não tenham valor
Talvez tenham
Mas são muito pequenos e incertos
Diante das incertezas
Que se escondem além das estrelas!

(Carlos Coléct)


A minha esperança é pensar
que há uma esperança
pela qual posso esperar!

(Carlos Coléct)


Os pensamentos positivos
Os quais de alguma forma trazem esperança
Encontram-se mais na imaginação do futuro
Do que no passado da lembrança!

(Carlos Coléct)


Em nossa vida
Pessoas vão e vêm
Por isso
Sempre haverá alguém!

(Carlos Coléct)





SILÊNCIO - A voz secreta!

Se alguém me perguntar: 
“Qual o tipo de conversa mais te agrada?”
Talvez eu diria:
“Aquela onde não encontramos a fala
Propriamente dita!”
Pois é nela que se escondem
As mais profundas palavras
As quais não se acham em alguma escrita!

Mas o silêncio é difícil 
No entanto, pode ser aprendido
E é bom que o aprendamos
Para que consigamos ouvir
O outro Eu que há dentro de nós
A nossa outra voz!

O silêncio não é ausência de comunicação
Muito pelo contrário
É quando mais nos comunicamos
Adentrando em uma sala que pouco visitamos
Na qual encontramos
A nossa voz secreta
A nossa fala sincera!

(Carlos Coléct)



O pensar existente no escrever
É muito peculiar
Pois convida a mente a se exercitar
Talvez mais do que no convite do ler
Pois na leitura penso o pensamento de alguém
Mas no escrever o meu pensar é exercitado
É forçado a organizar o que em mim se detém!
Pois quando escrevo o que penso
Também releio o meu pensamento
E o que antes não havia pensado
Durante a escrita é criado!

(Carlos Coléct)



É muito difícil

Eu diria que impossível
Duas pessoas estabelecerem
Uma boa convivência
Quando não há respeito pelas diferenças
Quando não há consciência
E o tempo todo
Tenta-se moldar
O modo de ser do outro!

(Carlos Coléct)


Um prego bem fixado
Pode ser removido
Certamente deixará um buraco
Mas é possível ser preenchido
Por isso
Se o riso se tornou difícil
Nada está tão fixo
Que não possa ser revertido!

(Carlos Coléct)



Às vezes
O nosso problema
É aceitarmos as palavras alheias
Com muita certeza
Ou como única certeza!
Entramos em dificuldade
Quando as vemos
Como sendo a única possibilidade!
Mas o que para alguém pode ser um trilho
Para outro pode ser um caminho sem brilho!

(Carlos Coléct)


Ah coração que se parte
Tem os teus motivos para se afligir
Mas de tanto que bate
Alguém há de te ouvir
E eu mesmo te ouço
Batendo-se dentro de mim

Tento te fazer mais unido
Menos descompassado em seus gemidos
Em minha mente invento um consolo
O qual só pode te ser sugerido
Portanto, por favor, espero que o aceites
E se torne menos partido!


(Carlos Coléct)



Não nos iludamos!
Pois saber
Não quer dizer que saibamos!

(Carlos Coléct)



Livros
São bons incentivos
Mas são meras páginas
Com muitas palavras
As quais não tornam necessariamente
Alguém em um ser inteligente!

(Carlos Coléct)





Ter informações não é ser consciente
Pensar não é ser ciente!

(Carlos Coléct)



Muitas vezes a sensação de felicidade
Ou infelicidade
nasce da comparação com o outro!

(Carlos Coléct)



Aprender de fato
É quando com o ensino me deparo
E por ele sou tocado
Não quando eu o toco
E sim, quando ele me toca o corpo
Quando minha alma sente desconforto
Aprender é consequência
Do surgimento de um grito!
O aprendizado que não está no livro
Mas nasce de um conflito!

(Carlos Coléct)


SURTO CONSCIENTE

Às vezes paro
Subitamente
Em um surto consciente
E as perguntas faço:
“Para onde estou indo?!
Por que tenho que estar nesse caminho?!”

Olho para o lado
Vejo pessoas correndo e dizendo
Que lá é o lugar
Onde a vida está crescendo

Lá onde? Pergunto
Ninguém sabe me responder
Apenas querem que eu vá junto

Então pensei:
Já que não posso vencer todo mundo
Vou usar este caminho a meu favor
E neste surto consciente
Aprender um pouco mais sobre gente!

(Carlos Coléct)





PENSAMENTO COMUNICADO - Só desperta o que há em potencial !

Pensamentos significantes e insignificantes
O Mundo se formou por eles
A História se criou pelo pensar
Dos filósofos, poetas e muitas escritas
Sempre houve uma mente aflita
Por buscar esclarecimentos
Por isso, há quem sempre reflita

Mas o pensamento em si nada vale
Se ele não sofrer uma transformação
E se tornar em comunicação
Pois só pode transformar o que está fora de mim
Quando ele mesmo se transforma
E é comunicado nas múltiplas existentes formas
Tornando-se exteriorizado!

No entanto, alguém só poderá ser afetado pelo meu pensar
Se houver o mesmo anseio em se transformar!
O outro precisa ter o desejo ou conflito semelhante
Ao que me despertou para o pensamento significante
Só assim o outro será tocado por aquilo que eu penso!

A comunicação do pensamento
Só pode causar um despertamento
Ou seja, só pode despertar
O que no outro já existe em potencial!

O pensamento comunicado
Só alcança o coração
Que tiver o mesmo anseio pelo o está sendo buscado
Desta forma, estará pré disposto a ser alcançado!

(Carlos Coléct)


O meu pensamento
Não é o mesmo a partir do momento
Que se encontra com a mente do outro
Pois o mundo das minhas ideias
Não cabe no mundo do outro!

Cada um tem o seu mundo particular
E todo pensamento que de fora chega
Sofre interferência no interpretar
Mistura-se com a imaginação e a memória
Contextualiza-se na história
Nas lembranças e nos momentos do agora!

(Carlos Coléct)



Todo acreditar também é um desacreditar 
Pois no que acreditei não acreditei
Sem antes ter desacreditado!
Todo início também é um fim
Pois não comecei sem antes ter findado!

(Carlos Coléct)


Toda falta de sentido
pode ter um sentido
quando lhe damos um sentido
Tudo pode ter um sentido!

(Carlos Coléct)


PÃO NOSSO DE CADA DIA!

Há quem diga que a escravidão tenha acabado
Será?
O que eu mais vejo são escravos
Nos campos ou nas cidades
Amigável ou hostil
Adultos ou infantil
Realizando trabalhos forçados
Explorados

Talvez o que Hoje tenha se diferenciado
Seja que o escravo
Não é mais na feira comprado
E sim, na faculdade formado
Ou simplesmente presta serviço

Não mostra os dentes ou a força do corpo físico
Mas Hoje apresenta o currículo

Tem carteira assinada
E vai para a senzala alugada

O senhor não está visível aos olhos
Porém, oculto a morte sentencia
Fazendo- acreditar na mentira
De que é livre
Pelo fato de que alguém o assalaria!
Para que possa comprar
O pão nosso de cada dia!

O trabalhador escravo
Tem medo e se sente preso
Na mente aprisionado
E não mais com o corpo amarrado

Vai para a moradia
Esperando as férias
O que para ele é a carta de alforria
Desejada a cada manhã, no início do dia!

A escravidão continua
Deixando a sua cicatriz
Vista na alma nua
Do Homem que escravo
Ser nunca quis!

(Carlos Coléct)


Tudo só existe
Se acreditamos na sua existência!
E o que existe na minha consciência
Não existe necessariamente para o outro
Pois individual é a crença!

(Carlos Coléct)


Nem tudo o que eu escrevo
É resultado de uma experiência pessoal
E sim, fruto de uma observação impessoal!

(Carlos Coléct)


Para mim, o elucidado
O bem esclarecido e iluminado
Não é aquele que está o tempo todo no claro
E sim, aquele que ainda no escuro
Faz-se lúcido
Sabe o que se encontra no quarto
E não tropeça ainda que a luz tenha se apagado
Pois a luz está na mente
E não no ambiente!
Portanto, a noite não é removida
Apenas é conhecida!

(Carlos Coléct)


DESACREDITAR PARA ACREDITAR

Não importa se tudo é uma ilusão
E nada faz sentido
Sim, de fato
Se pensarmos
Nada é plenamente conclusivo
Apenas interpretativo
Mas podemos acreditar além da ilusionismo!
Se vale a pena acreditar
Se há alguma importância
Para assim mantermos a esperança
Desacredite! Acredite!
Na filosofia, na ciência ou na metafísica
Em si mesmo, nos sonhos ou no Deus da teologia
Cada Homem cria o seu deus e por ele vive
Desacredite! Acredite!
Pois tudo só existe
Se acreditamos na sua existência!
Porém, não acredite só no que querem que você acredite
No que implantam em sua inconsciência!
Vá além da crença coletiva e social
Pense no pessoal e no individual
Na crença que em sua pessoa caiba
Mas saiba
Que o que existe na sua consciência
Não existe necessariamente para o outro
Pois individual é a crença!
E para acreditar
É também preciso desacreditar!

(Carlos Coléct)


RELACIONAMENTO-
De baixo para cima ou de cima para baixo

Destrutivo foi o superficial relacionamento
Tal como a pétala que cai com o vento
Desfez-se a segurança e a confiança
Ficando apenas a lembrança
De uma bela flor
E no chão a memória restou
Secou-se e se apagou a sua cor
Mas à espera de um olhar
Escondida no fundo
No extenso jardim do mundo
Está a reservada flor
Desejando um relacionamento profundo

(Carlos Coléct)


Talvez, a pior prisão
Não seja aquela feita de correntes
Grades e isolamento
Mas aquela feita de emoção e sentimento
Pois ainda que os pés não estejam atados
Não se consegue ir embora
Invisível é a corda!

(Carlos Coléct)


CONSCIÊNCIA MORAL

Acaso não somos animais?!
Sim, racionais
Mas ainda animais pulsionais!

O que nos difere dos irracionais?
Penso que é a consciência moral
No resto somos iguais
Temos pulsões sexuais
Raiva, ódio e mágoa
O bem é difícil de alcançar
O mal habita ao pensar

A criança morde
Puxa os cabelos
Inveja e deseja a morte
O adulto não se difere no seu eu
Pois o adulto é a criança que cresceu

Somos assim
Finitos e maus no instinto
Não há como negar isso

Desejar o mal
Está na mente do Homem normal
Mas nas ações do louco
Na ausência da consciência moral
Está a invasão do limite do outro!

A raiva e o ódio
Por algum motivo existem em nós
Para a nossa sobrevivência
Moram na consciência e inconsciência

Sem o “mau” morreríamos
Não sobreviveríamos
Portanto, não podemos
E não é bom removermos as pulsões
Mas bom é dar limites as ações
E aprender a suportar as frustrações
Criando uma consciência moral nas limitações!

(Carlos Coléct) 


Encontrei-te
Sorri e me perguntei
Serás tu
Aquela que nos meus sonhos avistei
Cuja face não pude ver
Pois tamanho foste o brilho
Irradiante do seu sorriso?!
Serás apenas fruto dos meus sonhos?!
Se fores
Dormir é o nosso mundo de cores
Ser lúcido
Não é apenas acender a luz no escuro
Mas também saber aproveitar
A noite para sonhar!

(Carlos Coléct)


Às vezes nos sentimos como o “patinho feio”
O qual era um Cisne entre os patos
Por isso, era considerado sem jeito
Pois não estava no seu meio
Dá mesma forma
Às vezes só estamos fora do nosso contexto
Fora do nosso habitat natural
Forçando-nos a sermos quem não somos
Agindo como um pato
Sendo que nosso lugar não é um lago!

(Carlos Coléct)


DESEJO DE SER DESEJADO

De desejos somos dotados
E quem sabe, o nosso maior desejo
Seja o de sermos desejados
Pois desde que pelo ventre fomos rejeitados
Queremos pelo mundo ser abraçados!

Quando ainda estávamos sendo formados
E por algum motivo ou razão
Sentimo-nos rejeitados
Criamos mecanismos de compensação

O baixinho se tornou o mais educado
O gordinho o mais simpático
O desenturmado
Achou o seu meio para ser desejado
Agora, da turma, ele é o mais letrado

Quando crescemos
O melhor é nos aceitarmos
Quando bem conosco convivemos
Menos são as chances de nos frustrarmos!

(Carlos Coléct)


AMOR PLATÔNICO

“Desejo-te sem te conhecer
Sem jamais ter visto o teu rosto
Ou tocado em teu corpo
Visitas-me nos meus sonhos
Imaginação ideal do outro
Meu amor platônico!”

Há quem discorde e diga
“Meu amor é real!”
Mas em nossa euforia
Todos queremos o ideal
Colocamos no outro
A imagem do amor platônico
A imaginação do ser perfeito
Correspondente dos nossos mais altos anseios!

(Carlos Coléct)


Ah o tempo que nos priva a vida
Consome-nos ainda vivos
Já a mitologia previa
Até os deuses são engolidos
Pois Chronos engole os seus filhos!

(Carlos Coléct)


PERIGO EM SER CONFUNDIDO – A prova do amigo!

Em minhas caminhadas
Já encontrei pessoas más e boas
Além de outros tipos de pessoas

Mas um tipo bem comum
É a pessoa covarde
A qual se aproxima e deseja que lhe abrace
Gosta de você e te parabeniza
Contigo se identifica

Mas em um momento de perigo
Cujos pensamentos provocarão conflitos
Aquele que até então era amigo
Não quer correr o risco

Nega o compromisso
Antes que o galo cante e o dia amanheça
Pois tem medo de também perder a cabeça
Então pensa:
"Antes que isso aconteça
É melhor seguir de longe
Sem se sentar a mesa!"
Há quem volte e se arrependa
Mas há quem fuja da sentença!

Por outro lado
Há quem do seu lado permaneça
Esse é um tipo mais raro
Mas existe, por incrível que pareça!

Assim eu entendo
Que o risco e o perigo
Em ser com o companheiro confundido
Provam a lealdade do amigo!

(Carlos Coléct)


AMBIÇÃO – A Obrigação da Ação!

“Ter” é o que temos desejado
Desde a nossa antiguidade
Na remota história da humanidade

Mas tudo bem, pois “ter” não é pecado
Se é que de fato algo nos é dado
Enfim, é nisso que temos acreditado
O desejo está em nós implícito
Por isso, desejar pode não ser nocivo

Até o momento em que o “ter”
Torna-se algo inacabado
Pouco demais para ser anelado

Surge a cobiça no coração
Dá-se à luz a ambição
Ser bem sucedido transforma-se em obrigação

No mundo em aceleração
Dizem que ter ambição é ter visão
Mas para mim, é a obrigação da ação
É se tornar escravo do que vê!

Desejamos subir ao céu
O lugar que não nos pertence
Reconstruímos a Torre de Babel
Onde ninguém se entende
E tudo o que alcançamos é a confusão da ambição!

Embora as nossas mãos saibam
Que não precisam obter
Nada além do que necessitam ter

A angústia na mente é impregnada
A alma fica incomodada
Achando que o suficiente é nada!

Aquele que não aprendeu a ambicionar
Crendo que algo mais precisa ser alcançado
Não sabe fazê-lo
E desta forma, frustra-se ao ser comparado

Fomos educados a sermos ambiciosos
Ensinados a sempre querermos mais
Pois isso é dar orgulho aos pais

Na conquista nos sentimos orgulhosos
Ouvindo o nosso tutor:
“Que orgulho! Você é um vencedor!”

Fomos contra a lei da Natureza
A qual não é ambiciosa
Mas existe para que nos proteja

Se o mar se tornar ambicioso
Desaparecerá a terra seca
Se o Sol tiver ambição
Nada haverá na Terra que permaneça!

Porém, criamos a nossa própria prisão
Sofremos as consequências da nossa ambição

Somos a Natureza, e por nos tornarmos ambiciosos
O mar também se tornou
Inundando a terra dos conquistadores
O Sol, o seu calor aumentou
Queimando a pele daqueles que se declaram vencedores!

Por nossa ambição
Continuamos morrendo
Ultrapassando os limites
Os muros do contentamento!

(Carlos Coléct)


SOB OS PÉS!

Quando próximo estava o Sol em se por
Refresquei os meus pés no mar
Bom, na verdade o mar foi quem me refrescou
Enfim, para o céu fiquei olhando
Vi as nuvens se beijando
Em meio as cores se entrelaçando
E enquanto observava, comigo pensava:
“Que cena mais própria
De intimidade em pleno ar
Quem dera eu pudesse participar!”
Mas tanto queria estar lá
Que não percebi que já estavam a cá
Sob os meus pés se encontravam
No reflexo das águas me beijavam
Algo aprendi:
“Na ansiedade muito queremos
Mas pelo muito querer
Não percebemos que já temos!
Ficamos com a sensação de falta
De que algo precisa preencher o agora
Mas é apenas uma condição ilusória!
Pois o que está muito alto almejamos
Mas não notamos
Que sob os nossos pés o encontramos!”

(Carlos Coléct)


VERDADE ABSOLUTA – Visão dissoluta

Há muito tempo
Muito antes dos tempos
Quando atormentados por uma existência escura
Inudada em questionamentos
Surgiu em nós o anseio por uma cura
Mas tudo o que alcançamos e temos
São respostas obscuras
Mas mesmo assim
Criamos a chamada Verdade absoluta
Para sanar as nossas dúvidas
A qual é por muitos desejada
Pela grande maioria almejada
E por todos inconscientemente buscada
Mas desde a criação
Dessa nossa maior invenção
Destoa-se o curso do Mundo
Na visão dissoluta
De que só há um único!
O diálogo se dispensa
Pois não soluta é a crença
Outras possibilidades não se pensa
Fazer o que?!
Este é o Mundo das desavenças!
Entramos em grandes dificuldades
Por sermos a Humanidade
Que busca uma única verdade
Fazemos da nossa mentira
Uma verdade não sincera
Criando um motivo para a guerra!

(Carlos Coléct)



SAUDADE!

Ah a Saudade!
Saudade a toa
Saudade de si mesmo
Saudade da amada pessoa

Saudade do que passou
Saudade do que ainda não chegou
Saudade do quê não se sabe
Ah a Saudade!

Saudade do que faz falta
Saudade do que acalma
Saudade do que preenche a alma
Ah a Saudade!

Saudade do que se tinha
Saudade do que se era
Saudade do que o outro oferecia
Ah a Saudade!

Saudade do que se amava
Saudade do que não mais se ama
Saudade de amar
Ah a Saudade!

Saudade de tudo
Saudade do nada
Saudade de Todos
Saudade da vida
Ah a Saudade!

Em todos os Homens uma habitante
Ora sufocante
Ora uma inspiração inquietante
Inevitável para o amante
Ora é a força que se esvai no lembrar
Ora é a força que surge no certo esperar

Palavra tão significativa
Às vezes pronunciada como uma mentira
Outras vezes uma verdade que dói
E ao mesmo tempo que alivia
Quando é saciada na voz que se ouvia!

Há quem morra de saudade
Mas há quem a faça
Uma âncora para não se afundar na realidade!
Saudade é olhar para trás
Visualizar o vazio que o agora nos traz
É pensar que de lá
Podemos trazer o que satisfaz!

Imagem secreta
Projetada pelo inconsciente da lembrança
Despertada pelas imagens do cotidiano
Quando é ouvido aquele canto!
Quando os olhos que veem
Enchem-se de pranto
Pelo perfume que se inala
A mente não mais se cala!

Saudade que traz de volta
Quem apenas foi dar uma volta
Laço da memória
Que reaviva e ressuscita
Diz que ainda está vivo
O que se achava estar morto
Porém, apenas estava escondido!

Quando ela em nós se desperta
Conhecemos o significado do “lar doce lar”
O “eu te amo” sai sem pensar!
Saudade é o desejo de voltar
Mesmo quando ainda não podemos
Pois precisamos continuar e avançar
Mas quando podemos reencontrar
É o prazeroso retorno do respirar!

Mas o foto é que:
Sempre algo haverá
Que na estrada ficará
Fazendo a saudade brotar!

(Carlos Coléct)


Querer ser perfeito
No sentido grego
Sem  falha, sem defeito
É sofrer rejeições
Em um corpo de limitações
Em um Mundo imperfeito
No qual inevitável é o erro!

(Carlos Coléct)


Índio que não é índio
Pois aqui não é a Índia
É apenas mais um lugar no mundo
Que há muito tempo já existia
De um Povo que nome já tinha
Simplesmente o Homem Branco desconhecia
Achando-se no direito
Nomeou como lhe convinha!

(Carlos Coléct)



O FUTURO IMAGINÁRIO

Muitos têm se perguntado:
 “O que esperar do futuro?!”
De fato, vivemos dias em que o futuro é roubado
Ou melhor, tudo o que se vê é o escuro

Bom, o futuro realmente não existe
A não ser na imaginação que o pinte
Portanto, não é o futuro que nos está sendo retirado
E sim, a nossa capacidade de criá-lo
Inventá-lo e imaginá-lo

A questão não é esperar do futuro
E sim, inventar um futuro que nos espera!
Talvez, esta seja a nossa maior esperança
Não simplesmente esperar algo na vida
E sim, saber que a vida espera algo de nós
Não sob extrema pressão
Ou com um senso de constante obrigação
Mas naturalmente como a respiração
O que é ser Homem senão ser humano?
O que é viver senão ser vivo?

O futuro é como um papel em branco
Sim, uma folha vazia nos esperando
Como aquelas que nos davam na infância
As quais preenchíamos
Com a nossa imaginação de criança

Ainda que não soubéssemos desenhar
Sabíamos imaginar
Coloríamos e pintávamos
Rabiscávamos com a nossa sede de criar
Mas ainda que fossem apenas rabiscos
Essa é beleza de ser imaginativo

Éramos é assim
Tínhamos desejo por preencher o vazio
Pintávamos as paredes do tio
Inventávamos brincadeiras com um simples fio
Ou jogando pedrinhas no rio
Tudo isso, para o hoje, não nos serviu?

Certamente que sim!
Dizendo-nos que a imaginação não pode ir embora
Para que desta forma
Hoje entendamos que podemos
Preencher o papel e a parede vazia
Que encontramos na vida!

É claro que imaginar o futuro
Não é garantia de um perfeito mundo
A imaginação é uma imagem em ação
Talvez, como uma miragem, uma ilusão
Nem sempre se concretizará
Porém, é utilizada para nos confortar

Obviamente, que tudo tem dois lados
E espero que exercitemos
O lado bom do imaginário!
Lado que nos socorre
Quando o presente incomensurável do agora
Não sai como o planejado!

(Carlos Coléct)


O BRILHO ALÉM DA MORTE!

As estrelas são impressionantes
De longe parecem tão insignificantes
Mas de perto são de imenso tamanho
Estrelas brilhantes

Luzes que guiam
Conduzem os pescadores pela escuridão
Outras simplesmente brilham
Para fazerem da noite ainda mais bela
Surgem as milhares como pequenas velas
Depois da morte ainda são vistas pela janela
Ou melhor, pelo vasto céu

Espero que assim como elas
Na minha morte não haja véu
E as minhas palavras continuem a brilhar
Como vigilantes sentinelas
Vivendo e sendo avistadas muito além do papel!

(Carlos Coléct)




ALMA - Fantasma ou o cérebro em atividade?

O que temos dentro de nós?
Uma alma?
Um fantasma?
Alma penada?
Somos uma alma?
Onde ela está?
É imortal ou mortal?
Moral ou imoral?

Tantas questões nos envolvem
E por isso, gera tanto fascínio no Homem
Ao mesmo tempo que cria o pavor
Por ser tão assustador
E pela falta de conhecimento
Geram-se os muitos pensamentos

Alma, doce ingrediente para os filósofos
Amarga inspiração para os poetas
Crença essencial para os teólogos
Tratada com misticismo
Crenças e ceticismos
Alma dos seres vivos!

Psique, mente, consciente e inconsciente
Comportamentos, sentimentos e emoções
Vontades e desejos do ser vivente
Para os gregos antigos
Está no estômago o seu esconderijo
Para os místicos
Habita na glândula timo!
Para outros apenas um plasma metafísico!
Dos muitos ensinamentos
Surgem os muitos entendimentos

Elemento de estudo da psicologia
Psicanálise e psiquiatria
Na história muito pensada
Porém, recentemente estudada
Tida pelos antigos
E por muitos contemporâneos como abstrata
Intangível e invisível

Na antiguidade
Os males da alma
O psiquismo, a loucura e a demência
Foram considerados demônios
Pois precária era a ciência
O que se tinha era apenas a crença
Muitos foram exorcizados
Excluídos e até queimados!

Na era atual, a neurociência avança
Evoluem as psicologias
Aumentam as teorias
Separando-se das Filosofias
No entanto, a Filosofia auxilia

A alma já não é tão abstrata
Pode ser vista e até tocada
Já não se encontra em dicotomia
Mas é o Eu, o Corpo
Imagens e representações
É um conjunto de genética e química
Nos compartimentos do cérebro
O cérebro morrendo
A alma cai no esquecimento
Certamente, que tal conhecimento
Nunca anulará os credos

Mas quando penso que a alma é o cérebro
O meu próprio corpo em atividade
E não um fantasma
Ou apenas um plasma
Posso ter menos pavor
E aprender a lidar com ela
Assim como aprendo a lidar
Com o braço que se quebra
Ou com o estômago que causa dor
Posso saber da reação alérgica
E agir com mais cautela!

Porém, de tudo o que recentemente se sabe
O mistério ainda cabe
Na alma do Homem que busca a verdade!

(Carlos Coléct)


CRIANDO SENTIDO PARA O QUE NÃO TEM SENTIDO

Viver pode não ter sentido
Pode não ter um absoluto objetivo
E é muito provável que não tenha
Por isso, nós Homens muito nos afligimos
Tudo pode ser ilusão e utopia
Se nos propusermos a sondar os caminhos da vida

No entanto, somos seres criativos
E é isso o que nos mantêm vivos:
A capacidade de criar um sentido
Com o nosso senso imaginativo
E para mim, o sentido é criado a partir do sentir!

Infelizmente, atualmente
O sentir é inibido
Busca-se o alivio
O anestésico para o dolorido!
Claro, ninguém gosta de sofrer
Mas se não houver o sentir
O vivenciar e experienciar
O sentido pode não chegar
E quem sabe, mais dolorido o sofrimento será!

Não falo em BUSCAR o sentido absoluto
Pois ele pode não existir como único
Sendo assim, tal busca acrescentará mais dor
Do que eu falo então?
Eu falo de CRIAR um sentido
Quando assim for preciso
Inventar um caminho pelo qual trilhar
Sem se preocupar se é certo ou errado
E sim, se uma visão te faz nascer
No meio do sofrer!

Na existência há sofrimento
E todos nós o conhecemos
Pois ninguém há que não passe por esse momento!
Porém, alguns suportam mais do que outros
Talvez, por conseguirem criar esse sentido
Um objetivo ainda que ilusório
Mas ainda assim para o sofrer um objetivo!

Nem todo acontecimento tem um motivo real
Mas podemos criar uma razão para o seu final
Uma finalidade ainda que seja fora da realidade
De forma a gerar a esperança
No sofrimento podemos nos perguntar
“Para onde este sofrer pode me levar?”

Certa vez, disse Viktor Frankl:
“O desespero é o sofrimento sem sentido”
Em muitos casos pode ser!
Alguém pode ficar bem com a falta de sentido
Mas para outro se faz necessário
Pois é a esperança que lhe mantém!

Na vida não precisamos BUSCAR o sentido
Mas às vezes CRIÁ-LO é preciso!

(Carlos Coléct)


O QUE NOS TORNAMOS

Alguém disse:
“Somos o que pensamos!”
Outro declarou:
“Somos o que comemos!”
E ainda há quem diga:
“Somos o que ouvimos!”
Certamente, mas eu pergunto:
“Somos ou nos tornamos?”
Eu diria:
“Somos o que nos tornamos!”
Somos o que vemos, cheiramos, tocamos e sentimos
Pois, no contato íntimo nos fundimos
No afeto nos moldamos
Nosso Ser se torna no que é admirado!
Alguns mais, outros menos
No entanto, todos somos afetados!
Desde o momento fetal
O corpo de nossa mãe nos afetou
Com o espaço, o alimento, o sentimento
Sempre fomos afetados
Porque sempre estivemos ligados
Em algo que nos é admirado!

(Carlos Coléct)


     se-R-es  Rasgados ao Meio so-M-os!
     
(Carlos Coléct)


Na vida encontramos três tipos de pessoas:
A primeira é a simpática,
a qual nem sempre é sincera e verdadeira,
é apenas educada.
A segunda é a sincera,
sendo que nem sempre é simpática,
é apenas verdadeira,
mas também pode ser grosseira!
Quando a simpatia e a sinceridade se encontram,
encontra-se também o terceiro tipo: a pessoa sábia!

(Carlos Coléct)


O outro lado

O bscurecido do Cristianismo
U ltrajante em seu ímpeto
T orturador inquisidor
R epulsivo ao
O positor

L ábil em suas palavras
A parência inofensiva
D omador de mentes
O bediência absoluta ao clero

D ominador de povos
O bstinado conquistador

C onstantino o papa imperador do séc IV d.C
R eforma protestante do séc XVI d.C
I mperialismo romano
S uposta salvação
T ransfiguração de Tamuz
I nibição do prazer lícito
A scetismo grego
N atal de Hélios
I nferiorização do Ser
S ofismas
M ortificação do físico
O bsessor

H erança social
I mplantada na Humanidade atual
S ujeito atormentado
T ranstornado pela culpa
“Ó minha culpa, minha máxima culpa!”
R igorosos rudimentos
I ntroduzidos inconscientemente
C onsomem a muitos
O Cristianismo não é o mal da humanidade, mas alguns pensamentos se tornaram nocivos.
    Assim como os pensamentos de qualquer Sistema Humano, ou melhor, de qualquer Homem, seja    teológico ou científico, psicológico ou filosófico.
    Pois todo Homem possui dois lados, o lado direito e o lado avesso!

(Carlos Coléct)


S er simples
I ncabe a artificialidade,
M as o artificial compete com o natural e
P rende a nossa capacidade em
L idarmos com o simples, pois
I nverte a visão, fazendo com que vejamos o
C omplicado como simples e o simples como complicado
I mpossibilitando a nossa simples ação, pois o artificial causa
D ependência. Para nós, o complicado tem
A parência de simplificado, mas não é o mesmo que simples
D ifícil não é ser simples. O difícil é se desintoxicar do
E fêmero artificial do cotidiano contemporâneo!

(Carlos Coléct)



MANIPULAÇÃO – Natural evolução

Manipulação
Uma palavra tão forte, não?!
Sim, muito cruel pode ser a sua ação
No entanto, ela está em nós
Nos é natural
Pois somos Seres que possuem mãos
Com o poder de manipular

Diferentemente dos outros animais
É isso o que nos sobrepõem como racionais:
O poder de criar ferramentas
Instrumentos para a sobrevivência
Manejar, moldar, construir, criar.

Porém, esse poder nos fez achar
Que somos mais do que somos
Não nos contentamos com as ferramentas
Queremos a manipulação das crenças
Das várias crenças da existência

Mas não há porquê nos assustarmos
Ou ficarmos espantados
E dizermos: “Nossa, como pode?!”

O fato é que:
Somos Humanos com “manos”
Por isso, manipulamos!
Todo lugar em que se encontrar um Homem
Ali também haverá uma mão
Inevitável será a manipulação
Ou para o bem ou para mal
Benéfico ou falso
Regido pelo o interesse próprio
Sim!
Sempre há um pouco de interesse próprio
No uso das nossas mãos
Mesmo que tenha aparência benéfica

Não há nada no Universo
Que permaneça intacto
Se um Homem ali estiver
Até mesmo se não houver Homem algum
Nada permanece estático
Tudo se modifica
NADA se sustenta em sua origem!
Tudo sofre um processo evolutivo:
O Ser, o Eu, o Mundo
O pensamento, o corpo morto ou o vivo!
Até mesmo o Deus na mente do Homem criativo!

(Carlos Coléct)


Mulher de DORES, de aparentes puDORES!

Ah mulher
Cheia de aparentes pudores
Por negares a tua natureza
Acrescenta em tua alma dores

És tão erótica quanto o homem
Flechada por Eros
Consumida pelo desejo
Corpo incandescente de anseio

Mas no teu inconsciente
Sente-se culpada?
Culpa do que? Medo?
Medo de seres comparada?
Posta na imagem de uma prostituta?
Pelo o teu amante julgada?
O que aconteceu?
Sente-se sem vergonha?
Ou envergonhada no falso pudor?
Queres esconder o teu ardor?

Já sei!
Quando ainda eras pequena
Ouviste:
“Menina! Tires as mãos daí
Vejas como senta
És mocinha!
Mocinhas não fazem isso
É feio!”

Reprimido foste o teu desejo
Macheza para o menino é mostrar
Mas para ti és vulgar
Assim fomos criados no antigo Lar
A História te negou o prazer
O prazer que habita em teu ser
           
Não és vulgar
Mas podes se tornar
Se te mostrares ao desmerecido olhar
Contudo, por detrás de teu aparente pudor
Expande-se um intenso calor

Não te negues, não te culpes
Não ponhas o véu diante de teu amante
Exponhas a tua bela face apaixonante!
Consumas o amar lícito
Cumpras o contrato
Do compromisso sagrado!

(Carlos Coléct)


O AGORA QUE ACABOU DE PASSAR!

A poesia é como a vida
Ou a vida é como a poesia?
Ambas são construídas
Sobre as interrogações
Dúvidas e incertezas
Ilusões e questões
Esta é a linguagem das belezas!
Não podemos impor regras a poesia
Nem fazer da vida
Uma prova todo dia
Pois viver é uma pergunta sem resposta
Por isso, o que nos importa?
Tudo o que temos é a vida do agora!
Bom, pelo menos é o que diariamente ouvimos
Mas será que realmente a temos?
O agora acabou de passar sem percebermos!
É como em nosso caminhar
No qual há um espaço
Entre o pé que está a frente e o que está atrás
Entre o que se foi e o que está atrasado
Tempo incomensurável
Entre os nossos passos
No momento em que um pé se desloca para frente
Logo, encontra no meio o presente
Mas tão rápido passou
Que não teve tempo de se fazer presente!
O agora é quase inexistente
O que É logo se foi
Em um instante se tornou passado
Por isso, o importante não é o espaço entre o passo
O importante é dar o passo!

(Carlos Coléct)


PARAÍSO, a sexualidade PARA ISSO !

Paraíso!
Ah o Paraíso!
Todos nós o almejamos
A Humanidade o busca
Alguns no próprio Homem
Outros nas teologias o têm

Donde surge tal anseio?!
Donde brota tanto desejo?!
A meu ver, do ventre que outrora habitamos
Da tranquilidade, aconchego
E ocultamento da existência que nele experimentamos

Mas dele fomos expulsos
Perdemos a referência do pulso
Rompeu-se a ligação
O vínculo com aquela agradável sensação
Caímos na existência
Sentimos o rasgar da respiração
Por isso, buscamos incansavelmente retornar ao paraíso
Que para nós, no ventre foi constituído

“Precisamos voltar!!”
Isso é o que desejamos sem pensar!
Vivemos procurando os caminhos para lá chegar
Mas para mim, há um caminho em nós implícito
Caminho ao tão desejado Paraíso

Pergunto: “Por onde foi a nossa saída?”
Naturalmente pela vagina!
“Qual a estrada para voltar ao paraíso?”
Certamente a mesma pela qual saímos!
“Qual o percurso desta jornada?”
Um estímulo prazeroso e satisfatório
O qual produziu o gozo quase que alucinatório
Entramos no canal peniano
Corremos alucinadamente pela entrada vaginal
Chegamos ao útero e iniciamos o ciclo pré natal

Fomos bem vindos
Abraçados e acolhidos
No meu conceito, este prazeroso caminho
É na vida o nosso oculto objetivo
O nosso sentido

A sexualidade é uma condição muito abrangente
Que cronicamente tem nos envolvido
Está em tudo o que nos estimula ao gozo 
E principalmente está no sexo prazeroso

Sei que por anos um Sistema por sujo o tem colocado
Desta forma, nomeado como um pecado
E por isso, escondemos o que de fato
Na vida temos desejado
Mas ainda que escondido
Está presente na nossa inconsciente ação
Por vezes, se manifesta nos sonhos eróticos
Nas poluções noturnas, na imaginação 
Mas lhe damos um nome mais puritano
 “Pessoa certa” ou “amor ideal” é mais romântico

Buscamos retornar ao paraíso, o par para isso
Porque desde meninos temos a sensação
De que o paraíso está em alguém, em uma união
A qual precisamos encontrar e ligar o coração
Mas na subconsciência o que queremos é religar o cordão
Utilizar o pênis ou a vagina do outro
Para juntos, na ligação do corpo
Entrarmos, novamente, ao nosso ponto de partida
Ao Paraíso da nossa vida

Mas quem sabe, o sintamos mais
Não na hora do gozo da ejaculação
Pois pode ser apenas um reflexo, uma ilusão
E sim, nos braços que posteriormente nos concedem aceitação

Certamente, vivemos na constante busca
Pois ninguém enquanto ainda vivo
Na existência de um corpo sofrido
Pode permanecer no Paraíso!
Quem sabe, seja esse o motivo
Pelo qual nos mantemos vivos:
O desejo de que sempre preciso 
voltar ao Paraíso!

(Carlos Coléct)