| PROJETO - LIVRO |




Aos AMIGOS amantes da poesia, da reflexão, do pensamento e literatura, e também aos AMIGOS que participam ou participaram mais ativamente de minha vida, comunico que tenho trabalhado na minha primeira obra literária. Um Livro de Poemas com temas do Contemporâneo, elaborado com muito cuidado e carinho, e que ao ser apreciado, pode de algum modo auxiliar o Homem contemporâneo envolvido nas muitas crises científicas, teológicas e psicológicas vivenciadas devido as tantas mudanças que estão ocorrendo socialmente. Ele está intelectualmente "concluído", e em processo de produção técnica. Espero com sinceridade que gostem. E aos AMIGOS que têm me acompanhado, peço que me ajudem na divulgação. PRECISO E PRECISAREI MUITO DE VOCÊS. Curtam, compartilhem ! Obrigado.


                                            
SINOPSE:

"Inversos da Alma" compartilha a alma do Homem contemporâneo afetado pelas mudanças sociais. Traz como proposta a ampliação do olhar sobre si mesmo e o mundo que o cerca no séc. XXI.

Cada verso fundamenta-se, evidentemente, em experiências pessoais, mas também nas compartilhas em trabalhos realizados nos centros de apoio, nas casas de recuperação, nas comunidades terapêuticas e, refletem, ainda, o conhecimento adquirido na convivência com pessoas em situação de risco nas comunidades carentes e moradores de rua.

Os poemas abordam assuntos dos campos psicológico, científico e religioso dentro do atual contexto social. Temas como rejeição, orfandade, violência, falta de limites, tirania da "beleza", ativismo são facilmente identificados.

Algo relevante a ser percebido é a apropriação de personagens icônicos da cultura pop, bem como dos contos de fada, com a finalidade de desvendar, deixar à mostra, a ideologia que, sutilmente, é imposta e, devidamente incorporada, influencia o modo de pensar da sociedade, em especial, a ocidental.

Portanto, cada verso dos poemas deste livro, em franco diálogo com a Sociedade Contemporânea, convida o leitor a uma profunda reflexão acerca do conflito que caracteriza o Homem pós-moderno.

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Segue um poema que compõe o livro :



O Multifuncional Disfuncional

Ora sou um, ora sou outro, ora sou dois
Ora sou ontem, ora sou hoje, ora sou depois
Ora sou eu, ora sou você, ora sou eles
Ora sou quem quero ser, ora sou quem eles querem, ora sou quem ninguém quer
  
Ora sou alguém, ora sou ninguém, ora sou todos
Ora sou pai, ora sou filho, ora sou mãe
Ora sou inteligente, ora sou sábio, ora sou ignorante
Ora sou confuso, ora sou convicto, ora sou inconstante

Ora sou professor, ora sou aluno, ora sou diretor
Ora sou doutor, ora sou doente, ora sou impaciente
Ora sou quem tem, ora sou quem nada tem, ora sou necessário
Ora sou comum, ora sou ordinário, ora sou extraordinário

Ora sou patrão, ora sou empresário, ora sou funcionário
ora sou quem rejeita, ora sou quem aceita, ora sou rejeitado
Ora sou agressor, ora sou agredido, ora sou ferido
Ora sou verdadeiro, ora sou mentiroso, ora sou relativo

Ora sou normal, ora sou anormal, ora sou esquisito
Ora sou corpo, ora sou alma, ora sou espírito
Ora sou pobre, ora sou rico, ora sou esquecido
Ora sou quem compra, ora sou quem vende, ora sou vendido

Ora sou quem morde, ora sou mordido, oro sou quem morre
Ora sou quem fica, ora sou quem vai, ora sou quem espera
Ora sou canção, ora sou violão, ora sou poeta
Ora sou achado, ora sou quem acha, ora sou procurado

Ora sou bom, ora sou mal, ora sou desejado
Ora sou criança, ora sou adulto, ora sou inválido
Ora sou vazio, ora sou cheio, ora sou derramado
Ora sou alegria, ora sou tristeza, ora sou angustiado

Ora sou quem caminha, ora sou quem corre, ora sou carregado
Ora sou leve, ora sou suportável, ora sou pesado
Ora sou apaixonado, ora sou quem ama, ora sou amado
Ora sou branco, ora sou negro, ora sou mulato

Ora sou gordo, ora sou inchado, ora sou magro
Ora sou “deus”, ora sou anjo, ora sou diabo
Ora sou belo, ora sou feio, ora sou insatisfeito
Ora sou quem odeia, ora sou quem queira, ora sou odiado

Ora sou santo, ora sou profano, ora sou beato
Ora sou inteiro, ora sou metade, ora sou pedaços
Ora sou coragem, ora sou medo, ora sou covarde
Ora sou mil, ora sou mil e um, ora sou Bombril

Ora sou compaixão, ora sou quem fere, ora sou quem esquece
Ora sou tudo, ora sou nada, ora sou ouro, ora sou lata
Ora sou rua, ora sou casa, ora sou estrada
Ora sou quem fala, ora sou quem cala, ora sou silêncio, ora sou palavras

Ora sou liberto, ora sou prisioneiro, ora sou justiceiro
Ora sou visto, ora invisível, ora despercebido
Mas de tanto “Ser” acabo não “Sendo” para mim mesmo
E de tantas “oras” não me resta ao menos uma hora

A tecnologia “multifuncional” me tornou Homem “Multidisfuncional”
Ora sou real, ora sou natural, ora sou artificial, ora sou virtual
Ora sou social, ora sou informal, ora sou teatral
E de tantas funções não me sobra uma única função: “Ser eu mesmo!”

Se ao menos soubesse quem “Sou” em meio a tantos “Seres”
“Seria eu mesmo!”

(Carlos Coléct)